912 resultados para Obesidade Fatores de risco


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Os fenmenos convulsivos despertaram o interesse de estudiosos e pensadores j na Antigidade, quando aspectos mgicos e sobrenaturais eram a eles associados. No sculo XIX foram lanadas as bases dos conceitos atuais sobre a desestruturao funcional cerebral na epilepsia, e Berger, em 1929, marcou definitivamente a histria com a descoberta dos ritmos cerebrais. Crise epilptica e epilepsia no so sinnimos, j que o ltimo termo refere-se a crises recorrentes espontneas. Ela costuma iniciar na infncia, da a preocupao com o risco de repetio do primeiro episdio e com a deciso de instituir tratamento medicamentoso. Fatores prognsticos so apontados, mas no h consenso. No Brasil existem poucas pesquisas nesta linha, tanto de prevalncia da epilepsia como de fatores envolvidos na recorrncia de crises. Este estudo teve como objetivo geral avaliar aspectos clinicoeletrogrficos capazes de auxiliar no prognstico e no manejo da epilepsia da criana e do adolescente. Foram objetivos especficos determinar a incidncia de crise epilptica no provocada recorrente; identificar fatores remotos implicados na ocorrncia de crise epilptica; relacionar tipo de crise com achados eletrencefalogrficos; relacionar tipo de crise, durao da crise, estado viglia/sono no momento da crise e achados eletrencefalogrficos com possibilidade de recorrncia; e identificar os fatores de risco para epilepsia. Foram acompanhados 109 pacientes com idades entre 1 ms e 16 anos, com primeira crise no-provocada, em mdia por 24 meses, a intervalos trimestrais, no Hospital de Clnicas de Porto Alegre (HCPA). Foram realizados eletrencefalogramas (EEG) aps a primeira crise; depois, solicitados anualmente. No foram includos casos com epilepsia ou sndrome epilptica bem definida, ou que fizeram uso prvio de drogas antiepilpticas. A mdia de idade foi 6 anos, com predomnio da faixa etria de 6 a 12 anos. Setenta eram meninos e 39, meninas. Os indivduos brancos eram 92, e os no-brancos, 17. O nvel de escolaridade dos casos esteve de acordo com a distribuio da idade e, entre os responsveis, predominaram 8 anos de escolaridade. Foi possvel concluir que as crises nicas no-provocadas mais freqentes foram generalizadas, e sem predomnio significativo do tipo de EEG. A incidncia de crise no-provocada recorrente foi 51,4%. Histria de intercorrncias pr-natais maternas aumentou em 2 vezes o risco de repetio de crises. Via de nascimento, escore de Apgar no 5 minuto, relao peso ao nascer/idade gestacional, intercorrncias no perodo ps-natal imediato e desenvolvimento neuropsicomotor no tiveram influncia na recorrncia. Histria familiar de crises mostrou tendncia significncia estatstica para repetio dos episdios, com risco de 1,7. No foi encontrada associao entre tipo de crise e achado eletrencefalogrfico. A maioria das crises foi de curta durao (at 5 minutos), mas este dado no esteve relacionado com a recorrncia. Estado de viglia teve efeito protetor na recorrncia. Se a primeira crise foi parcial, o risco de repetio foi 1,62, com tendncia significncia. Quando o primeiro EEG foi alterado, houve relao significativa com primeira crise tanto generalizada como parcial. O primeiro EEG com alteraes paroxsticas focais apontou risco de repetio de 2,90. Quando as variveis envolvidas na repetio de crises foram ajustadas pelo modelo de regresso de Cox, EEG alterado mostrou risco de 2,48, com riscos acumulados de 50%, 60%, 62% e 68%; com EEG normal, os riscos foram 26%, 32%, 34% e 36% em 6, 12, 18 e 24 meses respectivamente.

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Objetivos: Testar a hiptese de que a mucosa do intestino delgado proximal de crianas com diarria persistente apresenta alteraes morfomtricas e estereolgicas proporcionais ao estado nutricional. Mtodos: estudo transversal, incluindo 65 pacientes peditricos internados no perodo de maio de 1989 a novembro de 1991, com idade entre 4 meses e 5 anos , com diarria de mais de 14 dias de durao, que necessitaram realizar bipsia de intestino delgado como parte do protocolo de investigao. A avaliao nutricional foi realizada pelos mtodos de Gomez, Waterlow e pelos escores z para peso/ idade (P/I), peso/estatura (P/E) e estatura/idade (E/I), divididos em: eutrficos = z 2 DP e desnutridos z < -2dp; eutrficos = z 2 DP, risco nutricional = z < -1DP e desnutridos = z < -2DP; e de maneira contnua em ordem decrescente, utilizando-se as tabelas do NCHS. A captura e anlise das imagens por programa de computador foi efetuada com o auxlio do patologista. Nos fragmentos de mucosa do intestino delgado, foram medidas a altura dos vilos, a profundidade das criptas, a espessura da mucosa, a espessura total da mucosa e a relao vilo/cripta, com aumento de 100 vezes. Com aumento de 500 vezes, foram medidas a altura do entercito, a altura do ncleo e do bordo em escova. O programa computadorizado utilizado foi o Scion Image. A anlise estereolgica, foi feita com o uso de arcos ciclides. Resultados: Para os escores z P/I, P/E e E/I, divididos em duas categorias de estado nutricional, no houve diferena estatisticamente significante quanto s medidas da altura dos vilos, profundidade das