1000 resultados para razão-sexual
Resumo:
O objetivo deste trabalho foi adequar as dietas artificiais para o desenvolvimento dos estágios de larva e adulto da mosca-das-frutas sul-americana (Anastrepha fraterculus). Para o estágio larval, foram testadas as seguintes dietas: D1, original, com 10 g de ágar; D2, modificada, com 3,6 g de ágar; e, D3, modificada, com bagaço seco de cana-de-açúcar. Para os adultos, foram testadas quatro dietas: A, levedura de cerveja + mel (2:1); B, açúcar refinado + extrato de levedura + gérmen de trigo cru (3:1:1); C, extrato de soja + açúcar mascavo + gérmen de trigo cru (3:1:1); e D, levedura seca de cervejaria + mel (2:1). Avaliaram-se os parâmetros biológicos de duração do período ovo-pupa, duração e viabilidade do estágio de pupa, massa média de pupas, razão sexual e duração e viabilidade do período ovo-adulto. O desenvolvimento larval em D1 e D2 foi semelhante e indicou que a criação de larvas pode ser realizada com 1/3 da quantidade de ágar da utilizada em D1. A utilização do bagaço seco de cana-de-açúcar, na dieta artificial, afetou negativamente o desenvolvimento larval. As dietas artificiais com levedura de cerveja + mel e com açúcar refinado + extrato de levedura + gérmen de trigo cru são as mais adequadas para a criação de adultos.
Resumo:
As lagartas de Deuterollyta majuscula (Herrich-Schaffer) podem, ao se alimentar, causar danos às folhas e frutos do abacateiro. O objetivo deste trabalho foi estudar a biologia em condições de laboratório, mantido a 25±2ºC, UR de 70±10% e fotofase de 14 horas e descrever os danos provocados pela praga. O ciclo biológico (ovo-adulto) foi de 39,6 dias e a viabilidade total de 55%. Foram determinados 5 instares. O peso de pupas foi de 0,0966 mg para fêmeas e 0,0901 mg para os machos. As fêmeas colocaram, em média, 201 ovos durante aproximadamente 7,6 dias. A longevidade média de machos e fêmeas foi de 15,3 e 13,9 dias, respectivamente, e a razão sexual de 0,56. Através da tabela de vida de fertilidade determinou-se uma capacidade de aumento de 64 vezes a cada geração, sendo a duração média de uma geração de 46 dias e a razão finita de aumento (ll) de 1,095. Estes resultados fornecem subsídios que podem ser utilizados para o estabelecimento de estratégias de manejo do inseto.
Resumo:
O trabalho foi realizado em área experimental da UNEB, em Juazeiro-BA, durante os anos de 2010 e 2011, com o objetivo de descrever aspectos relativos à fenologia, à biologia floral e ao comportamento dos visitantes florais Apis mellifera do meloeiro do tipo amarelo, na região do Vale do São Francisco. Em novembro de 2010, registrou-se uma média de 22,7±2,6 dias de floração com emissão de flores exclusivamente masculinas até o segundo dia, e emissão de flores hermafroditas por 16 dias. Em maio de 2011, a média de dias de floração foi de 19,3±4,3, e com produção de flores exclusivamente masculinas até o quarto dia e emissão de flores hermafroditas por 20 dias. A média de flores por planta e a razão sexual foram de 96,2±4,2 e 1:16, em novembro de 2010, e de 67,1±17,7 e 1:19, em maio de 2011, respectivamente. As flores hermafroditas apresentaram maior volume de néctar do que as masculinas em ambos os períodos, sendo a causa provável do maior número de visitas recebidas por este tipo floral. O maior número de visitas ocorreu no período da manhã, com destaque para a coleta de pólen no horário das 7h às 11h.
