Desenvolvimento e avaliação de instrumentos de triagem nutricional

Esse estudo tem por objetivo descrever o desenvolvimento e a avaliação de instrumentos de triagem nutricional para identificação de risco de desnutrição em pacientes hospitalizados. A partir da identificação de variáveis preditivas, o paciente deve ser encaminhado à equipe multidisciplinar de terapia nutricional para intervenção. Foram estudados 300 pacientes de um hospital de São Paulo-SP, aplicada uma avaliação nutricional com levantamento de variáveis de risco e conduzida uma regressão logística múltipla para a seleção dos fatores preditivos. As variáveis associadas à desnutrição foram: perda de peso involuntária, ossatura aparente, redução de apetite, diarreia, ingestão energética inadequada e gênero masculino. Um instrumento de triagem nutricional foi desenvolvido e apresentou adequada concordância com instrumentos validados.

Percepção de pacientes sobre a privacidade no hospital

Estudo qualitativo empregando a análise de conteúdo, objetivando descrever a percepção de privacidade do paciente hospitalizado. Participaram 34 pacientes internados há, pelo mínimo, 3 dias. A análise das informações, fundamentada no referencial teórico da privacidade, evidenciou 3 categorias temáticas: dignidade e respeito, autonomia, espaço pessoal e territorial. Os sujeitos apontaram fatores comportamentais que contribuem ou não para a proteção e manutenção da privacidade no hospital, destacando o respeito como aspecto mais importante, seguido pelo controle pessoal sobre situações que transgridem sua privacidade. Para eles privacidade está interligada com dignidade e respeito, depende da demarcação do espaço pessoal/territorial e da garantia de autonomia, estando esses conceitos e atitudes inter-relacionados e sendo imprescindíveis para o resguardo da privacidade no ambiente hospitalar.

Estratégias de comunicação utilizadas por profissionais de saúde na atenção à pacientes sob cuidados paliativos

O presente estudo objetivou verificar a relevância e a utilização de estratégias de comunicação em cuidados paliativos. Estudo quantitativo multicêntrico, realizado entre agosto/2008 e julho/2009, junto a 303 profissionais de saúde que trabalhavam com pacientes sob cuidados paliativos, por meio da aplicação de questionário. Os dados foram submetidos a tratamento estatístico descritivo. A maioria (57,7%) não foi capaz de citar ao menos uma estratégia de comunicação verbal e apenas 15,2% mencionaram cinco sinais ou estratégias não verbais. As estratégias verbais mais citadas foram as de cunho interrogativo sobre a doença/tratamento e, dentre as não verbais, destacaram-se o toque afetivo, olhar, sorriso, proximidade física e escuta ativa. Embora os profissionais tenham atribuído alto grau de relevância para a comunicação em cuidados paliativos, evidenciaram escasso conhecimento de estratégias de comunicação. Faz-se necessária a capacitação dos profissionais no que tange à comunicação em cuidados paliativos.

Notas cartográficas do trabalho na Estratégia Saúde da Família: relações entre trabalhadores e população

Essa pesquisa-intervenção teve como objetivo cartografar os movimentos instituídos e instituintes presentes no trabalho da Estratégia Saúde da Família, no que tange a composição de suas práticas cuidativas. O referencial teórico metodológico fundamentou-se na análise institucional, linha esquizoanalítica. Foram realizados encontros grupais com uma equipe para discutir o modo como realizavam os cuidados coletivos em ação de educação permanente em saúde. Os sujeitos da pesquisa foram trabalhadores da equipe e estudantes em atividade acadêmica no serviço. A média de participação foi de doze pessoas por encontro, sendo que se desenvolveram oito encontros no período de março a julho de 2010. Os dados foram agrupados em dois estratos imanentes: as relações da equipe e a relação com os usuários. Os estratos apontaram para o atravessamento das instituições de educação, justiça e da divisão técnica e social do trabalho. A reflexão coletiva em grupo mostrou-se potente, para desnaturalizar processos instituídos e interrogar lugares, saberes e práticas.

