975 resultados para Rituais e performances
Resumo:
Quando iniciei, no Bairro do Alto da Cova da Moura, o trabalho que deu origem a esta tese, apercebi-me que era ali que os tambores se poderiam reinventar, que os ritmos anteriormente vividos ou escutados se recriavam na batida do pilão, na forma de fazer rapé, no funaná, na música rap ou no Colá S. Jon. Foi neste contexto ambíguo de construções culturais simultaneamente reflexivas e experienciais que procurei uma estadia longa no terreno, a passagem para o interior do bairro, espaço-tempo da pesquisa, a construção de um objeto de estudo e de um percurso metodológico. A experiência de campo mostrava-se-me como um processo dialéctico e dinâmico, como construção dialógica e pragmática, através da qual trabalhava o terreno como um meio simultaneamente de comunicação e conhecimento e procurava encontrar nos métodos modos de reconstrução das condições de produção dos saberes. Residia aí o problema do espaço afetivo e intelectual, vital e ao mesmo tempo cognitivo, que é a observação de terreno enquanto diálogo e processo de palavra. Havia que ter em conta a experiência pragmática e comunicativa de terreno, através das resistências e da receção afável, dos mal entendidos e compromissos, dos rituais interativos, da tomada de consciência da observação do observador, que estão na base da construção e da legitimação do terreno como espaço-tempo da pesquisa. A inserção no terreno permitiu-me a viagem por muitos temas possíveis, por muitas áreas de investigação. O percurso realizado conduziu-me a este trabalho que constitui uma abordagem dos processos de produção e reprodução de um ritual cabo-verdiano, Colá S. Jon, na Cova da Moura, um dos bairros da periferia urbana de Lisboa. A tese é uma construção etnográfica, por comparação e contraste, de múltiplos fazeres, (re)fazeres a muitas vozes. Vozes dos que o fazem, repetem, dizem. Vozes do quotidiano ou escrita de poetas que o consideram, “prenda má grande dum pôve e que tá fazê parte de sê vida”(Frusoni). Saber dos antropólogos que o dizem “imagem e metáfora da forma como os cabo-verdianos se representam”, modo como se contam a si, para si, para os outros. É também representação de uma comunidade que se explica a si mesma, e ao explicar-se se constrói para si e para os outros a partir de dois eixos, de duas histórias que simultaneamente se cruzam e diferenciam: uma explicitada pelas palavras e simbolizada pela dança do colá, veiculando o contexto social e cultural das interações e dos processos sociais; outra sugerida pela dança do navio, representando a historicidade de um povo - o cruzamento dos destinos de homens e mulheres que atravessando os mares atraídos pela aventura, arrastados ou empurrados pela tragédia se juntaram e plantaram na terra escassa e pobre das Ilhas, no centro do Atlântico, daí partindo ainda hoje, numa repetição incessante do ciclo da aventura, da tragédia ou da procura, na “terra longe”, da esperança de uma vida melhor. A reconstituição do Colá S. Jon, fora do país de origem, confrontada com outras realidades sociais adquire, neste contexto, novas dimensões e sublinha outras já existentes. Adquire a forma elegíaca da recordação, espécie de realidade ontológica da origem fixada num tempo e num espaço; a de lugar de tensão dialéctica com a sociedade recetora no processo migratório e de consciência reflexiva da diversidade e alteridade resultante do encontro ou do choque com outra cultura; a de simulacro tornando-se objeto repetível, espetáculo em que ressaltam sobretudo a forma estética ou força dramática, um real sem origem na realidade ou produto de outra realidade, a da praxis ou conveniência política distante da participação dos seus atores. A tese coloca-nos perante o questionamento, o olhar reflexivo, da pesquisa antropológica: simultaneamente experiência social e ritual única, relação dialógica com os atores sociais, processo de mediação, de comunicação, e a consequente dimensão epistemológica, ética e política da antropologia. Coloca-nos também perante a viagem ritual - passagem ao terreno, à imagem e à escrita – e a consequente procura de reconhecimento e aceitação do percurso realizado. O processo de produção do filme Colá S. Jon, Oh que Sabe! completa-se com o da escrita, síntese de uma experiência e aparelho crítico do filme. Ambos tem uma matriz epistemológica comum. Resultam da negociação da diferença entre o “Eu” e o “Outro” e da complexa relação entre a experiência vivida no terreno, os saberes locais, os pressupostos teóricos do projeto antropológico. Ao mesmo tempo que recusam a generalização, refletem uma construção dialógica, uma necessária relação de tensão e de porosidade entre experiências e saberes, uma ligação ambígua entre a participação numa experiência vivida e a necessária distanciação objetivante que está subjacente em qualquer atividade de tradução ou negociação intercultural, diatópica.
