997 resultados para Hipersensibilidade cutânea tardia
Resumo:
Foram admitidos no Hospital das Clínicas da FMRPUSP, durante os anos de 1983 a 1988, 494 pacientes vítimas de acidentes ofídicos e escorpiônicos que receberam soro antiveneno (SAV) e nos quais foi avaliada a freqüência e tipo das manifestações imediatas, bem como o valor prognóstico do teste de sensibilidade. Do total de pacientes vítimas de ofidismo, 82 (25,6%) apresentaram reações imediatas, das quais as mais comuns foram as cutâneas, isoladas (40%) ou associadas com sintomas respiratórios (19%), seguidas de manifestações gastrintestinais (17%). Choque anafilático foi detectado em 10 pacientes (12%). Em relação aos acidentes escorpiônicos, reações imediatas foram observadas em 13 pacientes (7,5%), também com predomínio de lesões cutâneas. Sintomatologia cardiocirculatória foi detectada em apenas 1 paciente. Devido ao baixo valor preditivo positivo (31,8%) e à baixa sensibilidade (54,6%), propomos que o teste de sensibilidade intradérmico seja abolido da rotina de atendimento de urgência aos pacientes vítimas de acidentes por animais peçonhentos. Anti-histamínicos (bloqueadores dos receptores H1 e H2) e corticosteróides devem ser administrados por via parenteral anteriormente à soroterapia, no sentido de prevenir ou minimizar as reações de hipersensibilidade imediatas que podem ocorrer. O soro antiveneno deve ser sempre administrado por via intravenosa, de preferência sem diluição, gota a gota, durante 15 a 30 minutos, sob contínua supervisão da equipe médica.
Resumo:
O presente trabalho teve como objetivos estimar a freqüência das formas músculo-cutánea e visceral da cisticercose em exames anátomo-patológicos e necrópsias realizados em Brasilia, Distrito Federal (estudo retrospectivo) e diagnosticar a cisticercose músculo-cutânea em pacientes residentes na mesma região geográfica (estudo prospectivo). Em 64.911 protocolos de exames anátomo-patológicos, o diagnóstico de cisticercose foi observado em 30 (0,05%), sendo que em 27 (90,0%) os cistos estavam nos tecidos músculo-cutâneo-mucoso, em 1 (3,3%) em gânglio e em 2 (6,7%) no sistema nervoso central. Entre aqueles com cistos nos tecidos músculo-cutâneo-mucoso 2 (7,4%) tinham cisticercos em língua. Em 1520 protocolos de necrópsia, encontraram-se 25 (1,6%) com diagnóstico de cisticercose, sendo: 24(96,0%) com neurocisticercose, seja isolada ou associada a outras formas da doença; e 2 (8,0%) com cisticercos em coração, 2 (8,0%) em músculo esquelético e 1 (4,0%) em fígado, seja isolados ou associados a outras localizações do parasito. Foram também examinados 1122 indivíduos, realizando-se em todos eles as reações sorológicas de imunofluorescência indireta e ELISA para cisticercose e a investigação radiológica de partes moles e crânio. Encontraram-se 59 (5,3%) com ambas reações sorológicas reagentes (10 entre eles com o diagnóstico de cisticercose confirmado por biópsias); e 32 (2,8%) com calcificações nas radiografias de partes moles e/ou crânio, mas apresentando ambas reações sorológicas não-reagentes. Entre os pacientes com os testes imunológicos reagentes, a neurocisticercose foi diagnosticada em 39 (66,1%), a cisticercose muscular em 25 (42,4%); a cutânea em 12 (20,3%); e a visceral em 2 (3,4%), sendo em 1 (1,7%) ovariana e em 1 (1,7%) miocárdica, pleural e renal. Os resultados permitem concluir que a forma músculo-cutânea é observada freqüentemente entre pacientes com cisticercose residentes em Brasília. A forma visceral também foi encontrada, com os cisticercos localizados em diferentes órgãos, sendo que os pacientes afetados não apresentavam as manifestações clínicas.
Resumo:
São descritos 3 casos de paracoccidioidomicose com a forma aguda da doença, nos quais formas leveduriformes de Paracoccidioides brasiliensis foram visualizadas ao exame direto de medula óssea, sendo a cultura também positiva em um caso. Salienta-se o acometimento do sistema fagocítico-mononuclear e a ausência de resposta às provas cutâneas de hipersensibilidade tardia a antígenos microbianos e de P. brasiliensis em todos, bem como a gravidade do quadro clínico e lesões ósseas generalizadas em um caso, com 20.260 eosinófilos/mm³ no sangue periférico. Os autores discutem o possível papel do eosinófilo na interação hospedeiro-parasita na paracoccidioidomicose, sugerindo que a ativação de subpopulação TH 2 e o aumento de secreção de IL 5 e de GM-CSF possam estar relacionados à grande eosinofilia presente no caso mais grave
Resumo:
Os autores investigaram a competência imunológica específica de 31 indivíduos portadores de dermatofitose, utilizando o antígeno tricofitina. Destes, 54,8% mostraram-se reatores à fase tardia dessa prova (48 h) nas seguintes proporções: tinea inguinale, 75%; tinea pedis, 61,5%; tinea unguium, 50% e tinea corporis, 20%. 62,5% dos casos apresentaram positividade à fase imediata (30 m) da reação. A associação entre essas reações revelou que, embora a maioria dos pacientes com reação imediata positiva apresentasse negatividade à reação tardia, 20,8% apresentaram positividade para as duas fases da reação. Dos pacientes não reatores à fase tardia, oito foram submetidos a outros testes cutâneos: PPD, estreptoquinase, candidina, vacínia e DNCB, verificando-se imunidade celular conservada em 75% dos casos. Estes resultados sugerem que, quando da utilização dessa prova na avaliação imunológica de pacientes com dermatofitose, deve-se considerar o estado imune geral do paciente, a presença de hipersensibilidade imediata e a localização da infecção.
