734 resultados para doente oncológico
Resumo:
OBJECTIVE: Doctor-patient communication in oncology, particularly concerning diagnostic disclosure, is a crucial factor related to the quality of the doctor-patient relationship and the psychological state of the patient. The aims of our study were to investigate physicians' opinions and practice with respect to disclosure of a cancer diagnosis and to explore potential related factors. METHOD: A self-report questionnaire developed for our study was responded to by 120 physicians from Coimbra University Hospital Centre and its primary healthcare units. RESULTS: Some 91.7% of physician respondents generally disclosed a diagnosis, and 94.2% were of the opinion that the patient knowing the truth about a diagnosis had a positive effect on the doctor-patient relationship. A need for training about communicating with oncology patients was reported by 85.8% of participants. The main factors determining what information to provide to patients were: (1) patient intellectual and cultural level, (2) patient desire to know the truth, and (3) the existence of family. SIGNIFICANCE OF RESULTS: Our results point to a paradigm shift in communication with cancer patients where disclosure of the diagnosis should be made part of general clinical practice. Nevertheless, physicians still experience difficulties in revealing cancer diagnoses to patients and often lack the skills to deal with a patient's emotional responses, which suggests that more attention needs to be focused on communication skills training programs.
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Introdução: A monitorização remota (MR) apresenta diversas vantagens sendo uma delas o aumento do nível de satisfação dos doentes, utilizada como medida par avaliar os programas de seguimento remoto. Objetivo: Avaliar a satisfação dos doentes portadores de CDI ou CRT-D que realizem consulta de monitorização/seguimento remoto. Metodologia: Estudo observacional, descritivo e analítico com componente transversal. A recolha dos dados foi realizada telefonicamente, através da implementação de um questionário validado e adaptado aos objectivos do presente estudo durante o período compreendido entre 11 de março e 4 de abril de 2014. As questões foram essencialmente de resposta fechada, recaindo sobre a perceção e satisfação dos doente com MR, como nova metodologia de consulta. Resultados: A amostra contou com 54 inquiridos com um tempo médio de MR de 2.57 + 1.63 anos. 50% dos doentes referiram estar satisfeitos e 38.9% muito satisfeitos com a consulta de MR, sendo que 34 (63%) prefere esta consulta. Para além disso, 31.5% classificam a qualidade como sendo melhor do que a consulta presencial, enquanto 51.9% a classifica como de igual qualidade. Quanto ao sentimento de segurança e confiança, estes estão presentes em 94.4% e 88.9% das respostas dos inquiridos, respetivamente. Por fim, 88.9% dos doente continuaria a longo prazo, com a consulta à distância. Conclusão: A maioria dos doentes inquiridos responde estar satisfeita ou muito satisfeita com a consulta de MR. Quando comparada com a consulta presencial, a consulta à distância foi classificada como tendo uma qualidade igual ou superior/melhor. Existe uma enorme aceitação e preferência pelo novo sistema de MR, aliado à consulta presencial.
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El cáncer constituye la segunda causa de muerte en Uruguay, ocupando el colorrectal los primeros lugares. El antígeno carcinoembrionario (CEA) es un marcador de seguimiento, no una prueba de tamizaje. El objetivo del presente trabajo es determinar el criterio técnico que respaldo la solicitud del CEA en el Hospital de Florida en el período julio de 2012 a julio de 2013. Es un estudio observacional de corte transversal que analizó una muestra de 500 determinaciones de CEA. Las variables fueron: edad, antecedente personal de cáncer colorrectal, motivo de solicitud y médico (especialista o generalista) que solicitó el estudio. Se accedió a 494 historias clínicas. La edad media y mediana fue de 61,2 y 63 años, con un rango de 74 años y una mínima de 18 y máxima de 92 años. Hubo 10,9% de usuarios con antecedente personal de cáncer colorrectal. Los motivos de solicitud fueron: control oncológico de un cáncer colorrectal (9,5%), valoración inicial de un cáncer colorrectal (1,4%), rutina (13,2%) y otros (75,9%). Especialistas y médicos generalistas solicitaron 29,1% y 16,6% de los estudios, en tanto en 54,3% de los estudios no se pudo determinar quién lo hizo. Excluidos los usuarios con antecedente personal de cáncer colorrectal, especialistas y médicos generalistas solicitaron el 19,7%, 18,5%, respectivamente, y en 61,8% de los casos no se pudo determinar quién indicó el análisis. Conclusiones: en la gran mayoría de los casos (89,1%) no se utilizó un criterio oncológico para solicitar el CEA; el mismo se efectuó a usuarios no oncológicos, algunos a edades tempranas y no hubo diferencias entre médicos generalistas y especialistas, aunque en un alto porcentaje de casos no se pudo establecer quién realizó la solicitud.
