999 resultados para Orientação Profissional. Cartografia. Produção de Subjetividades
Resumo:
As questes formuladas no artigo foram disparadas por experincias vividas ao longo dos ltimos anos em pesquisas que partem do princpio de que a temtica sade e trabalho, como objeto de investigao cientfica, tem uma especificidade que no pode ser tomada com posturas de exterritorialidade no que diz respeito relao do pesquisador e do objeto a ser investigado. As questes dos mundos do trabalho no podem estar baseadas apenas em quadros analticos construdos a partir de um distanciamento da complexidade engendrada onde o trabalho acontece. Prope-se uma direo metodolgica de pesquisa que articula investigao e interveno na direo do dilogo, da interlocuo entre os diferentes saberes - disciplinares ou no - com o objetivo de potencializar estratgias utilizadas pelos trabalhadores para lidar com a variabilidade das situaes de trabalho. Com esse objetivo, traz a contribuio da Clnica da Atividade como importante ferramenta metodolgica.
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Este trabalho apresenta e discute diferentes aspectos da realidade da Ps-Graduao brasileira, relevantes para a discusso de sua produção intelectual. Tambm so descritas e discutidas as estratgias adotadas para a avaliao dessa produção.
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A cincia com suas verdades passou a ser um artefato essencial nos cotidianos escolares. Esses saberes se enredam com outros saberes que despotencializados e silenciados, permanecem nos interstcios do discurso hegemnico da modernidade na escola causando tenses. Potencializar a ocorrncia dessas redes nesses cotidianos pode intensificar essas tenses e assim abalar esse domnio da cincia. Os muitos caminhos possveis de serem percorridos nas tessituras desprivilegiam quaisquer saberes e fazeres que se pretendem exclusivos. Assumindo a metfora das redes, os praticantes da escola podem potencializar as inter-relaes que ocorrem na vida. A remoo de instncias de poder hierrquico de saberes, enredando-os e o compartilhamento solidrio das prticasteoriasprticas, no significa a diluio da autoridade. Agora a autoridade cumpre um novo papel que de constituir uma rede de relaes de autoridade partilhada. Desejamos perceber esses mltiplos sentidos e problematizar o quo potentes so ou no para a vida. Participamos juntamente com os alunos e alunas das aulas e posteriormente, os convidamos para conversasentrevistas, gravando e fotografando esses momentos. Percorremos, nos turnos matutino e noturno, todos os seus espaostempos, nos conectando nas redes que se tecem. Optamos por estar nas turmas de ensino mdio de formao geral e nas turmas de ensino mdio na modalidade Educao de Jovens e Adultos. As entrevistasconversas foram feitas com trs alunos ao mesmo tempo, sempre de uma mesma turma, para que se estabelecesse uma conversa e para que a produção de sentidos dos cotidianos da escola pudesse ser mais potencializada. Dos alunos entrevistados, esto entre os seus desejos mais comuns para alm dos saberes cientficos, as atividades esportivas, artsticas, literrias, religiosas, cursos de formao profissional, dana, canto, campanhas educativas, passeios. As relaes de amizade e outros modos relacionais como entre professores e alunos, tm sido citados com grande frequncia, pelos estudantes, nas entrevistasconversas. No tem se conseguido implantar na sua totalidade os preceitos da modernidade nos escola. H, portanto, um visvel esgotamento do monoplio do comportamento cientfico nos cotidianos da escola pblica pesquisada. So nesses espaostempos escolares nos quais pode se dar a experincia. Apesar do discurso moderno na escola produzir mecanismos que impedem a experincia, esse controle acompanhado de diversos mecanismos de escapes. pela voz dos alunos que se apresentam as ausncias da escola. A voz dos estudantes a grande presena na escola e sua grande potncia. Talvez esse seja o maior desperdcio no contexto educacional escolar.
