965 resultados para Infecções por corynebacterium Fisiopatologia - Teses
Resumo:
Espcies do gnero Acinetobacter so patgenos oportunistas que tm sido associados a vrias infecções relacionadas assistncia em sade acometendo principalmente, pacientes hospitalizados em centros de tratamento intensivo. A. baumannii , Acinetobacter genoespcie 3 e Acinetobacter genoespcie 13TU constituem o complexo A. baumannii e so consideradas as espcies de maior importncia clnica. O objetivo deste trabalho foi identificar em nvel de espcie, avaliar o perfil de resistncia e analisar a diversidade gentica de 102 amostras de Acinetobacter spp. isoladas de hemoculturas de pacientes internados em quatro hospitais do estado do Rio de Janeiro. Aps a utilizao de duas tcnicas moleculares, 87 (85,3%) amostras foram identificadas como A. baumannii, sete (6,9%) como A. genoespcie 3, duas (1,9%) A. genoespcie 13TU e seis (5,9%) no foram identificadas em nvel de espcie. A maioria das amostras de A. baumannii apresentou carter multirresistente mostrando percentuais de resistncia acima de 70% para ceftazidima, cefotaxima e ciprofloxacina. A resistncia aos carbapenmicos variou de 59% a 91%. Foi encontrada uma grande variedade de antibiotipos entre as amostras de A. baumannii, sendo prevalente dois multirresistentes. Um deles, caracterizado pela sensibilidade apenas aos aminoglicosdeos, ocorreu em 20,7% das amostras e o outro observado em 14,9% das amostras , foi caracterizado pela resistncia a todos os antimicrobianos testados. Atravs da PCR, foi observado que 77% das amostras de A. baumannii apresentaram produto de amplificao compatvel com gene blaOXA-23-like e destas, 64 mostraram-se resistentes tanto a imipenem quanto a meropenem. Em contrapartida, todas as amostras de A. baumannii OXA-23 negativas mostraram-se sensveis aos carbapenens. Em relao s amostras de A. genoespcie 3 e 13TU, foram observados baixos percentuais de resistncia frente aos antimicrobianos testados e apenas uma amostra de Acinetobacter genoespcie 3 apresentou produto de amplificao compatvel com gene blaOXA-23-like, sendo esta sensvel aos carbapenens. No foram detectados os genes blaOXA-40-like e blaOXA-58-like nas 102 amostras de Acinetobacter spp.. A anlise do polimorfismo gentico das amostras de A. baumannii por PFGE mostrou a presena de 35 clones distribudos entre os hospitais. Um clone (designado A), presente em 32 amostras (36,9%), foi encontrado nos quatro hospitais, sendo prevalente em trs. Em 93,8% das amostras do clone A foi detectado o gene blaOXA-23-like. A disseminao de um clone de A. baumannii multirresistente produtor de OXA-23 entre os hospitais estudados evidencia a importncia de medidas de controle de infecções mais eficazes, visando minimizar a morbidade e a mortalidade causadas por este importante patgeno. Alm disso, como outras espcies tambm podem estar associadas a infecções, destacamos a importncia da identificao correta das amostras em nvel de espcie, visando o conhecimento da patogenicidade, do perfil de resistncia e dados epidemiolgicos des outras espcies, principalmente as pertencentes ao complexo A. baumannii
Resumo:
O nmero de pacientes com doena renal crnica est aumentando, em todo o mundo, em escala alarmante. Como resultado, observamos um elevado quantitativo de indivduos que dependem do acesso e do tratamento dialtico para garantir sobrevida e qualidade de vida. Esse cuidado, entretanto, apresenta significativos problemas em diversas localidades do pas. Ainda que uma estrutura adequada seja condio necessria, mas no suficiente, para um cuidado de qualidade, pode-se supor que aumente a probabilidade da assistncia prestada ter um potencial de promover resultados em sade mais positivos. Este estudo, descritivo e de carter normativo, objetivou mapear os servios de terapia dialtica existentes no municpio de Volta Redonda que oferecem procedimentos para o SUS e examinar sua conformidade com os padres mnimos presentes nas diversas resolues e demais legislaes a respeito, focando em aspectos da estrutura e processo. Para tal, utilizou-se de trs estratgias complementares: (a) busca de dados secundrios presentes nas bases de dados nacionais e municipais; (b) entrevistas com os responsveis tcnicos pelas duas unidades existentes no municpio, com o responsvel pela Superintendncia de Controle, Avaliao e Auditoria da SMS/VR e pela Vigilncia Sanitria Estadual, e (c) exame das cpias dos relatrios de vistoria sanitria realizada nos servios nos anos de 2010 e 2011. Os resultados so apresentados em seis categorias: (1) conhecimento sobre o processo de admisso e preparo dos pacientes para entrada em Terapia Renal Substitutiva; (2) conformidade dos servios de dilise existentes em Volta Redonda s exigncias legais, desdobrando em estrutura fsica, parque de equipamentos, modalidades de dilise oferecida, controle e qualidade da gua utilizada na dilise, atividades de controle de infecções e de proteo sade dos trabalhadores; (3) fluxo de encaminhamento dos pacientes em tratamento dialtico para transplante; (4) monitoramento dos indicadores de avaliao peridica dos servios de Dilise; (5) produo assistencial desses servios; e, por fim,(6) aes de controle e avaliao desenvolvidas junto s Unidades de Terapia Renal Substitutiva. O estudo permitiu identificar que, em diversos aspectos, os servios de dilise de Volta Redonda esto fora de conformidade s exigncias legais expressas nas diversas portarias e resolues que tratam da estrutura e condies de funcionamento dos servios de terapia renal substitutiva. Isso grave e pode estar significando que os pacientes que se utilizam destes servios possam, de alguma maneira, estar recebendo um cuidado longe do adequado. Foi tambm mostrada a dificuldade do servio de Controle, Avaliao e Auditoria da SMS/VR em montar trabalho conjunto de monitoramento no cumprimento das exigncias realizadas pelo rgo de vigilncia estadual, que pode contribuir para melhorar a qualidade da assistncia recebida pelos pacientes renais crnicos em Volta Redonda.