criptas, espessura da mucosa, espessura total da mucosa e relao vilo/cripta. A altura do entercito foi a caracterstica que apresentou maior diferena entre os grupos eutrfico e desnutrido, para os ndices P/I e P/E, em 500 aumentos, sem atingir significncia estatstica. Quando os escores z foram divididos em 3 categorias de estado nutricional, a anlise morfomtrica digitalizada mostrou diferena estatisticamente significante para a relao vilo/cripta entre eutrficos e desnutridos leves e entre eutrficos e desnutridos moderados e graves (p=0,048). A relao vilo/cripta foi maior nos eutrficos. A avaliao nutricional pelos critrios de Waterlow e a anlise estereolgica no mostraram associao com o estado nutricional. Pelo mtodo de Gomez, houve diferena estatisticamente significante para a altura do entercito entre eutrficos e desnutridos de Grau III: quanto maior o grau de desnutrio, menor a altura do entercito (r= -.3330; p = 0,005). As variveis altura do entercito, altura do ncleo do entercito e do bordo em escova apresentaram uma clara associao com os ndices P/I (r=0,25;p=0,038), P/E (r=0,029;p=0,019) e com o critrio de avaliao nutricional de Gomez (r=-0,33;p=0,007), quando foram avaliadas pelo coeficiente de correlao de Pearson. A altura do ncleo mostrou associao com o ndice P/I (r=0,24;p=0,054). A altura do bordo em escova mostrou associao com o ndice P/I (r=0,26;p=0,032) e a avaliao nutricional de Gomez (r=-0,28;p=0,020). Concluses: As associaes encontradas entre o estado nutricional - avaliado de acordo com Gomez e os ndices P/I e P/E - e as variveis da mucosa do intestino delgado mostraram relao com o peso dos pacientes. Embora estas associaes tenham sido de magnitude fraca a moderada, h uma tendncia diminuio do tamanho do entercito, seu ncleo e seu bordo em escova medida que aumenta o grau de desnutrio.

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O presente trabalho teve como objetivo investigar, atravs de um delineamento longitudinal retrospectivo e prospectivo, as trajetrias do comportamento delinqente, em adolescentes infratores brasileiros. Tambm se investigou variveis individuais, familiares e sociais, consideradas fatores de risco para a delinqncia. Participaram 200 adolescentes, do sexo masculino, de baixo nvel scio-econmico, que cumpriam medidas scio-educativas pelo cometimento de atos infracionais. Os adolescentes foram entrevistados individualmente e sua trajetria de vida foi acompanhada durante dois anos. Os resultados mostraram que em 72,5% dos adolescentes investigados ocorreu a desistncia do comportamento delinqente, e que em 26,5% ocorreu a persistncia do comportamento delinqente. Durante a realizao da pesquisa dois adolescentes foram mortos. Anlises de regresso mostraram que os melhores preditores destas trajetrias foram variveis contextuais: trabalhar antes do cometimento dos atos infracionais, o nmero de internaes em unidades de proteo durante a infncia e a trajetria de insero no sistema de atendimento criana e/ou adolescente em situao de risco. Os resultados indicaram tambm a presena de caractersticas pessoais saudveis nos jovens investigados, tais como um estilo atribucional interno, estratgias de coping adaptativas, altos nveis de auto-estima e baixos ndices de depresso. Estes resultados devem ser levados em conta nas estratgias de interveno com adolescentes em situao de risco social e pessoal para a delinqncia. Tambm confirmam a importncia de intervenes que tenham como foco no somente os jovens, mas tambm sua comunidade, sua famlia, sua escola e o planejamento de programas que incrementem oportunidades de emprego.

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A ergonomia tem demonstrado a sua importncia em vrios trabalhos que visam proteger a sade e a segurana, beneficiando trabalhadores e empresas. Utilizando uma abordagem participativa e um enfoque macroergonmico, a ao ergonmica possibilita identificar os problemas e fatores de risco apresentados em ambientes e/ou postos de trabalho. Alm disso, permite a sugesto de alternativas que possam melhorar as condies de trabalho e da prpria organizao. Todavia, a identificao dos custos gerados por estes problemas ou fatores de risco de difcil identificao, quantificao e apreciao. Para conseguir mensurar estes custos, faz-se necessrio o uso de uma metodologia de custeio adequada. A metodologia de custeio ABC (Custeio Baseado em Atividades), atravs do uso de direcionadores de custo, possibilita alocar o consumo de recursos aos processos e tarefas desenvolvidos. lnteragindo a ergonomia com a metodologia de custeio ABC toma-se possvel identificar os problemas ergonmicos e relacion-Ios aos custos gerados. Esta pesquisa apresenta um estudo de caso realizado em uma empresa do ramo farmoqumico, objetivando assim, contribuir na proposio de uma abordagem para medio de custos ergonmicos. O estudo de caso foi desenvolvido em um setor especfico da empresa, servindo como piloto para medio do custo total e unitrio da tarefa, bem como daqueles oriundos de problemas ergonmicos. Dentre os resultados encontrados por este trabalho, pode-se destacar a mensurao do custo da tarefa de manipular NPT (Nutrio Parenteral Total), alm do custo gerado por problemas e recursos ergonmicos.