Resumo:
A biologia de Spodoptera eridania foi estudada em laboratório (22±1ºC, UR 70±10%, fotofase de 14 horas), em folhas de morangueiro (Fragaria x ananassa cv. 'Aromas') e videira (Vitis vinifera cv. 'Cabernet Sauvignon'). A duração e a viabilidade do ciclo total foram, respectivamente, de 52,2±1,32 dias e 37,6% para morangueiro e 42,2±0,45 dias e 25,5% para videira. A razão sexual em morangueiro foi de 0,58, e 0,48 em videira. A longevidade média de machos e fêmeas em morangueiro foi de 16,3±1,16 e 15,8±1,85 dias, respectivamente, e 5,6±0,88 e 7,3±0,83 dias em videira. A fecundidade média total foi de 1.747,5±187,32 ovos por fêmea em morangueiro, e 1.764,9±289,04 em videira. A tabela de vida de fertilidade mostrou que a taxa líquida de reprodução e a razão finita de aumento foram de 394,89 e 1,10, respectivamente, para morangueiro, e de 213,98 e 1,12 para videira. As culturas do morangueiro cv. 'Aromas' e da videira cv. 'Cabernet Sauvignon' são hospedeiras favoráveis e equivalentes quanto ao potencial de crescimento populacional de S. eridania.
Resumo:
Os plantios de Eucalyptus no Brasil podem sofrer danos por espécies nativas de insetos de diversas ordens, como Orthoptera, Coleoptera e Lepidoptera. Esses insetos podem alimentar-se tanto de mirtáceas brasileiras como goiabeira, gabirobeira, jabuticabeira, entre outras, como de espécies do gênero Eucalyptus. Entre os desfolhadores, destaca-se Thyrinteina arnobia (Stoll) (Lepidoptera: Geometridae) como o mais daninho dessa ordem para a eucaliptocultura brasileira. Este trabalho teve por objetivo avaliar aspectos biológicos de adultos de T. arnobia provenientes de lagartas alimentadas com plantas de eucalipto e, ou, goiabeira. Adultos deste inseto criados em folhas de eucalipto e, ou, de goiabeira apresentaram diferenças significativas para a maioria dos aspectos biológicos avaliados, exceto para a duração dos períodos de préoviposição, de oviposição e razão sexual. Assim, insetos herbívoros que vivem em hospedeiros filogeneticamente próximos ao eucalipto são capazes de causar danos consideráveis em reflorestamentos com espécies desse grupo, o que provavelmente ocorre pelo fato de elas estarem ainda em processo de adaptação a essa praga que atacaria o eucalipto, por estar fugindo da pressão exercida por barreiras físicas e químicas existentes nas mirtáceas nativas brasileiras.
Resumo:
A biologia de Mimallo amilia Cramer (Lepidoptera: Mimallonidae) foi estudada em folhas de Eucalyptus urophylla em laboratório a 25 ± 2 ºC, 60 ± 10% de umidade relativa e fotoperíodo de 12 horas de luz e 12 horas de escuro. Essa espécie teve duração da fase larval de 34,88 dias e cinco estádios larvais. Houve mortalidade de lagartas no primeiro, terceiro e quarto estádios com 5,00; 7,89; e 14,28%, respectivamente. Os períodos de pré-pupa e de pupa foram de 4,33 ± 0,33 e 3,90 ± 0,23 e de 18,78 ± 0,69 e 18,82 ± 0,41 dias para machos e fêmeas, respectivamente. Cada fêmea de M. amilia depositou 4,86 ± 0,48 posturas com 19,84 ± 1,76 ovos por postura. O período de incubação dos ovos foi de 8,60 ± 0,24 dias, com viabilidade de 88,63%. A longevidade de adultos foi de 5,66 ± 0,61 e 9,22 ± 0,79 dias, com envergadura das asas de 42,70 ± 0,32 e 49,70 ± 0,17 mm para machos e fêmeas, respectivamente, e razão sexual de 0,56. As lagartas dessa espécie apresentaram tamanho de 0,90 ± 0,01 mm no primeiro estádio a 4,40 ± 1,42 mm no último.