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O presente estudo discute a questo da integrao das vigilncias em mbito hospitalar (vigilncia epidemiolgica hospitalar e vigilncia do controle de infeco hospitalar), analisando as possibilidades e impossibilidades dessa integrao. Examina os aspectos histrico-polticos e as concepes terico-prticas de organizao dos servios de vigilncia hospitalar, buscando identificar as diferenas e semelhanas entre as duas vigilncias. A anlise inicial permitiu examinar em que medida os limites impostos pelas especificidades de cada vigilncia contribuem para sua prtica de forma desintegrada. Em seguida realizou-se pesquisa de natureza qualitativa, por meio de entrevistas com grupos focais de profissionais que atuam na vigilncia das infecções hospitalares e da vigilncia epidemiolgica em mbito hospitalar. O material localizado nos grupos focais foi analisado utilizando-se categorias construdas a partir do prprio material. As vigilncias hospitalares tm tentado encontrar formas de mudar suas prticas, buscando romper com os caminhos neutralizados, buscando uma aproximao entre as vigilncias, pois havia muito conflito relacionado a questes tcnicas advindas da formao diversificada entre os profissionais que atuam na rea. Hoje a busca de novos caminhos foi possvel pela mudana da percepo dos profissionais apenas, sem a imposio da gesto, ao perceberem a necessidade de reorganizar o servio de vigilncia hospitalar de forma horizontalizada, construindo um diagnstico com mltiplos olhares/saberes, como prticas alianadas com a transformao da realidade de sua unidade hospitalar. Alguns apontam a necessidade de se discutir um novo conceito para Vigilncia Hospitalar, capaz de reconhecer alm da vigilncia das infecções hospitalares e vigilncia epidemiolgica, capaz de incluir tambm a vigilncia ambiental, assim o conceito de vigilncia em sade no territrio hospitalar deve possibilitar uma viso mais ampla para a VH. Esta vem enfrentando dificuldades ao tentar reorganizar suas prticas, principalmente em sua infra-estrutura, e os recursos humanos tm sido o maior problema. Reconhecem que um servio de VH requer normas, fluxos, protocolos, etc. para integrar suas prticas, o que exige construir a integrao. Embora acreditem que a integrao no deva comear pela mudana da estrutura do servio, mas pelo processo de trabalho, esperam que, ao final dessa construo, seja criada uma regulamentao que proponha a integrao das vigilncias, efetivando a proposta.
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No mundo, as hepatites decorrentes de infecções virais tm sido uma das grandes preocupaes em sade pblica devido a seu carter crnico, curso assintomtico e pela sua capacidade de determinar a perda da funo heptica. Com o uso em larga escala de medicamentos antirretrovirais, a doena heptica relacionada infeco pelo vrus da hepatite C (VHC) contribuiu para uma mudana radical na histria natural da infeco pelo vrus da imunodeficincia humana (HIV). No se sabe ao certo o peso da coinfeco VHC/HIV no Brasil, mas evidncias apontam que independentemente da regio geogrfica, esses indivduos apresentam maiores dificuldades em eliminar o VHC aps o tratamento farmacolgico, quando comparados a monoinfectados. No mbito do SUS, o tratamento antiviral padro para portadores do gentipo 1 do VHC e do HIV a administrao de peguinterferon associado Ribavirina. Quanto ao perodo de tratamento e aos indivduos que devem ser includos, os dois protocolos teraputicos mais recentes possuem divergncias. A diretriz mais atual preconiza o tratamento de indivduos respondedores precoces somados a respondedores virolgicos lentos, enquanto a diretriz imediatamente anterior exclui na 12 semana indivduos que no respondem completamente. Com base nessa divergncia, esse estudo objetivou avaliar o custo-efetividade do tratamento contra o VHC em indivduos portadores do gentipo 1, coinfectados com o HIV, virgens de tratamento antiviral, no cirrticos e imunologicamente estabilizados, submetidos s regras de tratamento antiviral estabelecidos pelas duas mais recentes diretrizes teraputicas direcionadas ao atendimento pelo SUS. Para tal, foi elaborado um modelo matemtico de deciso, baseado em cadeias de Markov, que simulou a progresso da doena heptica mediante o tratamento e no tratamento. Foi acompanhada uma coorte hipottica de mil indivduos homens, maiores de 40 anos. Adotou-se a perspectiva do Sistema nico de Sade, horizonte temporal de 30 anos e taxa de desconto de 5% para os custos e consequncias clnicas. A extenso do tratamento para respondedores lentos proporcionou incremento de 0,28 anos de vida ajustados por qualidade (QALY), de 7% de sobrevida e aumento de 60% no nmero de indivduos que eliminaram o VHC. Alm dos esperados benefcios em eficcia, a incluso de respondedores virolgicos lentos mostrou-se uma estratgia custo-efetiva ao alcanar um incremental de custo efetividade de R$ 44.171/QALY, valor abaixo do limiar de aceitabilidade proposto pela Organizao Mundial da Sade OMS - (R$ 63.756,00/QALY). A anlise de sensibilidade demonstrou que as possveis incertezas contidas no modelo so incapazes de alterar o resultado final, evidenciando, assim, a robustez da anlise. A incluso de indivduos coinfectados VHC/HIV respondedores virolgicos lentos no protocolo de tratamento apresenta-se, do ponto de vista frmaco-econmico, como uma estratgia com relao de custoefetividade favorvel para o Sistema nico de Sade. Sua adoo perfeitamente compatvel com a perspectiva do sistema, ao retornar melhores resultados em sadeassociados a custos abaixo de um teto oramentrio aceitvel, e com o da sociedade, ao evitar em maior grau, complicaes e internaes quando comparado no incluso.
