974 resultados para Troca materno-fetal
Resumo:
OBJETIVOS: analisar a freqüência cardíaca fetal (FCF) e parâmetros doplervelocimétricos das artérias umbilicais em gestantes com diagnóstico de diabete melito pré-gestacional, entre a 18ª e a 20ª semana de gestação. MÉTODOS: foram incluídas 28 gestantes com diabete melito pré-gestacional e 27 gestantes normais (grupo controle). O estudo é do tipo prospectivo, caso-controle e transversal. Os seguintes critérios de inclusão foram adotados: gestação única entre a 18ª e a 20ª semana, ausência de outras doenças maternas associadas e ausência de anomalias fetais. A ultra-sonografia foi realizada no período gestacional proposto e a FCF foi calculada a partir dos intervalos entre o início de dois ciclos cardíacos consecutivos, em três sonogramas obtidos pela doplervelocimetria da artéria umbilical, avaliada na porção do cordão umbilical próxima à sua inserção na placenta, utilizando-se o mapeamento colorido do fluxo. Em cada traçado de sonograma foram obtidas cinco medidas consecutivas da FCF a partir do início de cada sístole. A média e a variação da FCF foram utilizadas para análise. Foram calculados os seguintes índices doplervelocimétricos: relação A/B (sístole/diástole), índice de pulsatilidade (PI) e índice de resistência (RI). O teste t de Student e o teste de Mann-Whitney U foram utilizados para a análise estatística, adotando-se nível de significância de 5%. Resultados: não foram observadas diferenças significativas entre as médias da FCF entre os grupos estudados (grupo diabéticas: 149,2 bpm e grupo controle: 147,2 bpm; p=0,12). A variação da FCF foi semelhante entre os grupos (grupo diabéticas: 5,3 bpm; grupo controle 5,3 bpm; p=0,5). Não foi constatada diferença significativa em relação aos índices doplervelocimétricos: A/B (p=0,79), PI (p=0,25) e RI (p=0,71). CONCLUSÕES: a inexistência de diferenças nas características da FCF entre a 18ª e a 20ª semana indica que fetos de mães diabéticas apresentam, nesse período, maturação neurológica dos sistemas reguladores da FCF semelhante ao grupo controle. Não foram detectadas anormalidades na resistência ao fluxo útero-placentário nesse período, em gestações complicadas pelo diabete melito pré-gestacional.
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OBJETIVOS: analisar a contagem dos corpos lamelares em comparação com o teste de Clements na avaliação da maturidade pulmonar fetal em gestantes diabéticas. MÉTODOS: estudo prospectivo envolvendo 62 gestantes submetidas a amniocentese entre a 26ª e a 39ª semana. O líquido amniótico foi imediatamente submetido ao teste de Clements e à contagem de corpos lamelares. Os partos ocorreram até três dias após a amniocentese. A ocorrência de síndrome de angústia respiratória, indicativa de imaturidade pulmonar, foi confrontada com os resultados de imaturidade da amniocentese (ausência de anel completo no 3º tubo e menos de 50.000 corpos lamelares). O teste do chi2 foi utilizado para comparar o desempenho dos dois métodos e p<0,05 foi considerado significante. RESULTADOS: sete neonatos apresentaram síndrome de angustia respiratória (11,3%). A contagem de corpos lamelares e o teste de Clements tiveram desempenhos semelhantes quanto à sensibilidade (100 vs 71,4%, respectivamente) e valor preditivo negativo (100 vs 93,5%). A contagem de corpos lamelares teve melhor especificidade (87,3% vs 52,7; p<0,001), valor preditivo positivo (50 vs 16,1%; p=0,017) e acurácia (88,7% versus 54,8%; p<0,001) que o teste de Clements. CONCLUSÕES: a contagem de corpos lamelares revelou ser método simples e preciso na avaliação da maturidade pulmonar fetal. Comparado ao teste de Clements, tem a vantagem de não necessitar de manipulações e reagentes e de ter melhor desempenho quanto à especificidade, valor preditivo positivo e acurácia. Assim como o teste de Clements, a contagem de corpos lamelares tem alto valor preditivo negativo, assegurando que diante de um resultado maduro (50.000 ou mais), não ocorrerá síndrome de angustia respiratória.
