999 resultados para Missão Indígena
Resumo:
As terras indígenas são destinadas à reprodução física e cultural, segundo os usos, costumes e tradições de seus povos. A experiência de agricultores Guarani Mbya na terra indígena Boa Vista do Sertão do Promirim foi considerada pela distinção de atributos de solo em três pedoambientes agrícolas denominados yvy porã (terra boa, TB ; terra para o cultivo do milho avaxi etei). A pesquisa de campo (etnográfica e pedográfica) foi realizada em ambiente de floresta ombrófila densa submontana, em Ubatuba, SP. Foram feitas análises morfológicas, físicas e químicas, em perfis dos solos de três áreas yvy porã (Argissolo Vermelho-Amarelo e Cambissolo Háplico) e em amostras de terra, das camadas de 0,0-0,05 e 0,05-0,10 m. A aptidão das terras foi avaliada segundo o Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras (SAAAT). As áreas foram definidas por quatro informantes Guarani Mbya, que localizaram as yvy porã e as ordenaram pelo potencial agrícola. Na profundidade de 0,0-0,05 m, os atributos teores de argila total (AT), Ca + Mg e Ca, soma de bases, V% e pH definiram a TB3 como a de maior potencial. Na profundidade de 0,05-0,10 m, os atributos foram os teores de H, Ca, H + Al e AT, o valor T, a soma de bases, o volume total de poros (VTP) e o diâmetro médio ponderado (DMP), e o pH. A análise de componente principal permitiu explicar a qualificação das yvy porã (TB3 > TB1 > TB2) segundo os Mbya, em termos dos atributos do solo, e corroborar TB3 como a área de maior potencial para a cultura do milho tradicional. Contudo, o SAAAT não diferenciou a aptidão agrícola entre as yvy porã e, em função do fator deficiência de fertilidade, o grupo de aptidão seria regular para pastagem natural (5n). A incongruência nas avaliações evidencia a relevância do conhecimento tradicional na gestão agroambiental das terras indígenas, visando à sua sustentabilidade.
Resumo:
Em Roraima, a distribuição espacial das populações indígenas identifica um cenário de busca constante de solos capazes de sustentar uma agricultura itinerante. Este trabalho teve como objetivo estabelecer relação entre a compreensão dos solos por parte dos Yanomami da região do médio Catrimani e o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, bem como avaliar o seu tipo de uso em função de análises químicas para diagnóstico da fertilidade do solo. O trabalho foi executado em duas etapas. A primeira consistiu em visitas a oito malocas para estudar os solos. Foram coletadas amostras em trincheiras até 1,50 m de profundidade para análise e classificação dos solos e (em prospecções com o trado) nas profundidades de 0-10 a 10-30 cm, em 21 tipos de uso agrícola, e da área de floresta para análises químicas de fertilidade. A segunda fase foi uma oficina, abordando os sistemas de exploração agrícola, com duração de 20 h. Focalizou-se a discussão sobre a compreensão do meio ambiente (Urihi)(1) e sistemas de produção agrícolas e sobre a importância do uso correto do conhecimento dos solos. Os solos são denominados pelos Yanomami em função das características morfológicas, pelos teores de matéria orgânica e pela presença de minhocas, e da posição na paisagem - a escolha para agricultura é fundamentada nessas características. As práticas agrícolas consistem da derrubada da mata nativa, queima e plantio das culturas em separado. Os solos descritos na área foram: Argissolo Vermelho-Amarelo (Maxita a uuxi wakë axi), Argissolo Amarelo (Maxita a axi), Latossolo Amarelo (Maxita a axi) e Plintossolo (Maxita a axi a maamaxipë). O processo de derruba e queima promove um incremento inicial do teor de Ca e K trocáveis e P assimilável devido à contribuição das cinzas, o que permite a exploração das áreas por um período máximo de três anos.
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo pensar a questão da formulação, pelo movimento indígena, de uma política própria para a educação escolar. Procura descrever e analisar a trajetória do movimento dos professores indígenas da Amazônia na sua busca concreta de definição e construção de escolas indígenas, tendo como eixo referencial os doze encontros anuais já realizados pelo movimento.
Resumo:
[spa]La Misión Indígena fue inaugurada en el año 1901, en la zona del río Pilcomayo del Territorio Nacional de Formosa, precisamente al costado de la concesión paraguaya otorgada a Elisa (Elizabeth Alicia) Lynch. Desde entonces, fue trasladada, primero a Tacaaglé en 1902, donde adquirió el nombre de Misión San Francisco Solano, y posteriormente, en 1915, al riacho El Porteño. Los misioneros franciscanos asumieron la tarea de formar a “colonos indígenas” tobas y pilagás para la producción de azúcar. Se analiza la evolución de la Misión franciscana y el impacto de la llegada del Ferrocarril de Formosa a Embarcación (F.C.F.E.). La documentación utilizada se encuentra en la Biblioteca y Archivo Históricos de la Provincia Franciscana de San Miguel, del Museo Conventual de San Carlos Borromeo ubicado en San Lorenzo, Provincia de Santa Fe
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Con toda seguridad, uno de los aspectos que más sorprendieron a la opinión pública ecuato" riana de los resultados de la primera vuelta de las elecciones presidenciales de octubre de 2006, fue el triunfo sin paliativos de la candidatura de Gilmar Gutiérrez en las provincias del callejón interandino y el aparente hundimiento del candidato de Pachakutik en escenarios como los de Cañar; Chimborazo, Bolívar, Cotopaxi o lmbabura, otrora verdaderos baluartes del poder de convocatoria del movimiento indígena.