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Os norovrus (NV) so uma importante causa de hospitalizao infantil. Crianas internadas por gastroenterite por NV (GENV) so consideradas portadoras de diarreia grave. O objetivo desse estudo, realizado na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, descrever as caractersticas clnicas e a frequncia da diarreia por NV em crianas hospitalizadas, comparando as taxas de deteco de NV em crianas vacinadas e no vacinadas contra rotavrus (Rotarix). Foram coletadas 659 amostras de fezes de igual nmero de crianas e encaminhadas para anlise pela reao em cadeia pela polimerase, precedida de transcrio reversa no perodo de janeiro de 2004 a dezembro de 2009. O percentual de amostras positivas para os NV foi de 27,3% nesse perodo. Das 180 amostras positivas para NV, 55% tiveram origem na comunidade (aqCo) e 45% foram de aquisio nosocomial (aqNo). O percentual de GENV nos dois anos anteriores (2004 e 2005) introduo da vacina Rotarix foi de 28,3%, sendo 11,3% o percentual de amostras aqCo. Nos dois anos posteriores (2008 e 2009), a GENV significou 24,4%, e as amostras aqCo foram 14,9% (p<0,05). Em 647 crianas, 494 no receberam a vacina Rotarix, enquanto 151 crianas receberam, pelo menos, uma dose. O percentual de GENV foi de 23,8% e 39,7%, respectivamente (p<0,05). Apesar do comportamento sazonal dos casos de GENV aqCo, esse fato no teve significncia estatstica. Das 180 crianas, 61,6% tinham peso ≤ p10 do NCHS, 82,2% tinham idade ≤ 5anos. As crianas com idade ≤ 2 anos foram mais acometidas nos casos de aqCo do que quelas de aqNo (p<0,05). Foram observados em 82 crianas: vmitos (73,2%), febre (54,9%), tosse (20,7%), coriza (2,2%), sangue nas fezes (8,5%), erupo cutnea (4,9%) e broncoespasmo (7,3%). Houve significncia estatstica com relao frequncia maior de febre, coriza, tosse e broncoespasmo nas crianas com GENV de aqCo do que naquelas de aqNo (p<0,05). De 69 crianas, 73,9% apresentaram desidratao e, dessas, 76,5% necessitaram de hidratao venosa. Esses dados tiveram significncia estatstica, representada por maiores percentuais nas crianas com GENV de aqCo do que naquelas de aqNo (p<0,05). Esse estudo demonstra que os NV foram um importante agente etiolgico nos casos de gastroenterites em crianas hospitalizadas e responsvel por altas taxas de infecções nosocomiais. Estatisticamente, no foi comprovada uma tendncia de aumento dos casos de GENV no perodo do estudo, como tambm do aumento da frequncia de GENV nos anos posteriores em relao aos anos anteriores introduo da vacina Rotarix no Brasil em 2006. No entanto, houve significncia estatstica quando foi avaliado o percentual de GENV em crianas hospitalizadas vacinadas e no vacinadas contra RV. Um aumento dos casos de GENV em crianas poder vir a acontecer nos prximos anos, quando esperado que um nmero maior de crianas ser vacinado contra RV. Tosse, coriza e broncoespasmo so sintomas que devem ser mais detalhadamente investigados. Estratgias de preveno contra a disseminao dos NV so condutas importantes em unidades de internao. Uma vacina eficaz contra norovrus pode ser um benefcio significativo para reduzir o percentual de crianas hospitalizadas por diarreia.
