1000 resultados para Hemostasia cirúrgica
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OBJETIVO: Estudar os efeitos da associação do adesivo cirúrgico de fibrina à técnica operatória da invaginação submucosa, em anastomoses esofagianas. MÉTODO: Trinta e dois cães submetidos à anastomose esôfago-esofágica foram alocados em dois grupos: I com sutura em doze pontos e II com sutura em quatro pontos e vedação com adesivo de fibrina. Os animais foram avaliados no sétimo e décimo-quarto dias de pós-operatório. Foram analisados: a evolução ponderal, o índice de estenose, a incidência de deiscências e fístulas, a presença de secreções na tela subcutânea, a presença de líquido intersticial, matriz protêica, celularidade, fibroblastos, fibras de colágeno e concentração de hidroxiprolina. RESULTADOS: O índice de estenose foi menor para os animais do grupo I no sétimo dia de observação. Nos animais do grupo II a incidência de deiscências, secreção serosa e purulenta foram signitivamente maiores aos sete e quatorze dias, enquanto a presença de fístulas foi maior no sétimo dia. Quanto à concentração tecidual de hidroxiprolina não houve diferença estatística entre os grupos. Os fibroblastos e fibras de colágeno tiveram presença mais acentuada no grupo II no décimo-quarto dia. Ocorreram quatro óbitos em animais do grupo II. CONCLUSÕES: A anastomose por invaginação submucosa-mucosa com vedação com adesivo de fibrina apresentou piores resultados que a anastomose convencional de doze pontos circunferenciais.
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OBJETIVO: Avaliar os resultados da esplenectomia vídeo-laparoscópica para pacientes portadores de Púrpura Trombocitopênica Imune. MÉTODO: Estudo prospectivo de 17 pacientes portadores de Púrpura Trombocitopênica Imune submetidos a esplenectomia vídeo-laparoscópica com uso de três trocartes e ligadura com fio do hilo esplênico, no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - UFRJ, Rio de Janeiro, no período de janeiro de 2001 a julho de 2003. Foram avaliadas as taxas de conversão, transfusão e de remissão da doença, os tempos operatório, anestésico e de internação, além das incidências de complicações e de baços acessórios. RESULTADOS: Nos 17 pacientes submetidos à técnica, não houve conversão para cirurgia aberta. Complicações ocorreram em três pacientes (17,6%): um hematoma subcutâneo, um tecido esplênico residual, um pseudocisto pancreático. Reoperação foi necessária em um paciente, 24 meses após a esplenectomia, para retirada de tecido esplênico residual, sem plaquetopenia. Foi necessária a colocação adicional de um trocarte de 5mm em quatro pacientes. Não houve óbitos. O tempo operatório médio foi de 132,9min e o tempo médio de internação de 2,53 dias. Foi necessária transfusão de plaquetas em dois pacientes (11,8%). Baço acessório foi encontrado em quatro pacientes (23,5%). Responderam favoravelmente à esplenectomia 13 pacientes (76,5%), ocorrendo nenhuma resposta ou não duradoura em quatro pacientes (23,5%). CONCLUSÕES: Cuidados no per- operatório são importantes para evitar a disseminação de tecido esplênico, a não identificação de baços acessórios e a técnica mais anatômica para evitar lesões pancreáticas, hemorragia e conversão. Os pacientes com PTI respondem em proporções semelhantes à cirurgia aberta comparados com dados da literatura, com menor índice de complicações e menor tempo de internação. Os resultados obtidos sugerem que a esplenectomia laparoscópica é segura e efetiva, tornando-se o tratamento de escolha para PTI com indicação cirúrgica.