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O presente estudo procura avaliar as possveis patologias que se manifestam como hiperecogenicidade dos vasos talmicos (HEVT) ultra-sonografia cerebral (USC) e observar a freqncia com que ocorrem. A amostra foi constituda de 206 recm-nascidos (RNs) prematuros nascidos no Hospital de Clnicas de Porto Alegre (HCPA) no perodo de julho de 1998 a maio de 1999. Todos os RNs realizaram a USC na primeira semana de vida. Foram includos no estudo aqueles prematuros que necessitaram de internao hospitalar e que tiveram o termo de consentimento informado assinado por um dos responsveis. Foram excludos aqueles cuja USC evidenciava sangramento cerebral e/ou malformaes congnitas associadas e os que evoluram para bito antes da realizao do exame. A USC levou identificao de 65 RNs prematuros com HEVT e 141 RNs prematuros sem HEVT. A forma de apresentao do tipo plvica ao nascimento, a maior idade gestacional, o maior peso do RN ao nascimento e a classificao grande para a idade gestacional foram fatores de risco para a ocorrncia de HEVT. A presena de hipertenso materna durante o perodo de gestao tendeu a ser fator de proteo para HEVT. Os RNs que apresentaram crises convulsivas durante o perodo de internao hospitalar tiveram risco 3,2 vezes maior de ter HEVT quando comparados com os RNs que no apresentaram crises convulsivas.

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Objetivo: A trombose da veia porta uma causa importante de hiper-tenso porta em crianas e adolescentes, porm, em uma proporo importante dos casos, no apresenta fator etiolgico definido. O objetivo desse estudo determinar a freqncia de deficincia das protenas inibidoras da coagulao protenas C, S e antitrombina e das mutaes fator V Leiden, G20210A no gene da protrombina e C677T da metileno-tetraidrofolato redutase em crianas e adolescentes com trom-bose da veia porta, definir o padro hereditrio de uma eventual deficincia das pro-tenas inibidoras da coagulao nesses pacientes e avaliar a freqncia da deficin-cia dessas protenas em crianas e adolescentes com cirrose. Casustica e Mtodos: Foi realizado um estudo prospectivo com 14 crianas e adolescentes com trombose da veia porta, seus pais (n = 25) e dois gru-pos controles pareados por idade, constitudos por um grupo controle sem hepato-patia (n = 28) e um com cirrose (n = 24). A trombose da veia porta foi diagnosticada por ultra-sonografia abdominal com Doppler e/ou fase venosa do angiograma celaco seletivo. A dosagem da atividade das protenas C, S e antitrombina foi determinada em todos os indivduos e a pesquisa das mutaes fator V Leiden, G20210A da pro-trombina e C677T da metileno-tetraidrofolato redutase, nas crianas e adolescentes com trombose da veia porta, nos pais, quando identificada a mutao na criana, e nos controles sem hepatopatia. Resultados: Foram avaliados 14 pacientes caucasides, com uma mdia e desvio padro de idade de 8 anos e 8 meses 4 anos e 5 meses e do diagnstico de 3 anos e 8 meses 3 anos e seis meses. Metade dos pacientes pertenciam ao gnero masculino. O motivo da investigao da trombose da veia porta foi hemorra-gia digestiva alta em 9/14 (64,3%) e achado de esplenomegalia ao exame fsico em 5/14 (35,7%). Anomalias congnitas extra-hepticas foram identificadas em 3/14 (21,4%) e fatores de risco adquiridos em 5/14 (35,7%) dos pacientes. Nenhum pa-ciente tinha histria familiar de consanginidade ou trombose venosa. A deficincia das protenas C, S e antitrombina foi constatada em 6/14 (42,9%) (p < 0,05 vs con-troles sem hepatopatia), 3/14 (21,4%) (p > 0,05) e 1/14 (7,1%) (p > 0,05) pacientes com trombose da veia porta, respectivamente. A deficincia dessas protenas no foi identificada em nenhum dos pais ou controles sem hepatopatia. A mutao G20210A no gene da protrombina foi identificada em um paciente com trombose da veia porta e em um controle sem hepatopatia (p = 0,999), mas em nenhum desses foi identificado a mutao fator V Leiden. A mutao C677T da metileno-tetraidrofo-lato redutase foi observada na forma homozigota, em 3/14 (21,4%) dos pacientes com trombose da veia porta e em 5/28 (17,9%) controles sem hepatopatia (p = 0,356). A freqncia da deficincia das protenas C, S e antitrombina nos pacientes com cir-rose foi de 14/24 (58,3%), 7/24 (29,2%) e 11/24 (45,8%), respectivamente (p < 0,05 vs controles sem hepatopatia), sendo mais freqente nos pacientes do subgrupo Child-Pugh B ou C, que foi de 11/12 (91,7%), 5/12 (41,7%) e 9/12 (75%), respectivamente (p < 0,05 vs controles sem hepatopatia). Concluses: A deficincia de protena C foi freqente nas crianas e adolescentes com trombose da veia porta e no parece ser de origem gentica. A deficincia de protena S, antitrombina e as presenas das mutaes G20210A da protrombina e C677T da metileno-tetraidrofolato redutase foram observadas mas no apresentaram diferena estatstica significativa em relao ao grupo controle sem hepatopatia. O fator V Leiden no foi identificado. Os resultados deste estudo sugerem que a deficincia da protena C pode ocorre como conseqncia da hiper-tenso porta. Os distrbios pr-trombticos hereditrios no parecem apresentar um papel importante em relao trombose nas crianas e adolescentes estudadas.

