653 resultados para Doente geriátrico
Resumo:
Introdução - Psicoeducacional significa educação da alma, do espirito ou da mente. Este conceito extravasa o simples significado etimológico das palavras, para se constituir numa forma de intervenção estruturada, regrada e sistemática, com aplicabilidade em vários campos, nomeadamente no campo da saúde. Com a Lei de Saúde Mental em 98, o modelo assistencial de referência mudou; é na comunidade e com a família que se prioriza a prestação de cuidados de saúde mental, o que abre caminho para os cuidados psicoeducacionais, os quais também são da competência dos enfermeiros. Objetivo - Compreender a importância da psicoeducação como técnica de intervenção na saúde mental. Metodologia - Pesquisa de natureza teórica Principais resultados - A psicoeducação coloca o sujeito no centro de toda a intervenção, considerando-o como um ser em constante desenvolvimento e atualização. O sujeito descobre as suas potencialidades através de um programa de intervenção estruturado, que favorece a sua participação nas tomadas de decisão e estimula a sua autonomia. A intervenção psicoeducacional facilita o entendimento e compreensão da patologia, potencializa aspetos positivos do doente, promove a reabilitação psicossocial, diminui a sobrecarga na relação familiar, melhora a adesão ao tratamento farmacológico, amplia o conhecimento sobre os efeitos colaterais da medicação, contribui para a redução das recaídas e reinternamentos e promove hábitos e estilos de vida saudáveis. Como intervenção, a psicoeducação deve resultar de um processo de avaliação diagnóstica, que permita identificar e planear os cuidados psicoeducacionais a realizar. A partir do reconhecimento da experiência do outro (doente e/ou família), bem como da identificação das suas necessidades e potencialidades, com recurso a um processo de avaliação diagnóstica compreensiva, importa o modo como a pessoa experimenta as coisas, as suas vivências, a sua verdade sobre o mundo que se traduz numa realidade subjetiva, em detrimento da realidade objetiva, ou seja, em detrimento daquilo que a pessoa vive ou percebe. As evidências apontam para o facto de que um maior conhecimento e consciência sobre uma doença e as implicações na vida do sujeito e na dos que o rodeiam, aumenta a sensação de controlo levando ao desenvolvimento de estratégias de enfrentamento mais eficazes; a psicoeducação assume um papel educativo e simultaneamente exploratório (do próprio individuo), desenhando um caminho que vai do conhecimento ao autoconhecimento. Conclusões - A psicoeducação é um instrumento fortíssimo, envolvendo um conjunto de abordagens que visam dotar os doentes e familiares de conhecimentos sobre a doença mental, novas formas de lidar com ela e com os problemas do quotidiano. Favorece a relação intrafamiliar assente numa plataforma de compreensão e comunicação eficaz, permitindo o envolvimento e tomada de decisões no processo terapêutico
Resumo:
Introdução: O diagnóstico de cancro e o tratamento por quimioterapia surge frequentemente de um modo repentino implicando uma necessidade abrupta de tomada de decisões e o envolvimento ativo do doente e familiar cuidador. Do mesmo modo, o desempenho do papel de cuidador é assumido normalmente na altura do diagnóstico e continua ao longo da doença e tratamento encontrando-se o familiar raramente preparado e não tendo tempo para se preparar. No entanto, é central na logística e coordenação da situação para o cuidador, enfrentar incertezas em relação à prestação de cuidado onde e quando o deve ter, quando procurar cuidado profissional e como fornecer o melhor “cuidado possível” ao doente. Objetivos: Definir o conceito tornar-se cuidador da pessoa com doença oncológica em tratamento por quimioterapia. Metodologia: Optámos por uma metodologia de investigação qualitativa, especificamente a abordagem designada por Grounded Theory. A amostra foi constituída por 16 entrevistas a familiares cuidadores e Enfermeiros da Unidade de dia de Oncologia de um Hospital da região Alentejo e 10 registos de observação realizados pelo investigador. Procedeu-se à análise qualitativa dos dados, seguindo o método de questionamento e comparação constante no sentido de encontrar por via indutiva a natureza e a estrutura do processo de construção de competências do familiar cuidador. Resultados: A preocupação inicial do familiar cuidador são as questões relacionadas com a vida do doente: qual o estadiamento da doença, principalmente a existência ou não de metástases e quais os sinais e sintomas que o doente apresenta que possam indicar se a situação é mais ou menos grave. O outro aspeto está relacionado com o tratamento, nomeadamente os ciclos de tratamento, os efeitos secundários que podem ocorrer e principalmente saber a finalidade: se o tratamento é curativo ou se o objetivo é evitar a progressão da doença. O balanço constante que é feito pelo familiar cuidador entre saber o que se vai passar e como, e os recursos e a aptidão pessoal que tem para dar resposta ao que é exigido, requer por um lado capacidade de compreensão, e por outro, de introspeção reequacionando sistematicamente as respostas de cuidados que considera serem necessárias. Com a preocupação determinada pelo estado de saúde do doente, as ações dos cuidadores centram-se na procura – organizada ou indireta – de informação, que permita gerir melhor a incerteza; saber em relação à situação, o que se vai passar e como se vai passar. Conclusões: Os processos de aprendizagem e desenvolvimento do papel de familiar cuidador são sempre experiências vividas e, como tal, há um produto final único em que o tempo é um pré-requisito muito importante num processo desta natureza. O conceito tornar-se cuidador é composto pelas categorias: avaliando a exigência da situação; mobilizando conhecimentos, saberes e habilidades; implementando intervenções e validando os cuidados que prestam.