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OBJETIVOS: investigar a influência da mobilidade da parturiente durante a fase ativa do trabalho de parto. MÉTODOS: foi realizado ensaio clínico controlado prospectivo, com análise comparativa entre um grupo de tratamento (n=50) e um grupo controle (n=50), no Centro Obstétrico do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP). Os critérios de inclusão foram: primigestas com feto único em apresentação cefálica; idade gestacional entre 37 e 42 semanas; parturientes com pelo menos duas contrações a cada dez minutos e cérvico-dilatação de até 4 cm, além da concordância em assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. A evolução para cesárea foi critério de exclusão. Foram acompanhadas por fisioterapeuta durante toda a fase ativa e orientadas a manterem-se em posição vertical e em movimento, de acordo com a fase da dilatação cervical e a descida fetal no canal de parto. O grupo controle teve acompanhamento obstétrico sem a presença do fisioterapeuta. Este grupo foi selecionado retrospectivamente, a partir dos registros de prontuário, seguindo os mesmos critérios de inclusão e exclusão. RESULTADOS: foram acompanhadas 58 primigestas entre 15 e 37 anos. Dessas, 50 mulheres (86,2%) evoluíram para parto vaginal, sendo que oito (13,7%) evoluíram para cesárea e foram excluídas do estudo. Entre as 50 parturientes acompanhadas, a média de duração da fase ativa foi de cinco horas e 16 minutos, enquanto no grupo controle foi de oito horas e 28 minutos (p<0,001). Essa diferença se manteve em relação à bolsa amniótica íntegra ou rota. Também quanto ao esvaecimento do colo, apenas no grupo acompanhado as parturientes com colo fino apresentaram, em média, menor tempo de fase ativa (p<0,001). No grupo acompanhado, nenhuma parturiente fez uso de analgésicos durante a fase ativa contra 62% do grupo controle (p<0,001). Neste grupo, todas as parturientes usaram algum tipo de analgesia para o parto; no grupo acompanhado, 76% das mulheres que usaram anestesia o fizeram entre 9 e 10 cm de dilatação, sendo que 12% não fizeram uso de nenhuma anestesia (p<0,05). Não houve diferença significativa entre as médias de peso dos recém-nascidos e os índices de Apgar entre os dois grupos. CONCLUSÕES: a mobilidade adequada da parturiente influencia de maneira positiva o trabalho de parto: aumenta a tolerância à dor, evitando o uso de fármacos, e melhora a evolução da dilatação, diminuindo a duração da fase ativa do trabalho de parto.
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OBJETIVO: descrever as alterações estruturais e/ou funcionais fetais à ultra-sonografia e à ecocardiografia fetais e os resultados perinatais em gestantes soropositivas para o vírus da imunodeficiência humana (HIV) em relação a um grupo controle de pacientes atendidas pelo pré-natal de baixo risco. MÉTODOS: foram avaliadas, prospectivamente, 109 gestantes soropositivas para o HIV em uso de anti-retrovirais (Grupo de Estudo, GE) e 200 gestantes controles (GC), sendo realizado acompanhamento ultra-sonográfico obstétrico mensal e ecocardiografia fetal e pós-natal com a avaliação do volume de líquido amniótico, da adequação do peso fetal, da presença de alterações estruturais fetais e dos resultados perinatais. RESULTADOS: foram observados oito casos de alterações estruturais fetais (7,3%) contra dois (1%) no GC (p=0,61). Observamos quatro casos de cardiopatia congênita e quatro de hidronefrose no GE, com diferença estatística para as cardiopatias (p=0,015). Foram diagnosticados, no GE, oito (7,3%) casos de oligoidrâmnio e 11 (10%) casos de polidrâmnio contra dois casos (1%) de oligoidrâminio e nenhum de polidrâmnio (p de 0,004 e p<0,001, respectivamente). Onze recém-nascidos (10%) foram pequenos para a idade gestacional no GE contra três (2,7%) no GC (p=0,002). A incidência de prematuridade foi de 8,7 e 2,5% nos grupos de estudo e controle, respectivamente (p=0,041). A taxa de óbito fetal foi de 5,5% (seis casos) no GE, contra nenhum no GC (p=0,002). CONCLUSÕES: observamos maior prevalência de cardiopatia fetal e de alterações da quantidade de líquido amniótico no grupo estudado em relação ao GC. A taxa de óbito fetal no GE provavelmente está vinculada à presença de malformações fetais; já a incidência de neonatos pequenos para a idade gestacional e de prematuridade, está associada à terapia anti-retroviral e ao uso do tabaco e de drogas ilícitas.
