997 resultados para Rio Macaé (RJ) Estuários
Resumo:
Neste artigo descrevo os eventos polticos principais que, em julho de 2001, levaram instalao de portes e cmeras em volta do Jacarezinho, a segunda maior favela do Rio de Janeiro, e as imediatas reaes negativas a essas medidas na imprensa - especialmente jornais e redes de TV. Analiso essas reaes a partir de dados etnogrficos que tenho coletado desde junho de 2001 no Rio de Janeiro, quando iniciei um trabalho de colaborao com ativistas negras/os que, com a ajuda de ex-membros do grupo Panteras Negras (EUA), ousaram desafiar a polcia, os traficantes de drogas e, de fato, setores mais amplos da sociedade. Atravs da anlise da cobertura dos jornais sobre o "condomnio-favela" e dos debates pblicos que se seguiram, demonstro como tais discursos, ainda que de forma freqentemente tcita, desumanizam negras/os ao associ-las/os ao crime, corrupo e s favelas - bairros das classes trabalhadoras considerados como o local onde futuras geraes de negras/os perigosas/os continuaro a aterrorizar a imaginao e a vida daquelas pessoas que no moram em favelas. Concluo o artigo com uma avaliao da literatura acadmica sobre cidades brasileiras e sugiro que necessrio dar ateno s formas como raa e espao urbano interagem se a pesquisa nessa rea pretende compreender e dialogar com ativistas moradores de favelas que no tm outra sada a no ser confrontar sua contnua desumanizao.
Resumo:
Apesar da existncia de contatos entre planalto e litoral brasileiros ser atualmente quase um consenso entre os arquelogos nacionais, no h muita certeza de como teria se dado tal contato e qual seria o fluxo entre interior e costa. O vale do Ribeira de Iguape (SP) uma das raras regies do Sul-Sudeste do pas onde tal comunicao seria bastante facilitada devido a peculiaridades de sua geomorfologia. Neste trabalho, apresentamos os resultados de uma anlise craniomtrica comparativa entre 12 esqueletos provenientes de sambaquis fluviais do vale do Ribeira datados entre 6.000 e 1.200 anos AP e 225 esqueletos oriundos de diversas sries pr-histricas brasileiras do interior e do litoral. Ao contrrio do que se observa no incio do Holoceno nesse vale, no h qualquer afinidade biolgica entre os ribeirinhos mais tardios e os paleondios de Lagoa Santa ou qualquer outra srie interiorana. Os grupos fluviais (ambos os sexos) associam-se aos sambaquis da costa de So Paulo e do Paran, mostrando que houve realmente um contato considervel entre a plancie costeira e o planalto, ao menos no estado de So Paulo a partir da segunda metade do Holoceno.
Resumo:
No presente artigo, analiso os aspectos relacionados s escolhas e averses alimentares entre as populaes ribeirinhas assentadas no Rio Negro (Amazonas, Brasil). Foram entrevistadas 104 pessoas (57 homens e 47 mulheres) e observadas as prticas cotidianas quanto s preferncias e restries alimentares em 47 unidades domsticas. As escolhas alimentares so influenciadas por preferncias individuais, fatores ecolgicos, econmicos, sociais e culturais. Com relao ao sistema de tabus alimentares, os animais com caracteres hbridos ou difceis de serem categorizados, como os peixes lisos e os animais de dieta generalista, so sujeitos a tabus. A sobreposio entre as diferentes correntes tericas utilizada para interpretar as variaes estabelecidas entre as preferncias e os tabus alimentares no Rio Negro.
Resumo:
No incio do sculo XVII, navegadores e comerciantes de diversas naes frequentavam as guas do territrio hoje conhecido como Amaznia brasileira, correspondente ao antigo Estado do Maranho e Gro-Par (1621-1770). O objetivo deste artigo discutir a relao entre Portugal e Espanha com os demais concorrentes europeus no cenrio atlntico utilizando como estudo de caso as tentativas de navegao toscana para o extremo norte da Amrica portuguesa.
Resumo:
Analiso neste artigo as leituras que libertos e senhores fizeram da alforria e o que representavam os diferentes tipos de manumissão na experiência de liberdade em uma área mineradora periférica da América portuguesa: a vila de Rio de Contas, capitania da Bahia. Após discutir o tipo de fonte que tem sido privilegiado na maioria dos estudos sobre o tema, analiso qual tipo de alforria foi mais relevante em Rio de Contas para entender os sentidos que escravos e senhores lhe atribuíram.
Resumo:
Resumo O presente artigo busca analisar o papel poltico exercido pela Impresso Rgia do Rio de Janeiro no contexto da instalao da Corte portuguesa na Amrica. Herdeira das tipografias criadas no Reino no final do sculo XVIII, no mbito do projeto reformista ilustrado portugus, a Impresso Rgia do Rio de Janeiro preservava a funo pragmtica de impresso e divulgao dos saberes teis ao desenvolvimento do Imprio, que caracterizava tipografias como a do Arco do Cego, criada em 1799. Baseada em um modelo ilustrado de conhecer para intervir na realidade, fazia da difuso das Luzes no Imprio portugus uma funo no apenas cultural, mas tambm poltica. Frente s tenses polticas que a nova situao criada pela mudana da sede do Imprio gerava, a Impresso Rgia desempenhou o importante papel de legitimao e sustentao do projeto poltico de criao de um novo Imprio portugus na Amrica, longamente acalentado por letrados e estadistas ilustrados portugueses. Busca-se, dessa forma, chamar a ateno para a relao intrnseca entre saber e poder no reformismo ilustrado portugus.
Resumo:
Os nveis de sade foram estudados atravs de uma srie histrica (1956-1965), para a Regio Taquari-Antas, composta de 50 municpios, com uma populao aproximada de 1.300.000 habitantes e cerca de 20% da populao do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. A diminuio do coeficiente de mortalidade geral observada e o aumento da mortalidade proporcional, sugere uma melhora do nvel de sade e isto se observou para as trs reas comparadas (Regio Taquari-Antas, Estado do Rio Grande do Sul e Prto Alegre, capital do Estado). A curva de mortalidade proporcional - curva de NELSON DE MORAES - apresentou a forma de um "J" normal, caracterizando um nvel de sade regular. Observou-se queda da natalidade para o perodo de estudo, fato que se deve levar em considerao no planejamento da assistncia materno-infantil. A mortalidade infantil apresentou decrscimo considervel somente no perodo 1959-1960 e, a partir desse ano, at 1965, houve flutuaes, no se observando, entretanto, queda ou melhora significativa. As principais causas de bitos foram as doenas do aparelho circulatrio, dos sistemas nervoso, respiratrio e digestivo. A proporo de 35% de bitos classificados como mal definidos, reflete a precariedade da assistncia mdica na Regio. Do total de bitos, 3,3% foram por molstias transmissveis, sendo que a tuberculose foi responsvel por aproximadamente 50% das mortes por estas causas. A menor proporo de bitos por molstias transmissveis na Regio, quando comparada com a de Porto Alegre, municpio mais rico do Estado, pode ser explicada, em parte, pela grande proporo de bitos mal definidos e pela migrao de pacientes, uma vez que os recursos sanitrios disponveis na regio so bastante inferiores aos da Capital do Estado.