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Introdução: A alcaptonúria é uma doença rara do metabolismo da fenilalanina e tirosina. As manifestações oculares desta doença são comuns, afectam várias estruturas oculares e podem auxiliar no diagnóstico da doença. Métodos: Descrição clínica de um doente com alcaptonúria Resultados: Homem 70 anos, que recorreu ao serviço de urgência por queixa de baixa acuidade visual progressiva. Apresentava lesões hiperpigmentadas na conjuntiva, esclera e córnea perilímbica e pressão intraocular elevada. Como antecedentes pessoais referia o diagnóstico de artropatia ocronótica, litíase renal e lesões hiperpigmentadas na pele. Estabeleceu-se o diagnóstico de alcaptonúria e glaucoma secundário. Conclusōes:. Várias estruturas oculares são afectadas, sendo a hiperpigmentação da esclera, sobretudo na área interpalpebral, a principal manifestação ocular e a deposição de pigmento em “oil drop” na córnea perilímbica considerada patognomónica da doença. É fundamental conhecer esta patologia, seus achados clínicos e tê-la em consideração no diagnóstico diferencial de hiperpigmentação das estruturas oculares.
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We worked toward developing a core outcome set for clinical research studies in polymyalgia rheumatica (PMR) by conducting (1) patient consultations using modified nominal group technique; (2) a systematic literature review of outcome measures in PMR; (3) a pilot observational study of patients presenting with untreated PMR, and further discussion with patient research partners; and (4) a qualitative focus group study of patients with PMR on the meaning of stiffness, using thematic analysis. (1) Consultations included 104 patients at 4 centers. Symptoms of PMR included pain, stiffness, fatigue, and sleep disturbance. Function, anxiety, and depression were also often mentioned. Participants expressed concerns about diagnostic delay, adverse effects of glucocorticoids, and fear of relapse. (2) In the systematic review, outcome measures previously used for PMR include pain visual analog scores (VAS), morning stiffness, blood markers, function, and quality of life; standardized effect sizes posttreatment were large. (3) Findings from the observational study indicated that asking about symptom severity at 7 AM, or "on waking," appeared more relevant to disease activity than asking about symptom severity "now" (which depended on the time of assessment). (4) Preliminary results were presented from the focus group qualitative study, encompassing broad themes of stiffness, pain, and the effect of PMR on patients' lives. It was concluded that further validation work is required before a core outcome set in PMR can be recommended. Nevertheless, the large standardized effect sizes suggest that pain VAS is likely to be satisfactory as a primary outcome measure for assessing response to initial therapy of PMR. Dissection of between-patient heterogeneity in the subsequent treatment course may require attention to comorbidity as a potential confounding factor.
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Este estudo centrou-se num Curso de Licenciatura em Enfermagem e teve como objetivo compreender a influência da relação supervisiva no desenvolvimento da identidade profissional dos estudantes. Os eixos estruturantes que suportam esta investigação e que concorrem para a definição do seu objeto de estudo articulam-se em torno da relação supervisiva, do desenvolvimento de competências profissionais e do desenvolvimento da identidade pessoal e profissional em contexto clínico. A formação desenvolvida através da prática clínica destina-se a preparar indivíduos de acordo com a atual realidade socioprofissional, onde os sujeitos, independentemente da singularidade de cada um, desenvolvem saberes adquiridos em sala de aula. Quando comparada com o espaço escolar, a aprendizagem em contexto clínico é condicionada por fatores que se caraterizam por maior imprevisibilidade e obriga frequentemente o estudante a confrontar-se com situações únicas e impares. A identidade dos estudantes torna-se assim construída e vivida a partir de um conjunto de dimensões que ocorrem no decurso das vivências clínicas. Metodologicamente optou-se por um estudo etnográfico no âmbito do paradigma qualitativo, numa abordagem longitudinal segundo a lógica do estudo de caso. A natureza dos dados a recolher englobou ainda o recurso a procedimentos de natureza quantitativa. Como técnica de recolha de dados recorremos à observação participante, entrevistas semiestruturadas e questionários. O estudo desenvolveu-se numa Escola Superior de Enfermagem da Zona Norte do país e fizeram parte da população 69 estudantes de uma turma de segundo ano, quatro tutores e um professor. O plano de estudo da referida escola está organizado de forma a que a aprendizagem dos estudantes seja progressivamente integradora de saberes interligando a componente teórica com a componente prática. Assim, os ensinos clínicos estão distribuídos entre o 2º e o 4º ano. Da análise e discussão dos dados e subsequentes conclusões ressalta que, quer a relação supervisiva, quer os contextos clínicos, foram influenciadores do desenvolvimento de competências profissionais, bem como da identidade pessoal e profissional dos estudantes. Verificamos que os dois contextos clínicos estudados – medicina e cirurgia – favoreceram o desenvolvimento de competências distintas, no entanto complementares. Tornou-se visível que, os supervisores do contexto de medicina, possuidores de uma visão holística da profissão de enfermagem, promoveram nos estudantes uma visão integradora do doente, resultante de uma contínua atitude reflexiva sobre a Pessoa Humana. Por sua vez, no contexto de cirurgia, caraterizada por intervenções mais invasivas e mais centradas no tratar, as competências mais valorizadas pelos tutores, embora que de uma forma não verbalmente assumida, foram do domínio técnicocientífico, com especial relevo pelas competências instrumentais.