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OBJETIVO: identificar os fatores relacionados ao sucesso no tratamento do diabetes mellitus gestacional (DMG) com a glibenclamida e avaliar os resultados perinatais. MÉTODOS: estudo longitudinal, prospectivo, no qual foram incluídas, no período de agosto de 2005 até julho de 2006, 50 gestantes portadoras de DMG, que necessitaram de terapêutica complementar à dietoterapia e à atividade física, com feto apresentando circunferência abdominal (CA) normal à ultra-sonografia (abaixo do percentil 75). Foi mantida a glibenclamida até o parto, enquanto o controle glicêmico estivesse adequado e a CA fetal normal, sendo considerado um sucesso terapêutico. Na falta de controle glicêmico ou a CA fetal alterada, a terapêutica foi substituída por insulinoterapia, sendo considerada falha terapêutica. As gestantes foram divididas em dois grupos: um que obteve sucesso com a terapêutica (n=29) e outro, falha (n=21). Os resultados avaliados foram: sucesso terapêutico, características maternas e resultado perinatal. RESULTADOS: dos casos analisados, 58% obtiveram sucesso com a glibenclamida. Não foi encontrada diferença (p>0,05) nos dois grupos quanto à idade materna, valores das glicemias no teste de tolerância oral à glicose com 75 g, índice de massa corpórea (IMC) materno, número de consultas no pré-natal e número de gestações anteriores. Ajustando-se a um modelo de regressão logística, encontramos que as gestantes com sucesso terapêutico tiveram o diagnóstico mais tardio (p=0,02) e menor ganho de peso durante a gestação (p<0,01). O resultado perinatal não diferiu nos dois grupos. CONCLUSÕES: as gestantes com diagnóstico mais tardio e com menor ganho de peso tiveram mais chance de obter sucesso no tratamento do DMG com a glibenclamida. A falha na tentativa de utilização da glibenclamida não alterou o resultado perinatal.
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Um efetivo rastreio para anomalias cromossômicas pode ser realizado no primeiro trimestre da gestação. A associação entre a transluscência nucal (TN) e as concentrações séricas maternas da fração beta-livre da gonadotrofina coriônica humana e da proteína plasmática-A associada à gestação pode identificar 90% dos fetos com trissomia do cromossomo 21 e outras anomalias cromossômicas, com uma taxa de falso-positivo de 5%. Esses números são superiores aos obtidos pelo rastreio utilizando-se apenas a idade materna (30%) ou o rastreio bioquímico materno, no segundo trimestre da gestação (65%). Um rastreio mais eficaz, no primeiro trimestre, pode ser atingido por meio de uma avaliação ecográfica em dois tempos, dividindo-se as pacientes em grupos de alto, intermediário e baixo risco. No grupo de alto risco, o diagnóstico invasivo estaria indicado, ao contrário do grupo de baixo risco, no qual a presença de uma anomalia seria pouco provável. No grupo de risco intermediário (risco de 1 em 101 a 1 em 1.000), seria oferecida uma segunda avaliação ecográfica, para posicionar a paciente no grupo de alto ou baixo risco (presença/ausência do osso nasal ou presença/ausência da regurgitação tricúspide ou presença/ausência de alteração do fluxo sangüíneo no ducto venoso). A biópsia de vilo corial estaria indicada quando, após a realização da segunda abordagem, o risco ajustado da paciente se tornasse maior ou igual a 1 em 100. Essa segunda abordagem ecográfica deveria ser realizada por pessoal treinado, e os seus resultados deveriam ser constantemente avaliados, como um controle de qualidade. Esse processo foi estabelecido pela Fetal Medicine Foudation e aceito internacionalmente.
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OBJETIVO: estudar o valor da dopplervelocimetria do ducto venoso (DV) entre a 11º e a 14º semanas de gestação, associado à medida da translucência nucal (TN), na detecção de resultado fetal adverso. MÉTODOS: foram estudados 1.268 fetos consecutivamente. Em 56 casos, realizou-se estudo citogenético no material obtido, por meio de biópsia de vilosidade coriônica e, em 1.181 casos, o resultado teve como base o fenótipo do recém-nascido. Todos os fetos foram submetidos, além da ultra-sonografia de rotina, à medida da TN e à dopplervelocimetria do DV. Trata-se de um estudo transversal e prospectivo. Foram calculados e analisados, para fins de prevalência e índices de acurácia: sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo (VPP), valor preditivo negativo (VPN), probabilidade de falso-positivo (PFP), probabilidade de falso-negativo (PFN), razão de probabilidade positiva e razão de probabilidade negativa. RESULTADOS: do total de 1.268 fetos, foram selecionados para análise 1.183 casos. Deste total, 1.170 fetos eram normais (98,9%) e 13 fetos tiveram resultado fetal adverso ao nascimento (1,1%) - incluindo morte fetal (trissomia 21 e 22) em dois casos, síndrome genética (Nooman) em um caso, fetos polimalformados em dois casos, cardiopatia em três casos e outros defeitos estruturais em cinco casos. A prevalência do DV alterado (onda A zero/reversa) na população estudada foi de 14 casos (1,2%), com taxa de falso-positivo de 0,7%. CONCLUSÕES: há correlação significativa entre alteração da dopplervelocimetria do DV e a medida da TN, como marcadores ultra-sonográficos de primeiro trimestre, na detecção de resultado fetal adverso, especialmente para malformações graves. O Doppler do DV foi capaz de diminuir o resultado falso-positivo, comparativamente ao uso isolado da TN, melhorando consideravelmente o VPP do teste.