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Este trabalho busca investigar as condies de produo dos saberes psicolgicos contidos nas teses de doutoramento da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro no sculo XIX. Tal meta visa, a partir de conceitos diversos, obter os princpios norteadores das obras dos futuros doutores, tomando como ponto de partida o seu contexto scio-cultural. Dois conceitos, no entanto, sero privilegiados: os de paixo e afeto. Estes so conceitos que surgem em diversas teses, principalmente naquelas da primeira metade do sulo XIX perodo da maior parte das teses selecionadas nesta ocasio. Uma das principais questes levantadas diz respeito maneira como os autores das teses elaboram seus trabalhos: utilizam-se das mais diversas referncias para que possam corroborar aquilo que propem em seus trabalhos. Assim, freqentemente recorrem a textos de autores consagrados mesmo que, por vezes, no haja concordncia entre os autores escolhidos. Os contedos utilizados so dspares, mas, como so aparentemente concordantes com o que os mdicos produzem, so apropriados por estes. Esta apropriao vem a ser discutida a partir do trabalho de Michel de Certeau. Tambm vemos alguns elementos das teses sofrerem transformaes, num trabalho de bricolagem, tal como prope Claude Lvi-Strauss. inegvel que a apropriao e a bricolagem vo alm do que se verifica nas obras de Certeau e Lvi-Strauss: estes se referem cultura popular quando tratam daqueles temas, mas ao fazer uma incurso pelos escritos das teses, pode-se perceber que os mesmos fenmenos so caractersticos tambm de materiais que esto alm do que geralmente se chama de cultura popular, haja vista que teses de medicina no poderiam ser interpretadas como tal. Sendo o perodo pesquisado uma poca em que a psicologia ainda no se constituiu como cincia, os trabalhos mdicos tornam-se instrumentos privilegiados de difuso de saberes psicolgicos. Fazem parte de um material que impulsiona a produo de conhecimento sobre o homem em seus aspectos individuais, culturais, sociais, psicolgicos, indo alm das discusses fisiolgicas e orgnicas. Embora estas estejam presentes, formam um conjunto com o qual os autores das teses buscam verificar as vicissitudes humanas. Para realizar este estudo foi necessria uma pesquisa documental, onde as teses servem como fontes primrias para a execuo do trabalho. Atravs da anlise dos temas e termos constantes das teses, pretende-se constituir um mapa sobre o qual torna-se possvel articular as idias veiculadas nas teses com o contexto scio-cultural em que so produzidos os materiais dos escritos dos mdicos
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Estreptococos do grupo B (EGB) a principal causa de sepse e meningite neonatal e tem sido recentemente reconhecido como patgeno responsvel por infecções invasivas em adultos imunocomprometidos (idosos ou portadores de doenas crnicas). Os EGB produzem inmeras enzimas extracelulares, vrias das quais interagem com o sistema imune do hospedeiro e so importantes durante a interao EGB-hospedeiro, bem como para o desenvolvimento da doena. Estudos anteriores mostraram que metaloproteases esto envolvidas em vrias vias metablicas em diferentes tipos celulares. Por esta razo, ns decidimos investigar o possvel envolvimento de metaloproteases de EGB durante a interao celular e apoptose/necrose induzida pelo micro-organismo em clulas endoteliais da veia umbilical humana (HUVEC) e da linhagem de epitlio respiratrio (A549). Tratamento de EGB com inibidores de metaloproteases (EDTA, EGTA e FEN) no induziu alteraes no crescimento bacteriano, mas promoveu alteraes na expresso de protenas de superfcie, capacidade adesiva e perfil de sobrevivncia intracelular do patgeno. O EGB e o sobrenadante do crescimento bacteriano (meio condicionado; MC) promoveram a morte das clulas HUVEC e A549. Contudo, o tratamento com inibidores de metaloproteases restauraram a viabilidade celular induzida pelos EGB e o MC, sugerindo que metaloproteases bacteriana esto envolvidas no rompimento da barreira celular, promovendo a disseminao bacteriana. Este trabalho descreve pela primeira vez apoptose e necrose induzidas pelo EGB e MC em HUVEC e clulas A549 aps 24h de incubao, respectivamente. Ns tambm observamos reduo da pr-caspase-3 aps infeco das HUVEC com EGB e MC, sugerindo ativao da caspase-3. Alm disso, o aumento da expresso da protena pr-apopttica Bax e diminuio dos nveis da protena anti-apopttica Bcl-2 em HUVEC, demonstram o envolvimento do mecanismo apopttico mitocondrial (via intrnseca). A melhor compreenso das bases moleculares da patognese do EGB contribui para identificar novas molculas bacterianas e hospedeiras que podem representar novos alvos teraputicos ou imunoprofilticos contra a doena causada por esse patgeno neonatal.