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Introdução: As fístulas vesico-vaginais são, de todas as fístulas do aparelho urinário, as mais frequentes. A etiologia deste tipo de fístulas, varia de acordo com a região do globo. Nos países em vias de desenvolvimento, a principal causa de fístulas vesico vaginais corresponde a complicações obstétricas. A pressão exercida pelo feto, nas paredes da vagina, bexiga e uretra proximal leva muitas vezes à necrose dos tecidos. Esta necrose pode levar a um conjunto de complicações que vão desde as fístulas vesico vaginais, estenose vaginal, atresia rectal, infertilidade secundária, ou mesmo à incompetência do esfíncter anal e osteíte púbica. Apresentamos 3 casos clínicos de fístulas vesico vaginais de causa obstétrica bem como uma revisão dos aspectos teóricos e técnicos do diagnóstico e tratamento desta patologia. Materiais e Métodos: Descrevem-se 3 casos clínicos de fístulas vesico vaginais de causa obstétrica tratadas em 2012. O primeiro caso foi abordado por via vaginal reparado em três planos, utilizando-se o retalho de Martius. Os outros dois casos devido à localização e complexidade da fístula foram abordados por via abdominal com interposição de epíploon. Resultados: No primeiro caso a doente foi seguida noutra instituição, nos outros dois casos não houve recidiva da fístula num follow up de 6 e 12 meses respectivamente. Relativamente à correção cirúrgica obedeceu-se aos seguintes princípios: uma boa exposição do trajecto fistuloso, desbridamento do tecido desvitalizado e isquémico, utilização de retalhos bem vascularizados e preenchimento do espaço livre. O encerramento foi realizado em vários planos, sem sobreposição das suturas, sempre sem tensão. Discussão: As fístulas vesico-vaginais permanecem um enorme desafio do ponto de vista cirúrgico, necessitando de uma abordagem multidisciplinar, bem como da criação de centros de referência.
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A paralisia periódica hipocaliémica é uma complicação neurológica do hipertiroidismo, especialmente na doença de Graves, rara em não asiáticos. Caracteriza-se por episódios auto-limitados recorrentes de fraqueza muscular que afecta sobretudo os músculos proximais dos membros inferiores. Acompanha-se de hipocaliémia, potencialmente grave. Apresenta-se o caso de um doente de 39 anos, caucasiano, com doença de Graves, medicado com carbimazol. Durante 3 meses, teve episódios recorrentes de tetraparésia de predomínio proximal, de curta duração, que surgiam após períodos de repouso, motivo pelo qual foi internado. Por manter episódios de agravamento da tetraparésia, associados a hipocaliémia e hipomagnesiémia, e por, laboratorialmente, apresentar hipertiroidismo, admitiu-se a hipótese de paralisia periódica hipocaliémica e iniciou terapêutica com tiamazol, corticoterapia, propranolol e reposição iónica, verificando-se melhoria progressiva. O caso exposto é um exemplo de uma situação incomum, em que a suspeita clínica é fundamental, porque o diagnóstico pode ser difícil. A terapêutica precoce do hipertiroidismo é imprescindível.