Resumo:
Introdução: Sendo que o diagnóstico de doença oncológica e tratamento por quimioterapia conduzem o doente/familiar cuidador num longo caminho de adaptação e reajuste face às intercorrências que vão surgindo, verifica-se que as respostas a essas exigências se desenrolem em contextos onde se adotam várias estratégias. Objetivos: Descrever as estratégias adotadas pelo familiar cuidador da pessoa com doença oncológica em tratamento por quimioterapia no processo de aquisição de competências Metodologia: Optámos por uma metodologia de investigação qualitativa, especificamente a abordagem designada por Grounded Theory. A amostra foi constituída por 16 entrevistas a familiares cuidadores e Enfermeiros da Unidade de dia de Oncologia de um Hospital da região Alentejo e 10 registos de observação realizados pelo investigador. Procedeu-se à análise qualitativa dos dados, seguindo o método de questionamento e comparação constante no sentido de encontrar por via indutiva a natureza e a estrutura do processo de construção de competências do familiar cuidador. Resultados: Os familiares cuidadores de modo a responder às exigências que a situação impõe e de acordo com a particularidade de cada situação mobilizam um conjunto de estratégias: Estratégias centradas na doença, Estratégias centradas no tratamento e através da Utilização de recursos. Nas Estratégias centradas na doença encontramos como dimensões Atribuir um motivo ao desencadear da doença e Adotar estratégias de enfrentamento (coping). Nas Estratégias centradas no tratamento encontramos estratégias alimentares, estratégias para lidar com o desconforto. Nas estratégias relacionadas com a Utilização de recursos temos a Comunidade onde encontramos a família, os profissionais de saúde e os vizinhos; e os Recursos Pessoais em que foram identificadas a presença, viver um dia de cada vez, a religião. Conclusões: Neste estudo, as estratégias dos familiares cuidadores para lidarem com a situação, estão relacionadas com a seleção de ações/interações que desenvolvem para ultrapassar os diversos problemas com que se defrontam ao cuidar dos seus doentes. Cuidar do doente em tratamento por quimioterapia por doença oncológica exige habilidades e atitudes capazes de mobilizar estratégias e modos de agir, para dar resposta às necessidades compreendidas como multidimensionais.
Resumo:
Introdução: A experiência junto aos familiares de pessoas com doença oncológica em tratamento por quimioterapia reforça a ideia de que a família precisa ser valorizada e estimulada a participar nos cuidados. Porque o diagnóstico de doença oncológica e tratamento por quimioterapia conduzem a pessoa com doença oncológica/familiar cuidador num longo caminho de adaptação e reajuste face às intercorrências que vão surgindo, surge a necessidade de verificar a existência de fatores que possam interferir neste processo. Objetivos: Descrever os fatores intervenientes no processo de aquisição de competências do familiar cuidador da pessoa com doença oncológica em tratamento por quimioterapia. Metodologia: Optámos por uma metodologia de investigação qualitativa, especificamente a abordagem designada por Grounded Theory. A amostra foi constituída por 16 entrevistas a familiares cuidadores e Enfermeiros da Unidade de dia de Oncologia de um Hospital da região Alentejo e 10 registos de observação realizados pelo investigador. Procedeu-se à análise qualitativa dos dados, seguindo o método de questionamento e comparação constante no sentido de encontrar por via indutiva a natureza e a estrutura do processo de construção de competências do familiar cuidador. Resultados: Os achados permitiram apurar que a construção das competências do familiar cuidador face à doença oncológica e tratamento por quimioterapia do doente desenrola-se num contexto onde se entrecruzam, ao longo do tempo, fatores ambientais (exteriores ao familiar cuidador) e fatores pessoais (intrínsecos ao familiar cuidador) que interferem e direcionam o processo. Nos fatores ambientais que podem ser tanto facilitadores como dificultadores da situação estão os profissionais de saúde e as respostas do doente em tratamento. Nos fatores pessoais encontramos a sobreposição de papéis cuidador/doente, a experiencia anterior de cuidados, a informação, a área de residência, e a economia familiar. Conclusão: Na trajetória dos cuidados proporcionados pelo familiar cuidador à pessoa com doença oncológica em tratamento por quimioterapia, diferentes fatores atuam no sentido de facilitar ou dificultar o processo de aquisição de competências do familiar. Estes fatores estão relacionados quer com a pessoa doente, quer com o familiar cuidador, quer com outros atores.