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OBJETIVO: Avaliar se a oclusão do colédoco distal se mantém no decorrer do tempo, nos pacientes submetidos a coledocoduodenostomia látero lateral com oclusão do colédoco distal. MÉTODO: Foram analisados 14 doentes submetidos à coledocoduodenostomia látero-lateral modificada por Fava, para prevenir a "Síndrome do Colédoco Distal", tratados de coledocolitíase não complicada. Os doentes avaliados encontravam-se em pós-operatório que variou de três meses até dez anos após a derivação bílio-digestiva. Os doentes foram analisados do ponto de vista clínico através da classificação de Visick, submetidos à dosagem de transanimases (AST e ALT), enzimas canaliculares (gama-GT e fosfatase alcalina), bilirrubinas e ao exame de colangioressonância. Os doentes que apresentaram alguma alteração nos exames citados, foram submetidos à CPRE para avaliação definitiva da via biliar, identificação e tratamento de eventuais complicações da coledocoduodenostomia RESULTADOS: Em 11 doentes (78,6%) foi identificada abertura da oclusão do colédoco distal. Quatro doentes com menos de um ano de pós-operatório; quatro, entre um e cinco anos; e três doentes com mais de cinco anos de coledocoduodenostomia. Três doentes (21,4%) apresentaram "Sump Syndrome" no período de três meses, nove meses e oito anos de pós-operatório respectivamente, sendo tratados com sucesso através de papilotomia endoscópica. CONCLUSÕES: Nos doentes tratados de coledocolitíase não complicada a oclusão do colédoco distal na coledocoduodenostomia modificada por Fava et al, não se mantém patente no decorrer do tempo, não evitando o aparecimento da "Síndrome do Colédoco Distal".
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OBJETIVO: A morbimortalidade do tratamento conservador do baço após trauma desse órgão depende da extensão da lesão e da experiência da equipe cirúrgica com trauma esplênico. O objetivo deste trabalho é avaliar experimentalmente a recuperação esplênica após lesão cortante tratada conservadoramente. MÉTODO: Foram utilizados 20 cães machos, mestiços, com peso variando entre 7kg e 12kg. Sob anestesia com pentabarbitúrico sódico endovenoso, provocou-se uma lesão cortante longitudinal no baço, em uma extensão de 5 cm e profundidade de 3 cm. Em seguida, os animais foram distribuídos aleatoriamente, de acordo com a conduta com a ferida esplênica, em três grupos: Grupo 1 (n=10) - sem reparo cirúrgico; Grupo 2 (n=5) - sutura esplênica contínua com fio de categute cromado 5-0; Grupo 3 (n=5) - introdução de um segmento de omento maior na ferida esplênica e sutura contínua do baço com o omento, utilizando fio categute cromado 5-0. Os cães foram acompanhados durante cinco (Grupo 1A) ou 28 (Grupo 1B, 2 e 3) dias. RESULTADOS: Todos os animais sobreviveram ao pós-operatório e não foram percebidas adversidades decorrentes da operação durante esse período. Não foi encontrada diferença no aspecto macroscópico dos baços retirados de todos os grupos. À microscopia, percebeu-se fragmento de omento dentro da cicatriz esplênica nos animais do Grupo 3. CONCLUSÕES: A lesão cortante de baço canino pode ser tratada pelos métodos conservadores. Caso se opte pelo tratamento cirúrgico, a sutura com e sem auxílio do omento são eficazes.
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OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi avaliar os casos de lesões iatrogênicas de vias biliares tratados na clínica cirúrgica do Hospital Getúlio Vargas - HGV nos últimos oito anos. MÉTODO: Foi realizada análise retrospectiva dos prontuários dos pacientes internados no HGV, com hipótese diagnóstica de lesão iatrogênica de vias biliares. Foram incluídos pacientes com lesões provenientes do próprio serviço e de outras instituições. Os prontuários foram revisados e obtidas as seguintes variáveis: procedência do paciente, idade, sexo, data da cirurgia inicial, sintomas, tempo de evolução, valores da bilirrubina, fosfatase alcalina, AST e ALT, TAP, creatinina, além da cirurgia realizada para correção da lesão, complicações, permanência hospitalar e condições do paciente na alta hospitalar. RESULTADOS: Foram confirmados 10 casos de lesão iatrogênica de vias biliares. Todos os paciente eram do sexo feminino, com idades variando entre 18 e 49 anos. Os sinais ou sintomas mais freqüentes foram icterícia, colúria e dor abdominal. Em relação à terapêutica cirúrgica, a hepático-jejunostomia em "Y" de Roux foi o procedimento mais empregado. CONCLUSÕES: As lesões iatrogênicas das vias biliares ainda representam um desafio para os cirurgiões e sua ocorrência está mais relacionada a procedimentos realizados em hospitais não especializados, por cirurgiões sem treinamento adequado. A principal medida a ser adotada é a prevenção da lesão. Após sua ocorrência, esta deve ser corrigida em hospitais com equipe médica treinada.
