999 resultados para Relações de gênero Aspectos sociais
Resumo:
Em virtude da entrada de uma nova gerao de indivduos no mercado de trabalho a chamada Gerao Y (TWENG ET. AL., 2010) e da proliferao de equipes multigeracionais nas empresas (SHEN; PITT-CATSOUPHES; SMYER, 2007), temos observado um interesse crescente no tema juventude por parte de diversos agentes do universo corporativo, especialmente a mdia de negcios. Compartilhando da idia de que a produo e disseminao dos textos produzidos por estes grupos no constituem uma simples representao da sociedade, mas que, enquanto discurso, influenciam o processo de construo social da realidade (SPINK, 2010) passamos a questionar como chegamos viso contempornea de juventude, particularmente perspectiva que vislumbra o comportamento do jovem no mundo do trabalho. Assim, baseados nas contribuies tericas do scio-construcionismo e com apoio da noo de Prticas Discursivas e Produo de Sentidos desenvolvida por Spink (2004), realizamos uma pesquisa de carter qualitativo que buscou compreender quais os diferentes sentidos atribudos noo de juventude na mdia corporativa brasileira, a partir do estudo de suas prticas discursivas. Baseados em uma reviso bibliogrfica sobre o tema e no contedo disponibilizado por duas publicaes especializadas - as revistas Exame e Voc S/A a partir dos anos 70, conclumos que a compreenso do fenmeno juventude sofreu transformaes significativas ao longo destes anos. Embora o termo mantenha-se estvel em sua essncia, sendo constantemente associado s noes de vitalidade, ousadia e renovao, observamos variaes expressivas no perfil destes jovens, destacando-se diferentes maneiras de como estes podem contribuir para o bom desempenho das empresas, por exemplo, por meio da aplicao de seus conhecimentos tericos, pelo desenvolvimento de novas idias ou facilitando a reduo de custos.
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Este trabalho tem o objetivo de analisar comparativamente as informaes socioambientais divulgadas pelas companhias latino-americanas nos seus relatrios. Foi efetuada uma anlise de contedo das informaes socioambientais divulgadas por uma amostra de 226 organizaes, no perodo de 2004 a 2009, segregadas por pas, empresa, setor e ano. Foram utilizadas as diretrizes voluntrias da Global Reporting Initiative como escopo para analisar o contedo dos relatrios anuais, relatrios de sustentabilidade e Formulrios 20F, disponibilizados pelas organizaes, nos seus websites ou nas bolsas de valores em que negociam suas aes. A maioria das companhias de capital aberto na regio no disponibiliza informaes socioambientais nos seus relatrios anuais ou em relatrios especficos sobre o tema. No mbito das multinacionais que operam na Amrica Latina e que foram selecionadas para este estudo, percebeu-se maior concentrao dessas na Argentina, Chile e Peru e foram as companhias que mais divulgaram informaes socioambientais nos relatrios analisados nesses pases. Entre os pases latino-americanos, verificou-se que o nvel de aderncia s diretrizes voluntrias de divulgao de informaes socioambientais baixo, mas as companhias estabelecidas no Brasil so as que tm maior e melhor nvel de aderncia a tais diretrizes. O referencial terico indicou as vrias influncias histricas que contriburam para esse resultado, como a organizao e adeso do setor empresarial questo socioambiental, alm do apoio de ONGs que se especializaram em difundir o tema. O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, alm de outras entidades, como IBASE e GIFE, exerceram e exercem importante papel na difuso e profissionalizao das aes socioambientais das companhias brasileiras. Nos demais pases, o assunto ainda incipiente, apesar de haver vrias instituies locais voltadas para a participao empresarial na elaborao e divulgao de relatrios voltados para o tema, o assunto comeou a ser amplamente divulgado h poucos anos. As companhias que compuseram a amostra deste trabalho esto entre as de maior porte dos seus respectivos pases. No caso do Brasil e do Mxico, a indstria local tem sua maneira prpria de elaborar aes socioambientais, bem como, divulg-las em relatrios especficos. Quanto evoluo e forma de divulgao de informaes socioambientais, tem-se o relatrio anual como o principal canal utilizado pelas companhias para destacar tais informaes, seguido do relatrio de sustentabilidade, divulgado como parte do relatrio anual, ou como uma publicao especfica.
