1000 resultados para Docentes de medicina
Resumo:
A construção do SUS e o crescimento do nosso país têm suscitado uma discussão maior sobre mudanças no ensino médico. Iniciativas para implementar as Diretrizes Curriculares Nacionais aumentam o cardápio de estratégias de mudanças na preparação do fu turo médico. Para compreender melhor essas modificações, aplicamos questionários in locu a 1.004 alunos do internato de Medicina em 13 cursos médicos de seis Estados brasileiros entre 2004 e 2007, e realizamos entrevistas com alunos, docentes e gestores de Saúde. Neste artigo, destacamos o que pensam os formandos a respeito de sua formação no começo de sua atuação profissional. Aproximadamente 19% dos alunos se sentem aptos ao exercício imediato da medicina; 81% querem buscar formação complementar; 63% desejam ser "especialistas"; só 20% querem trabalhar em medicina geral, como o PSF, e apenas 5% querem trabalhar em pequenos municípios. Há discrepâncias entre o que os alunos querem fazer, como se sentem preparados e o que acabarão por fazer. Este estudo fornece dados que podem ajudar na melhoria da educação médica de acordo com as demandas do SUS e na integração ensino-serviços-comunidade.
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Este estudo teve como objetivo conhecer como os acadêmicos de Medicina percebem que a graduação os prepara para o enfrentamento da morte, bem como compreender o que significa para estes alunos o enfrentamento da morte e do morrer em sua prática formativa. Trata-se de estudo qualitativo de caráter exploratório e descritivo. Foram utilizadas, como técnica de coleta de dados, entrevistas semiestruturadas com cinco estudantes de Medicina que já estão no internato, analisadas a partir da técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados aqui apresentados se referem apenas a uma das categorias de análise criadas para o estudo - "sentir-se preparado frente à morte e ao morrer". Como principal conclusão deste estudo, em relação a esta categoria, podemos citar o sentimento de não preparação assinalado pelos acadêmicos entrevistados, sobretudo em função da necessária objetividade e do distanciamento "profissional" do paciente que está morrendo.
Resumo:
As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Medicina apontam a valorização do papel das Humanidades na formação médica, visando ao estabelecimento de uma relação médico-paciente pautada no cuidado e no respeito ao outro. Para atingir tais objetivos, é necessário que o estudante tenha oportunidade de apreender os conceitos de bioética ao longo de sua graduação, de forma que estes funcionem como ferramentas teóricas para tomadas de decisão ligadas às questões morais que porventura ocorram em sua vida profissional. Entre as possíveis estratégias metodológicas que despontam para o ensino-aprendizagem em bioética, o cinema emerge como uma eficaz alternativa, porque recria, nas telas, situações bem próximas da realidade. Estas podem provocar emoções e pensamentos capazes de deflagrar uma reflexão sobre questões morais e permitir a formação de juízos, habituando o aprendiz a utilizar o arco prática-teoria-prática na resolução de seus problemas. Este artigo apresenta ponderações acerca do uso pedagógico do cinema para tratar questões ligadas à bioética nos cursos de graduação em Medicina.
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Estudo descritivo analítico dos indicadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior-Sinaes/Inep/MEC. Existem evidências de problemas metodológicos nos instrumentos do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Houve variação das matrizes de referência em 2004 e 2007, mudanças nas fórmulas e multicolinearidade no cálculo do Conceito Preliminar e do nível de dificuldade das provas, respectivamente 65% em 2004 e 35% em 2007. Nos dois períodos, quase metade das questões avaliou a capacidade de memorização (47% e 42%). A análise Cart apontou condição sociocultural, rede pública de ensino e percepção de alta oferta de formação complementar pela instituição como fatores associados ao melhor desempenho do concluinte. Tanto a nota no componente específico do concluinte como a diferença entre a nota de formação geral do concluinte e do ingressante são indicadores de forte discriminação de desempenho. Propõe-se um indicador multicritério dessas duas quantidades, que foi capaz de discriminar as instituições bem conceituadas da área médica. Matrizes de referência compatíveis e robustas são necessárias para o monitoramento de cursos que formem profissionais de excelência e que estejam conscientes de suas responsabilidades sociais.