Resumo:
O objetivo deste trabalho foi estudar aspectos biológicos de Halysidota pearsoni Watson, 1980 (Lepidoptera: Arctiidae). Lagartas de H. pearsoni foram criadas com folhas de Morus alba L. em potes plásticos até a fase de pupa. Dez casais desse lepidóptero foram individualizados em gaiolas para obtenção de ovos à temperatura de 25 ± 2 °C, umidade relativa de 60 ± 10% e fotofase de 12 horas. Halysidota pearsoni teve período de oviposição de 3,5 ± 0,17 com 141,00 ± 9,18 ovos por fêmea, período de incubação de 7,5 ± 0,17 dias e viabilidade de ovos de 53,34 ± 5,24%. A fase larval de H. pearsoni teve seis estádios, com duração total de 28 dias, viabilidade de 91,78 ± 3,24%. A duração e a viabilidade dos períodos pré-pupal e pupal de H. pearsoni foram, respectivamente, de 7,0 ± 00 e 19,39 ± 0,74 dias e de 70,15 ± 5,63 e 93,62 ± 3,60%. O peso médio de suas pupas foi de 464,17 ± 7,70 mg e a razão sexual e de 0,45. A longevidade (dias) de machos e fêmeas de H. pearsoni, com folhas de M. alba, foi de 7,40 ± 0,34 e 9,50 ± 0,45, respectivamente.
Resumo:
Neste trabalho, estudaram-se o desenvolvimento e a reprodução de Dirphia moderata Bouvier, 1919 (Lepidoptera: Saturniidae) alimentada com Eucalyptus cloeziana F. Muell ou Psidium guajava L. Os períodos de pré-oviposição, oviposição e incubação e a viabilidade e número de ovos por fêmea foram de 6,71 ± 0,18 dia; 4,00 ± 0,66 dia; 18,14 ± 0,18 dia; 17,54 ± 3,78%; 121,71 ± 18,96% para esse inseto com E. cloeziana e de 3,86 ± 0,26 dia; 5,86 ± 0,40 dia; 17,71 ± 0,21 dia; 23,12 ± 10,81%; 112,00 ± 8,79% com P. guajava, respectivamente. A duração e viabilidade larval (%) foram de 53,00 ± 0,09 e 80,00 ± 0,99 e de 55,83 ± 0,29 e de 77,5 ± 6,60 para lagartas de D. moderata criadas nos primeiro e segundo hospedeiros, respectivamente. A duração e viabilidade das fases de pré-pupa e pupa foram de 4,84 ± 0,07 dia e 96,88 ± 3,13% e de 37,64 ± 1,20 dia e 84,37 ± 6,53% com E. cloeziana e de 3,82 ± 0,06 dia e 100% e de 49,93 ± 2,04 dias e 75,00 ± 7,79% com P. guajava, respectivamente. A razão sexual de D. moderata foi de 0,48 e 0,46 e a longevidade, de 6,78 e 8,84 dias para machos e de 10,23 e 10,07 dias para fêmeas desse inseto com E. cloeziana e P. guajava, respectivamente. D. moderata apresentou melhor desenvolvimento e reprodução em E. cloeziana, mas P. guajava pode, também, ser utilizado para a criação desse inseto em laboratório.
Resumo:
Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze é considerada espécie ameaçada de extinção, e faltam informações sobre sua ecologia para a elaboração de técnicas eficazes para manejo e conservação. Nesse sentido, foi estudada uma população natural na Reserva Genética Florestal de Caçador, com o objetivo de gerar informações sobre a estrutura demográfica da espécie. A população estudada foi dividida em quatro classes: regeneração, juvenis, masculinas e femininas. Foram analisadas a estrutura diamétrica e de altura, a razão sexual e o padrão espacial. A regeneração natural foi baixa, e a razão sexual não diferiu de 1, de acordo com o esperado para a espécie. Na análise do padrão espacial, a agregação apareceu em todas as classes. A regeneração não esteve espacialmente associada com árvores adultas. A regeneração natural da espécie sob a floresta existe, apesar de ocorrer com baixa densidade.