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Emotional Contagion is the mechanism that includes mimicking and the automatic synchronization of facial expressions, vocalizations, postures, and movements with another person and, consequently, convergence of emotions between the sender and receiver. Researches of this mechanism conducted usually in the fields of Psychology and Marketing tends to investigate face-to-face interactions. However, the question remains to what extent, if any, emotional contagion may occur with facial expressions in photos, since many purchase situations are brought on by catalogues or websites. This thesis has the goal to verify this gap and, in addition, verify whether emotional contagion is more common in females than in males as stated in previous studies. Emotions have been studied because it is intuitively apparent that emotions affect the dynamics of the interaction between a salesperson and customers (Verbeke, 1997); in other words, emotions may significantly affect consumer behavior. Therefore, this thesis also verified whether the facial expressions that transmit emotions could be associated to product evaluations. To investigate these questions, an experiment was done with 171 participants, which were exposed to either smiling (positive emotion) or neutral advertising. The differences between the individual advertisements were limited to the facial expressions of figures in the advertisements (either smiling or neutral/without smiling). One specialist and two students analyzed videotaped records of the participants responses, and found that participants who saw the positive stimulus mimicked the picture (smiling back) confirming the Emotional Contagion in Photos (the first hypothesis). The second hypothesis was to analyze if there is difference based in gender. The results demonstrated that there is not a significant difference between genders; female and male equally suffer Emotional Contagion. The third hypothesis was related to whether the positive emotions vs. neutral emotions acquired from the positive facial expression in the photo are associated to a positive evaluation of the product also displayed in the photo. Evidences show that the ad with a positive expression could change more positively the attitude, the sympathy, the reliability, and the intention of purpose of the participant compared to those who were exposed to the neutral condition. Therefore, the analysis concludes that the facial expressions displayed in photos produce emotional contagion and may interfere on the evaluation product. A discussion of the theoretical and practical implications and limitations for these findings are presented.
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Partindo do pressuposto de que a formao docente em arte (de professoras de Educao Infantil, Ensino Fundamental e Mdio) bastante precria, e que as relações de gênero esto implicadas na definio do discurso sobre arte e na constituio da docente em arte, pergunto pela possibilidade da constituio de uma docncia artista. Na pesquisa, relaciona-se a docncia artista com as prticas da escrita de si e das relações de amizade, como formas possveis de resistncia e de subverso aos poderes subjetivantes (principalmente aqueles que envolvem relações de poder e gênero), a partir da anlise de um trabalho de formao docente em arte, que vem sendo desenvolvido h cinco anos com um grupo de professoras na Universidade de Santa Cruz do Sul (Santa Cruz do Sul, RS). Este um trabalho profundamente marcado pelas teorizaes de Michel Foucault, pela escuta atenta s reverberaes nietzscheanas e s produes tericas dos Estudos Feministas, ligadas arte e educao. A tese procura estabelecer uma relao entre gênero, artes visuais e ensino de arte, a partir de uma problematizao que se faz em trs tempos: o mito da genialidade artstica e do sujeito criador, arte e imagens de mulheres e uma esttica da intimidade presente nas artes domsticas femininas -- procurando articul-los com a produo da docncia em arte. A partir das teorizaes de Michel Foucault sobre esttica da existncia, tica, escrita de si e relações de amizade, problematiza-se a possibilidade de uma docncia artista. Os eixos de anlise para o material emprico (textos diversos, cartas, memoriais, portflios, dirios de campo) emergem da produo terica do filsofo: escritas de si; jogos de desaparecimento; amizades, arte e docncia e uma etopotica docente. A docncia artista em debate nesta tese contrape-se a uma docncia pasteurizada, ou a modelos feitos para vestir, marcada por rtulos de manuais didticos, endereados a supostas professoras criativas.