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Este estudo comparou a atitude do estudante de Medicina a respeito da relação médico-paciente de uma escola de currículo tradicional (CT) com outra de Aprendizado Baseado em Problemas (ABP) de uma mesma universidade privada. Para a avaliação da atitude, foi utilizada a escala PPOS (Patient-Practitioner Orientation Scale). A coleta de dados abrangeu 132 estudantes da escola de ABP e 142 da escola de CT. O valor do escore total da PPOS (ETPPOS) para toda a amostra na escola de ABP foi de 4,62 e na escola de CT foi de 4,45 (p = 0,002), significando atitudes mais centradas no paciente na primeira. O ETPPOS entre os homens, no décimo período, apresentou aumento significante na escola de ABP. Em ambas as escolas, as mulheres apresentaram atitudes de maior compartilhamento de decisões com os pacientes em relação aos homens. A análise de regressão multivariada demonstrou que os valores dos escores da PPOS foram explicados apenas pela variável escola. Este estudo encontrou atitudes mais centradas no paciente na escola de ABP, que poderiam ser atribuídas ao modelo curricular, uma vez que as escolas estudadas diferem basicamente em relação a esse aspecto.
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Um dos aspectos mais relevantes nas atuais discussões sobre ensino, e de grande impacto na prática clínica, é a forma como os médicos elaboram o raciocínio clínico. Esta pesquisa teve como intuito compreender o processo de raciocínio desenvolvido pelos estudantes do curso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina, identificando o processo de ensino-aprendizagem do raciocínio clínico, sua concepção e as dificuldades que emergem de seu processo de aprendizagem. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, cuja amostra foi formada por 16 internos do sexto ano de Medicina. Os participantes da pesquisa foram entrevistados sobre a concepção e o processo de ensino-aprendizagem do raciocínio clínico, e o resultado foi avaliado por análise de discurso. O processo de ensino-aprendizagem do raciocínio trata dos aspectos relatados pelos estudantes: o docente como modelo profissional, a importância da comunicação no atendimento clínico e as condições favoráveis ao aprendizado. A apropriação do aprendizado do raciocínio clínico abrangeu as dificuldades e os significados expressos de raciocínio clínico pelos entrevistados. A análise qualitativa forneceu dados que podem levar a compreender melhor esse processo de raciocínio.
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O objetivo deste trabalho foi identificar expectativas, preconceitos e sentimentos experimentados por acadêmicos de Medicina em relação à sua vivência no curso da Universidade Estadual de Maringá (PR). Foi analisado o depoimento escrito de 73 alunos da disciplina Saúde Pública, da quarta série, que responderam duas questões abertas no primeiro dia de aula. Pretendia-se conhecer o pensamento desses alunos sobre a formação e a profissão médica antes de entrarem no curso e na quarta série. Da leitura inicial, emergiram cinco categorias: a amizade e o coleguismo como fundamentos no curso; docência médica; a escola e o desenrolar do curso; o médico e a profissão; impressões sobre si mesmo. O resultado indica que a idealização do ingresso foi derrotada; no quarto ano, os alunos entendem melhor o curso; continuam comprometidos e preocupados com a formação e levam para o internato a expectativa de um aprendizado conciliador. Embora mais maduros e satisfeitos com a escolha, foram identificados acadêmicos que não encontraram estratégias para lidar com as adversidades do curso.
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CONTEXTO: Em 2004, foi proposta uma reestruturação de cursos de pós-graduação lato sensu em Medicina do Trabalho, com aumento da carga horária prática. A Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP introduziu o Programa de Estágio Monitorado (PEM) em complemento às 680 horas-aula. Objetivos: Descrever o programa, a percepção da Coordenação sobre o mesmo e analisar a atualrelação dos ex-alunos com a especialidade. MATERIAL E MÉTODO: (a) Discussão não estruturada entre os coordenadores e entrevista com empresas parceiras; (b) Aplicação de questionário a 46 ex-alunos,-abordando aspectos socioprofissionais. RESULTADOS: O PEM tem carga horária de 1.240 horas, é voluntário e baseado numa bimonitorização das atividades do aluno, com a apresentação de relatórios semanais para discussão clínica. Notou-se aumento do interesse no curso teórico-prático e carência de programas de desenvolvimento profissional nos locais de estágio. Da amostra, 67,3% exercem jornada semanal em Medicina do Trabalho superior a 20 horas. DISCUSSÃO: O programa cumpre diretrizes e parece contribuir para a fixação à especialidade. Questiona-se a omissão do mercado de trabalho em cobrar formação mais sólida e se recomenda discutir a regulamentação do exercício da especialidade.