Resumo:
Apomixia facultativa em Smilax fluminensis (Smilacaceae) foi estudada em duas populações naturais de Tangará da Serra, MT. A espécie apresenta inflorescências umbeliformes e flores inconspícuas. Foi avaliado o sistema reprodutivo de indivíduos femininos e masculinos de S. fluminensis em três episódios reprodutivos consecutivos, sendo a razão sexual entre esses indivíduos equilibrada. No sistema reprodutivo foi registrada a formação de frutos em todos os tratamentos: Polinização Cruzada (82,16%), Polinização Aberta (70,30%) e Apomixia (31,81%). A maioria dos frutos contados desenvolveu três sementes, e a formação de frutos com quatro sementes foi registrada em ambos os fragmentos florestais. Frutos com uma semente foi registrado em apenas um dos fragmentos, e no tratamento apomítico esse número foi cerca de duas vezes maior, em comparação com os demais tratamentos. As abelhas Halictus hesperus e Tetragona clavipes visitaram flores de ambos os sexos e foram consideradas polinizadoras pela sua frequência e comportamento. A apomixia facultativa de S. fluminensis é estratégia reprodutiva vantajosa, pois garante sua reprodução mesmo na ausência de polinizadores.
Resumo:
O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência do parasitismo e a biologia da prole do parasitoide Palmistichus elaeisis Delvare e La Salle (Hymenoptera: Eulophidae) em pupas de Thyrinteina arnobia Stoll (Lepidoptera: Geometridae) quando criadas em plantas de Psidium guajava ou Eucalyptus cloeziana. Ovos de T. arnobia foram coletados e colocados em sacos de tecido tipo organza envolvendo galhos de plantas de P. guajava (T1) e E. cloeziana (T2) até as lagartas alcançarem a fase de pupa. Trinta pupas de cada tratamento foram individualizadas em tubos de vidro e expostas ao parasitismo por quatro fêmeas de P. elaeisis por 24 h. Avaliaram-se a emergência da progênie do parasitoide por pupa; a porcentagem de parasitismo, pupas mortas e de adultos de T. arnobia emergidos; a duração do ciclo de vida (ovo-adulto);a longevidade; a razão sexual; e o tamanho da cápsula cefálica e do corpo do parasitoide. A porcentagem de parasitismo, a emergência de P. elaeisis por pupa, a longevidade das fêmeas e o tamanho da cápsula cefálica e do corpo dos machos do parasitoide foram menores quando seu hospedeiro foi criado em plantas de eucalipto. Isso pode ter ocorrido devido à grande quantidade de compostos do metabolismo secundário presentes nesta planta, que podem ser acumulados no corpo do herbívoro ao se alimentar, afetando negativamente o inimigo natural. Palmistichus elaeisis mostrou-se mais adaptado à mirtácea nativa da América P. guajava.
Resumo:
A biologia floral e a polinização de Clusia arrudae foi estudada na Serra da Calçada. C. arrudae não apresenta apomixia mesmo com a deposição de resina nos estigmas. Frutos desenvolvidos a partir de flores polinizadas manualmente produziram mais sementes (6,3 sementes por lóculo) do que frutos desenvolvidos a partir de flores polinizadas naturalmente (4,3 sementes por lóculo). O pico de floração ocorre de dezembro a meados de fevereiro. Plantas masculinas e femininas produzem flores diariamente; todavia, a cada três dias ocorre um pico de anteses que é sincronizado na população. A razão sexual da população é de 1:1, com plantas masculinas produzindo uma maior quantidade de flores que plantas femininas. Flores masculinas produzem cerca de 11 × 10(6) grãos de pólen no decorrer de três dias. A maioria dos grãos (66%) é apresentada no primeiro dia. Os estigmas das flores femininas permanecem receptivos por três dias ou quatro dias quando não ocorre polinização entre o primeiro e o terceiro dias. Flores de C. arrudae foram visitadas por seis espécies de abelhas para coleta de pólen e/ou resina. Operárias de Apis mellifera e Trigona spinipes, fêmeas de Xylocopa frontalis e Neocorynura sp. visitaram flores masculinas para coleta de pólen; operárias de T. spinipes foram também observadas coletando resina em flores femininas. Operárias de Melipona quadrifasciata e fêmeas de Eufriesea nigrohirta foram observadas coletando resina em flores femininas e masculinas. Devido à sua freqüência e comportamento nas flores femininas e masculinas, E. nigrohirta é o polinizador principal de C. arruda na Serra da Calçada.