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O presente trabalho tem como objetivo analisar trs bancos comunitrios de desenvolvimento (BCDs) paulistanos, ligados ao movimento de moradia, em seus primeiros meses de existncia (de junho de 2009 a dezembro de 2011), tendo-se por base a perspectiva dos atores envolvidos. A partir de 2004, iniciou-se um processo de disseminao dos bancos comunitrios conduzidos pelas lideranas criadoras da primeira instituio desse tipo no pas, o Banco Palmas, fundado em 1998, em Fortaleza (CE), e pela Secretaria Nacional de Economia Solidria (SENAES). Existem poucos estudos sobre os bancos comunitrios disseminados e poucas informaes sobre as contingncias existentes no processo de adoo desses bancos. O presente trabalho pretende contribuir suprindo essa lacuna. O trabalho conclui que, no caso dos trs bancos comunitrios paulistanos, ligados ao movimento de moradia, h contingncias em dois nveis de implementao. O primeiro nvel caracterizado pela relao entre os coordenadores de associaes comunitrias de construo, as quais do suporte ao banco, os gerentes, os analistas de crdito e os caixas dos bancos, e os moradores dos conjuntos habitacionais onde os bancos esto inseridos. Nesse nvel de implementao as contingncias so: o confronto entre a agenda da associao comunitria de construo e do banco comunitrio, a realizao de atividades pelos trabalhadores e gerentes dos bancos cujo foco no o banco comunitrio e a intensidade do trabalho do agente de crdito. No segundo nvel de implementao, caracterizado pela relao entre as aes indutoras da adoo dos bancos comunitrios e os coordenadores de associao, os gerentes, analistas de crdito e caixas dos bancos, foram identificadas as seguintes contingncias: o conjunto de obstculos existente com o gestor da rede de correspondentes e o conjunto de obstculos gerados por problemas ocorridos no modelo de induo vertical. As estratgias adotadas pelos bancos estudados para contraporem-se a tais contingncias referem-se busca de parcerias com uma instituio geograficamente mais prxima, parceria esta no consolidada at o fim do perodo analisado, para obteno de recursos e gerenciamento da rede de correspondente, e espera por recursos adicionais, baseado no modelo de induo vertical.
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Desafios para implementao do global reporting initiative nas empresas sucroenergticas no Brasil A pesquisa pretende avaliar o grau de maturidade necessrio para elaborao e publicao de um Relatrio de Sustentabilidade Integrado. O setor sucroenergtico brasileiro foi escolhido para a pesquisa por aderir ao padro da Global Reporting Initiative para relatrios de sustentabi-lidade e por ser um setor com exposio nacional e internacional, que vem passando por grandes transformaes com entrada de novos players nacionais e internacionais, profissionalizao da gesto, alteraes de prticas operacionais visando atender exigncias ambientais e sociais. Para se entender o grau de maturidade das organizaes foi preciso definir seis fundamentos de supor-te realizao de um relatrio integrado: processos, estrutura, pessoas, sistemas, polticas e pro-cedimentos e cultura organizacional. A seguir, foram estabelecidos trs graus de maturidade alto, mdio e baixo. Assim, para cada um desses fundamentos foi atribudo um grau de maturida-de. Na prtica de elaborar relatrios de desempenho as organizaes podem estar em diferentes estgios de um processo evolutivo. Elas tm por fim a publicao de um relatrio integrando os aspectos econmicos, ambientais e sociais, denominado triple bottom line. Nesse processo evolu-tivo, existem as empresas que reportam seu desempenho econmico financeiro e h as que repor-tam o relatrio anual da administrao mais completo e que pode conter o relatrio de sustentabi-lidade. Os dois estgios requerem a aplicao dos fundamentos descritos acima, mas em graus de complexidades diferentes. Para elaborar e publicar um relatrio integrado, o grau de utilizao dos fundamentos dever ser muito maior. Esse grau de maturidade na aplicao dos fundamentos ser determinante para o processo de interao com os stakeholders, criar um relatrio transpa-rente e que seja tambm til s suas interpretaes e decises. A pesquisa detectou que as empre-sas do setor, como o esperado, tm o grau de maturidade alto quando se trata de reportar o de-sempenho econmico-financeiro. Quando se trata dos indicadores ambientais, j se nota uma evoluo em relao ao tema; h um esforo maior a ser empreendido quando o assunto o re-porte dos aspectos sociais. Independentemente do grau de maturidade, a iniciativa das empresas do setor sucroenergtico brasileiro (na regio Centro-Sul), na evoluo dos Relatrios de Susten-tabilidade, dever reverter em prol do desafio global para o meio ambiente.