Resumo:
A Ressonância Magnética (RM) é uma técnica capaz de obter informação relativa à anatomia, fisiologia e fisiopatologia de órgãos internos de um modo não invasivo, permitindo a deteção precoce e caracterização das doenças, contribuindo para a decisão terapêutica. As suas características podem causar ansiedade nos pacientes, levando a uma diminuição da qualidade das imagens radiológicas, resultados falaciosos/inconclusivos e desistência dos pacientes. Neste âmbito, foram realizados dois estudos. O primeiro para validar os instrumentos utilizados. O segundo, exploratório, procurou aprofundar conhecimento sobre a ansiedade associada à realização de RM, relacionando-a com variáveis como o número de vezes que o paciente realizou o exame, as diferentes categorias do exame e o conhecimento prévio do doente sobre este. No primeiro estudo, demonstrou-se a validade dos instrumentos aplicados. No segundo, corroboram-se algumas hipóteses e foi possível compreender o funcionamento das variáveis na presente amostra, demonstrando que são necessários estudos mais aprofundados sobre o tema; ABSTRACT: Magnetic Resonance Imaging (MRI) is a technique to obtain information about the anatomy, physiology and pathophysiology of internal organs of a noninvasively way, allowing the early detection and characterization of the diseases, contributing to the therapeutic decision. The characteristics of this exam may cause anxiety in patients, leading to a decrease in radiological images quality, fallacious/inconclusive results and patient withdrawal. In this context, two studies were conducted. The first to validate the instruments used. The second, exploratory, sought to deepen knowledge about the anxiety associated with MRI, relating it to variables such as the number of times the patient underwent the examination, the different categories of MRI, and previous knowledge about the MRI. In the first study, the validity of the applied instruments was demonstrated. In the second, some hypotheses were corroborated and allowed us to understand the functioning of the variables in the present sample, demonstrating the need for more in-depth studies on the subject.
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O paricá (Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby) é uma espécie de potencial madeireiro e alternativa para reflorestamento de recuperação de áreas degradadas. Sua ocorrência é restrita à Bacia Amazônica, no Brasil, Bolívia e Venezuela. No Brasil, ocorre em mata primária e secundária de terra-firme e várzea alta. Muitos fungos têm sido relatados causando doenças nesta cultura. Em amostras de madeira provenientes de plantios do município de Vigia-PA observou-se a presença de manchas escurecidas associadas à fungos. Assim, o trabalho teve como objetivo identificar os fungos associados ao escurecimento da madeira de paricá por meio de PCR, seguido do sequenciamento do DNA. Para isso, amostras de tecido doente de paricá foram plaqueados em ágar-água. Posteriormente, os fungos foram repicados para meio BDA e mantidos a temperatura ambiente. Foi realizada a extração de DNA para a realização do PCR utilizando os primers ITS4 e ITS5 e posteriormente o sequenciamento nucleotídico. Os produtos do PCR foram avaliados utilizando o programa Blastn, onde foi permitido apenas a identificação dos gêneros dos fungos Lasiodiplodia sp., Fusarium sp., Trichoderma sp. e Rhizoctonia sp. Outros dois fungos não foram identificados.
Resumo:
O presente artigo faz uma análise de duas epístolas de Ariano Suassuna enviadas ao seu amigo o poeta Manuel de Lira Flores. Estas duas composições poéticas giram em torno da morte. Suassuna associa a idéia de morte à aridez trágica do Sertão e evoca imagens símbolos. Congregando um misticismo panteísta ao sincretismo religioso cristão do brasileiro, ele vai desvelando sua própria visão e o significado que a morte assume para ele. A estreita associação que o poeta realiza com as palavras, sertão e doente, gavião e sol, fera negra, pó e vastidão nos conduzem a interpretação de um semantismo que não é apenas poético, mas vem igualmente carregado de significações que precisam ser descortinadas num nível quase ontológico onde a própria condição humana é questionada.
Resumo:
Memorial de Aires, último romance de Machado de Assis (1908), possui uma fortuna crítica bastante curiosa. Produzido em um momento considerado delicado na vida de Machado, quando este se encontrava viúvo e doente, Memorial foi recebido pela crítica como uma obra decadente e nostálgica, um tom dissonante na produção madura do escritor. Tal concepção crítica cristalizou-se em torno do romance e gerou um discurso previsível e longamente repetido. No entanto, os textos críticos que defendem tal postura frente ao Memorial convivem com outros que, ao discutirem o romance, mostram uma concepção bastante diferenciada do texto. Destoando dessa visão tradicional, concebem Memorial como expressão do mesmo escritor irônico e astuto de outras obras da fase madura do escritor. Essa fortuna crítica contraditória e inconstante, ao mesmo tempo em que confunde um leitor menos avisado, aponta para diferentes conceitos crítico-metológicos que predominaram ao longo do século XX. O objetivo desse artigo é discutir o caráter contraditório e inconstante dessa fortuna crítica à luz de reflexões sobre o próprio percurso que a crítica literária tomou ao longo do último século.