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Staphylococcus coagulase-negativo (SCN) esto frequentemente envolvidos em infecções nosocomiais associadas com o uso de cateteres e outros procedimentos mdicos invasivos. A habilidade de aderir s superfcies abiticas e de produzir biofilme tem sido reconhecida entre os principais fatores de virulncia dos SCN, especialmente de S. epidermidis, a principal espcie responsvel por infecções relacionadas assistncia a sade - IRASs. Dentre as demais espcies de SCN capazes de produzir biofilme, S. haemolyticus tem sido relacionado com quadros de infecções em recm-nascidos (RNs). O presente estudo teve como objetivo principal investigar aspectos microbiolgicos e epidemiolgicos dos processos infecciosos invasivos relacionados com SCN em neonatos internados em unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) de um hospital universitrio do municpio do Rio de Janeiro (2008-2010). A tcnica de PCR multiplex-mPCR foi empregada na determinao das espcies de 40 amostras de SCN isoladas de hemoculturas de RNs fazendo uso de cateteres intravenosos e submetidos terapia antimicrobiana emprica com vancomicina e/ou gentamicina. A fenotipagem foi realizada por trs mtodos distintos: Simplificado em microplaca, Vitek 2 e API-Staph. Os perfis de resistncia aos antimicrobianos foram verificados atravs do teste de disco-difuso, determinao de CIM (Oxacilina) e presena do gene mecA. A capacidade de produo de biofilme foi investigada pelos testes do gar Vermelho do Congo e ensaios de aderncia em superfcies abiticas (poliestireno e vidro) alm da PCR para os genes icaAB, atlE e aap. O perfil genmico dos micro-organismos foi determinado pela tcnica de PFGE. Os resultados demonstraram o isolamento de S. haemolyticus (77%), S. epidermidis (15%), S. captis (5%) e S. warneri (3%). A anlise comparativa dos resultados obtidos pelo m-PCR com mtodos fenotpicos demonstrou uma concordncia de 97,5% com o esquema simplificado e de ~40% Vitek 2 e o API Staph. A maioria (82,5%) das amostras apresentou perfis variados de multiresistncia aos 16 antimicrobianos testados e resistncia a oxacilina, apesar de 25% destas no apresentarem o gene mecA. Apesar da maioria das amostras de SCN ter apresentado capacidade de produzir slime e/ou biofilme no foi observada total correlao com a presena dos genes mecA, icaAB, aap, atlE, enfatizando a natureza multifatorial da produo de biofilme de SCN. Diferente do observado para as demais espcies, algumas amostras de S. haemolyticus foram incapazes de aderir ao vidro e ao poliestireno e/ou apresentaram os genes aap (38,7%), atlE (42%) alm de icaAB (71%). Na UTIN foi detectada a presena de seis diferentes tipos clonais da espcie prevalente, indicando a disseminao de S. haemolyticusnesta unidade hospitalar e a endemicidade em nossa comunidade.
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Trata-se da temtica Segurana do Paciente, que teve como objeto as iniciativas sobre segurana do paciente estabelecidas por organizaes internacionais de segurana. O objetivo proposto pelo estudo foi analisar tais iniciativas estabelecidas por organizaes internacionais de segurana. Para compor este estudo identificaram-se as principais organizaes de segurana, atarvs de uma reviso bibliogrfica de literatura realizada com base em fontes eletrnicas primrias, considerando-se as organizaes pioneiras na abordagem do tema Segurana do Paciente que fomentam prioritariamente a segurana do paciente e que divulgaram amplamente esta temtica no perodo de 2002 a 2012. Foram encontradas na plataforma Google referncias a mais de 100 instituies no mundo que abordam este tema. No entanto somente sete atenderam a todos os critrios de seleo, havendo predomnio de organizaes americanas (seis). A organizao mais antiga o Centers for Disease Control and Prevention (1946), e a mais recente a World Alliance for Patient Safety (2004). Quanto natureza jurdica, duas so governamentais (CDC e AHRQ), quatro so no governamentais (The Joint Commission, IHI, WHO Alliance e ISMP) e uma organizao independente (NCCMERP). Totalizaram-se 103 iniciativas de segurana do paciente no contexto hospitalar. A organizao que mais publicou iniciativas para a segurana do paciente no contexto hospitalar foi o ISMP com 20 iniciativas, totalizando 19% das iniciativas exploradas. As iniciativas relacionadas terapia medicamentosa, higienizao das mos, controle de infecções e cirurgias seguras foram as mais abordadas. Conclui-se que ao atentar para as iniciativas internacionais de Segurana do Paciente o profissional de sade poder contextualizar-se, aprimorando seu conhecimento tcnico cientfico, alm de pr em prtica o que as principais organizaes mundiais voltadas para a Segurana do Paciente preconizam para a realizao de um cuidado mais seguro.
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Este trabalho tem como objeto a anlise conceitual da produo acadmica de teses e dissertaes sobre o tema Aes Afirmativas (AAs) no Brasil, no perodo compreendido entre 1987 e 2010. A abordagem metodolgica utilizada foi pautada na pesquisa qualitativa de natureza bibliogrfica. A principal fonte de dados foi o Banco de Teses e Dissertaes da Capes/MEC. A escolha da amostra, composta de 206 textos acadmicos, se deu com base na utilizao do termo ao afirmativa como categoria de busca. Dessas amostras, foram analisados, por meio de mapas conceituais, 35 trabalhos completos, de modo a atender ao critrio de proporcionalidade entre o tema AAs e as demais categorias que emergiram da anlise do corpo de dados com utilizao software Atlas.ti. Incialmente foi realizada a leitura crtica e a seleo de categorias pertinentes ao tema, posteriormente utilizou-se o software para confirmar e/ou desconfirmar essas categorias. Com esse procedimento foi possvel no somente extrair o foco dado por cada trabalho acadmico, como a abordagem terica, a metodolgica, a posio dos autores em relao ao tema AAs, a populao alvo eleita por cada autor, como tambm identificar os autores/tericos recorrentes ao tema AAs utilizados para fundamentar esses trabalhos. Para demonstrar os resultados optou-se pela anlise dos mapas conceituais de modo descritivo e ainda por apresent-los no apndice II de modo ilustrativo. Como resultado identificou-se que a grande maioria dos trabalhos refere-se as AAs a partir da aplicao de polticas pblicas de reduo das desigualdades, como o sistema de cotas relacionado ao acesso da populao negra no sistema de ensino superior. Quanto ao posicionamento dos autores em relao a essas aes, foram raros os trabalhos que se posicionaram contra as AAs. De modo geral, os autores estudados entendem que esta uma forma de justia distributiva e de reparao social das desigualdades entre diferentes segmentos e grupos sociais. Considera-se que este estudo se faz importante na medida em que crescente no ensino superior no Brasil, nos ltimos anos, a utilizao deste recurso poltico de equalizao das desigualdades sociais. Este estudo mostra um diagnstico do perfil da produo acadmica e permite identificar as reas de estudo e os temas mais frequentemente associados s AAs. Pretende-se com ele, contribuir com um marco terico-conceitual para que novas pesquisas possam ser realizadas de modo a enriquecer o campo de estudos das cincias sociais, em especial sobre o tema AAs