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O tratamento cirrgico dos tumores hepticos tem sido um grande desafio na histria evolutiva da cirurgia. No passado, as altas taxas de morbidade e mortalidade limitavam sua aplicao como opo teraputica. O refinamento da tcnica de resseco heptica est associado a menores ndices de mortalidade e morbidade peri-operatria e, embora, a mortalidade tenha sido reduzida a menos de 10% nos servios especializados, a morbidade ainda bastante significativa, sendo que a hemorragia grave e a embolia area permanecem como complicaes graves das hepatectomias. O controle da perda sangunea o objetivo primordial durante este tipo de cirurgia. As tcnicas descritas, com a finalidade de conter a hemorragia transoperatria, so aquelas associadas reduo do fluxo sanguneo ao fgado, seja atravs da ocluso vascular aferente ou manobra de Pringle por clampeamento do pedculo heptico, seja por excluso vascular total do rgo. Hepatectomias parciais podem ser realizadas com pequeno sangramento e, mesmo quando associadas a perodos prolongados de isquemia tecidual, no foram identificadas leses parenquimatosas ou falncia heptica persistente. A reduo na necessidade de reposio de sangue, no perodo peri-operatrio, est associada a menor morbidade e diminuio significativa na incidncia de sepse abdominal. O objetivo deste estudo foi o de avaliar uma srie de hepatectomias parciais com ocluso do fluxo sanguneo aferente, em pacientes portadores de patologias benignas e neoplasias malignas. Foram analisadas 60 hepatectomias em 59 pacientes com ocluso do fluxo sanguneo aferente quanto a possveis fatores de risco para morbidade e mortalidade, bem como a relao entre o tempo de isquemia heptica e a variao das transaminases, tempo de protrombina e bilirrubinas, e destes, com a evoluo ps-operatria. A prevalncia de complicaes ps-operatrias foi de 43,3% e a mortalidade de 6,7%. O fator de risco significativo para mortalidade foi tempo cirrgico mais prolongado, quando comparado com os pacientes que no foram a bito. Para a morbidade ps-operatria, foram identificados como fatores de risco a idade acima de 60 anos, cirurgia por neoplasia maligna, parnquima heptico anormal, ou seja, presena de cirrose, esteatose ou colestase, perda sangunea necessitando reposio de mais de uma unidade de sangue e outros procedimentos cirrgicos concomitantes. Na anlise multivariada por regresso logstica, estes fatores de risco foram reduzidos, apenas, para presena de cirrose, esteatose ou colestase. O tempo de isquemia no apresentou relao com a morbi-mortalidade ps-operatria. A variao das transaminases foram mais acentuadas nos casos com maior tempo de isquemia, porm, retornaram aos nveis pr-operatrios em, aproximadamente, uma semana. No houve variao de tempo de protrombina e bilirrubinas quanto ao tempo de isquemia. A variao de AST e ALT no foram diferentes entre os pacientes com e sem morbidade ps-operatria.

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Os fatores de risco clssicos para o desenvolvimento de doena isqumica do corao (DIC) explicam menos de 50% da queda na mortalidade observada desde 1950. A transio em curso, do paradigma degenerativo para o inflamatrio/infeccioso, requer nova interpretao causal das tendncias temporais. Este um estudo ecolgico, baseado em dados dos Estados Unidos, que mostra, em homens e mulheres, uma associao entre a distribuio etria da mortalidade por influenza e pneumonia (I&P) associada pandemia de influenza de 1918-1919 na faixa dos 10 aos 49 anos e a distribuio da mortalidade por DIC, entre 1920 e 1985, em sobreviventes das coortes de nascimento correspondentes. Mostra ainda uma correlao negativa significativa (r = -0,68, p = 0,042) entre o excesso de mortalidade por I&P acumulado em epidemias entre 1931-1940 (utilizado como indicador da persistncia da circulao de vrus H1N1 aliada vulnerabilidade infeco) e a ordem do incio do declnio na mortalidade por DIC, em nove divises geogrficas dos Estados Unidos. Os dados sugerem, luz do conhecimento biolgico atual, que a pandemia de influenza de 1918 (e as que se seguiram at 1957) pudesse ter tido papel determinante na epidemia de mortalidade por DIC registrada no sculo XX.

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Uma das complicaes cirrgicas que mais afeta o resultado do transplante pulmonar a complicao da anastomose brnquica. Esta pode apresentar-se com um espectro que vai desde a isquemia transitria da anastomose sem outras alteraes at a deiscncia total com mediastinite e spsis. Embora a sua ocorrncia tenha diminudo nos ltimos anos, continua sendo uma das complicaes mais frequentes no ps-operatrio. Em nosso trabalho, foi analisada a ocorrncia de complicaes de anastomose brnquica que necessitaram algum tipo de interveno cirrgica na populao de pacientes transplantados de pulmo durante um perodo de dez anos (1989-1999). Este grupo representa a quase totalidade dos transplantes pulmonares realizados no Brasil neste perodo. Pacientes e Mtodos: Foram avaliados todos os transplantes de pulmo realizados em um perodo de 10 anos (1989-1999) no Pavilho Pereira Filho, Santa Casa de Misericrdia, Porto Alegre, RS, Brasil, para a ocorrncia de complicao da anastomose brnquica e possveis fatores de risco. Resultados: Em um total de 76 pacientes e 81 anastomoses com o risco de complicao, ocorreram 12 complicaes (15,79%). Entre os fatores analisados para risco possivelmente associado complicao, no houve diferena estatisticamente significativa para o tempo de isquemia superior ou inferior a quatro horas (Teste de Fischer com p=1,00), entre um ou mais de um episdio de rejeio (Teste de Fischer com p=0,756), um ou mais de um pulsos de metilprednisolona (p=0,58), a ocorrncia de infeco por citomegalovrus ou no ( teste de Fischer com p=0,169), e nem houve maior nmero de complicaes brnquicas nos pacientes que tiveram maior nmero de episdios de infeco. Houve diferena estatisticamente entre a tcnica de anastomose brnquica trmino-terminal e a telescopagem brnquica, sendo a ocorrncia de complicaes bem menor no segundo grupo (teste de Fischer com p=0,005), e tambm ocorreu diferena estatisticamente significativa entre dois perodos de transplante, de 1989 a 1993 e de 1994 a 1999, sendo a ocorrncia menor no segundo grupo (teste exato de Fischer com p=0,037). Concluses: A tcnica de telescopagem brnquica apresentou menor nmero de complicaes da anastomose brnquica, e a maior experincia da equipe de transplantes tambm contribuiu para a reduo das complicaes da anastomose.