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O universo que circunda a Educao de Jovens e Adultos nos sensibiliza e nos provoca. Observar que estes alunos e alunas esto em busca de conquistas e sonhos que no puderam se concretizar quando foram gerados nos impulsiona a conduzir esta pesquisa com seriedade e esperana. Este estudo investigou que conhecimentos matemticos utilizados por professores do Curso Tcnico em Metalurgia Integrado ao Ensino Mdio na modalidade de Educao de Jovens e Adultos. Influenciam dilogos entre matemtica e outras disciplinas do curso considerando a perspectiva da formao integral dos estudantes. Assim, nos propomos a analisar conhecimentos matemticos que esto presentes em aes e materiais didticos utilizados por professores em diferentes disciplinas do Curso Tcnico em Metalurgia Integrado ao Ensino Mdio na modalidade de Educao de Jovens e Adultos. No intuito de responder a questo proposta e alcanar os objetivos expostos, este estudo torna-se mais relevante por estar diretamente envolvido no processo de consolidao do Programa Nacional de Integrao da Educao Profissional com a Educao Bsica na Modalidade de Educao de Jovens e Adultos PROEJA do Curso de Metalurgia ofertado pelo IFES/Vitria, pautado na idealizao de integrao do seu currculo. Portanto, discutir o projeto de integrao curricular que norteia o PROEJA tornou-se uma meta em movimento dessa investigao. Nesta direo, observamos o reflexo de como as prticas e materiais didticos utilizados por professores, que atuam nesta modalidade, puderam contribuir para discusses que nos ajudaram na compreenso do processo de ensino e aprendizagem dos educandos participantes, com vistas ao desenvolvimento no trabalho ou na formao profissional, como na constituio de conhecimentos cientficos, escolares/tecnolgicos e culturais. Optamos por direcionar a reflexo terica deste captulo em conceitos especficos. Assim, ao tratar da Educao de Jovens e Adultos seremos conduzidos pelos estudos e pesquisas de Paulo Freire (1996, 2000, 2005), Maria da Conceio Fonseca (2007) e Jane Paiva (2009); ao direcionarmos para a Teoria do Ensino Integrado e a Educao Profissional faremos uso dos estudos de Gaudncio Frigotto (2010) e Marise Ramos (2010); quanto s discusses que refletem acerca da Educao Matemtica Critica recorremos s ideias de Ole Skovsmose (2001, 2007).
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Espremidas entre o mar e as montanhas, as cidades de Pima e Anchieta, no litoral sul capixaba, tiveram sua rotina de redes e anzis alterada com a chegada da Samarco no final da dcada de 1970 e, posteriormente, do turismo e da explorao do petrleo e do gs. Incomodados, alguns muncipes promoveram atividades que, acreditavam, construiriam uma representao de identidade regional. Entre essas iniciativas est a publicao de livros didticos abordando a histria e a geografia daqueles municpios. Para compreendermos o processo de produção e a narrativa contida nesses livros, nos apoiamos nos conceitos de representao, apropriao e autoria de Chartier (1990, 2002, 2010, 2012) e na anlise das relaes entre os trs sentidos da histria o cotidiano, o escolar e o acadmico - e do dilema que acompanha a histria escolar desde sua origem e que transformou os livros didticos em documentos de identidade, pensadas por Carretero (2010). O que se encontrou foi uma representao de identidade local que suporta distintas temporalidades, entre elas se destaca o que se chama de influncia Varnhagen que produziu uma identidade como resultado da participao das etnias negra e indgena, mas sob predomnio europeu.