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Introduction 1. Généralités : Le sport occupe une place importante dans notre société, de manière active par la pratique d'une ou de plusieurs activités sportives, ou de manière passive, au travers de la presse, de la radio et de la télévision. Le sport est ainsi un acte de participation, d'appartenance, de revendication et d'intégration à la société en général ou à un groupe. Il stimule l'imagination et permet de rêver aux héros sportifs. Enfin, non seulement il améliore la santé de ceux qui le pratique, mais il a une dimension éducative et joue un rôle social, culturel et récréatif. Toutefois, le sport est également un spectacle qui provoque des passions et engendre des émotions de la part des supporters, dont certains s'exaltent pour leur équipe fétiche. Il arrive que ce supportérisme soit à tel point exacerbé qu'il mène à des dérives pouvant aboutir à des actes de violence dans et en dehors des stades, ceci tant avant, pendant qu'après le match. A titre d'exemple tragique, les téléspectateurs garderont longtemps en mémoire les scènes auxquelles ils ont assisté le 29 mai 1985, en direct, lorsque, avant le début de la rencontre, des hooligans anglais ont attaqué des supporters italiens dans les gradins du bloc Z du stade du Heysel à Bruxelles, lors de la finale de la Coupe d'Europe des champions, opposant le FC Liverpool à la Juventus de Turin; 39 personnes en sont mortes et 600 ont été blessées. La Suisse, longtemps épargnée par le phénomène, en regard de la situation qui a prévalu dans d'autres Etats européens, ne peut échapper, depuis quelques années, au triste constat selon lequel les stades constituent désormais des environnements propices à des actions de violence, de racisme et, plus rarement, d'extrémisme. Le cas le plus révélateur a eu lieu le 13 mai 2006, lorsque des fauteurs de trouble ont envahi le terrain du Parc Saint-Jacques de Bâle après le coup de sifflet final du match de championnat opposant le FC Bâle au FC Zurich, match dont l'enjeu était la première place du classement du championnat de Super League, pour attaquer à coups de pied et à coups de poing des joueurs, des accompagnants et des personnes chargées de la sécurité. Les affrontements ont continué dans la rue jusque tard dans la soirée. Il s'en est suivi une centaine de blessés et des dégâts d'un demi million de francs. De tels débordements mettent en danger la sécurité du public, des équipes et des arbitres. Il s'agit de tout mettre en oeuvre afin que les spectateurs qui assistent à une manifestation sportive puissent prendre du plaisir aux performances des sportifs sans devoir craindre pour leur sécurité. De même, les acteurs sur le terrain doivent pouvoir exercer leur sport sans craindre un envahissement de l'aire de jeu. Ainsi, les Etats et les associations sportives ont élaboré des textes juridiques afin d'éviter des débordements ou tout autre événement qui pourraient mettre en danger des personnes ou des biens matériels lors de manifestations sportives. Sous l'angle du droit étatique helvétique, cela s'est traduit, notamment en vue du déroulement en Suisse du Championnat d'Europe de football de l'UEFA en 2008 (EURO 2008) et du Championnat du monde de hockey sur glace en 2009, par l'adoption de mesures préventives permettant de lutter contre les actes de violence lors de manifestations sportives, introduites dans la Loi fédérale du 21 mars 1997 instituant des mesures visant au maintien de la sûreté intérieure (LMSI). Elles se concrétisent par l'inscription d'individus ayant commis des actes de violence dans une banque de données nationale, ainsi que par le recours au périmètre d'exclusion, à l'interdiction de sortie du territoire, à l'obligation de s'annoncer à la police et, en dernier ressort, à la garde à vue; enfin, il est également possible de saisir, séquestrer ou confisquer du matériel de propagande5. La mise en place de telles mesures relève de l'Etat, garant de la sécurité et de l'ordre publics à l'extérieur des enceintes sportives. L'organisateur, chargé quant à lui d'assurer la sécurité à l'intérieur du stade, n'est toutefois pas en marge, puisque les fédérations et associations sportives ont édicté des règlements dont il