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OBJETIVO: determinar a acurácia do volume do braço fetal aferido pela ultra-sonografia tridimensional (USG3D) na predição de peso ao nascimento. MÉTODOS: realizou-se um estudo prospectivo, do tipo corte transversal, com 25 gestantes sem anormalidades estruturais ou cromossomopatias. Os parâmetros bidimensionais (diâmetro biparietal, circunferência abdominal e comprimento do fêmur) e o volume do braço fetal pela USG3D foram avaliados em até 48 horas antes do parto. Para o cálculo do volume do braço fetal, utilizou-se o método multiplanar, por meio de múltiplos planos seqüenciais com intervalos de 5,0 mm. Realizaram-se regressões polinomiais para se determinar a melhor equação de predição de peso fetal. A acurácia desta nova fórmula foi comparada com as fórmulas bidimensionais de Shepard e Hadlock. RESULTADOS: o volume do braço fetal foi altamente correlacionado com o peso ao nascimento (r=0,83; p<0,005). Por regressão linear, obteve-se a melhor equação [peso ao nascimento=681,59 + 43,23 x volume do braço fetal]. O erro médio (0 g), o erro médio absoluto (196,6 g) e o erro percentual médio absoluto (6,5%) do volume do braço fetal foram menores que a fórmula de Shepard, mas não mostraram diferença estatisticamente significativa (p>0,05). Em relação à fórmula de Hadlock, apenas o erro médio foi menor, mas não estatisticamente significante (p>0,05). CONCLUSÕES: o volume do braço fetal aferido pela USG3D mostrou acurácia similar às fórmulas bidimensionais na predição do peso ao nascimento. Há necessidade de estudos com maiores casuísticas para se comprovar esses achados.
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OBJETIVO: obter uma equação capaz de estimar o volume de concentrado de hemácias a ser infundido para correção da anemia em fetos de gestantes portadoras de isoimunização pelo fator Rh, baseado em parâmetros alcançados durante a cordocentese prévia à transfusão intra-uterina. MÉTODOS: em estudo transversal, foram analisadas 89 transfusões intra-uterinas para correção de anemia em 48 fetos acompanhados no Centro de Medicina Fetal do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. A idade gestacional mediana, no momento da cordocentese, foi de 29 semanas e a média de procedimentos por feto foi de 2,1. A hemoglobina fetal foi dosada antes e após a cordocentese, sendo verificado o volume de concentrado de hemácias transfundido. Para determinação de uma fórmula para estimar o volume sanguíneo necessário para correção da anemia fetal, tomou-se como base o volume necessário para elevar em 1 g% a hemoglobina fetal (diferença entre a concentração de hemoglobina final e a inicial, dividida pelo volume transfundido) e o volume de quanto seria necessário para se atingir 14 g%, em análise de regressão múltipla. RESULTADOS: a concentração da hemoglobina pré-transfusional variou entre 2,3 e 15,7 g%. A prevalência de anemia fetal (Hb<10 g%) foi de 52%. A equação de regressão obtida para determinação do volume de sangue necessário para alcançar a concentração de Hb de 14 g% foi: volume para transfusão (mL)=18,2 - 13,4 x hemoglobina pré-transfusão intra-uterina + 6,0 x idade gestacional em semanas. Está fórmula foi estatisticamente significativa (p<0,0001). CONCLUSÕES: o estudo mostrou que é possível estimar o volume transfusional necessário para correção da anemia fetal, baseando-se em parâmetros de fácil obtenção: idade gestacional e valor da hemoglobina pré-transfusional.