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Introdução: O insulinoma é um tumor neu- roendócrino do pâncreas, cuja prevalência es- timada é de 4 casos por 1 milhão de pessoas/ ano. Na maioria dos doentes, a apresentação cursa com sintomas neuropsiquiátricos, se- cundários à hipoglicemia. Objectivos: Pretendemos rever as manifesta- ções neuropsiquiátricas secundárias ao insuli- noma. Para enfatizar a complexidade do tema, apresentamos um caso clínico cujas alterações do comportamento foram a forma de apresen- tação de um insulinoma. Métodos: Efectuámos uma revisão da litera- tura publicada entre 1992 e 2013, através da PubMed. Para a elaboração do caso clínico consultámos o processo clínico da doente. Resultados: O caso clínico apresentado re- trata as dificuldades de diagnóstico dos qua - dros que se apresentam com sintomas que se sobrepõem a síndromes neurológicos/psi- quiátricos. Conclusão: Os insulinomas podem cursar com sintomas neuropsiquiátricos, dificultando um diagnóstico atempado. Deste modo, os autores consideram que é fundamental a realização de uma história clínica detalhada, de forma a pre- venir potenciais erros de diagnóstico.
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Introdução: A Síndrome de Cotard (SC) é uma Síndrome neuropsiquiátrica rara e grave, cuja característica central é a existência de delírios niilistas. Tem surgido controvérsia relativamente ao quadro clínico que Jules Cotard descreveu e recentemente têm sido feitas tentativas, não só para clarificar a terminologia utilizada, mas também para definir dife - rentes subtipos desta síndrome e explorar as suas bases biológicas. Objetivos: Rever sumariamente a termino- logia, etiologia, epidemiologia e diagnósticos diferenciais desta síndrome, a propósito da descrição de dois casos clínicos. Métodos: Pesquisa bibliográfica através das bases de dados eletrónicas Medline e Gallica (Biblioteca Nacional de França), consulta de registos clínicos e entrevistas diretas com os doentes. Resultados e Conclusões: Tipicamente os doentes diagnosticados com SC verbalizam a ideia delirante de que estão mortos ou prestes a morrer. Podem, no entanto, negar apenas a existência de partes do corpo ou do funcionamento de órgãos, ou chegar mesmo a pôr em causa a própria existência do mundo externo. Ilustramos o caso de uma doente de 66 anos com o diagnóstico de perturbação afetiva bipolar, admitida no contexto de um episódio depressivo grave com sintomas psicóticos, compatível com o tipo II da SC, e o caso de um jovem de 22 anos admitido por um primeiro surto psicótico com características esquizomorfas, que apresentava delírios niilistas configurando uma SC tipo I.
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A designação de polipo maligno significa a presença de um adenoma com um foco de carcinoma que invade a submucosa (carcinoma invasivo). Este tempo é habitualmente utilizado quando um polipo que foi ressecado por via endoscópica, se vem a comprovar, após exame histológico, conter carcinoma invasivo. A incidência de polipos malignos, removidos endoscopicamente, é em média de 4,7% (0,2-9,4%). O risco de malignidade está associado à dimensão, localização e configuração histológica. A abordagem terapêutica dum polipo maligno varia entre uma atitude conservadora, considerando a polipectomia tratamento adequado e suficiente e uma atitude cirúrgica de ressecção complementar, no caso contrário. A ressecção cirúrgica deverá tomar em conta os riscos potenciais de carcinoma residual e/ ou metastático da lesão excisada em comparação com o risco potencial, em termos de mobilidade e mortalidade, do próprio acto cirúrgico. A ressecção endoscópica de um polipo maligno pediculado, constitui habitualmente tratamento curativo, desde que esteja assegurada a sua excisão completa, com uma margem livre de ressecção e que o carcinoma não seja pouco diferenciado ou indiferenciado (grau III) e não exista invasão linfática ou vascular. O risco de doença metastática nesta situação é de 0,3%. Um polipo maligno sessil ressecado endoscopicamente possui maior risco de metastização (1,5%), mesmo com critérios histológicos favoráveis. A ressecção cirúrgica complementar deverá ser contemplada, em doentes cujo risco cirúrgico seja inferior ao risco de metastização. Cada caso deverá ser considerado individualmente, devendo a abordagem terapêutica ser devidamente ponderada pelos médicos intervenientes (gastrenterologista, anatomopatologista, cirurgião), em função dos riscos e beneficio de eventual ressecção cirúrgica complementar, após discussão com o doente e/ ou seus familiares.