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OBJETIVOS: A gastroduodenopancreatectomia (GDP) é atualmente a única forma de tratamento segura e eficaz para pacientes selecionados com doenças benignas e malignas do pâncreas e da região periampular. Entre as complicações pós-operatórias, a fístula pancreática continua sendo a mais importante, com uma incidência que varia de 5 a 25% nas grandes séries. Os objetivos deste trabalho são os de avaliar a morbimortalidade relacionada a duas técnicas de anastomoses pancreatojejunais (ducto-mucosa X telescopagem), e comparar seus resultados. MÉTODO: Foram analisados retrospectivamente 64 pacientes submetidos à GDP, no Serviço de Cirurgia Abdômino-Pélvica, do INCA, no período de 1987 a 2002. Destes doentes, 42 foram submetidos à anastomose tipo ducto-mucosa e 22 à telescopagem. A análise estatística foi realizada através do teste de Fischer. RESULTADOS: A taxa de fístula pancreática no grupo ducto-mucosa foi de 12% e no telescopagem foi 36%. Esta diferença percentual se mostrou estatisticamente significativa (p = 0,02). A mortalidade operatória relacionada à fístula pancreática foi de 2,4% para o grupo ducto-mucosa e 4,5% para o telescopagem, com nível de significância estatística > 5%. CONCLUSÕES: A técnica de anastomose pancreatojejunal tipo ducto-mucosa é associada a menores índices de fístula pancreática em relação a técnica de telescopagem, enquanto que a mortalidade operatória relacionada a fístula não mostrou diferença estatística entre os dois grupos estudados.
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OBJETIVO: Avaliar as complicações da anastomose esofagogástrica cervical com sutura mecânica. MÉTODO: Foram estudados 30 pacientes com megaesôfago de grupo III/IV submetidos à esofagectomia transmediastinal, com idade variável de 31 a 68 anos. A reconstrução do trânsito foi realizada pela transposição gástrica e com anastomose na região cervical, realizada com o aparelho DHC 25/29 mm. RESULTADOS: Quatro pacientes (13,3%) apresentaram complicações clínicas, produzidas por pneumonia, mas com boa evolução com tratamento clínico. Outros quatro pacientes (13,3%) apresentaram deiscência da anastomose esôfagogástrica cervical, que foi tratada conservadoramente com boa evolução. Três desses pacientes e um outro sem fístula evoluíram com estenose da anastomose cervical tratados com sucesso com dilatações endoscópicas. CONCLUSÕES: Os resultados deste estudo demonstraram que a sutura mecânica é adequada por apresentar índices de complicações razoáveis. Entretanto, torna-se necessária a realização de estudo comparativo com a técnica manual.
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OBJETIVO: A gastrostomia, realizada para possibilitar acesso nutricional ou descompressão, é comumente realizada por via endoscópica, por radiologia intervencionista, e, mais raramente, por via cirúrgica através de videolaparoscopia ou incisão mediana supra-umbilical. Os métodos endoscópico e radiológico, apesar de estabelecidos em muitos centros, não constituem rotina em hospitais comunitários pela necessidade de pessoal qualificado e material descartável, sendo usualmente realizada a gastrostomia cirúrgica com incisão mediana e anestesia geral. A Gastrostomia de Incisão Única descrita neste trabalho é um novo método cirúrgico menos invasivo, que foi desenvolvido para ser realizado sob anestesia local, com uma única incisão e sem necessidade de equipamento especial. MÉTODO: Quinze pacientes elegíveis para gastrostomia por diferentes indicações foram operados sob anestesia local. Após incisão subcostal de 1cm sobre o músculo reto abdominal esquerdo, uma área de parede gástrica era localizada, com ajuda de azul de metileno injetado no estômago, e exteriorizada através da incisão. Duas suturas em bolsa eram realizadas e a sonda gástrica introduzida. O estômago era fixado à aponeurose, resultando em uma gastrostomia de incisão única, segura e bem fixada. Alimentação pôde ser iniciada através da gastrostomia em 24 a 48hs. RESULTADOS: Todos os pacientes foram submetidos à técnica com sucesso. Complicações menores ocorreram em três pacientes: um apresentou alargamento do estoma, necessitando de sutura local adicional, e em outro, ocorreu deiscência parcial de mucosa que foi tratada conservadoramente. Em um terceiro paciente, houve lesão iatrogênica de cólon transverso, que foi suturada sem intercorrências. O tempo operatório médio foi de 49,4 min, e a introdução de alimentação foi de 34,3 hs em média. Não houve falha na instituição de dieta com esta técnica, nem complicações maiores como fístula ou peritonite. CONCLUSÕES: Os resultados desta casuística inicial sugerem que a abordagem é efetiva em propiciar um acesso rápido e seguro para gastrostomia, com ferida única, dispensando o uso de suporte endoscópico e anestesia geral. Pode ser utilizado como opção ao método endoscópico em pacientes com obstrução neoplásica faríngea ou esofageana. Uma casuística mais expressiva, acompanhamento mais longo dos casos, e estudos prospectivos randomizados são necessários para estabelecer o papel desta nova técnica na rotina cirúrgica.