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Incrementar o conhecimento sobre o que contribui efetivamente para que ocorram interaes bem sucedidas entre websites e os consumidores online, mais especificamente no mercado crescente dos mundos virtuais, um assunto relevante para os pesquisadores e profissionais de administrao de empresas. Vivemos em uma nova etapa da cultura do consumo, onde a experincia de consumo ganha relevncia. Os jogos online, ambientados em mundos virtuais, so ilustraes muito apropriadas para representar a emergncia do Marketing de Experincia, caracterstico desta etapa. Os mundos virtuais, como o Second Life, podem ser classificados como mundos de experincia, e uma das suas principais caractersticas a existncia de comunidades virtuais. A interao entre usurios e o relacionamento social fundamental para o enriquecimento da experincia de consumo nos mundos virtuais. A teoria da fluidez um dos constructos mais utilizados para entender o comportamento do consumidor na internet e uma das formas de definir a natureza de experincias de consumo na internet. A utilizao deste modelo (que vem sendo utilizado e aprimorado nos ltimos 14 anos) aconselhada para definir e medir a experincia de consumo na internet. A participao em comunidades virtuais pode ser um dos fatores que enriquecem a experincia de consumo nos mundos virtuais, percebida pela fluidez. O objetivo desta dissertao entender se a participao em comunidades virtuais potencializa a experincia de consumo em mundos virtuais sociais, em especial no Second Life, tomando como base o conceito da fluidez. O objeto de estudo foram as comunidades virtuais do Second Life, durante o perodo da pesquisa que ocorreu entre o final de julho e o incio de novembro de 2010. Para fazer a pesquisa de campo, emprica e exploratria, foi utilizada a metodologia da netnografia (etnografia virtual), descritiva por definio, como forma de atingir o objetivo proposto. Netnografia a rigorosa e sistemtica adaptao da etnografia especificamente alterada para as contingncias do comportamento e interao online, isto , ao estudo das comunidades virtuais. As atividades de pesquisa foram realizadas com observao participativa, isto , com a participao, pelo pesquisador, no cotidiano do mundo virtual Second Life, que vivenciou, como um novato, a experincia de consumo em si. A dissertao aqui apresentada o resultado do engajamento do pesquisador em uma imerso nas comunidades virtuais do Second Life. Foi concludo que experincia de consumo nos mundos virtuais enriquecida pela participao em comunidades virtuais. A fluidez percebida pela telepresena (imerso), perda de noo de tempo, envolvimento, prazer e diverso uma sensao que pode ser considerada tpica e freqente dos mundos virtuais e potencializada pela participao em comunidades virtuais. A participao em comunidades virtuais permite que os usurios vivenciem uma experincia rica, que seja ativa, responsiva, interativa e participativa, o que potencializa a experincia de consumo nos mundos virtuais.