Articulação das ações e interação dos Agentes Comunitários de Saúde na equipe de Saúde da Família

O estudo de abordagem qualitativa teve como objetivo compreender as relações sociais entre o Agente Comunitário de Saúde (ACS) e a equipe de Saúde da Família (SF), nesse sentido, destaca-se a articulação das ações e a interação entre trabalhadores. Foram realizadas 23 observações participantes e 11 entrevistas semiestruturadas com uma equipe de SF em um município do interior de São Paulo, Brasil. Identificou-se que o ACS, como elo, desenvolve ações operacionais para agilizar o trabalho da equipe. Como laços de ligação, desempenham ações articuladas ao trabalho da equipe, interagindo com os trabalhadores, construindo planos assistenciais em comum, aproximando equipe e comunidade, adequando ações de cuidado às necessidades das pessoas. Na prática comunicativa, ao falarem de si, falam da própria comunidade, pois é seu representante e porta-voz na equipe. Concluiu-se que o Agente Comunitário de Saúde pode ser um trabalhador estratégico se suas ações compreenderem uma dimensão mais política e social do trabalho em saúde.

Percepção da equipe multiprofissional sobre ruído em unidade de cuidado intermediário neonatal

OBJETIVO: Descrever a percepção da equipe multiprofissional sobre ruído ambiente em uma unidade de cuidado intermediário neonatal. MÉTODOS: Estudo descritivo com delineamento qualitativo. Realizaram-se entrevistas abertas com 43 profissionais que atuavam na unidade de cuidado intermediário neonatal. As entrevistas gravadas foram transcritas e realizou-se a análise temática. RESULTADOS: Apreenderam-se quatro núcleos temáticos: Como a equipe percebe o ruído na unidade; O que gera ruído na unidade; Os efeitos do ruído nos bebês, trabalhadores, familiares e acompanhantes; Como reduzir o ruído na unidade. CONCLUSÃO: A equipe tem conhecimento sobre o ruído na unidade, apontando possibilidades e limitações para sua redução.

O conhecimento de estratégias de comunicação no atendimento à dimensão emocional em cuidados paliativos

O estudo objetivou investigar o conhecimento e a utilização de estratégias de comunicação no cuidado da dimensão emocional do paciente sob cuidados paliativos. Com abordagem quantitativa, foi realizado entre agosto/2008 e julho/2009, junto a 303 profissionais de saúde que trabalhavam ou tinham contato frequente com estes pacientes, por meio da aplicação de questionário. Os dados sofreram tratamento estatístico descritivo e analítico. Os profissionais denotaram desconhecimento de estratégias de comunicação, evidenciando-se diferença significativa (p-valor 0,0011) na comparação entre sujeitos com e sem formação prévia em cuidados paliativos, denotando que quem possui capacitação paliativista conhece/utiliza mais estratégias comunicacionais na atenção à dimensão emocional de seus pacientes. As estratégias mais citadas pelos sujeitos foram: escuta ativa, reafirmações verbais de solicitude, uso de perguntas abertas e toque afetivo. Conclui-se que há pouco conhecimento e utilização insatisfatória de estratégias de comunicação, pelos profissionais de saúde no cuidado à dimensão emocional de pacientes sob cuidados paliativos.