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Esta dissertao aborda o trabalho na rea limpa de uma lavanderia hospitalar, enfatizando as questes ergonmicas e, mais especificamente, os constrangimentos posturais impostos aos 66 trabalhadores. A apreciao ergonmica seguiu as recomendaes da Anlise Macroergonmica do Trabalho (AMT) proposta por Guimares (1999) e as anlises posturais nos doze postos de trabalho da lavanderia foram feitas com base nos protocolos REBA (Rapid Entire Body) (2000) e Rodgers (1992). Os resultados mostraram que os segmentos corporais mais sobrecarregados so os ombros e as pernas, e as queixas de dores nos segmentos corporais analisados so decorrentes dos movimentos repetitivos (principalmente no caso das dobras de roupas), da demanda de trabalho, sendo o turno da manh o mais sobrecarregado, e das caractersticas dos postos de trabalho. Os postos de trabalho da Seleo de peas de roupa e Calandra so os de maior exigncia postural nas trabalhadoras, e os postos da Mquina Extratora e Carga so os de maior exigncia nos trabalhadores. A idade e a experincia tambm impactam no risco de DORTs, sendo que os mais velhos e mais experientes desenvolvem modos operatrios que tendem a minimizar os riscos. A utilizao de trs ferramentas de anlise, em conjunto, permitiu melhor entender o trabalho e os fatores de risco postural na lavanderia, configurando uma base de dados mais slida para subsidiar as melhorias necessrias.

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O transplante heptico o tratamento de escolha para uma srie de doenas terminais agudas e crnicas do fgado. Contudo, sua oferta tem sido restringida pela falta de doadores, o que tem provocado o aumento do nmero de pacientes em lista de espera. A escassez de rgos condiciona a aceitao para transplante de enxertos provindos de doadores sem as melhores condies para tal os chamados doadores marginais. O dano de isquemia/reperfuso (IR) resultado dos fatores perioperatrios inerentes ao procedimento, incluindo as condies do doador. Quanto pior o doador, pior o rgo transplantado, e maior a possibilidade de desenvolvimento de disfuno primria do enxerto (DPE). DPE comumente definida pela elevao das enzimas hepticas. As aminotransferases, entretanto, podem alterar-se por outras complicaes que no a leso de isquemia/reperfuso. A histologia heptica, por sua vez, pode fornecer informaes acerca da IR. Com o objetivo de estimar a extenso histolgica do dano de preservao (necrose hepatocelular e neutrofilia sinusoidal), correlacion-la a variveis bioqumicas (ndice de reperfuso: AST + ALT + LDH / 3) e avaliar a sua influncia no perodo ps-operatrio imediato (at 7 dias), foi realizado um estudo transversal com anlise sistemtica de 55 pacientes adultos que receberam seu primeiro enxerto heptico entre Setembro de 1996 e Dezembro de 1999. Foram comparados os fatores de risco relacionados ao doador, ao receptor, ao procedimento cirrgico e ao perodo ps-operatrio e analisadas as bipsias feitas antes e imediatamente aps o procedimento cirrgico. Houve dano de preservao em todos os pacientes estudados tanto por critrios anatomopatolgicos quanto por critrios bioqumicos. Houve associao significativa entre os achados bioqumicos e histolgicos (p=0,04; coeficiente gamma=0,49). A extenso da necrose hepatocitria parece ser o dado anatomopatolgico isolado que melhor se relaciona ao ndice de reperfuso (p=0,05; coeficiente gamma=0,48). Houve associao entre DPE e a histologia heptica (p=0,02). O ndice bioqumico associou-se DPE (p=0,001) e incidncia de insuficincia renal aguda (IRA) (p<0,0001). A mortalidade inicial foi maior nos pacientes com ndice de reperfuso grave (p=0,002). O ndice de reperfuso foi um fator de risco independente para a funo do enxerto (p=0,004) e IRA (0,04). A sobrevida atuarial em 1 ano foi significativamente menor nos pacientes com dano de preservao grave (p=0,003). A anlise da bipsia de reperfuso capaz de detectar o dano de preservao sofrido pelo enxerto e se correlaciona s variveis bioqumicas em sua estimativa.