Resumo:
Spodoptera frugiperda é um inseto-praga responsável por altos níveis de desfolhamento em gramíneas cultivadas, sendo que, dentre os métodos de controle, o biológico pode vir a tornar-se uma alternativa. Foi feita uma revisão de literatura sobre parasitóides de S. frugiperda. A ocorrência de parasitóides desse inseto, em áreas de cultivo de milho da EEA/IRGA, foi avaliada em Cachoeirinha, RS. Verificou-se a presença de Chelonus sp., Cotesia sp. e Exaticolus sp. (Hym., Braconidae), Campoletis flavicincta e Ophion sp. (Hym., Ichneumonidae) e de Archytas incertus e Lespesia archippivora (Dip., Tachinidae), com predomínio de C. flavicincta. Em função da dificuldade de obtenção de fêmeas deste inseto em laboratório, foram avaliadas diferentes condições de criação. Desta forma, registrou-se uma razão sexual de 0,41 quando foram expostas lagartas de segundo ínstar de S. frugiperda, as fêmeas do parasitóide apresentavam idade entre 3 e 6 dias e os casais foram formados no momento da exposição. Por fim, aspectos referentes à interação entre C. flavicincta/S. frugiperda/B. thuringiensis aizawai, em laboratório, foram avaliados A partir de análise do consumo alimentar de folhas de milho, observou-se que lagartas parasitadas e infectadas apresentaram um menor consumo, apesar do mesmo não ter diferido daquele de lagartas apenas parasitadas. A mortalidade das lagartas parasitadas e infectadas foi superior tanto das infectadas quanto das parasitadas. Lagartas infectadas mostraram um período de alimentação que não diferiu das sadias, apesar de terem apresentado maior duração da fase larval. Indivíduos descendentes de casais que emergiram de lagartas infectadas não tiveram alteradas suas características biológicas. A análise histológica de lagartas parasitadas e infectadas indicou não ter havido alteração no ovo e larva do parasitóide, resultante da ação do bacilo. Pode-se, portanto, inferir que o uso conjunto do parasitóide e da bactéria não resulta em prejuízo para o parasitóide.
Resumo:
Spodoptera frugiperda, uma das principais pragas do milho, tem grande importância pelos danos e dificuldades de controle. A ausência de informações sobre seu impacto em milho doce motivou a comparação de sua biologia entre os genótipos ELISA, BR 400 (milho doce) e BR PAMPA (milho comum). Parcelas com estes genótipos foram estabelecidas em área experimental do Departamento de Fitossanidade, UFRGS, Porto Alegre, RS, de outubro-novembro/2000 e de outubro-novembro/2001. Em condições de laboratório (25±1ºC; 70±10%UR; fotofase 12 horas), lagartas foram individualizadas e alimentadas com seções de 3,14 cm2 de milho, totalizando 60 indivíduos/genótipo. Diariamente, avaliou-se a área foliar consumida, peso das lagartas, indivíduos mortos e recolheram-se as cápsulas cefálicas. As pupas foram sexadas e pesadas, computando-se os indivíduos mortos. Os adultos foram mantidos aos casais, registrando-se períodos de pré-oviposição, oviposição e pós-reprodutivo, número de posturas e de ovos/postura, período de incubação, intervalo entre oviposições e longevidade. A preferência alimentar foi avaliada quantificando-se o consumo foliar em observações de 12, 36 e 72 horas. Foram calculados índices nutricionais. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas por Tukey a 5%. Não se registrou diferença na largura das cápsulas, nos três primeiros ínstares. No quarto e quinto ínstares, as cápsulas das lagartas mantidas em BR 400 foram menores O consumo foliar, o peso das lagartas e das pupas, a duração dos ínstares e a razão sexual não diferiram entre os genótipos. A duração da fase pupal foi menor nas fêmeas mantidas em BR 400. A mortalidade foi maior, na fase larval, em ELISA e na pupal, em BR PAMPA. Na fase reprodutiva constatou-se diferença apenas no período de incubação, que em BR 400 foi mais longo. Não se observou preferência alimentar. Em relação aos índices nutricionais, somente a taxa de crescimento relativo (RGR) diferiu entre os genótipos, sendo que em BR 400 e ELISA foram observados valores superiores.