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Este trabalho resultado da investigao que teve como objetivo analisar o processo de construo dos Projetos Polticos Pedaggicos dos cursos do Proeja no contexto do Ifes campus Vitria. O problema de pesquisa buscou captar os movimentos e as experincias desencadeados nesse processo. No percurso metodolgico, com nfase na pesquisa qualitativa, foi necessrio entrelaar duas abordagens: a etnografia escolar e a pesquisa-ao em funo da atuao profissional da pesquisadora no lcus de estudo. Variados instrumentos foram utilizados para levantamento e a produção dos dados, dentre os quais: questionrios, entrevistas, dirio de campo das observaes, pesquisa bibliogrfica e documental. Participaram da pesquisa aproximadamente 80 pessoas, entre docentes, alunos e gestores, abordados em contextos especficos: o grupo de formao continuada, a comisso dos projetos, o encontros dos alunos, a reunio intermediria dentre outros. O referencial terico-metodolgico pautado na perspectiva do materialismo histrico dialtico embasou toda a trajetria investigativa, em coerncia com a base da produção das pesquisas sobre trabalho e educao e por se constituir a referncia que fundamenta os princpios estruturantes do currculo integrado na perspectiva da formao humana. Por meio da metfora dos observatrios, focamos nossas lentes sobre as questes que desafiaram a construo dos projetos polticos pedaggicos e sua coerncia com os princpios epistemolgicos, polticos e pedaggicos do Proeja. Nesse movimento, diversos olhares foram captados, possibilitando-nos levantar os seguintes resultados: o percurso de construo dos projetos foi marcado por contradies que perpassam todo o processo e que constituram um debate profcuo que tenciona a gesto pedaggica, administrativa e financeira do Ifes campus Vitria. O movimento se constituiu tambm em um processo de construo, partilha de saberes e experincias, impulsionado pela busca da apreenso dos sentidos da integrao, que contraditoriamente no alcanou seus objetivos, embora no se possa negar os resultados positivos do processo no interior da Instituio. Dessa forma, os desafios para efetivao da formao integrada no Ifes persistem. Ganha centralidade nessa discusso os sujeitos a quem o programa se volta e suas demandas de formao, bem como as condies materiais de oferta dos cursos e de forma especial as condies de envolvimento dos professores com o programa e as reflexes sobre suas prticas.
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Trata-se de uma pesquisa-interveno com o objetivo principal de colocar em anlise a atividade na vigilncia em sade do trabalhador ancorada nos pressupostos da formao pelo trabalho. Tem como aporte conceitual o referencial terico-metodolgico da clnica da atividade proposta por Yves Clot e colaboradores. A pesquisa foi realizada com a equipe multiprofissional que atua na vigilncia em sade do trabalhador do Centro de Referncia Estadual em Sade do Trabalhador do Esprito Santo (Cerest/ES). As rodas de conversa, a partir da clnica da atividade, foram a estratgia metodolgica privilegiada. O gnero profissional vigilante em sade do trabalhador, ao se confrontar com o estudo das diretrizes da clnica da atividade, foi produzindo deslocamentos que o levou a (re)pensar, analisar a sua atividade e o processo de trabalho no qual estava inserido. A cada encontro no dilogo com a clnica da atividade, eram experimentados os modos de como esses profissionais atuavam na vigilncia, como tambm todo o atravessamento desse gnero na assistncia aos trabalhadores, nas atividades educativas e gesto do trabalho. No desenvolvimento das rodas, ficou evidenciado o quanto esses encontros se tornaram equipamentos para esses profissionais. As atividades desenvolvidas produziram anlise coletiva do trabalho e um processo de formao pelo trabalho. Buscaram incorporar os mtodos utilizados pela clnica da atividade no cotidiano do Cerest dialogando com os efeitos desse processo. Nas rodas tambm emergiram propostas de mudanas na maneira como vinham ocorrendo as atividades realizadas, a gesto do trabalho nessa equipe e as estratgias de atuao na vigilncia, ou seja, interveno no processo de trabalho do grupo, produzindo potncia para o poder de agir do gnero. O referencial terico-metodolgico da clnica da atividade foi um dispositivo de formao importante. Permitiu a experimentao e o desenvolvimento do gnero vigilantes em sade do trabalhador na produção de anlise da atividade, na constituio de uma clnica dialgica em transformao. Tambm possibilitou contemplar na anlise as dimenses integrantes da atividade de trabalho, fazendo a interlocuo para o encontro entre os saberes da experincia institudos no cotidiano do servio de sade e o saber acadmico na produção de conhecimento.