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OBJETIVO: Relacionar as alterações morfológicas renais sob microscopia de luz, de ratos submetidos à oclusão de aorta, em modelo que simule a condição clínica de reparação cirúrgica de um aneurisma de aorta abdominal. MÉTODO: Ratos Wistar (N = 60), machos pesando entre 200 e 250g, foram distribuídos em três grupos: I (simulado); II (isquemia); III (isquemia + reperfusão); e cada grupo redistribuído em dois subgrupos: A (30 min); B (60 min). Foi realizada isquemia utilizando clamp vascular (8mm) na aorta abdominal infra-renal de acordo com o grupo estudado. Ao final de cada experimento os animais foram mortos e realizada análise histológica renal cortical e medular (descritiva e morfométrica) através de metodologia convencional (parafina-hematoxilinaeosina). A análise semiquantitativa de lesão tubular e intersticial foi realizada de acordo com o índice de lesão tubular e índice de lesão intersticial. Para a análise estatística foram aplicados os seguintes testes: Mann-Whitney, Kruskal-Wallis, Comparações múltiplas (p < 0,001). RESULTADOS: Observou-se no grupo III alterações histológicas tubulares e intersticiais significantes com relação aos outros grupos (p < 0,001). CONCLUSÕES: A oclusão da aorta abdominal infra-renal em ratos está associada a lesões estruturais renais tanto tubulares quanto intersticiais principalmente na fase de reperfusão.
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OBJETIVOS: A videocirurgia com tecnologia robótica é um avanço médico e tecnológico recente, que tem no conceito de cirurgia-solo (sem auxiliares) uma das aplicações práticas que podem permitir maior controle e precisão. Este estudo prospectivo foi desenhado para avaliar a curva de aprendizado da cirurgia-solo com o AESOP 3000 para colecistectomia laparoscópica, avaliando resultados e aplicações desta nova técnica. MÉTODO: Quinze pacientes foram submetidos à cirurgia vídeo-laparoscópica com auxílio de tecnologia robótica, utilizando a câmera com comando de voz AESOP 3000 e um braço mecânico fixo, permitindo a realização dos procedimentos sob o conceito de cirurgia-solo. A câmera posicionada no trocarte umbilical, foi ajustada para receber comando de voz através do transmissor HERMES, permitindo também a gravação de posições-chave. Um braço mecânico foi ligado à mesa cirúrgica para retração fixa de órgãos quando necessário. RESULTADOS: As cirurgias transcorreram sem anormalidades, sem necessidade de conversão, sendo necessária a retirada do AESOP para realização de câmera manual em um caso. O tempo operatório foi aumentado para permitir o tempo de ajuste do aparelho que foi, em média, de 21,9 min. Não foram documentadas complicações locais ou sistêmicas pós-operatórias. Quanto ao tempo de internação, a maioria dos pacientes recebeu alta em 24-48hs (86,7%). O grau de satisfação subjetiva da equipe com o auxiliar robótico foi de 3,94, em um máximo de 5,0. CONCLUSÕES: As potenciais vantagens do AESOP 3000 e dos sistemas de telecirurgia podem ser vislumbradas nesta avaliação inicial. A curva de aprendizado é simples e permitiu a realização das cirurgias por residentes em treinamento. Apesar de maior tempo operatório que o procedimento laparoscópico padrão, a assistência robótica mostrou maior precisão e estabilidade de câmera, sendo um passo inicial para a realização de videocirurgia robótica à distância.