Resumo:
O roedor subterrâneo tuco-tuco Ctenomys minutus (Rodentia, Ctenomyidae) habita campos arenosos da Planície Costeira do RS. Esta espécie é uma das cinco existentes no Rio Grande do Sul (Brasil), ocorrendo desde o Farol de Santa Marta (SC) até São José do Norte (RS). O objetivo deste trabalho foi descrever a biologia populacional de C. minutus e desenvolver um método para classificação etária individual que utilize medidas corporais de fácil obtenção em campo. Foram realizadas 22 campanhas de amostragens em 14 meses em três locais de amostragem. Foram capturados 191 animais (73 machos e 118 fêmeas) e foram obtidas 39 recapturas ao longo do estudo. Os animais foram capturados com armadilhas Oneida Victor nº 0, anestesiados, marcados e soltos após serem tomadas medidas corporais de peso, comprimento total, comprimento da cauda e largura do dente incisivo. Durante os trabalhos, foram registradas evidências de atividade nas tocas, indicadas pelo bloqueio das aberturas das tocas após a colocação das armadilhas. Foi desenvolvido um método de classificação etária com base em diagramas de dispersão de pontos entre medidas corporais e sua associação com estado reprodutivo de fêmeas. Os resultados demonstram que a utilização de pelo menos duas medidas corporais, associadas às informações de estado reprodutivo permite a construção de um diagrama consistente com os dados biológicos obtidos em campo. Com base nesta constatação, é proposto o Diagrama de Classificação Etária que pode ser utilizado para quaisquer duas medidas, associado a dados de estado reprodutivo, podendo ser adaptado para outras espécies de tuco-tucos Entretanto, o método deve ser aperfeiçoado para machos, possivelmente a partir de informações sobre estruturas reprodutivas internas. As classes etárias utilizadas foram jovem, subadulto e adulto. As fêmeas foram classificadas quanto ao estado reprodutivo em não perfurada, perfurada, cicatrizada e prenhe. O estado reprodutivo de machos não foi determinado porque estes não possuem testículos aparentes. A população de C. minutus estudada foi composta por 84,8 % de adultos, 9,4 % de subadultos e 5,8 % de jovens, com razão sexual nas fases jovem e subadulta de 1:1 e na fase adulta de 0,5 machos:1 fêmea. Há uma época preferencial de acasalamento nos meses de inverno e de nascimentos no final do inverno e primavera. Entretanto, ocorrem indivíduos com atividade reprodutiva durante todas as estações do ano, porém em menor número. Ctenomys minutus atinge a maturidade sexual com aproximadamente seis ou sete meses de idade, com o comprimento do corpo por volta de 155 mm e a partir de 170 mm todos os indivíduos são considerados adultos. Os machos tendem a ser mais pesados que fêmeas de mesmo comprimento, principalmente a partir de 150 mm de comprimento de corpo. O tamanho aproximado de primeira maturação (início da fase adulta) é de 155 mm de comprimento do corpo Com dados de captura-marcação-recaptura foi demonstrado que esta espécie pode viver até aproximadamente três anos. Ctenomys minutus é uma espécie solitária, que compartilha as galerias somente para o acasalamento e durante o cuidado das crias. Aparentemente, os machos não participam do cuidado da prole, uma vez que somente fêmeas foram capturadas na mesma toca que jovens. O menor número mínimo de indivíduos na população de um local de amostragem foi de 20 indivíduos (setembro/2001) e o maior foi de 39 indivíduos (março/2002). A densidade absoluta encontrada em cada dia de amostragem foi de no mínimo sete indivíduos/ha (janeiro/2002) e de no máximo 15 indivíduos/ha (setembro/2002). Não foram detectadas diferenças sazonais no padrão de atividade (IAp), nem no número mínimo de indivíduos na população ou na densidade absoluta (indivíduos/ha) da população estudada.