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A expansão do número de vagas no ensino superior, especialmente na área da saúde, deu-se principalmente às custas do setor privado e sob as recomendações das Diretrizes Curriculares Nacionais. A formação de profissionais de saúde demanda um novo perfil de competências para a docência no ensino superior. O objetivo deste estudo foi avaliar os Projetos Político-Pedagógicos (PPPs) dos novos cursos de graduação na área da saúde que incorporam metodologias ativas de ensino-aprendizagem e observar a coerência entre a proposta pedagógica e a forma de recrutamento, contratação e capacitação do corpo docente. O estudo é descritivo. Foram analisados os processos de recrutamento e capacitação de professores em novos cursos da área da saúde que expressam uma concepção inovadora no período de 2000 a 2008. Foram observadas sete instituições públicas e sete particulares. Apenas dois cursos entre os 19 analisados organizam os currículos por disciplinas e não por módulos integrados. As instituições privadas realizaram o mesmo processo de recrutamento e capacitação de docentes, com a seleção ocorrendo em meio à capacitação. As públicas realizaram capacitação após a definição do concurso público, com os docentes já contratados. Este estudo propõe a necessidade de redimensionar a formação docente na universidade, resgatando o papel da competência pedagógica como construção contínua de saberes.
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O uso consistente de preservativos constitui a principal estratégia de prevenção do HIV/aids, bem como de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Neste contexto, o perfil de uso de preservativos em estudantes de Medicina é de especial interesse, principalmente quando consideramos o papel de formadores de opinião desempenhado pelos profissionais médicos. Este estudo investiga o padrão de comportamento sexual e sua associação com o uso de preservativos entre estudantes do curso de Medicina de uma universidade privada de um município do interior do Estado do Rio de Janeiro. Dados relativos a 643 estudantes de Medicina foram colhidos por meio de um questionário anônimo e autopreenchível. As análises foram conduzidas utilizando-se a regressão de Poisson com variância robusta para o cálculo das razões de prevalência brutas e ajustadas. A maioria dos alunos respondeu já ter iniciado vida sexual (85,3%). O parceiro da primeira relação sexual foi, em sua maioria, o(a) namorado(a) (55,1%), e o local da coitarca mais frequentemente relatado foi a própria casa (27,1%). O método anticoncepcional mais frequentemente utilizado na coitarca foi o preservativo (90,1%). Na análise bivariada, o fator que se mostrou mais estreitamente associado ao uso inconsistente do preservativo foi a presença de parceria estável, achado corroborado pela análise multivariada, após ajuste por sexo, idade e renda (RP = 1,95 IC 95% 1,47 − 2,57). Estes achados são compatíveis com a hipótese de que indivíduos inseridos em parcerias estáveis têm menor percepção de risco por suporem que a estabilidade de seus relacionamentos lhes conferiria proteção relativa contra as ISTs e HIV/aids.
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O consumo de álcool entre estudantes de Medicina se tornou assunto de grande interesse devido à alta repercussão desta prática e à importante influência da bebida alcoólica em seu dia a dia. O objetivo des-Alcoólicas te estudo foi avaliar a prevalência do consumo de álcool em acadêmicos de duas faculdades de Medicina do Estado de Minas Gerais e enquadrá-los na estratificação de risco do Audit. O estudo, transversal e descritivo, foi realizado de março a novembro de 2009 com estudantes do primeiro ao oitavo período dos cursos de Medicina de duas faculdades, sendo uma instituição privada e uma pública. Concluiu-se que 87,7% dos estudantes se dedicam exclusivamente ao curso e que mais de 60% fizeram uso de bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses. Descobriu-se também que cerca de 25% dos acadêmicos avaliados necessitam buscar programas de educação e atuação para prevenir danos ocorridos devido ao uso de bebidas alcoólicas
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A opção pela medicina e os planos em relação ao futuro profissional de estudantes no início do ciclo profissional foram avaliados em pesquisa que utilizou metodologia qualitativa de análise de duas questões abertas, uma delas sobre a opção pelo curso, os fatos e fatores que influenciaram a escolha, e outra sobre os planos futuros em relação à profissão e aos fatores que, no momento, orientam esses planos. A justificativa para o estudo foi reconhecer que as motivações para a escolha da medicina são complexas e mutáveis no decorrer do tempo e que a opção pela especialização tem sido precoce. Os resultados encontrados confirmaram várias achados da literatura para a opção pela medicina, incluindo os mecanismos inconscientes, mas diferiram no fato de a inserção no mercado de trabalho e a possibilidade de bons salários estarem entre os mais citados, depois do altruísmo. Em relação aos planos para o futuro, fica evidente a preocupação em conciliar vida profissional e vida pessoal com qualidade. Embora muitos estudantes ainda não tenham planos definidos e queiram apenas fazer um bom curso, o exercício de especialidade médica e a preocupação com a residência médica já estão presentes nesta fase do curso.