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A disfuno autonmica est associada com aumento da mortalidade em pacientes diabticos, especialmente naqueles com doena cardiovascular. Neuropatia perifrica, mau controle glicmico, dislipidemia e hipertenso so alguns dos fatores de risco para o desenvolvimento de doena vascular perifrica (DVP) nestes pacientes. O objetivo deste estudo foi avaliar os fatores de risco associados com a presena de DVP em pacientes com DM tipo 2. Um estudo transversal foi realizado em 84 pacientes com DM tipo 2 ( 39 homens, idade mdia de 64,9 7,5 anos). Os pacientes foram submetidos a uma avaliao clnica e laboratorial. A presena de DVP foi definida, utilizando-se um um aparelho manual de ultrasom com doppler (ndice perna-brao < 0,9). A atividade autonmica foi avaliada atravs da anlise da variabilidade da freqncia cardaca (HRV) por mtodos no domnio do tempo e da freqncia (anlise espectral), e pelo mapa de retorno tridimensional durante o perodo do dia e da noite. Para a anlise da HRV, um eletrocardiograma de 24 horas foi gravado e as fitas analisadas em um analisador de Holter Mars 8000 (Marquete). A potncia espectral foi quantificada pela rea em duas bandas de freqncia: 0,04-0,15 Hz baixa freqncia (BF), 0,015-0,5 Hz alta freqncia (AF). A razo BF/AF foi calculada em cada paciente. O mapa de retorno tridimensional foi construdo atravs de um modelo matemtico onde foram analisados os intervalos RR versus a diferena entre os intervalos RR adjacentes versus o nmero de contagens verificadas, e quantificado por trs ndices refletindo a modulao simptica (P1) e vagal (P2 e P3). DVP estava presente em 30 (36%) pacientes. Na anlise univariada, pacientes com DVP apresentaram ndices que refletem a modulao autonmica (anlise espectral) diminudos quando comparados aos pacientes sem DVP, respectivamente: BF = 0,19 0,07 m/s2 vs. 0,29 0,11 m/s2 P = 0,0001; BF/AF = 1,98 0,9 m/s2 vs. 3,35 1,83 m/s2 p = 0,001. Alm disso, o ndice que reflete a atividade simptica no mapa de retorno tridimensional (P1), foi mais baixo em pacientes com DVP (61,7 9,4 vs. 66,8 9,7 unidades arbitrrias, P = 0,04) durante a noite, refletindo maior ativao simptica neste perodo. Estes pacientes tambm apresentavam uma maior durao do diabetes (20 8,1 vs. 15,3 6,7 anos, P = 0,006), nveis de presso arterial sistlica (154 20 vs. 145 20 mmHg, P = 0,04), razo cintura-quadril ( 0,98 0,09 vs.0,92 0,08, P = 0,01), e nveis de HbA1c mais elevados (7,7 1,6 vs. 6,9 1,7 %, P = 0,04), bem como valores de triglicerdeos ( 259 94 vs. 230 196 mg/dl, P= 0,03) e de excreo urinria de albumina ( 685,5 1359,9 vs. 188,2 591,1 /min, P = 0,02) superiores aos dos pacientes sem DVP.. Nos pacientes com DVP observou-se uma presena aumentada de nefropatia diabtica (73,3% vs. 29,6% P = 0,0001), de retinopatia (73,3% vs. 44,4% P = 0,02) e neuropatia perifrica (705 vs. 35,1% P = 0,006). Os grupos no diferiram quanto idade, ndice de massa corporal, tabagismo e presena de doena arterial coronariana. Na anlise logstica multivariada, a DVP permaneceu associada com a disfuno autonmica, mesmo aps ter sido controlada pela presso arterial sistlica, durao do DM, HbA1c, triglicerdeos e excreo urinria de albumina. Concluindo, pacientes com DVP e DM tipo 2 apresentam ndices que refletem a modulao autonmica diminudos, o que pode representar um fator de risco adicional para o aumento da mortalidade nestes pacientes.

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Introduo: O diagnstico microbiolgico da infeco por Legionella complexo, pois a bactria no visualizada colorao de Gram no escarro, e sua cultura no realizada na maioria dos laboratrios clnicos. A imunofluorescncia direta nas secrees respiratrias tem baixa sensibilidade, em torno de 40% e a tcnica da PCR no ainda recomendada para o diagnstico clnico (CDC, 1997). A deteco de anticorpos no soro a tcnica mais utilizada, e o critrio definitivo a soroconverso para no mnimo 1:128, cuja sensibilidade de 70 a 80% (Edelstein, 1993). Como critrios diagnsticos de possvel pneumonia por Legionella, eram utilizados: ttulo nico de anticorpos a L pneumophila positivo na diluio 1:256, em paciente com quadro clnico compatvel (CDC, 1990) e o achado de antgeno a Legionella na urina (WHO, 1990). Nos ltimos anos, porm, com o uso crescente do teste de antigenria, foram detectados casos de pneumonia por Legionella, que no eram diagnosticados por cultura ou sorologia, tornando-o mtodo diagnstico de certeza para o diagnstico de pneumonia por Legionella (CDC, 1997). Por sua fcil execuo, resultado imediato, e alta sensibilidade - de 86% a 98% (Kashuba & Ballow, 1986; Harrison & Doshi, 2001), tem sido recomendado para o diagnstico das PAC que necessitam internao hospitalar (Mulazimoglu & Yu, 2001; Gupta et al., 2001; Marrie, 2001), especialmente em UTI (ATS, 2001). Vrios estudos documentaram baixo valor preditivo positivo do ttulo nico positivo de 1:256, tornando-o sem valor para o diagnstico da pneumonia por Legionella, exceto, talvez, em surtos (Plouffe et al., 1995). Outros detectaram alta prevalncia de anticorpos positivos na diluio 1:256 na populao, em pessoas normais (Wilkinson et al., 1983; Nichol et al., 1991). A partir de 1996, o CDC de Atlanta recomendou que no seja mais utilizado o critrio de caso provvel de infeco por Legionella pneumophila por ttulo nico de fase convalescente 1:256, por falta de especificidade(CDC, 1997). A pneumonia por Legionella raramente diagnosticada, e sua incidncia subestimada. Em estudos de PAC, a incidncia da pneumonia por Legionella