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A aplicação e o desenvolvimento da doplervelocimetria obstétrica apresentam base para conhecimento da insuficiência placentária e comprovam o comportamento dinâmico da circulação fetal em regime de hipóxia. Na prática clínica, tornou-se quase rotineira a necessidade de se avaliar a hemodinâmica em três territórios vasculares envolvidos na gestação: artérias uterinas, umbilical e cerebral média. Em linhas gerais, a artéria cerebral expressa o balanço entre a oferta de oxigênio nas uterinas e a captação pelas umbilicais. Atualmente, quando este balanço é desfavorável, procura-se ainda conhecer a reserva cardíaca fetal pelo estudo do ducto venoso. Contudo, precisar e interpretar índices de resistência vascular nem sempre é tarefa fácil. O ponto de partida é ter em mente os fundamentos sobre os quais se assenta o papel da doplervelocimetria para a avaliação do bem-estar fetal.
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OBJETIVO: estudar a colonização bacteriana do canal cervical em gestantes com trabalho de parto prematuro ou com ruptura prematura de membranas. MÉTODOS: foram avaliadas 212 gestantes com trabalho de parto prematuro ou ruptura prematura de membranas. Na admissão hospitalar foram coletadas duas amostras do conteúdo endocervical e realizadas bacterioscopia e cultura em meios ágar sangue e ágar chocolate. Foram analisadas associações da colonização endocervical com infecção do trato urinário materno, corioamnionite, utilização de antibióticos, sofrimento fetal, prematuridade e infecção e óbito neonatais. RESULTADOS: a prevalência de colonização endocervical foi 14,2% (IC95%=9,5-18,9%), com resultados similares entre os casos com trabalho de parto prematuro ou ruptura prematura de membranas. O microorganismo mais prevalente na população estudada foi o estreptococo do grupo B (9,4%), sendo também isolados Candida sp, Streptococcus sp, Streptococcus pneumoniae, Escherichia coli e Enterococcus sp. Das bacterioscopias analisadas, os achados mais freqüentes foram baixa prevalência de bacilos de Döderlein e elevado número de leucócitos. Em mulheres colonizadas, houve maior prevalência de infecção do trato urinário (23,8 versus 5,4%; p<0,01), infecção neonatal (25,0 versus 7,3%; p<0,01) e óbito neonatal (dois casos entre as colonizadas; p<0,02), quando comparadas às não colonizadas. CONCLUSÕES: observou-se alta prevalência de colonização endocervical, mesmo sem a utilização de meios de cultura seletivos. O estreptococo do grupo B foi o principal microorganismo isolado, reforçando a necessidade de triagem deste agente na gestação. Um terço das culturas positivas ocorreram por outros agentes. Estudos complementares são necessários para esclarecer a importância destes achados bacteriológicos no canal endocervical e sua associação com complicações gestacionais, sepse e mortalidade neonatais.
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OBJETIVO: avaliar a experiência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", no acompanhamento de gestantes com hipertireoidismo. MÉTODOS: foram estudadas, retrospectivamente, 60 pacientes, divididas em grupos com hipertireoidismo compensado (GHC=24) e com hipertireoidismo descompensado (GHD=36) e comparadas quanto a características clínico-laboratoriais e intercorrências. Para análise dos resultados, foram utilizados o teste t de Student, as tabelas de contingência, regressão linear múltipla e regressão logística múltipla, com nível de significância de 5,0%. RESULTADOS: propiltiouracil (PTU) foi usado por 94,0% do GHD e 42,0% do GHC (p<0,0001); complicações maternas próximas ao parto ocorreram em 20,6% do GHD e 11,8% do GHC, sendo que o GHD apresentou três óbitos fetais. Influenciaram nestes: idade materna, nível de T4L (nT4L) e dose de PTU (dPTU) mais elevados, no terceiro trimestre (p=0,007); restrição de crescimento intra-uterino, influenciada por nT4L e dPTU do terceiro trimestre, ocorreu em nove casos do GHD e três do GHC, e oligoâmnio ocorreu em 12 pacientes (83,3% do GHD, 16,7% do GHC), influenciado por idade e nT4L do terceiro trimestre (p=0,04); a idade gestacional no parto foi de 34,4±4,6 semanas no GHD e 37,0±2,5 no GHC, influenciada pelo nT4L do terceiro trimestre (p<0,05). CONCLUSÕES: o GHD apresentou resultados menos satisfatórios que o GHC, influenciados por nT4L e dPTU elevados no terceiro trimestre e por idade mais avançada de algumas gestantes.