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O processo de produção da cidade contnuo e mutante, caractersticas essas propiciadas, em grande parte, pelos diversos agentes que compem o espao urbano. As intervenes urbanas cadenciam um ritmo acelerado s transformaes que so inerentes cidade. Para entender esse processo de produção necessria a compreenso das relaes existentes entre esses agentes e o seu papel na articulao, elaborao e implantao de uma interveno urbana. Nesse contexto, objetivo dessa dissertao o estudo dessas relaes, tendo como estudo de caso o projeto de remodelao urbana desenvolvido pelo escritrio do arquiteto Jaime Lerner Contribuies ao Desenvolvimento Urbano Sustentvel do Municpio de Serra, contratado pela Prefeitura Municipal de Serra ES. Serra um municpio da Regio Metropolitana da Grande Vitria significativo, tanto em termos populacionais, ficando atrs de Vila Velha, quanto economicamente, seu PIB fica atrs apenas da capital Vitria. Serra passa ainda por um processo de transformao urbana recente, onde destaca-se principalmente o crescimento dos condomnios fechados. Para tal, primeiramente, realizou-se um estudo sobre o municpio de Serra ES, para posteriormente se voltar para agentes que compem a cidade (Estado, capital imobilirio, planejador urbano e os segmentos sociais, na forma da participao popular). Por fim, a anlise compreendeu o projeto de Jaime Lerner, as implicaes dos agentes urbanos e seus possveis rebatimentos no espao urbano. Como resultados, em termos gerais, pde-se perceber que o carter desenvolvimentista ainda bastante recorrente. Nas cidades e em Serra, a construo de um espao urbano justo e igualitrio confundida com alargamento econmico, particularmente em Serra, pelo desenvolvimento do capital imobilirio, apoiado e impulsionado pelo Estado, tendo nas intervenes urbanas uma legitimao dessas aes. Pretende-se, ao final, contribuir para o entendimento da produção da cidade a partir de uma interveno urbana que aparentemente de interesse de todos os segmentos sociais, mas que privilegia apenas a parcela dominante da sociedade.Assim, espera-se que num futuro, essa dissertao auxilie positivamente a participao na produção urbana de todos os segmentos sociais.
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A tese afirma a vida por meio das biopotncias que se manifestam em movimentaes invisveis aos olhos acostumados a permitir o ver, o julgar e o falar. Foca o tempo presente, na comunicao em redes, traz em si a potncia de reatar a multido, com a capacidade de sondar possibilidades mostrando o que antes parecia opaco e impossvel. Perambular ligar nas redes quentes de um bairro com/no/do territrio ao privilegiar o movimento, o processo, sempre caminhando pelas vias e conexes abertas, aposta esttica-tica-poltica nos paradoxos sem superao e no hierarquizados. Toma como mtodo de pesquisa-interveno elementos de uma cartografia de movimentos e devires, traando um perambular rizomtico em que so problematizados a constituio do problema de pesquisa, que considera a construo do conhecimento diversificada, descentralizada e horizontalizada. Problematiza as prticas discursivas de si em suas relaes com a biopoltica, a governabilidade e a biopoltica das populaes. O que est(r) rolando nesse bairro, no que foi chamado de criana, adolescente, escola, compor para que as coisas apaream, junto com outros que vivem a loucura em duplas e trios. A tese a possibilidade da existncia de uma educao menor na periferia para as populaes marginalizadas, muulmanizadas. Educao menor, da sala de aula, do bairro, do cotidiano de professores, familiares e alunos. Educao que permite revolucionrios, na medida em que alguma revoluo ainda faz sentido na educao nesses dias. A educao menor constitui-se, assim, num empreendimento de militncia, de professores militantes. Plano das afeces em que no h unidades, apenas intensidade. A tese fala do processo, de como reproduzir, ou no, os modos de subjetividade dominante, no se trata de medidas - "menor" ou "pequeno". Nesse sentido, preciso considerar os efeitos de produção de subjetividade e a incorporao dos fatos prpria vida. A tese analisa movimentos instituintes buscando reconhec-los em sua natureza contestatria e transgressora e ter conhecimento de como se organiza na escola e muito alm dela. Discutindo a produtividade dessa coreografia do perambular, esboamos movimentos que denominamos: estradas que levam a nada, alm muro