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A Pr-eclmpsia (PE) uma sndrome hipertensiva especfica da gravidez, atualmente compreendida como uma doena sistmica que cursa com inflamao, distrbios da coagulao, desordens metablicas, disfuno endotelial e desequilbrio entre agentes vasoconstrictores e vasodilatadores. Contudo, a fisiopatologia da PE ainda no foi completamente elucidada. Este estudo investigou, em 51 gestantes, o estresse oxidativo, a via L-arginina-xido ntrico e agregao plaquetria, na gestao normal (n=27) e na PE (n=24). Amostras de soro e plaquetas de gestantes normotensas e com PE, foram utilizadas para a medida de espcies reativas ao cido tiobarbitrico (TBARS), a carbonilao de protenas, a atividade das enzimas superxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPx), assim como a produo de xido ntrico (NO) pela formao de nitrito. Nas plaquetas foram avaliados, tambm, o transporte de L-arginina, a atividade da xido ntrico sintase (NOS) e a agregao plaquetria. Em amostras de plasma foram realizadas medidas da protena C reativa ultra-sensvel (PCRus) e do aminocido L-arginina. Estes resultados demonstram que no h diferena nas medidas da protena C reativa e da L-arginina entre gestantes normotensas e com PE. A formao de nitritos e a atividade das enzimas antioxidantes SOD, CAT e GPx se encontram reduzidas no soro de gestantes com PE, enquanto a medida de TBARS e a carbonilao de protenas no foi diferente das gestantes normotensas. Em plaquetas, o transporte de L-arginina pelo sistema y+L est diminudo na PE, ao passo que, a atividade da NOS, a formao de nitrito e a agregao plaquetria no modificaram em relao a gestao normal. A carbonilao de protenas est aumentada em plaquetas na PE e a atividade da CAT est reduzida. Concluiu-se, que a menor formao de nitrito no soro sugere uma menor produo de NO em pacientes com PE. Este dado correlaciona com uma reduo da defesa antioxidante observada pela menor atividade das enzimas SOD, CAT, GPx que deve contribuir para uma maior inativao do NO. Apesar dos nveis plasmticos normais de L-arginina na PE, o sistema de transporte via y+L est reduzido em plaquetas, o que pode estar associado em parte ao estresse oxidativo que contribui para alteraes fsicas e estruturais da membrana, podendo afetar o influxo do aminocido. Apesar do transporte de L-arginina reduzido e do aumento do estresse oxidativo em plaquetas na PE, no houve alterao da atividade da NOS, da produo de NO e da agregao plaquetria, indicando que mecanismos compensatrios possam estar contribuindo para a manuteno da produo de NO e de sua funo modulatria sobre a agregao
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Buscamos detectar evidncias da presena de genes envolvidos na produo de Enzimas Modificadoras de Aminoglicosdeos (EMAs), Beta-lactamases de espectro estendido (ESBLs) e Mecanismos Plasmidiais de Resistncia a Quinolonas (PMQRs) em cepas de K. pneumoniae, K. ozaenae e E. coli isoladas de amostras de gua de rios afluentes da Baa de Guanabara e de materiais clnicos de origem hospitalar, alm de avaliar o "status sanitrio" dos corpos aquticos abordados no tocante contaminao fecal recente e indicaes de contaminao hospitalar e por outros ambientes de alta seletividade. As cepas de materiais clnicos foram selecionadas entre Maio e Julho de 2010, a partir da semeadura em meio de cultura contendo 8g/mL de gentamicina. As amostras de gua foram coletadas em Abril e em Julho de 2009. Realizamos testes de colimetria, empregando para tal, a metodologia convencional e outra, na qual adicionamos 32g/mL de cefalotina e 8g/mL de gentamicina aos caldos Lactosado e Escherichia coli (caldo EC), a fim de detectar e quantificar coliformes resistentes. Para o isolamento das cepas empregamos meios de cultura contendo 32g/mL de cefalotina e 8g/mL de gentamicina. As cepas foram identificadas e submetidas a testes de susceptibilidade aos antimicrobianos (TSA), testes presuntivos para presena de ESBLs, extrao de DNA plasmidial e ensaios de Reao em Cadeia de Polimerase (PCR) para a deteco dos genes. A utilizao de agentes antimicrobianos nos testes de colimetria nos permitiu detectar a presena e quantificar coliformes totais e fecais resistentes nas amostras de gua analisadas nos diferentes pontos. O TSA das cepas isoladas de amostras de gua exibiu perfis de multirresistncia, compatveis com o de bactrias de origem hospitalar, semelhante ao encontrado nas cepas isoladas de materiais clnicos. Todas as cepas isoladas de amostras de gua e 90% das cepas de materiais clnicos apresentaram pelo menos uma banda plasmidial. Os ensaios de PCR evidenciaram a presena de produtos de amplificao para EMAs, ESBLs e PMQRs, sendo que 7,4% das cepas de amostras de gua e 20% das cepas de materiais clnicos apresentaram produtos de amplificao para as trs classes de antimicrobianos. A realizao de testes de colimetria empregando antimicrobianos, como gentamicina e cefalotina, pode ser uma ferramenta adicional importante ao teste convencional, quando o interesse for, o monitoramento e a preveno de contaminao ambiental, especialmente associada a microrganismos carreando genes de resistncia. O uso criterioso de antimicrobianos em atividades de cunho hospitalar e veterinrio e medidas no sentido de preveno de lanamento de esgoto e/ou tratamento dos efluentes, so fundamentais para o controle da disseminao de elementos genticos de resistncia transferveis entre os microrganismos. A deteco e identificao de microrganismos apresentando elementos de resistncia em ambiente extra-hospitalar como em gua e solo, em particular, o emprego de testes de colimetria empregando antimicrobianos, se faz necessria, como forma de preveno e controle de disseminao destes microrganismos com potencial de causar infecções em humanos e outros animais que eventualmente entram em contato com estes ambientes.