Risk factors for postoperative delirium in the elderly

Background: Delirium is defined as an acute disorder of attention and cognition. Delirium is common in hospitalized elderly patient and is associated with increased morbidity, length of stay and patient care costs. Although Delirium can develop at any time during hospitalization, it typically presents early in the post-operative period (Post-Operative Delirium, POD) in the surgery context. The molecular mechanism and possible genetics basis of POD onset are not known, as well as all the risk factors are not completely defined. Our hypothesis is that genetic risk factor involving the inflammatory response could have possible effects on the immunoneuroendocrine system. Moreover, our previous data (inflamm-aging) suggest that aging is associated with an increase of inflammatory status, favouring age-related diseases such as neurodegenerative diseases, frailty, depression among other. Some pro-inflammatory or anti-inflammatory cytokines, seem to play a crucial role in increasing the inflammatory status and in the communication and regulation of immunoneuroendocrine system. Objective: this study evaluated the incidence of POD in elderly patients undergoing general surgery, clinical/physical and psychological risk factors of POD insurgency and investigated inflammatory and genetic risk factors. Moreover, this study evaluated the consequence of POD in terms of institutionalization, development of permanent cognitive dysfunction or dementia and mortality Methods: patients aged over 65 admitted for surgery at the Urgency Unit of S.Orsola-Malpighi Hospital were eligible for this case–control study. Risk factors significantly associated with POD in univariate analysis were entered into multivariate analysis to establish those independently associated with POD. Preoperative plasma level of 9 inflammatory markers were measured in 42 control subjects and 43 subjects who developed POD. Functional polymorphisms of IL-1 α , IL-2, IL-6, IL-8, IL-10 and TNF-alpha cytokine genes were determined in 176 control subjects and 27 POD subjects. Results: A total of 351 patients were enrolled in the study. The incidence of POD was 13•2 %. Independent variables associated with POD were: age, co-morbidity, preoperative cognitive impairment, glucose abnormalities. Median length of hospital stay was 21 days for patients with POD versus 8 days for control patients (P < 0•001). The hospital mortality rate was 19 and 8•4 % respectively (P = 0•021) and mortality rate after 1 year was also higher in POD (P= 0.0001). The baseline of IL-6 concentration was higher in POD patients than patients without POD, whereas IL-2 was lower in POD patients compared to patients without POD. In a multivariate analysis only IL-6 remained associated with POD. Moreover IL-6, IL-8 and IL-2 are associated with co-morbidity, intra-hospital mortality, compromised functional status and emergency admission. No significant differences in genotype distribution were found between POD subjects and controls for any SNP analyzed in this study. Conclusion: In this study we found older age, comorbidity, cognitive impairment, glucose abnormalities and baseline of IL-6 as independent risk factors for the development of POD. IL-6 could be proposed as marker of a trait that is associated with an increased risk of delirium; i.e. raised premorbid IL-6 level predict for the development of delirium.

Effect of the 50-hour workweek limitation on training of surgical residents in Switzerland

The 50-hour workweek limitation for surgical residents in Switzerland has a major effect on surgical training, resident quality of life, and patient care.

Definition of treatment goals for moderate to severe psoriasis: a European consensus

Patients with moderate to severe psoriasis are undertreated. To solve this persistent problem, the consensus programme was performed to define goals for treatment of plaque psoriasis with systemic therapy and to improve patient care. An expert consensus meeting and a collaborative Delphi procedure were carried out. Nineteen dermatologists from different European countries met for a face-to-face discussion and defined items through a four-round Delphi process. Severity of plaque psoriasis was graded into mild and moderate to severe disease. Mild disease was defined as body surface area (BSA) ≤10 and psoriasis area and severity index (PASI) ≤10 and dermatology life quality index (DLQI) ≤10 and moderate to severe psoriasis as (BSA > 10 or PASI > 10) and DLQI > 10. Special clinical situations may change mild psoriasis to moderate to severe including involvement of visible areas or severe nail involvement. For systemic therapy of plaque psoriasis two treatment phases were defined: (1) induction phase as the treatment period until week 16; however, depending on the type of drug and dose regimen used, this phase may be extended until week 24 and (2) maintenance phase for all drugs was defined as the treatment period after the induction phase. For the definition of treatment goals in plaque psoriasis, the change of PASI from baseline until the time of evaluation (ΔPASI) and the absolute DLQI were used. After induction and during maintenance therapy, treatment can be continued if reduction in PASI is ≥75%. The treatment regimen should be modified if improvement of PASI is <50%. In a situation where the therapeutic response improved ≥50% but <75%, as assessed by PASI, therapy should be modified if the DLQI is >5 but can be continued if the DLQI is ≤5. This programme defines the severity of plaque psoriasis for the first time using a formal consensus of 19 European experts. In addition, treatment goals for moderate to severe disease were established. Implementation of treatment goals in the daily management of psoriasis will improve patient care and mitigate the problem of undertreatment. It is planned to evaluate the implementation of these treatment goals in a subsequent programme involving patients and physicians.