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Prevê-se que os profissionais de saúde façam o melhor para o doente, com o melhor conhecimento que têm, e dentro das boas práticas. Na relação profissional-doente, da qual deve fazer parte a confiança, ocorre um certo desnivelamento. Por um lado o enfermeiro garante a qualidade dos cuidados e actuação em função do bem do outro, por outro ao doente cabe a confiança no profissional, seus conhecimentos e acção. A bioética ajuda a balancear este desnível e proteger a relação de eventuais abusos, com ajuda de alguns princípios, nomeadamente o da autonomia. Como corolário deste princípio surge o consentimento informado. O CI dá primazia à decisão consciente do doente, face ao que lhe diz respeito. Mas se por um lado, favorece um aumento de conhecimento, diminuindo o risco de uma medicina paternalista, por outro pode gerar desconforto na equipa de saúde. O CI deve ser olhado como ponto de equilíbrio, numa relação de respeito, ao invés de causador de medos recíprocos. Assim a relação tende a aproximar-se do ideal, capacitando o doente da tomada de decisões e consequente actuação de acordo com a sua autonomia e autodeterminação, em simultâneo com uma atitude profissional, segura e firmada na boa fé. Caminha-se para a aliança terapêutica, na qual estão impressas a confiança e segurança recíprocas. A legitimidade que se exige ao CI tem obrigatoriamente a informação cedida àquele que toma a decisão. Cabe ao profissional o dever de informar e de forma compreensível. Só com informação compreendida pelo receptor, todos os outros direitos se preenchem de sentido, na medida em que a livre escolha, participação e cidadania são plenamente exercidos. Informar é o meio mais eficaz para «empoderar» cada pessoa, dando-lhe uma parte significativa dos meios necessários à concretização dos projectos pessoais de saúde e de vida. E o enfermeiro é o fio de prumo na balança desta relação, que se deseja equilibrada.
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A higiene das mãos é uma das medidas mais simples e efectiva na redução das infecções associadas aos cuidados de saúde. (Direcção Geral da Saúde, circular normativa nº 13/DQS/DSD – Orientação de Boa Prática para a Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde). O Hospital Fernando Fonseca E.P.E. (HFF) aderiu à campanha de Nacional de Higiene das Mãos e passados cinco anos a avaliação do HFF, de acordo com a escala da Direcção Geral da Saúde é de muito satisfatório. Mas será que podemos melhorar de maneira a conseguirmos aumentar a taxa de adesão à higiene das mãos pelos profissionais de saúde? No Serviço de Cardiologia (Enfermaria e UCI) verifica-se que a taxa de adesão dos profissionais é menor antes do contacto com o doente. Apesar da existência de Solução Anti-séptica de Base Alcoólica no serviço, de cartazes alusivos e de formação periódica, que estratégias poderão mais ser implementadas para melhorar a adesão dos profissionais de saúde? No início de Março foi distribuído pelo serviço (unidades dos doentes e outros locais) pequenos cartazes (stoppers) a relembrar os profissionais de saúde para a higiene das mãos. A eficácia desta estratégia vai ser analisada através de alguns indicadores preconizados pela OMS. Daremos destaque ao consumo de SABA, comparando o seu consumo neste mês com os anteriores e, a taxa de adesão à higienização das mãos, através da observação- informação. A análise preliminar revela-nos um aumento do consumo de SABA o que nos poderá sugerir o sucesso da colocação de stoppers em locais estratégicos do serviço. Os resultados que daqui surgirem serão alvo de análise e discussão entre os profissionais de saúde de forma a envolver a equipa multidisciplinar na adopção de novas estratégias que visem uma melhor adesão à higiene das mãos. Reconhecemos que a eficácia desta medida é de curta duração pelo que de futuro visamos a implementação de outras medidas que melhorem igualmente a taxa de adesão dos profissionais à higiene das mãos. Bibliografia Direcção Geral da Saúde, circular normativa nº 13/DQS/DSD – Orientação de Boa Prática para a Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde; Direcção Geral da Saúde – Departamento da Qualidade na Saúde - Orientação de Boa Prática para a Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde, Lisboa, Junho de 2010;
Resumo:
Projeto de Investigação apresentado para a obtenção do grau de Mestre em Psicologia do Desporto e do Exercício
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No âmbito da Partilha de Boas Práticas, promovida pela Direção de Enfermagem do HFF, o Serviço de Cardiologia foi desafiado a partilhar as suas boas práticas de cuidados. Tendo em conta que o hospital se encontra a comemorar os seus 20 anos decidimos que o tema desta prelecção fosse também os 20 anos de cuidados de enfermagem no Serviço de Cardiologia. Ao longo desta prelecção será feita uma breve caraterização do serviço, desde o internamento, aos meios complementares de diagnóstico e ao ambulatório, tendo sempre como foco a evolução dos cuidados de enfermagem ao doente do serviço de cardiologia. Mais do que apresentar o trabalho desenvolvido por uma equipa e de que forma é que o desenvolvimento tecnológico levou à mudança dos cuidados, importa acima de tudo reflectir para onde queremos ir.