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OBJETIVO: Estudar os efeitos de múltiplas esterilizações em formaldeido em baixa temperatura, na estrutura molecular (físico-químico) e no desenvolvimento de microorganismos na tela de polipropileno, utilizada na correção cirúrgica das diferentes hérnias da parede abdominal. MÉTODO: Utilizou-se tela de polipropileno plana padrão (Ethicon), de 15cm x 15cm, a qual foi recortada em fragmentos iguais de 2cm x 1cm, após múltiplas esterilizações. Foram denominadas amostras A (controle), A1 (uma esterilização) e A3 (três esterilizações); e B (controle), B1 (uma esterilização), B2 (duas esterilizações), B3 (três esterilizações), B4 (quatro esterilizações) e B5 (cinco esterilizações). As amostras A foram submetidas à análise por Espectroscopia no Infravermelho (FTIR) e Microscopia Eletrônica por Varredura (MEV) e as amostras B foram semeadas em meios de "Brain Heart Infusion" (BHI), Ágar Sabouraud Dextrosado e Ágar Chocolate (hemácias de carneiro a 5%). RESULTADOS: A análise comparativa das amostras A, A1 e A3 revela suficientes evidências experimentais de que sejam idênticas, do ponto de vista da composição, mantendo, inclusive, os mesmos padrões de porosidade. Nas amostras B1, B2, B3, B4 e B5 não houve desenvolvimento de microorganismos nos fragmentos submetidos até cinco esterilizações. CONCLUSÕES: A tela de polipropileno não sofre alterações na sua estrutura molecular, podendo ser submetida até cinco esterilizações, sem que ocorra o desenvolvimento de microorganismos nas amostras.
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OBJETIVO: Avaliar a incidência, o perfil clínico e as estratégias operatórias dos ferimentos de Veia Cava Inferior (VCI). MÉTODOS: Foram analisados retrospectivamente os prontuários de 76 doentes com ferimento de VCI atendidos nos dois prontossocorros de Manaus, no período de janeiro de 1997 a julho de 2002. Mecanismo de lesão, mortalidade, estado hemodinâmico, índice de trauma abdominal penetrante (PATI), achados intra-operatórios e conduta cirúrgica foram estudados. RESULTADOS: Quarenta e nove (65%) doentes sofreram lesão por arma branca, 26 (34%) por arma de fogo e um por traumatismo abdominal fechado. Quarenta e um (54%) doentes sobreviveram. Quase todos chegaram acordados, entretanto 40% estavam hipotensos (pressão arterial sistólica < 70mmHg). O índice de trauma abdominal penetrante (PATI) médio foi maior que 40. À laparotomia, todos demonstraram sangramento retroperitoneal ativo ou hematoma retroperitoneal em expansão. Vinte e um pacientes possuíam lesão de VCI retro-hepática, enquanto nos outros 55 a lesão era infra-hepática. O reparo operatório predominante foi a venorrafia lateral em 65 doentes. Houve necessidade de tóraco-freno-laparotomia em quatro doentes do total de oito doentes que foram à toracotomia direita por lesão retro-hepática. Foram realizados shunts átrio-cavais em seis doentes, dos quais três sobreviveram. CONCLUSÕES: O ferimento de VCI é uma lesão de alta letalidade e possui uma relação intrínseca com a violência urbana. A sobrevivência depende de uma imediata e vigorosa reposição de volume, um manejo operatório adequado e todo esforço em evitar-se hipotermia.
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OBJETIVO: O estudo pretende relatar a experiência inicial de um serviço de cirurgia plástica ao implantar um grupo de microcirurgia, analisando as complicações e resultados da casuística. MÉTODO: No período de fevereiro de 2003 a junho de 2004, foram realizados 20 procedimentos de microcirurgia reconstrutiva variando em reconstruções de cabeça e pescoço, mama e membros inferiores. As complicações foram divididas em imediatas (intra-operatórias), recentes (até 21dias) e tardias (após 21dias). Foram analisadas complicações relacionadas às reconstruções, divididas em menores (perda parcial do retalho e/ou satisfação parcial do plano pré-operatório) e maiores (perda total do retalho e/ou não satisfação do plano pré-operatório). Em relação às áreas doadoras, foram divididas em menores (com necessidade de re-intervenção cirúrgica) e maiores (deformidade não satisfatória ao cirurgião ou não aceitável ao paciente). Os resultados foram classificados como bons, satisfatórios ou ruins. RESULTADOS: Quinze retalhos sobreviveram (73,68% de sucesso) e em cinco houve perda total. Foram encontradas, em relação à reconstrução, 21,05% de complicações imediatas, 45% de recentes e nenhuma tardia. Em relação à área doadora, foram observadas apenas complicações recentes (35%). Os resultados (reconstrução) foram classificados em bons (55%), satisfatórios (20%) e ruins (25%). Os resultados (áreas doadoras) foram bons (65%), satisfatórios (35%) e ruins (0%). CONCLUSÃO: A incidência aumentada de necrose total do retalho talvez se deva à seleção de pacientes. Observou-se uma grande dificuldade na implantação de um serviço de microcirurgia. Os resultados, bons e satisfatórios em 75% das reconstruções e em 100% das áreas doadoras favoreceram a sedimentação e credibilidade do procedimento.