Resumo:
As infecções do trato urinrio (ITUs) so uma das causas mais comuns de consultas mdicas. No ambiente hospitalar esto entre as mais frequentes infecções relacionadas assistncia sade (35 a 45%). Nos Estados Unidos da Amrica, resultam em 3.600.000 consultas mdicas anuais e mais de 100.000 hospitalizaes. No Reino Unido, representam 23% das infecções relacionadas assistncia sade. Estudos mostram que a E. coli a bactria mais isolada em uroculturas (75% a 80%), tanto em pacientes hospitalizados quanto no hospitalizados. A antibioticoterapia para ITU comumente iniciada empiricamente, antes da urocultura e do antibiograma, por isso, faz-se necessrio conhecer a sensibilidade e resistncia dos provveis agentes etiolgicos, deve-se considerar o histrico clnico epidemiolgico do paciente. No presente estudo foi realizada a anlise da resistncia das cepas de E. coli isoladas em 261 uroculturas de pacientes assistidos no servio ambulatorial e hospitalar do Hospital Universitrio Pedro Ernesto (HUPE) e, tambm, de 81 cepas isoladas em uroculturas de pacientes assistidos no servio ambulatorial de um Hospital Maternidade do Municpio do Rio de Janeiro (HMMRJ), no perodo de maio de 2010 a dezembro de 2010. A susceptibilidade aos antimicrobianos foi determinada pela metodologia de disco difuso por Kirby e Bauer. Foram realizadas triagens fenotpicas para cepas produtoras de ESBL e para cepas produtoras de carbapenemases. Atravs dos dados contidos nos pronturios dos pacientes com uroculturas positivas para E. coli (≥ 105 ufc/mL), foi realizada a pesquisa clnica epidemiolgica para se verificar a ocorrncia de fatores de risco diversos, para ITU por E. coli. Observou-se que pacientes do sexo feminino so mais susceptveis a ITU e o uso de antibitico at 03 meses antes do episdio infeccioso (p= 0,04746), diabetes (p= 0,01683), trauma recente (p= 0,000238), cirurgia abdominal ou plvica prvia (p= 0,00221), patologia crnica de bexiga (p= 0,002150), uso de cateter urinrio (p=0,0002), insuficincia renal crnica (p= 0,02178), e hospitalizao por at 06meses prvios (p= 0,01802) podem ser considerados fatores de risco para ITU por E. coli. Verificou-se que o uso de cateter urinrio (p=0,000399), cirurgia abdominal ou plvica prvia (p=0,004458) e o uso de antimicrobianos prvios ao processo infeccioso (p=0,002625), podem ser considerados fatores de risco importantes, para ITU por E. coli multirresistentes. Os pacientes do sexo masculino, apesar de minoria no estudo, representam a maioria dos pacientes com ITU por E. coli multirresistente. Verificou-se que a classe de antimicrobiano utilizado previamente ao episdio infeccioso, aumenta a chance de ocorrer ITU por E. coli multirresistente, principalmente quando associadas ao uso de cateter urinrio e cirurgia abdominal ou plvica prvia. Os perfis de resistncia da cepas isoladas dos pacientes assistidos no servio ambulatorial e hospitalar do HUPE apresentam semelhanas. Apesar do baixo nmero de cepas multirresistentes entre as isoladas dos pacientes assistidos no servio ambulatorial do HMMRJ, essas apresentam perfil de resistncia semelhante aos perfis das cepas isoladas dos pacientes assistidos no servio ambulatorial e hospitalar do HUPE. A partir das evidncias, percebe-se que o uso racional de antimicrobianos muito importante para diminuir a problemtica da resistncia bacteriana
Resumo:
A incidncia de infecções fngicas invasivas vem aumentando nos ltimos anos. Estas infecções, em geral, apresentam altas taxas de mortalidade. A profilaxia com antifngicos ainda a estratgia mais comum na conteno da mortalidade e preveno contra infecções fngicas invasivas, porm, apresenta baixa eficincia, e relatos de resistncia s drogas. Alm disso, a terapia antifngica limitada a um pequeno grupo de drogas, como os polienos, azis e equinocandinas. Desta forma, a busca de novos alvos de drogas fundamental para o desenvolvimento de novos antifngicos. Estudos in silico indicaram quatro genes como potenciais alvo de drogas em fungos patognicos. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi verificar a expresso das protenas codificadas por dois destes possveis genes alvo, a protena erg6, na frao microssomal, e trr1, na frao citoslica, em hifas de A. fumigatus. Visando alcanar este objetivo, foram primeiramente padronizadas todas as etapas de fracionamento celular visando isolar estas duas subfraes celulares de A. fumigatus. Posteriormente, foi otimizado o protocolo de extrao e reidratao de protenas microssomais bem como reidratao de protenas citoslicas. Estes extratos foram submetidos a diferentes protocolos de fracionamento proteico em um sistema de eletroforese OFFGEL (OGE). Os resultados de Western immunoblot mostraram que estas duas protenas, erg6 e trr1, so de fato expressas na fase filamentosa de A. fumigatus. O extrato proteico da frao microssomal submetido ao OGE em doze subfraes apresentou trs subunidades da protena erg6, reconhecidas pelo anticorpo monoclonal, com massas moleculares e pI distintos: uma subunidade de aproximadamente 79 kDa com pI entre 5,91 e 6,49, e outras duas subunidades de aproximadamente 35 kDa e 32 kDa, ambas com pI entre 6,49 e 7,08. A enzima erg6 foi descrita como um homotetrmero em outros fungos. Porm, nossos resultados sugerem que, em A. fumigatus, a erg6 possui uma estrutura heterotetramrica. Quanto protena trr1, tanto no extrato total quanto nas fraes resultantes do fracionamento em OGE, uma banda nica de aproximadamente 40 kDa, com pI na faixa de 4,79 e 5,33, foi reconhecida pelo anticorpo policlonal. Desta forma, esta protena parece ter uma estrutura homodimrica, assim como descrito em outros micro-organismos.
Resumo:
Streptococcus pneumoniae um importante agente etiolgico de infecções invasivas e no invasivas, incluindo meningite, pneumonia e otite mdia. A cpsula polissacardica o principal fator de virulncia desse microrganismo, sendo tambm considerada um importante marcador em estudos epidemiolgicos. Dentre os mais de 90 tipos capsulares conhecidos, o sorotipo 14 se destaca pela prevalncia elevada em vrias regies, inclusive no Brasil. A avaliao da diversidade gentica desse microrganismo tambm inclui a aplicao de mtodos moleculares, como PFGE e MLST. Entretanto, essas metodologias so relativamente onerosas, consomem muito tempo e os resultados obtidos com a tcnica de PFGE so de difcil comparao entre diferentes laboratrios. A tcnica de anlise do polimorfismo numrico de segmentos repetitivos em mltiplos loci [MLVA, do ingls Multiple Loci VTNR (Variable-Number Tandem Repeat) Analysis] se apresenta como uma alternativa, embora ainda necessite de padronizao e avaliao mais ampla para a espcie em questo. No presente estudo, 60 amostras de Streptococcus pneumoniae pertencentes ao sorotipo 14, isoladas de diversas fontes clnicas, em diferentes locais e perodos de tempo, foram caracterizadas pelas tcnicas de MLVA (baseada na anlise de 18 loci distintos), MLST, PFGE e tipagem do gene pspA. O gene pspA2 predominou entre as amostras analisadas, seguido pelo gene pspA1. Os tipos de MLVA, perfis de PFGE, e STs encontrados apresentaram resultados, em geral, concordantes, indicando o elevado poder discriminatrio da verso da tcnica de MLVA empregada. Cinco complexos clonais (CC) de MLVA e cinco singletons puderam ser definidos. O CC de MLVA denominado de L7 foi o predominante, compreendendo 36,7% da amostragem estudada. O CC L7 mostrou-se relacionado com genes pspA da famlia 2, com o CC1 de MLST, com o CC Pen14-H de PFGE, e com a no susceptibilidade penicilina, Entre os complexos clonais de MLST, o CC1 foi o prevalente e incluiu predominantemente o ST156, pertencente ao clone internacional Spain9V-3. O CC L3 e o singleton L17 de MLVA apresentaram-se associados ao CC de PFGE Eri14-A, a famlia 1 de PspA e ao CC2 de MLST, que por sua vez tambm estava relacionado com o clone internacional England14-9. O CC L15 de MLVA esteve associado ao CC de PFGE Pen14-A, ao gene pspA2, aos CC3 e CC4 de MLST e ao clone internacional do PMEN Tennessee14-18. A tcnica de MLVA revelou-se significativamente mais discriminatria que as tcnicas de PFGE e MLST, conforme exemplificado pela deteco de 21 perfis de MLVA, 13 perfis de PFGE e cinco STs, entre as 22 amostras pertencentes ao CC de MLVA L7. Uma verso de MLVA, compreendendo um painel com os oito loci de maior poder discriminatrio, pde ser proposta a partir da anlise dos resultados obtidos. Estes aspectos, aliados ao menor tempo e custo de execuo, indicam que a tcnica de MLVA constitui uma alternativa importante e satisfatria para uso em estudos sobre a diversidade gentica de S. pneumoniae.