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O objetivo desta pesquisa foi levantar os motivos que influenciam a evaso discente em quatro cursos de graduao da Universidade Federal do Esprito Santo. A reestruturao universitria proposta pelo REUNI - Programa de Apoio a Planos de Expanso das Universidades Federais serviu como contexto ao estudo, pois instituiu diretrizes para o combate evaso no ensino superior. O modelo de evaso de cunho sociolgico proposto por Tinto (1997) baseou as anlises realizadas nesta pesquisa porque toma a instituio como responsvel por aes capazes de criar um ambiente de aprendizado necessrio permanncia do estudante. A pesquisa de campo quali-quantitativa foi realizada com os alunos evadidos e com os coordenadores dos cursos de Administrao Diurno e Cincias Contbeis Noturno e dos novos cursos Administrao Noturno e Cincias Contbeis Vespertino. Foram alcanados 95 alunos evadidos e os quatro coordenadores, sendo aplicado questionrio semiaberto aos alunos evadidos e feitas entrevistas semiestruturadas com os coordenadores. Dados do sistema acadmico (SIE/UFES) foram utilizados para o levantamento das variveis. Os nmeros fornecem evidncias de que o resultado da aprendizagem traduzido pelo desempenho acadmico torna-se um forte causador da evaso por abandono. O baixo coeficiente de rendimento relacionou-se ao desligamento por abandono na maioria dos casos. Em relao s formas de evaso, a desistncia e o desligamento por abandono totalizaram 87,4% dos casos, com maior incidncia de evaso no segundo e terceiro ano do curso. O ponto crtico da evaso parece confirmar-se do 2 ao 5 semestre e 62% dos casos de evaso que se situaram nesse lapso temporal apresentaram coeficiente de rendimento de 0,00 a 3,00. Os resultados evidenciaram os motivos que mais influenciaram os alunos a deixar o curso: i) a necessidade de trabalhar enquanto frequentava o curso, ii) a descoberta de novos interesses; iii) a incompatibilidade entre os horrios do trabalho e do curso; iv) a escolha da carreira profissional ainda muito jovem e v) a falta de orientação aos alunos sobre normas, penalidades, planejamento do curso, periodizao, etc. e deficincias na comunicao institucional.
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Ao longo dos ltimos trinta anos, os profissionais da Psicologia tm buscado conhecer suas prticas profissionais. Tem-se feito estudos e discusses referentes aos paradigmas que sustentam a profisso, s prticas e crenas sobre o psiclogo e sua prtica. Dentre eles, percebe-se a relevncia e a importncia da psicologia clnica, entretanto, poucos so os estudos realizados com os profissionais inseridos nessa rea. A pesquisa teve por objetivo investigar e analisar a representao social de prtica profissional para psiclogos clnicos da Grande Vitria/ES. Foi utilizada a Anlise Dimensional e Dinmica das Representaes Sociais (Teoria das Representaes Sociais) para investigar as noes que compem a prtica. Foram entrevistados 18 psiclogos clnicos atuantes em consultrio. Utilizou-se o software ALCESTE na anlise. Trabalhou-se com os elementos das classes identificadas pelo Alceste para compor as dimenses da representao social. Constatou-se que os entrevistados construram informaes sobre a psicologia clnica e sua prtica antes da entrada no curso ou cedo na formao. As teorias utilizadas na clnica so aspectos importantes nessa aproximao. As atitudes frente prtica so extremamente favorveis, sendo desfavorveis quando comparadas s crenas da populao ou s prticas mdicas, tocando em aspectos identitrios. Quanto ao campo, reconheceu-se uma imagem dividida em duas: 1) Imagem das atribuies e da prtica clssicas do psiclogo clnico; 2) Imagem dos problemas, das mudanas e das dificuldades. Foi possvel identificar a representao social de prtica profissional para os psiclogos clnicos, levantando questes importantes para a rea da psicologia clnica e para a teoria das representaes sociais.