est le destinataire. Ces textes prévoient, à sa charge, notamment les mesures suivantes: le prononcé d'interdictions de stade à l'encontre de supporters violents, la fouille accrue des spectateurs, l'engagement d'un service de sécurité privé, l'obligation de désigner un responsable de la sécurité, la séparation des différents groupes de supporters, etc.. Il appartient ainsi aux associations sportives, aux organisateurs, aux chargés de la sécurité au sein des clubs et aux forces de l'ordre public d'appliquer de la meilleure façon que ce soit les mesures proposées et de collaborer afin de combattre les débordements des spectateurs de manière effective. Prévenir et supprimer la violence dans les manifestations sportives exige ainsi la mobilisation et la collaboration de tous les protagonistes concernés.
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Apresentam‑se os principais resultados obtidos nas duas missões arqueológicas patrocinadas pelo Centro Português de Actividades Subaquáticas (CPAS) à ilha de São Vicente (República de Cabo Verde), em 1998 e em 2005. Em 1998, confirmou‑se o efectivo interesse arqueológico do sítio, localizado sobre o mar, em local abrigado da vasta baía de Salamansa, situada na parte setentrional da ilha, tendo‑se registado a respectiva extensão e estratigrafia e procedido à colheita de amostras para datação. Embora os resultados dessa campanha tivessem sido publicados, indicando estação de carácter habitacional, revelada pela notável acumulação de conchas, acompanhada de abundantes fragmentos de cerâmicas manuais, de produção africana, mantinha‑se indefinida a sua verdadeira natureza. Impunha‑se, assim, proceder à escavação integral da área que ainda subsistia da estação — sujeita de forma contínua a forte erosão marinha — bem como à colheita de novos materiais para datação, de forma a confirmar as conclusões preliminares anteriormente obtidas, objectivos que se concretizaram em 2005. Deste modo, foi possível concluir que, contrariando a hipótese, de início considerada, de poder corresponder a um testemunho da ocupação da ilha em época anterior à chegada dos Portugueses — hipótese que já as primeiras datas de radiocarbono contradiziam — se trata de um sítio onde uma unidade habitacional construída por muros de pedra seca, de planta ortogonal, revela inspiração europeia, aliás sublinhada pelos materiais exumados, onde estão representados produtos com tal origem, como cachimbos de caulino, vidros, faianças portuguesas, e projécteis de armas de fogo, a par de objectos oriundos do Extremo Oriente, num quadro dominado pelas produções cerâmicas africanas. Esta situação evidencia um estabelecimento cuja ocupação se centrou no século XVII, conforme indicam os materiais recolhidos e os resultados das datações obtidas, francamente aberto aos contactos de longa distância, apesar do isolamento do local escolhido. Os restos faunísticos recolhidos, com a presença deburro e de boi, sugerem um estacionamento sedentário, sendo a alimentação assegurada essencialmente pela captura de tartarugas, pela pesca e pela recolecção de moluscos marinhos (especialmente grandes lapas) e complementada pelo consumo de cabra, que poderia ser doméstica ou caçada, dado o estado selvagem a que retornou ali esta espécie. na última parte do trabalho, discutem‑se as diversas hipóteses susceptíveis de explicar esta estação — desde um entreposto comercial relacionado com a exploração agro‑pecuária da ilha de Santo Antão, passando por pequeno estabelecimento especializado de apoio à navegação, com a produção de carne salgada de tartaruga, até ter constituído refúgio relacionado com a intensa pirataria vigente à época no arquipélago, tendo presente os elementos históricos conhecidos, que, aliás, indicam que o início da ocupação permanente de São Vicente só se produziu a partir da segunda década do século XIX. Seja como for, a forte componente cultural africana revelada pelo espólio destes primeiros ocupantes da ilha expressa‑se também pelos rituais que terão envolvido o abandono do estabelecimento, com o enterramento de dois vasos emborcados sob o chão da habitação explorada, e a deposição de uma pequena taça, nas mesmas circunstâncias, junto à parede da mesma, do lado externo.