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Este estudo visa a contribuir para um maior entendimento dos provveis motivos da entrada da sustentabilidade, no discurso das empresas multinacionais, quando transferem suas fbricas para pases em desenvolvimento. Cada empresa, ao abrir ou transferir uma fbrica para uma diferente localidade, pode ter um objetivo nico que viabiliza essa mudana, objetivo esse que pode estar atrelado busca de mo-de-obra mais barata, de incentivos econmicos ou leis ambientais mais flexveis nesses pases. O que, muitas vezes, pode no ser estimado pelos executivos das organizaes, so os impactos causados na localidade receptora da fbrica em questo, visto que o critrio sustentabilidade pode no fazer parte dos atuais processos de tomada de deciso, mesmo sendo essa uma temtica da moda no mundo empresarial. Com a mudana do perfil do consumidor moderno (consumidor consciente), as exigncias desses tambm mudaram, podendo ter causado impactos nas estratgias corporativas no que se refere ao tema da sustentabilidade. Por necessidade ou no, as multinacionais do sculo XXI levantam a bandeira da sustentabilidade como um diferencial competitivo. Para melhor entender esse cenrio foi feita uma anlise da evoluo histrica dos critrios de tomada de deciso definidos por autores renomados como Porter e Stevenson, passando por provveis causas da entrada do tema da sustentabilidade no discurso corporativo das multinacionais chegando a recentes pesquisas elaboradas em ambiente internacional com diferentes segmentos de empresas, que mostram o quanto a sustentabilidade faz parte do cenrio atual do mundo corporativo. Entender a perspectiva, o amadurecimento e o conhecimento dos executivos brasileiros quanto a essa temtica um objetivo secundrio deste estudo. Este trabalho foi desenvolvido com base em estudo de artigos referentes temtica, livros relacionados aos temas e entrevistas quantitativas com representantes de empresas que possuem fbricas em pases em desenvolvimento, assim como com lderes de empresas que trabalhem com, por exemplo, a temtica da sustentabilidade (ambiental, social e econmica). Os resultados obtidos do evidencias que a sustentabilidade faz parte da preocupao das empresas porm no uma prioridade na tomada de deciso das grandes corporaes multinacionais. A evoluo histrica, paralela com o surgimento do consumido consciente, revela que esse tema entrou em cena, nos discursos corporativos, muito mais por uma percepo de marca, que gera impactos em valor de empresas na bolsa de valores, do que por qualquer outro motivo. A percepo dos executivos brasileiros participantes desse projeto muito parecida com essa e, apesar de divergirem em outros aspectos, esses executivos, que entendem o conceito de sustentabilidade, no consideram como fundamentais a incluso dos trs pilares da sustentabilidade (social, econmico e ambiental) em um processo de investimento internacional.
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O presente trabalho tem por objetivo conhecer a cultura cinematogrfica de jovens estudantes da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro. Para tanto, analisa o contexto em que se formam espectadores e investiga seus hbitos, prticas e demandas de consumo. Procurou-se levantar e sistematizar dados sobre as formas como esse pblico escolhe e se apropria dos filmes e sobre os circuitos disposio, e correlacion-las com a configurao do panorama de produo e difuso do setor cinematogrfico e audiovisual. A pesquisa confere tambm destaque s percepes e demandas relativas atual produo cinematogrfica brasileira.
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Esta dissertao apresenta uma investigao a respeito da situao de incluso de crianas soropositivas nos Abrigos Residenciais da Fundao de Proteo Especial na cidade de Porto Alegre, como uma tentativa de contribuir com a pesquisa sobre os aspectos sociais da AIDS no Brasil. O mtodo de pesquisa utilizado foi o etnogrfico, com um trabalho de campo conduzido entre dezembro de 2003 e julho de 2004, em um dos trs Abrigos Residenciais da Fundao conhecidos at final dos anos 90 como casa de portadores. Estudam-se os fatores sociais relacionados com a transmisso do vrus de me para filho, e as implicaes desta transmisso no processo de abrigamento de crianas pelo Estado. Por meio da observao do dia-a-dia das pessoas que trabalham e moram no Abrigo, trata-se de compreender as formas, por vezes, sutis que a AIDS penetra o cotidiano da Instituio, analisando-se os fatores que levam persistncia no tempo de denominaes como casa de portadores, tendo como eixo central as representaes que os monitores tm do seu trabalho em relao a outros Abrigos da Fundao. Por ltimo, toma-se a histria do local desde a sua constituio como casa de portadores at a sua atual organizao como Abrigo Residencial, analisando os efeitos que a luta contra a AIDS e o debate sobre os direitos da criana tiveram na mudana de poltica em relao s crianas soropositivas abrigadas, levada adiante pela Fundao, assim como as ambigidades e contradies prprias de um momento institucional em que novas estratgias de incluso das crianas soropositivas esto sendo aplicadas nos Abrigos Residenciais.