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Esta pesquisa um estudo sobre o processo legislativo e a produção de leis na ALES, durante a 16 Legislatura. O escopo do estudo foi o de analisar o impacto das regras, contidas no regimento interno e na Constituio estadual, na produção de leis entre 2007 e 2010. O pressuposto geral da abordagem advm do Novo Intitucionalismo como movimento terico da Cincia Poltica contempornea, que nos permite inferir que as regras institucionais, para alm de serem simples regras de organizao das Casas Legislativas, influenciam no processo decisrio e, consequentemente, na produção de leis. Importando as anlises dos modelos distributivo, informacional e partidrio de organizao dos Legislativos, a pesquisa permitiu concluir que, a ALES, de 2007 a 2010, manteve seus trabalhos alinhados verso distributiva. O parlamentar capixaba atuou, individualmente, a fim de manter suas bases eleitorais. Com relao atuao do sistema comissional, foi identificada a inaptido das comisses da ALES para influenciar o processo decisrio. As comisses permanentes no possuem capacidade de moldar os projetos que por elas tramitam. O regime de tramitao influencia diretamente a produção de leis da ALES, notadamente, nas leis de autoria do Executivo, j que estas, tramitaram, quase que na totalidade, em regime de urgncia. No que tange aos partidos, a fragmentao partidria identificada na ALES acaba por refletir nos dados obtidos sobre a produção de leis, na medida em que no existe uma verdadeira articulao em torno dos partidos como atores determinantes no processo legislativo da ALES. Enfim, em apertada sntese, foi possvel constatar a imposio da agenda de trabalhos pelo Executivo. Os projetos aprovados, de temas importantes e abrangncia estadual, foram, em sua maioria, propostos pelo Executivo; a urgncia impacta frontalmente os projetos do Executivo, que so aprovadas em pequeno espao de tempo; as comisses no possuem poder mnimo de influncia nos projetos de autoria do Executivo; e os partidos, altamente fragmentados, no constituem instncia com capacidade de articulao.
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A Educao Ambiental constitui-se na relao entre a natureza e a cultura de modo indissocivel das relaes de poder e de saber. A pesquisa enreda-se na tendncia da Educao Ambiental complexa, analisa os modos de fabricao das subjetividades impostas pelo discurso neocapitalista, investiga a racionalidade herdada da sociedade moderna e explora a lgica dos referenciais afrodescendentes, em especfico as lgicas presentes nos Terreiros da Umbanda. Problematiza o mito na Educao Ambiental e a Educao Ambiental no mito a partir das orixalidades umbandistas. Adota a pesquisa narrativa dialogando com Tristo (2012), problematiza os processos de subjetivao a partir de Foucault (1996) e busca capturar os saberes sustentveis da noosfera umbandista (MORIN, 2005c) influenciada por Deleuze e Guattari (1996-1997). Atravs das Giras, seu principal ritual, evidencia como essas lgicas so acionadas para a fabricao de novos modos de percepo da relao entre a cultura e a natureza. Contribuem, no processo de investigao para a produção dos dados, a realizao de entrevistas abertas e semiestruturadas, o registro em cadernos de bordo, gravaes em udio e vdeo, fotografias e rodas de conversas em encontros com professores e alunos de uma escola pblica, prxima aos Terreiros, onde problematiza os processos e mecanismos de excluso e violncia materializados em posturas discriminatrias e de negao da cultura afro-brasileira e o modo como essas experincias so partilhadas pelos professores e alunos no contexto de suas prticas. A aposta metodolgica consiste em criar estratgias de narrar experincias da Educao Ambiental em espaos no formais, como os espaos dos Terreiros da Umbanda, e em espaos formais, como a escola, atravs das orixalidades em narrativas, na busca de zonas de confiana e na inveno de encontros mais solidrios, por escutas mais sutis e hbridas, e de novos sentidos de alianas que dissolvam pontos de vistas e desestabilizem discursos do eixo dominante, como forma de exerccio do pensamento para abertura de lgicas silenciadas historicamente. Conclui que lgicas complexas incluem as existncias infames e obscurecidas pela lgica oficial e que lgicas complexas buscam ver os efeitos dos modos como ns prprios fomos constitudos. A f-eco-lgica presente nas orixalidades em narrativas potencializa a desconstruo dos regimes de verdade e subverte a monocultura de lgicas.