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Quando iniciei, no Bairro do Alto da Cova da Moura, o trabalho que deu origem a esta tese, apercebi-me que era ali que os tambores se poderiam reinventar, que os ritmos anteriormente vividos ou escutados se recriavam na batida do pilão, na forma de fazer rapé, no funaná, na música rap ou no Colá S. Jon. Foi neste contexto ambíguo de construções culturais simultaneamente reflexivas e experienciais que procurei uma estadia longa no terreno, a passagem para o interior do bairro, espaço-tempo da pesquisa, a construção de um objeto de estudo e de um percurso metodológico. A experiência de campo mostrava-se-me como um processo dialéctico e dinâmico, como construção dialógica e pragmática, através da qual trabalhava o terreno como um meio simultaneamente de comunicação e conhecimento e procurava encontrar nos métodos modos de reconstrução das condições de produção dos saberes. Residia aí o problema do espaço afetivo e intelectual, vital e ao mesmo tempo cognitivo, que é a observação de terreno enquanto diálogo e processo de palavra. Havia que ter em conta a experiência pragmática e comunicativa de terreno, através das resistências e da receção afável, dos mal entendidos e compromissos, dos rituais interativos, da tomada de consciência da observação do observador, que estão na base da construção e da legitimação do terreno como espaço-tempo da pesquisa. A inserção no terreno permitiu-me a viagem por muitos temas possíveis, por muitas áreas de investigação. O percurso realizado conduziu-me a este trabalho que constitui uma abordagem dos processos de produção e reprodução de um ritual cabo-verdiano, Colá S. Jon, na Cova da Moura, um dos bairros da periferia urbana de Lisboa. A tese é uma construção etnográfica, por comparação e contraste, de múltiplos fazeres, (re)fazeres a muitas vozes. Vozes dos que o fazem, repetem, dizem. Vozes do quotidiano ou escrita de poetas que o consideram, “prenda má grande dum pôve e que tá fazê parte de sê vida”(Frusoni). Saber dos antropólogos que o dizem “imagem e metáfora da forma como os cabo-verdianos se representam”, modo como se contam a si, para si, para os outros. É também representação de uma comunidade que se explica a si mesma, e ao explicar-se se constrói para si e para os outros a partir de dois eixos, de duas histórias que simultaneamente se cruzam e diferenciam: uma explicitada pelas palavras e simbolizada pela dança do colá, veiculando o contexto social e cultural das interações e dos processos sociais; outra sugerida pela dança do navio, representando a historicidade de um povo - o cruzamento dos destinos de homens e mulheres que atravessando os mares atraídos pela aventura, arrastados ou empurrados pela tragédia se juntaram e plantaram na terra escassa e pobre das Ilhas, no centro do Atlântico, daí partindo ainda hoje, numa repetição incessante do ciclo da aventura, da tragédia ou da procura, na “terra longe”, da esperança de uma vida melhor. A reconstituição do Colá S. Jon, fora do país de origem, confrontada com outras realidades sociais adquire, neste contexto, novas dimensões e sublinha outras já existentes. Adquire a forma elegíaca da recordação, espécie de realidade ontológica da origem fixada num tempo e num espaço; a de lugar de tensão dialéctica com a sociedade recetora no processo migratório e de consciência reflexiva da diversidade e alteridade resultante do encontro ou do choque com outra cultura; a de simulacro tornando-se objeto repetível, espetáculo em que ressaltam sobretudo a forma estética ou força dramática, um real sem origem na realidade ou produto de