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A colaboração docente on-line permite a criação de comunidades virtuais. As ferramentas virtuais de uma equipe em rede permitem criar aulas virtuais em diferentes localizações geográficas. Estes ambientes permitem na educação a transferência do conhecimento entre alunos e docentes, incluindo atividades síncronas e assíncronas. Neste trabalho descrevemos nossa experiência em colaboração docente on-line, utilizando ferramentas virtuais na educação universitária. Os softwares utilizados foram 1-Skype: Software de aplicação para chamadas na Internet (VoIP). 2- LAN: Aula virtual digital disponibilizado em http://www.cevap.unesp.br/abertura.htm. Estas mídias foram utilizadas em dias e locais de transmissão e recepção diferentes. Os temas foram: 1-"Como preparar uma videoconferência", 2-"Importância das TICs na docência Universitária", 3-"Plataformas virtuais com bases de dados automatizadas na busca bibliográfica", 4-"Uso do laboratório virtual no ensino de Biologia Celular, Histologia e Embriologia". As ferramentas virtuais permitem a colaboração on-line de docentes localizados em diferentes localizações geográficas, além de formar recursos humanos que as usarão para melhorar o desempenho da educação universitária.
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A formação de médicos capacitados para atuar na Atenção Primária à Saúde (APS), cujo intuitoé promover um aprendizado vinculado às necessidades reais de saúde da comunidade, tem sido tema de estudos no Brasil há alguns anos. Em 1975, a Faculdade de Medicina da UFMG (FM/UFMG) inseriu seus estudantes em cenários de APS e atualmente busca ampliar essa inserção. Neste sentido, o objetivo desta pesquisa foi investigar a percepção dos estudantes do oitavo período da FM/UFMG sobre as atividades realizadas nos centros de saúde, tomando como referência as propostas do SUS para a APS. Trata-se de estudo qualitativo, que utilizou para a coleta de dados as técnicas de observação e grupos focais com estudantes de Medicina. A experiência de inserção na APS foi considerada válida e importante para a formação médica, contribuindo para construir uma nova visão do processo saúde- -doença e da organização do SUS. Conclui-se que é importante inserir os estudantes de Medicina na APS em seu processo de formação.
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INTRODUÇÃO: A avaliação do perfil do egresso é útil para investigar o sincronismo entre o treinamento fornecido e a demanda profissional. OBJETIVOS: Analisar, por meio de um questionário padronizado, o perfil profissional dos egressos do programa de Residência Médica (RM) de Pediatria FMUSP no período 1997-2008 e a compatibilidade entre esse perfil e a prática clínica na comunidade. MÉTODOS: Pôde-se localizar o endereço eletrônico de 297/446 egressos; 150 responderam à pesquisa, após consentimento informado. RESULTADOS: 126/150 respondentes do sexo feminino, idade média de 31,9 ± 2,8 anos, 61,3% oriundas do Estado de São Paulo (SP), 64% atuam profissionalmente em SP. Os egressos originários das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste se estabeleceram profissionalmente em SP. A escolha da Pediatria foi relacionada a afeto pela criança, preferência de exercício profissional voltado à criança e característica generalista da especialidade. Os estágios considerados mais importantes para o exercício profissional foram na área de urgência/emergência, neonatologia, enfermarias de Pediatria geral e de especialidades pediátricas. A ampliação da RM em Pediatria para três anos foi aprovada por 72%, 66% destes com vistas a aumentar a exposição às especialidades pediátricas; 78% se consideraram profissionalmente realizados e 22% parcialmente realizados em virtude de renda mensal inferior à esperada e por não terem iniciado/concluído a pós-graduação; 54% exercem função docente, principalmente em serviços públicos. As expectativas se concentram no início/término da pós-graduação, aprimoramento/reconhecimento profissional e melhoria da renda, com foco em clínica privada. CONCLUSÕES: Os egressos sugerem formação mais sólida nas especialidades pediátricas e demonstram tendência a se estabelecer em SP, não retornando ao Estado de origem.