998 resultados para Fotografia -- S. XX
Resumo:
Este estudo propõe uma análise da obra fotográfica de Alair Gomes (1921-1992), engenheiro, filósofo e crÃtico de arte que também atuou como fotógrafo nos últimos 26 anos de sua vida. O recorte principal do trabalho está vinculado à presença de uma sensibilidade melancólica em sua trajetória, tanto biográfica quanto artÃstica, uma vez que estas duas instâncias se cruzam e são inseparáveis em sua fotografia de forte viés homoerótico. A relação entre a melancolia e a obra do artista é pensada a partir da noção de escrita pessoal, a qual se ancora no caráter confessional e narrativo de sua fotografia e de seus textos escritos. A singularidade da sua poética distancia-se do contexto em que ele viveu e produziu, ou seja, a cidade do Rio de Janeiro, durante as décadas de 1970 e 1980. Como diversos fotógrafos que se dedicaram à representação do desejo homoerótico ao longo da história da fotografia, Alair atuou de modo silencioso e quase sempre nas bordas do sistema das artes. Isto não o impediu, entretanto, do desenvolvimento de um trabalho de dimensões gigantescas, cuja originalidade e a narrativa Ãntima estavam à frente de sua época, pré-anunciando tendências da arte contemporânea recente.
Resumo:
Esta dissertação tem por objetivo elaborar um Catálogo de Imagens que pretende identificar a representação arquitetônica na collage ao longo do século XX, através das obras mais relevantes de artistas e arquitetos. Trata -se de explora r as representações arquitetônicas nas collages e as collages nas representações arquitetônicas, e visualizar essa familiaridade entre os processos de representação artÃstica e de produção arquitetônica. Para isso vamos recorrer aos aspectos conceituais da collage, extraÃdos das análises já efetuadas por diferentes autores como Fernando Fuão, Simón Fiz, Sergio Lima e outros. Este trabalho visa também demonstrar o quanto este procedimento da collage é inerente à produção arquitetônica.
Resumo:
Esta dissertação é um estudo sobre o conto Las babas del diablo, de Julio Cortázar, e do filme Blow-Up, de Michelangelo Antonioni. Entre as inúmeras portas de entrada para abordar essas duas obras, optamos por explorá-las pelo caminho da fotografia, que é, a um só tempo, eixo temático ficcional do conto e do filme e também mola propulsora para um debate teórico sobre o fotográfico. Inserida em uma perspectiva comparatista, lançamos mão da intertextualidade e da interdisciplinaridade, conceitos fundamentais da Literatura Comparada. Nesse sentido, abordamos inicialmente as relações de produtividade entre os próprios textos e, depois, entre textos e imagens. Posteriormente, aproveitando uma proposta de Cortázar de comparar a fotografia com o conto, passamos a explorar a fotografia no seu âmbito teórico. Dois autores são basilares nesse ponto do trabalho: Roland Barthes e Philippe Dubois. O primeiro, na obra A câmara clara, coloca-se como mediador de toda análise sobre a fotografia, procedendo, dentro de uma perspectiva teórica, de forma semelhante aos personagens de Las babas del diablo e de Blow-Up, estes no mundo da ficção. Já Dubois, em O ato fotográfico, debate algumas das propostas de Barthes e faz um apanhado histórico bastante produtivo na medida em que aborda as três percepções da fotografia desde sua invenção até os dias atuais. Ao alçarmos a fotografia como mediadora teórica principal do corpus deste trabalho, realizamos um novo recorte, detendo-nos naqueles eixos levantados por Dubois e por Barthes que, na leitura de Las babas del diablo e de Blow-Up, nos pareceram exigir uma exploração mais produtiva. Nesse momento, estarão presentes questões relacionadas tanto à fotografia em si quanto às relações que ela estabelece com o fotógrafo e com aquele que a observa, sempre levando em conta as tentativas de tradução da imagem fotográfica para o texto e para o filme.
Resumo:
Este trabalho analisa pinturas murais religiosas sobre temáticas relacionadas à morte e ao além, encontradas em igrejas católicas da região central do Rio Grande do Sul. Pinturas realizadas ao longo do século XX e selecionadas com base em amostragem reunida em arquivos fotográficos representativos de 192 municÃpios. A partir de uma abordagem iconológica, busca entender: como os modelos iconográficos europeus foram retomados pelo muralismo religioso regional. Para tanto, identifica a origem dos principais temas escatológicos representados, bem como algumas das fontes visuais utilizadas, compostas, sobretudo, por gravuras que reproduzem temas religiosos de obras dos séculos XV ao inÃcio do século XX. Entre as formas evitadas pelo muralismo rio-grandense destacam-se: alusões à nudez, poses com pouco dinamismo, e gestos considerados constrangedores para os padrões morais da região. Nas formas incluÃdas, destacam-se as poses com expressão gestual mais acentuada, vestes moralizantes e detalhes zoomórficos na figuração de demônios. Enquanto que o conjunto das formas preservadas aponta para um predomÃnio dos gestos representativos de emoções intensas. Com base nos estudos de Aby Warburg sobre a influência da empatia no resgate de configurações emotivas, e a partir do resultado das análises formais, foi estruturada a proposição principal desta pesquisa. Proposição que procura evidenciar uma relação entre a eficiência empática dos antigos gestos de ações passionais e a conseqüente preservação desses no muralismo religioso escatológico regional.