outra realidade, a da praxis ou conveniência política distante da participação dos seus atores. A tese coloca-nos perante o questionamento, o olhar reflexivo, da pesquisa antropológica: simultaneamente experiência social e ritual única, relação dialógica com os atores sociais, processo de mediação, de comunicação, e a consequente dimensão epistemológica, ética e política da antropologia. Coloca-nos também perante a viagem ritual - passagem ao terreno, à imagem e à escrita – e a consequente procura de reconhecimento e aceitação do percurso realizado. O processo de produção do filme Colá S. Jon, Oh que Sabe! completa-se com o da escrita, síntese de uma experiência e aparelho crítico do filme. Ambos tem uma matriz epistemológica comum. Resultam da negociação da diferença entre o “Eu” e o “Outro” e da complexa relação entre a experiência vivida no terreno, os saberes locais, os pressupostos teóricos do projeto antropológico. Ao mesmo tempo que recusam a generalização, refletem uma construção dialógica, uma necessária relação de tensão e de porosidade entre experiências e saberes, uma ligação ambígua entre a participação numa experiência vivida e a necessária distanciação objetivante que está subjacente em qualquer atividade de tradução ou negociação intercultural, diatópica.
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In an experiment we study market outcomes under alternative incentive structures for third-party enforcers. Our transactions resemble an anonymous credit market where lenders can give loans and borrowers can repay them. When borrowers default, judges are free to enforce repayment but are themselves paid differently in each of three treatments. First, paying judges according to lenders votes maximizes surplus and the equality of earnings. In contrast, paying judges according to borrowers votes triggers insufficient enforcement, destroying the market and producing the lowest surplus and the most unequal distribution of earnings. Lastly, judges paid the average earnings of borrowers and lenders achieve results close to those based on lender voting. We employ a steps-of-reasoning argument to interpret the performances of different institutions. When voting and enforcement rights are allocated to different classes of actors, the difficulty of their task changes, and arguably as a consequence they focus on high or low surplus equilibria.
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Este estudo analisa as dinâmicas da imprensa e do jornalismo nos territórios da África Portuguesa (Cabo Verde, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné) ao longo do período colonial, entre 1842-1974. Os papéis desempenhados pelo jornalismo e as características do sistema de imprensa são observados, discutidos e analisados no contexto sociopolítico do império colonial português nos séculos XIX e XX. No estudo das relações entre a imprensa e o império adopta-se uma perspectiva multidisciplinar, na qual dialogam a história, a sociologia e a ciência política, permitindo uma compreensão aprofundada das interacções e interdependências entre a imprensa, o império colonial e os regimes políticos. O estudo de caso da África Portuguesa demonstra que a imprensa e o jornalismo nos cinco territórios apresentaram dinâmicas e características similares no período colonial. A imprensa foi decisiva na afirmação do colonialismo português, mas o jornalismo também contestou e opôs-se e ao projecto imperial. Foi ao longo do colonialismo que a imprensa emergiu, desenvolveu-se e consolidou-se como uma instituição de perfil político e como plataforma dos conflitos sociais.