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O Cerrado, segundo maior bioma brasileiro, foi considerado um dos 25 hotspots do planeta, por apresentar alto grau de endemismo e ser uma das regiões biologicamente mais ricas e ameaçadas em termos mundiais. Mas muitas áreas desse bioma ainda carecem de conhecimentos elementares sobre seu potencial biológico, evidenciando-se a necessidade de gerar informações através de inventários e diagnósticos ambientais. Nesses termos, este estudo objetivou inventariar as espécies de mamíferos de médio e grande portes na Reserva Indígena "Parabubure", Município de Campinápolis, leste do Estado de Mato Grosso. Para tanto, no período compreendido entre 12 de agosto e 27 de setembro de 2005, a porção leste da reserva, com cerca de 25.000 ha, foi aleatoriamente percorrida em busca de evidências de mamíferos de médio e grande portes. A amostragem incluiu métodos diretos (sinais acústicos e visualizações) e indiretos (pegadas, fezes e tocas) para o registro das espécies. Foram obtidos registros de 30 espécies de mamíferos silvestres, 28 de médio e grande portes e duas de pequeno porte, sendo sete listadas como ameaçadas de extinção em nível nacional. Por fim, embora enfrente queimadas periódicas, aparentemente a principal fonte de ameaça à mastofauna na Reserva Indígena "Parabubure" é a caça, tanto a realizada pelos índios Xavantes, sem um plano de sustentabilidade baseado na capacidade de suporte de cada espécie, quanto a praticada por outros agentes.
Resumo:
O objetivo deste artigo é analisar a noção nativa de autoria presente na comunidade indígena Kapinawá, localizada no sertão de Pernambuco, nordeste do Brasil. A partir de uma antropologia histórica (Oliveira 1988), analiso a autoria como uma tradição inventada (Linnekin 1983; Handler 1984; Handler & Linnekin 1984) resultante de um processo político de emergência étnica. Através da etno-história do grupo, apresento o contexto de construção de uma tradição indígena (o ritual do Toré) que se legitima ao explorar categorias de uma tradição religiosa do nordeste conhecida como o complexo da jurema. Procuro, assim, apresentar a relação que se forma entre a instauração do ritual do Toré e a emergência de uma noção nativa de autoria nele construída.
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Se em seu artigo Calávia afirma que fracassos missionários precisam ser qualificados (Saez 1999), o mesmo ocorre, quando se trata de seus sucessos. Analiso, neste artigo, o trabalho de catequese e civilização realizado pelos missionários da Missão de São Francisco, entre os índios Munduruku. Para tal, tomo o discurso missionário em sua positividade, a fim de investigar as categorias franciscanas utilizadas para descrever seu trabalho, marcado não pela inconstância selvagem frente ao aparelho missionário, mas sim por uma adesão que, para os missionários, marcava o sucesso da relação construída com a população indígena. Neste sentido, retomo a proposta de Calávia a fim de entender a civilização menos como um evento histórico, e mais como uma categoria variável nas mãos das agências missionárias.
Resumo:
Tomando como objeto de análise documentos e/ou textos missionários e observações feitas durante a realização de trabalho de campo, será discutida a noção de religião que perpassa esses escritos, ressaltando-se a influência de concepções veiculadas pelo padre Schmidt, um dos expoentes da Escola Histórica de Viena. Além disso, será feita uma pequena análise sobre as interconexões entre a chamada etnologia confessional do padre Schmidt e a antropologia acadêmica.
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Resumo Este artigo aborda os aspectos materiais de cultos e campanhas ligados à atividade missionária da Igreja Protestante na Holanda. Ao focar as ações desenvolvidas no país de origem, ao invés dos encontros nos campos missionários, o texto pretende investigar como as obrigações diaconais e missionárias cristãs abstratas se tornam produções rituais tangíveis e concretas, através da mobilização de um conjunto de elementos litúrgicos. O texto toma este processo como parte das negociações de alteridade em jogo no empreendimento missionário protestante. A descrição e a análise de alguns rituais observados durante a pesquisa etnográfica na Holanda permitem mostrar como a mobilização desses diversos elementos materializa e torna acessível aos sujeitos protestantes aspectos relativamente abstratos de suas obrigações missionárias.