Preventing vasospasm improves outcome after aneurysmal subarachnoid hemorrhage: rationale and design of CONSCIOUS-2 and CONSCIOUS-3 trials

Cerebral vasospasm after aneurysmal subarachnoid hemorrhage (aSAH) is a frequent but unpredictable complication associated with poor outcome. Current vasospasm therapies are suboptimal; new therapies are needed. Clazosentan, an endothelin receptor antagonist, has shown promise in phase 2 studies, and two randomized, double-blind, placebo-controlled phase 3 trials (CONSCIOUS-2 and CONSCIOUS-3) are underway to further investigate its impact on vasospasm-related outcome after aSAH. Here, we describe the design of these studies, which was challenging with respect to defining endpoints and standardizing endpoint interpretation and patient care. Main inclusion criteria are: age 18-75 years; SAH due to ruptured saccular aneurysm secured by surgical clipping (CONSCIOUS-2) or endovascular coiling (CONSCIOUS-3); substantial subarachnoid clot; and World Federation of Neurosurgical Societies grades I-IV prior to aneurysm-securing procedure. In CONSCIOUS-2, patients are randomized 2:1 to clazosentan (5 mg/h) or placebo. In CONSCIOUS-3, patients are randomized 1:1:1 to clazosentan 5, 15 mg/h, or placebo. Treatment is initiated within 56 h of aSAH and continued until 14 days after aSAH. Primary endpoint is a composite of mortality and vasospasm-related morbidity within 6 weeks of aSAH (all-cause mortality, vasospasm-related new cerebral infarction, vasospasm-related delayed ischemic neurological deficit, neurological signs or symptoms in the presence of angiographic vasospasm leading to rescue therapy initiation). Main secondary endpoint is extended Glasgow Outcome Scale at week 12. A critical events committee assesses all data centrally to ensure consistency in interpretation, and patient management guidelines are used to standardize care. Results are expected at the end of 2010 and 2011 for CONSCIOUS-2 and CONSCIOUS-3, respectively.

Glycogen-rich pleomorphic xanthoastrocytoma with clear-cell features: confirmatory report of a rare variant with implications for differential diagnosis

Central nervous system space-occupying lesions with clear-cell features encompass a nosologically heterogeneous array, ranging from reactive histiocytic proliferations to neuroepithelial or meningothelial neoplasms of various grades and to metastases. In the face of such differential diagnostic breadth, recognizing cytoplasmic lucency as part of the morphological spectrum of some low grade gliomas will directly have an impact on patient care. We describe a prevailing clear-cell change in an epileptogenic left temporal pleomorphic xanthoastrocytoma surgically resected from a 36-year-old man. Mostly subarachnoid and focally calcified, the tumor was composed of fascicles of moderately atypical spindle cells with optically lucent cytoplasm that tended to intermingle with a desmoplastic mesh of reticulin fibers. Immunohistochemically, coexpression of S100 protein, vimentin, GFAP, and CD34 was noted. Conversely, neither punctate staining for EMA nor positivity for CD68 was seen. Mitotic activity was absent, and the MIB1 labeling index was 2-3% on average. Diastase-sensitive PAS-positive granula indicated clear-cell change to proceed from glycogen storage. Electron microscopy showed tumor cell cytoplasm to be largely obliterated by non-lysosomal-bound pools of glycogen, while hardly any fat vacuole was encountered. Neither ependymal-derived organelles nor annular lamellae suggesting oligodendroglial differentiation were detected. The latter differential diagnosis was further invalidated by lack of codeletion of chromosomal regions 1p36 and 19q13 on molecular genetic testing. By significantly interfering with pattern recognition as an implicit approach in histopathology, clear-cell change in pleomorphic xanthoastrocytoma is likely to suspend its status as a "classic", and to prompt more deductive differential diagnostic strategies to exclude look-alikes, especially clear-cell ependymoma and oligodendroglioma.

Somatostatin receptors as targets for nuclear medicine imaging and radionuclide treatment

Radiolabeled peptides have been an important class of compounds in radiopharmaceutical sciences and nuclear medicine for more than 20 years. Despite strong research efforts, only somatostatin-based radiopeptides have a real impact on patient care, diagnostically and therapeutically. [(111)In-diethylenetriaminepentaacetic acid(0)]octreotide is commercially available for imaging. Imaging was highly improved by the introduction of PET radionuclides such as (68)Ga, (64)Cu, and (18)F. Two peptides are successfully used in targeted radionuclide therapy when bound to DOTA and labeled with (90)Y and (177)Lu.

Airway research: the current status and future directions

We highlight the areas we think important for future development of the subspeciality. The ultimate goal is to improve patient care and safety and to do this, we need to identify how and where episodes of harm arise. Simply continuing with current practice does not represent the best path towards our ultimate goal; objective evidence is needed to inform changes in practice.