nos EUA, Europa, Israel e Austrlia, foi estimada entre 1% a 16% (Muder & Yu, 2000). Nos EUA, foi estimado que cerca de 8 000 a 23 000 casos de PAC por Legionella ocorrem anualmente, em pacientes que requerem hospitalizao (Marston et al., 1994 e 1977). No Brasil, a incidncia de PAC causadas por Legionella em pacientes hospitalizados tema de investigao pertinente, ainda no relatado na literatura. Objetivo: detectar a incidncia de pneumonias causadas por Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6, em pacientes que internaram no Hospital de Clnicas de Porto Alegre por PAC, por um ano. Material e Mtodos: o delineamento escolhido foi um estudo de coorte (de incidncia), constituda por casos consecutivos de pneumonia adquirida na comunidade que internaram no HCPA de 19 de julho de 2000 a 18 de julho de 2001. Para a identificao dos casos, foram examinados diariamente o registro computadorizado das internaes hospitalares, exceto as internaes da pediatria e da obstetrcia, sendo selecionados todos os pacientes internados com o diagnstico de pneumonia e de insuficincia respiratria aguda. Foram excludos aqueles com menos de 18 anos ou mais de 80 anos; os procedentes de instituies, HIV-positivos, gestantes, pacientes restritos ao leito; e portadores de doena estrutural pulmonar ou traqueostomias. Foram excludos os pacientes que tivessem tido alta hospitalar nos ltimos 15 dias, e aqueles j includos no decorrer do estudo. Os pacientes selecionados foram examinados por um pesquisador, e includos para estudo se apresentassem infiltrado ao RX de trax compatvel com pneumonia, associado a pelo menos um dos sintomas respiratrios maiores (temperatura axilar > 37,8C, tosse ou escarro; ou dois sintomas menores (pleurisia, dispnia, alterao do estado mental, sinais de consolidao ausculta pulmonar, mais de 12 000 leuccitos/mm3). O estudo foi previamente aprovado pela Comisso de tica em Pesquisa do HCPA. Os pacientes eram entrevistados por um pesquisador, dando seu consentimento por escrito, e ento seus dados clnicos e laboratoriais eram registrados em protocolo individual. No houve interferncia do pesquisador, durante a internao, exceto pela coleta de urina e de sangue para exame laboratoriais especficos da pesquisa. Os pacientes eram agendados, no ambulatrio de pesquisa, num prazo de 4 a 12 semanas aps sua incluso no estudo, quando realizavam nova coleta de sangue, RX de trax de controle, e outros exames que se fizessem necessrios para esclarecimento diagnstico.Todos os pacientes foram acompanhados por 1 ano, aps sua incluso no estudo.Foram utilizadas a tcnica de imunofluorescncia indireta para deteco de anticorpos das classes IgG, IgM e IgA a Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6 no soro, em duas amostras, colhidas, respectivamente, na 1 semana de internao e depois de 4 a 12 semanas; e a tcnica imunolgica por teste ELISA para a deteco do antgeno de Legionella pneumophila sorogrupo 1 na urina, colhida na primeira semana de internao. As urinas eram armazenadas, imediatamente aps sua coleta, em freezer a 70C, e depois descongeladas e processadas em grupos de cerca de 20 amostras. A imunofluorescncia foi feita no laboratrio de doenas Infecciosas da Universidade de Louisville (KY, EUA), em amostras de soro da fase aguda e convalescente, a partir da diluio 1:8; e a deteco do antgeno de Legionella pneumophila sorogrupo 1, nas amostras de urina, foi realizada no laboratrio de pesquisa do HCPA, pelos investigadores, utilizando um kit comercial de teste ELISA fabricado por Binax (Binax Legionella Urinary Enzyme Assay, Raritan, EUA). As urinas positivas eram recongeladas novamente, para serem enviadas para confirmao no mesmo laboratrio americano, ao fim do estudo. Foram adotados como critrios definitivos de infeco por Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6, a soroconverso (elevao de 4 vezes no ttulo de anticorpos sricos entre o soro da fase aguda e da fase convalescente para no mnimo 1:128); ou o achado de antgeno de L pneumophila sorogrupo 1 na urina no concentrada, numa razo superior a 3, conforme instrues do fabricante e da literatura.Os pacientes foram classificados, de acordo com suas caractersticas clnicas, em 1) portadores de doenas crnicas (doenas pulmonares, cardacas, diabete mellitus, hepatopatias e insuficincia renal); 2) portadores de doenas subjacentes com imunossupresso; 3) pacientes hgidos ou com outras doenas que no determinassem insuficincia orgnica. Imunossupresso foi definida como esplenectomia, ser portador de neoplasia hematolgica, portador de doena auto-imune, ou de transplante; ou uso de medicao imunossupressora nas 4 semanas anteriores ao diagnstico (Yu et al., 2002b); ou uso de prednisolona 10 mg/dia ou equivalente nos ltimos 3 meses (Lim et al., 2001). As caractersticas clnicas e laboratoriais dos pacientes que evoluram ao bito por pneumonia foram comparados quelas dos pacientes que obtiveram cura. Para a anlise das variveis categricas, utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher. Para as variveis numricas contnuas, utilizou-se o teste t de Student. Um valor de p< 0,05 foi considerado como resultado estatisticamente significativo (programas SPSS, verso 10). Foi calculada a freqncia de mortes por pneumonia na populao estudada, adotando-se a alta hospitalar como critrio de cura. Foi calculada a incidncia cumulativa para pneumonia por Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6, em um hospital geral, no perodo de 1 ano. Resultados: durante um ano de estudo foram examinados 645 