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Este estudo analisa as dinâmicas da imprensa e do jornalismo nos territórios da África Portuguesa (Cabo Verde, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné) ao longo do período colonial, entre 1842-1974. Os papéis desempenhados pelo jornalismo e as características do sistema de imprensa são observados, discutidos e analisados no contexto sociopolítico do império colonial português nos séculos XIX e XX. No estudo das relações entre a imprensa e o império adopta-se uma perspectiva multidisciplinar, na qual dialogam a história, a sociologia e a ciência política, permitindo uma compreensão aprofundada das interacções e interdependências entre a imprensa, o império colonial e os regimes políticos. O estudo de caso da África Portuguesa demonstra que a imprensa e o jornalismo nos cinco territórios apresentaram dinâmicas e características similares no período colonial. A imprensa foi decisiva na afirmação do colonialismo português, mas o jornalismo também contestou e opôs-se e ao projecto imperial. Foi ao longo do colonialismo que a imprensa emergiu, desenvolveu-se e consolidou-se como uma instituição de perfil político e como plataforma dos conflitos sociais.
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Quality assurance is an essential process which should be applied for any organised breast cancer screening program since mammography it the only test available for an early diagnosis. It should also assess the quality of diagnostic and treatment processes in order to ascertain that the quality of the screening program would not be altered by the procedures which take place after the screening. Quality assurance must be applied to each component of the screening process: equipment, radiographers (technicians) as well as radiologists. It is a multidisciplinary approach following a well defined protocol, which should be supervised by a coordination unit, the Breast Cancer Screening Foundation in Canton of Vaud. Performances of the Vaud program show clearly at what extend multiple reading method improves the quality of screening. It seems that there is no inconvenient to involve radiologists who wish to participate without any selection to the reading process provided that there is in place a team of 2nd and 3rd readers who benefit of an appropriate training and experience.
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Influence of different tropical fruits on biological and behavioral aspects of the Mediterranean fruit fly Ceratitis capitata (Wiedemann) (Diptera, Tephritidae). Studies on Ceratitis capitata, a world fruit pest, can aid the implementation of control programs by determining the plants with higher vulnerability to attacks and plants able to sustain their population in areas of fly distribution. The objective of the present study was to evaluate the influence of eight tropical fruits on the following biological and behavioral parameters of C. capitata: emergence percentage, life cycle duration, adult size, egg production, longevity, fecundity, egg viability, and oviposition acceptance. The fruits tested were: acerola (Malpighia glabra L.), cashew (Anacardium occidentale L.), star fruit (Averrhoa carambola L.), guava (Psidium guajava L.), soursop (Annona muricata L.), yellow mombin (Spondias mombin L.), Malay apple (Syzygium malaccense L.), and umbu (Spondias tuberosa L.). The biological parameters were obtained by rearing the recently hatched larvae on each of the fruit kinds. Acceptance of fruits for oviposition experiment was assessed using no-choice tests, as couples were exposed to two pieces of the same fruit. The best performances were obtained with guava, soursop, and star fruit. Larvae reared on cashew and acerola fruits had regular performances. No adults emerged from yellow mombin, Malay apple, or umbu. Fruit species did not affect adult longevity, female fecundity, or egg viability. Guava, soursop, and acerola were preferred for oviposition, followed by star fruit, Malay apple, cashew, and yellow mombin. Oviposition did not occur on umbu. In general, fruits with better larval development were also more accepted for oviposition.
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BACKGROUND: Primary intellectual abilities (PIA) are a confounder in epidemiological studies on neurotoxicity. A good measure of this confounder should be independent of age as PIA is an intrinsic ability. Furthermore, as PIA is related to health endpoints, any measure of PIA should reveal this association. This study is aimed at comparing vocabulary test, diploma and age at end of schooling properties as measures of PIA in a non-exposed population of workers. METHODS: The design was a cross-sectional study of 413 non-exposed workers (203 women and 210 men) selected from a health check-up center. The effect of age on the vocabulary score was assessed using an analysis of covariance adjusted for diploma. Relationships between neuropsychological performances and vocabulary score, diploma and end of schooling age were, respectively, assessed using multiple linear regressions adjusted for age and gender. RESULTS: Vocabulary score increased significantly with age, both for men and women. The increase was 0.14 word per year for women, and 0.18 word per year for men. The explained variance of the models evaluating the relationships between age at end of schooling, diploma, vocabulary test, and neuropsychological performances was quite similar for the three measures of PIA. CONCLUSIONS: Vocabulary score was found to be age-related, even after adjustment for diploma. No difference was found between these three variables in terms of their relationship to neuropsychological endpoints. Moreover, the literature shows that vocabulary test performances are influenced by exposure to neurotoxic agents. These results suggest that vocabulary score could be of interest for participants of similar ages and similar diplomas. Otherwise, the other two variables would be better PIA measures in neurotoxicology studies.