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Ao repensar-se a formao do educador, visando sua participao critica e consciente na sociedade, a Educao em Sa~de 6 objet6 de reflexo te6rico-metodo16gica. Assim, postura tradicional no ensino de sa~de - normativa, ing-. nua, restrita dimenso bio16gica, contrape-se atualmente a concepo de sa~dc como direito. O presente trabalho consiste em uma reflexo sobre a problemtica Educao-Sa~de e Cidadania na sociedade brasileira, focalizando-se o papel da escola p~blica na co~ quista coletiva da sa~de. Reconhecendo-se a Educao como prtica mediadora, que se articula dialeticamente a total i dade social, discute-se aqui as possibilidades e limites da Educao em Sa~de, no sentido de sua contribuio a melhoria da qualidade de vida e sa~de do povo brasileiro. sao analisadas, em uma perspectiva hist6rica, as tend~ncias pedag6gicas na area da Educao em Sa~de, identificando- se seus pressupostos filos6ficos e conte~do ideb l6gico; 6 tamb6~ investigada a funo po1ftica exercida pc la Educao em Sa~de no contexto da formao so~ial capit~ lista. Considera-se importante que o compromisso polft! co dos educadores se concretize na compet6ncia profissio - nal, viabilizando a Escola P~blica constituir-se como esp~ o de interpretao e transformao da realidade. Isso & algo a ser construido coletivamente, no cotidiano da escola, em condies dignas de trabalho; relaciona-se, portanto, uma polftica educacional de efetiva valorizao da I ducao P~blica. Concluindo, enfatiza-se a importncia da organizaao e fortalecimento da sociedade civil para que o direi to constitucional a Sa~de e a Educao se torne uma realidade para todos os cidados brasileiros.
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Inscrito no campo dos Estudos Culturais problematizo, nesse estudo, as prticas realizadas pela Associao Crist de Moos de Porto Alegre nas unidades dos bairros Passo DAreia e Restinga que atuam na formao de jovens como lderes para o exerccio do voluntariado social. Participei das prticas de formao juvenil que ocorreram nos grupos de liderana da referida instituio durante o segundo semestre de 2004, perodo no qual estive presente nestes grupos para a realizao desta investigao. Na realizao desta pesquisa utilizei distintas ferramentas metodolgicas, tais como observaes e registros em dirios de campo dos encontros em que participei, entrevistas com os jovens integrantes dos grupos de liderana e alguns documentos utilizados pela instituio no desenvolvimento de suas atividades. Num primeiro momento de anlise, empreendo discusses acerca das culturas juvenis dos jovens aqui investigados, assim como, dos locais de investigao nos quais realizei esta pesquisa. A seguir, desde a possibilidade de entendimento de currculo no campo dos Estudos Culturais, e com nfases ps-estruturalistas, compreendo os processos de formao de liderana juvenil como um currculo acemista para a produo de jovens lderes, prtica esta que seleciona contedos e conhecimentos, assim como, almeja um determinado tipo de sujeito a ser formado, valendo-se, para isso, de inmeras estratgias na realizao de tal formao. Dentre os conhecimentos e prticas postos em movimento na formao de lideranas juvenis acemistas, enfatizo a problematizao da religio, dos esportes e da Educao Fsica, das relações de gênero, do voluntariado e da liderana. Nas discusses dessas prticas de formao do jovem lder na Associao Crist de Moos, procuro tornar problemtico, tambm, as possveis articulaes de tais processos com os modos de governo na contemporaneidade. Ao tecer algumas consideraes sobre tais processos de produo juvenil, elenco quais as caractersticas mais desenvolvidas e almejadas na formao dos jovens participantes dos grupos de lderes da Associao Crist de Moos, as quais tomo, desde as prticas que buscam institu-las, como constituintes de uma representao cultural do jovem lder acemista proposto pela referida instituio. Tal representao conforma posies nas quais estes jovens podem se posicionar e se reconhecer enquanto sujeitos acemistas, ocupando os lugares produzidos pelas prticas de formao de lideranas juvenis que se baseiam nos preceitos que sustentam a instituio.