registros de internao, nos quais constavam, como motivo de baixa hospitalar, o diagnstico de pneumonia ou de insuficincia respiratria aguda; a maioria desses diagnsticos iniciais no foram confirmados. Desses 645 pacientes, foram includos no estudo 82 pacientes, nos quais os critrios clnicos ou radiolgicos de pneumonia foram confirmados pelos pesquisadores. Durante o acompanhamento desses pacientes, porm, foram excludos 23 pacientes por apresentarem outras patologias que mimetizavam pneumonia: DPOC agudizado (5), insuficincia cardaca (3), tuberculose pulmonar (2), colagenose (1), fibrose pulmonar idioptica (1), edema pulmonar em paciente com cirrose (1), somente infeco respiratria em paciente com sequelas pulmonares (4); ou por apresentarem critrios de excluso: bronquiectasias (4), HIV positivo (1), pneumatocele prvia (1). Ao final, foram estudados 59 pacientes com pneumonia adquirida na comunidade, sendo 20 do sexo feminino e 39 do sexo masculino, com idade entre 24 e 80 anos (mdia de 57,6 anos e desvio padro de 10,6). Tivemos 36 pacientes com doenas subjacentes classificadas como doenas crnicas, dos quais 18 pacientes apresentavam mais de uma co-morbidade, por ordem de prevalncia: doenas pulmonares, cardacas, diabete mellitus, hepatopatias e insuficincia renal; neoplasias ocorreram em 9 pacientes, sendo slidas em 7 pacientes e hematolgicas em 2. Dos 59 pacientes, 61% eram tabagistas e 16,9%, alcoolistas. Do total, 10 pacientes apresentavam imunossupresso. Dos demais 13 pacientes, somente um era previamente hgido, enquanto os outros apresentavam tabagismo, sinusite, anemia, HAS, gota, ou arterite de Takayasu. A apresentao radiolgica inicial foi broncopneumonia em 59,3% dos casos; pneumonia alveolar ocorreu em 23,7% dos casos, enquanto ambos padres ocorreram em 15,2% dos pacientes. Pneumonia intersticial ocorreu em somente um caso, enquanto broncopneumonia obstrutiva ocorreu em 5 pacientes (8,5%). Derrame pleural ocorreu em 22% dos casos, e em 21 pacientes (35%) houve comprometimento de mais de um lobo ao RX de trax. Foram usados beta-lactmicos para o tratamento da maioria dos pacientes (72,9%9). A segunda classe de antibiticos mais usados foi a das fluoroquinolonas respiratrias, que foram receitadas para 23 pacientes (39,0%), e em 3 lugar, os macroldeos, usados por 11 pacientes (18,6%). Apenas 16 pacientes no usaram beta-lactmicos, em sua maioria recebendo quinolonas ou macroldeos. Dos 43 pacientes que usaram beta-lactmicos, 25 no usaram nem macroldeos, nem quinolonas. Em 13 pacientes as fluoroquinolonas respiratrias foram as nicas drogas usadas para o tratamento da pneumonia. Do total, 8 pacientes foram a bito por pneumonia; em outros 3 pacientes, o bito foi atribudo a neoplasia em estgio avanado. Dos 48 pacientes que obtiveram cura, 33 (68,7%) estavam vivos aps 12 meses. Os resultados da comparao realizada evidenciaram tendncia a maior mortalidade no sexo masculino e em pacientes com imunossupresso, porm essa associao no alcanou significncia estatstica. Os pacientes que usaram somente beta-lactmicos no apresentaram maior mortalidade do que os pacientes que usaram beta-lactmicos associados a outras classes de antibiticos ou somente outras classes de antibiticos. Examinando-se os pacientes que utiizaram macroldeos ou quinolonas em seu regime de tratamento, isoladamente ou combinados a outros antibiticos, observou-se que tambm no houve diferena dos outros pacientes, quanto mortalidade. Os pacientes com padro radiolgico de pneumonia alveolar tiveram maior mortalidade, e essa diferena apresentou uma significncia limtrofe (p= 0,05). Nossa mortalidade (11,9%) foi similar de Fang et al. (1990), em estudo clssico de 1991 (13,7%); foi tambm similar mdia de mortalidade das PAC internadas no em UTI (12%), relatada pela ATS, no seu ltimo consenso para o tratamento emprico das PAC (ATS, 2001). Foram detectados 3 pacientes com pneumonia por Legionella pneumophila sorogrupo 1 na populao estudada: 2 foram diagnosticados por soroconverso e por antigenria positiva, e o 3 foi diagnosticado somente pelo critrio de antigenria positiva, tendo sorologia negativa, como alguns autores (McWhinney et al., 2000). Dois pacientes com PAC por Legionella no responderam ao tratamento inicial com beta-lactmicos, obtendo cura com levofloxacina; o 3 paciente foi tratado somente com betalactmicos, obtendo cura. Concluses: A incidncia anual de PAC por Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6, no HCPA, foi de 5,1%, que representa a incidncia anual de PAC por Legionella pneumophila sorogrupos 1 a 6 em um hospital geral universitrio. Comentrios e Perspectivas: H necessidade de se empregar mtodos diagnsticos especficos para o diagnstico das pneumonias por Legionella em nosso meio, como a cultura, a sorologia com deteco de todas as classes de anticorpos, e a deteco do antgeno urinrio, pois somente com o uso simultneo de tcnicas complementares pode-se detectar a incidncia real de pneumonias causadas tanto por Legionella pneumophila, como por outras espcies. A deteco do antgeno de Legionella na urina o teste diagnstico de maior rendimento, sendo recomendado seu uso em todas as PAC que necessitarem internao hospitalar (Mulazimoglu & Yu, 2001; Gupta et al., 2001); em todos os pacientes com PAC que apresentarem fatores de risco potenciais para legionelose (Marrie, 2001); e para o diagnstico etiolgico das pneumonias graves (ATS, 2001). Seu uso indicado, com unanimidade na literatura, para a pesquisa de legionelose nosocomial e de surtos de legionelose na comunidade.