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OBJETIVOS: Avaliar o estado atual do diagnóstico e tratamento da apendicite aguda em crianças operadas em dois grandes hospitais quaternários da cidade de São Paulo, no período de 30 meses. MÉTODO: Nossa casuística constou de 300 crianças operadas por apendicite aguda no período de 1998 a 2000 (65% do sexo masculino e 35% feminino). Foram analisadas as variáveis idade, sexo, manifestações clínicas, tempo gasto para o diagnóstico, achados de exame físico, laboratoriais e cirúrgicos, antimicrobianos administrados, complicações pós-operatórias e tempo de internação. Utilizou-se o teste t de Student para avaliar duas variantes e Análise de Variâncias quando mais de duas. RESULTADOS: Diagnosticou-se inicialmente apendicite aguda em apenas 63% dos casos, tendo os 35% restantes, diagnóstico de abdome agudo cirúrgico. O tempo decorrido na realização do diagnóstico foi superior a 24 horas em 57,4% dos casos, denotando retardo importante na sua elaboração. Dor abdominal (85,3%) e irritação peritoneal (82%) em fossa ilíaca direita foram os sinais e sintomas mais freqüentes. Identificou-se leucocitose em 83% dos pacientes e leucocitúria em 39,7 %. Em 92,4% das radiografias simples de abdome encontramos imagens sugestivas de apendicite aguda. A ultra-sonografia abdominal foi diagnóstica em 80,1% dos casos. Utilizaram-se esquemas antimicrobianos especialmente para agentes gram-negativos e anaeróbicos. A principal complicação foi infecção da ferida cirúrgica, não tendo sido observada mortalidade no grupo. A média de internação foi de 5.2 e 6,0 dias para meninos e meninas respectivamente. CONCLUSÃO: Mesmo com melhor conhecimento sobre apendicite aguda, refinamento técnico, laboratorial, radiológico e uso de antibioticoterapia adequada, o tempo de para diagnóstico e a morbidade ainda se mantém alta na idade pediátrica.
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OBJETIVO: As coleções líquidas, como hematoma e seroma, destacam-se como as complicações pós-operatórias mais freqüentes na prática cirúrgica da dermolipectomia abdominal. O seroma tem incidência variável e apresenta-se relativamente tardio. O hematoma pode apresentar-se clinicamente mais precoce que o seroma, porém, freqüentemente, também é um achado tardio devido ao espaço que pode ocupar antes que possa ser clinicamente detectável. O objetivo deste estudo é traçar o perfil dos pacientes submetidos a este procedimento e avaliar se a utilização ou não de drenos na ferida pós-operatória tem influência na formação de coleções líquidas pós-operatórias. MÉTODO: Este ensaio clínico, prospectivo e randomizado, estudou dois grupos de pacientes submetidos à dermolipectomia abdominal (com e sem drenagem pós-operatória) no Serviço de Cirurgia Plástica do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre. Os resultados foram avaliados clinicamente e submetidos a análise estatística. RESULTADOS: Durante o período de janeiro de 2003 a abril de 2004, 63 pacientes foram submetidas à dermolipectomia. Em 30 (Grupo 1) foi utilizado dreno tubular fechado com pressão negativa, na ferida operatória. Em 33 (Grupo 2) não foi realizada qualquer drenagem de ferida operatória. Ocorreu um caso de seroma no Grupo 1 e dois de seroma e um hematoma no Grupo 2, sem significância estatística. Das 63 pacientes estudadas, 58% tiveram a primeira gestação entre 16 e 20 anos e 19% apresentaram múltiplas gestações. CONCLUSÃO: O perfil das pacientes submetidas à dermolipectomia abdominal é de primigestas precoces, multíparas, com emagrecimento recente. A formação de coleções líquidas não foi afetada significativamente pelo uso ou não de drenos.