Characterization of intonation in Karṇāṭaka music by parametrizing context-based Svara Distributions
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Intonation is a fundamental music concept that has a special relevance in Indian art music. It is characteristic of the rāga and intrinsic to the musical expression of the performer. Describing intonation is of importance to several information retrieval tasks like the development of rāga and artist similarity measures. In our previous work, we proposed a compact representation of intonation based on the parametrization of the pitch histogram of a performance and demonstrated the usefulness of this representation through an explorative rāga recognition task in which we classified 42 vocal performances belonging to 3 rāgas using parameters of a single svara. In this paper, we extend this representation to employ context-based svara distributions, which are obtained with a different approach to find the pitches belonging to each svara. We quantitatively compare this method to our previous one, discuss the advantages, and the necessary melodic analysis to be carried out in future.
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The main information sources to study a particular piece of music are symbolic scores and audio recordings. These are complementary representations of the piece and it isvery useful to have a proper linking between the two of the musically meaningful events. For the case of makam music of Turkey, linking the available scores with the correspondingaudio recordings requires taking the specificities of this music into account, such as the particular tunings, the extensive usage of non-notated expressive elements, and the way in which the performer repeats fragmentsof the score. Moreover, for most of the pieces of the classical repertoire, there is no score written by the original composer. In this paper, we propose a methodology to pair sections of a score to the corresponding fragments of audio recording performances. The pitch information obtained from both sources is used as the common representationto be paired. From an audio recording, fundamental frequency estimation and tuning analysis is done to compute a pitch contour. From the corresponding score, symbolic note names and durations are converted to a syntheticpitch contour. Then, a linking operation is performed between these pitch contours in order to find the best correspondences.The method is tested on a dataset of 11 compositions spanning 44 audio recordings, which are mostly monophonic. An F3-score of 82% and 89% are obtained with automatic and semi-automatic karar detection respectively,showing that the methodology may give us a needed tool for further computational tasks such as form analysis, audio-score alignment and makam recognition.
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Previous studies revealed personality changes in elderly patients with early-onset depression (EOD) that persist in euthymic stages. However, depression in older patients is a complex disorder that may affect not only personality, but also cognition and brain structure. To address this issue, a cross-sectional comparison and 2-year follow-up of 28 EOD elderly patients and 48 healthy controls included detailed neurocognitive assessment, estimates of brain volumes in limbic areas and white matter hyperintensities, as well as evaluation of the Five Factor Model of personality, in a remitted mood state. Results revealed that cognitive performances as well as brain volumes were preserved in EOD patients both at baseline and at follow-up. The increased Neuroticism factor and Anxiety facet scores as well as the decreased Warmth and Positive Emotions facet scores found at baseline reached the level of healthy controls after 2years. Only the Depression facet scores remained significantly higher in EOD patients compared to controls upon follow-up. Results were independent of depressive relapse since baseline (25% of patients). These findings suggest that both cognitive performances and brain volumes show long-term preservation in older EOD patients. In contrast, the depression-related personality facet might be a trait like marker that persists in the long-term evolution of this disorder.