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Esta dissertao tem por objetivo avaliar o desempenho transformador do Poder Judicirio em questes relacionada ao direito moradia. O estudo tem como referncia terica o constitucionalismo transformador, razo pela qual apresenta-se suas as principais teses, aponta-se as caractersticas transformadoras da Constituio brasileira de 1988, e prope-se uma distino entre constitucionalismo transformador e constitucionalismo dirigente. Faz-se apresentao e crtica do problema habitacional brasileiro e da doutrina jurdica brasileira sobre direito moradia. Prope-se uma metodologia multidisciplinar desenvolvida para aferir o desempenho transformador do Judicirio em questes sobre o direito moradia. Feito isso, apresenta-se um estudo emprico que faz a sistematizao e anlise de 50 aes civis pblicas propostas pela Defensoria Pblica do Estado de So Paulo em face da Prefeitura de So Paulo, em que se pretende modificar as polticas habitacionais municipais para contemplar os interesses de grupos marginalizados. Conclui-se que, nessas questes, o Judicirio tem um desempenho transformador limitado, uma vez que a transformao social pleiteada ao Judicirio s ocorre se foras econmicas, sociais e polticas estiverem mobilizadas extra-judicialmente para tanto e se houver vontade poltica do Administrador.
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Esta dissertao teve origem no questionamento sobre as reais possibilidades de incluso das pessoas com deficincia intelectual (PCDI), cada vez mais frequentemente inseridas nas organizaes brasileiras. O objetivo principal analisar a maneira como tem acontecido a insero de PCDI em cinco grandes empresas situadas na regio metropolitana de So Paulo, a partir das perspectivas das pessoas diretamente envolvidas. Isso implica, primeiramente, em uma contextualizao das polticas de insero adotadas pelas organizaes participantes. Alm disso, a partir da anlise dos temas mais abordados pelas pessoas entrevistadas, pretende-se identificar os significados da insero das pessoas com deficincia intelectual e suas implicaes mais relevantes para as pessoas envolvidas: os sujeitos com deficincia intelectual, seus chefes, pares hierrquicos de convivncia direta, profissionais de gesto de pessoas e pessoas vinculadas a organizaes externas, mas que de alguma forma influenciam ou interferem nas atividades de insero e incluso no ambiente organizacional. Como arcabouo terico foram abordados os conceitos de incluso, insero e diversidade nas organizaes; preconceito, estigma e demais barreiras atitudinais incluso; questes familiares e educacionais; as concepes de deficincia ao longo da histria, alm de aspectos demogrficos e regulatrios relacionados ao tema. A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas com baixo grau de estruturao e as transcries analisadas conforme a abordagem de anlise de contedo proposta por Bardin (1977), a partir dos pressupostos do interacionismo simblico estrutural (STRYKER, 2006). A partir da discusso dos temas que emergiram da anlise de contedo e da contextualizao e comparao das polticas de insero adotadas pelas organizaes, pde-se concluir que possvel incluir as pessoas com deficincia intelectual, tendo em vista as fronteiras organizacionais em que elas se inserem.
Resumo:
A escola, como instituio social presente em Sananduva/RS, vista integrando-se no contexto scio-econmico de dois perodos histricos que se sucedem: 1898-1926 e 1927-55. O significado desta instituio, nesta regio. durante o transcurso destes dOj5 perodos histricos traduz os interesses do Estado, Igreja e Colonos em torno da educao. O papel predominante de um ou de outro destes agentes na orientao do processo educacional levou a instituio escolar a apresentar, sucessivamente significados diferentes. Nos primrdios do povoamento da regio (1898- 1927) colocada, especialmente a servio da Igreja e dos Colonos caracterizou-se como instrumento de preservao do patrimnio religioso-cultural destes Colonos. Ap5s trinta, tanto serviu ao Estado, quanto Igreja e aos Colonos. Tornou-se a escola de "todos". Passou, por esta razo a evidenciar, de modo particular, o seu carter de "escola pblica".