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Résumé : Erythropoietin (EPO) is a glycoprotein hormone endogenously produced by the kidney, whose main physiological role is the stimulation of erythropoiesis. Since the beginning of the nineties, recombinant human EPO (rhEPO), a potent anti-anaemia treatment drug, has been manufactured by pharmaceutical industries. However, the erythropoiesis stimulating power of rhEPO was rapidly misused by unscrupulous athletes in order to improve their performances in endurance sports. Endogenous EPO has the same amino-acid backbone as most of recombinant forms; the molecules however differ through their respective glycosylation patterns. This difference constitutes the basis of the usual EPO screening test (IEF) developed in 2000 and still currently used in all anti-doping laboratories of the world. Nowadays, 3 EPO generations have been commercialized. The fight against EPO abuse is a continuous challenge for anti-doping laboratories. The diversity of recombinant EPO forms and the continuous development of new ones considerably confuse the identification of EPO doping. Several facets of this fight were investigated in this work. One of the limiting aspects of doping agents screening is the availability of positive samples. Therefore, 2nd and 3rd generation EPOS, namely NESP and C.E.R.A., were injected to healthy subjects in the frame of pilot clinical studies. These latter allowed to review the current EPO identification criteria defined by the World Anti-Doping Agency (WADA) in the case of NESP and to validate and implement a new assay targeting C.E.R.A. in human serum. Both studies resulted in the determination of the respective detection windows of NESP and C.E.R.A. in biological fluids. Following that, Dynepo, a 1st generation EPO presenting similarities with the endogenous form, was also in the centre of a similar clinical study. Our work aimed to overcome the actual identification criteria, which are not adapted to Dynpeo, and to propose an alternative pattern classification method based on the discriminant analysis of IEF EPO profiles. This method might be validated for other EPO forms in the future. The detection window of this molecule was also determined. Under particular conditions, confounding effects can complicate the identification of EPO in biological matrices. For example, athletes having performed a strenuous physical effort can excrete modified isoforms of endogenous EPO, making it very similar to some recombinant forms. Such phenomena, called effort urines, were reproduced under controlled conditions and, after characterization of effort EPO, an urinary biochemical marker was proposed to unequivocally identify effort urines. It also happens that EPO analyses fail to detect endogenous levels of EPO. Such profiles were thoroughly investigated and potential causes identified. Natural reasons relying on urine properties and test specificity were underlined, but the possible addition of adulterant agents in urine samples was also considered. Therefore, a simple biochemical assay targeting the suspected substances was set up. Our work was based on the characterization of atypical EPO profiles from different origins. Therefore, 3 EPO molecules representing the 3 generations of the drug and 2 confounding effects confusing the results interpretation were studied. These studies resulted in tangible applications for the laboratory, the best example of which being the C.E.R.A. assay, but also in scientific findings allowing to improve our comprehension of EPO doping in sport.
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The research performed a sustainability assessment of supply chains of the anchoveta (Engraulis ringens) in Peru. The corresponding fisheries lands 6.5 million t per year, of which <2% is rendered into products for direct human consumption (DHC) and 98% reduced into feed ingredients (fishmeal and fish oil, FMFO), for export. Several industries compete for the anchoveta resources, generating local and global impacts. The need for understanding these dynamics, towards sustainability-improving management and policy recommendations, determined the development of a sustainability assessment framework: 1) characterisation and modelling of the systems under study (with Life Cycle Assessment and other tools) including local aquaculture, 2) calculation of sustainability indicators (i.e. energy efficiency, nutritional value, socio-economic performances), and 3) sustainability comparison of supply chains; definition and comparison of alternative exploitation scenarios. Future exploitation scenarios were defined by combining an ecosystem and a material flow models: continuation of the status quo (Scenario 1), shift towards increased proportion of DHC production (Scenario 2), and radical reduction of the anchoveta harvest in order for other fish stocks to recover and be exploited for DHC (Scenario 3). Scenario 2 was identified as the most sustainable. Management and policy recommendations include improving of: controls for compliance with management measures, sanitary conditions for DHC, landing infrastructure for small- and medium-scale (SMS) fisheries; the development of a national refrigerated distribution chain; and the assignation of flexible tolerances for discards from different DHC processes.