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Os autores relatam o 3º caso de Leishmaniose acidental em laboratório, ocorrido em aluna do curso de Biologia, que contaminou-se por ocasião da passagem de formas amastigotas de Leishmania (Viannia) braziliensis de hamster infectado para hamster são. Chamam atenção de que, apesar de usar toda proteção exigida, a aluna foi mordida pelo hamster são, havendo como conseqüência, ruptura da luva e contágio através do inóculo.
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São descritas as alterações microscópicas presentes na forma localizada (ulcerada) da Leishmaniose cutânea produzida por Leishmania (Leishmania) amazonensis. Nesse tipo de manifestação, menos conhecido do que a forma anérgica ou difusa devida ao mesmo agente, as lesões são clinicamente idênticas às de leishmaniose cutânea causada por espécies outras de Leishmania, pertencentes ao subgênero Viannia. Na infecção localizada por L. (L.) amazonensis, entretanto, há um aspecto peculiar, só recentemente conhecido, ou seja, cerca de 50% dos indivíduos atingidos não reagem ao teste de Montenegro. A principal característica histológica observada foi a acumulação na derme, quase sempre focal, de numerosos macrófagos contendo no citoplasma um grande vacúolo cheio de amastigotas. O quadro é semelhante ao da forma difusa, porém sem o aspecto histiocitomatóide, próprio da última. Afora esses grupos de macrófagos, vêem-se também, na forma localizada, muitas células mononucleares da inflamação, principalmente plasmócitos e macrófagos não parasitados. Os acúmulos de macrófagos com amastigotas, quando volumosos, podem sofrer necrose na parte central; os parasitos, contidos nas células, são destruídos com elas ou liberados, e sua eliminação através da úlcera deve contribuir para a cura do processo. Esse tipo de necrose nunca foi descrito em casos da forma difusa. Não houve grande diferença, no quadro histológico, entre pacientes Montenegro-negativos e positivos. Apenas em alguns casos, do grupo Montenegro-positivo, havia granulomas formados por histiócitos epitelióides sem parasitos. Quanto à persistência das células com parasitos nas lesões, observou-se que aos seis meses ou mais de evolução, em ambos os grupos, ainda estavam elas presentes. Tal achado não é comum na leishmaniose tegumentar por L. (V.) braziliensis.
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A síndrome de Churg-Strauss (SCS) ou angeíte granulomatosa alérgica é uma doença rara caracterizada pela presença de asma, eosinofilia e vasculite dos pequenos e, por vezes, dos médios vasos. O pulmão, coração, pele e nervos periféricos são frequentemente atingidos. Os autores descrevem o caso clínico de uma doente do sexo feminino de 47 anos de idade, internada por lesões purpúricas dolorosas com uma semana de evolução, localizadas nas superfícies extensoras dos membros inferiores. Nos antecedentes pessoais destacava-se asma brônquica com 7 anos de evolução, rinite alérgica e sinusite. A avaliação laboratorial revelou leucocitose com eosinofilia e elevação dos parâmetros de inflamação. Os anticorpos citoplasmáticos anti-neutrófilos eram negativos. A avaliação neurológica e o estudo electroneuromiográfico mostraram uma polineuropatia periférica assimétrica. A biopsia cutânea revelou uma vasculite necrotizante com infiltrado perivascular rico em eosinófilos. O diagnóstico de SCS foi apoiado pelos achados clínicos e histopatológicos, pelo que se iniciou corticoterapia sistémica que resultou numa melhoria clínica marcada. As manifestações cutâneas podem ser uma forma de apresentação clínica do SCS, sendo o seu reconhecimento essencial para a instituição precoce de terapêutica e para a prevenção de lesões irreversíveis em órgãos vitais.
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Leishmania infantum zimodeme MON-1 foi isolado a partir de uma lesão cutânea da face de uma criança, residente em Lisboa e que nunca saíu do país. Após biópsia excisional não houve recorrência da lesão. Este é o primeiro caso em que este agente é identificado como responsável pela leishmaniose cutãnea em Portugal.
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Percutaneous transluminal coronary angioplasty (PTCA) with stent placement is widely used to achieve myocardial revascularization in patients with symptomatic ischemic heart disease and significant coronary artery stenosis. Drug-eluting stents are used in most patients undergoing percutaneous angioplasty. Stent thrombosis is an uncommon but serious complication, manifested mostly by sudden death or acute ST-elevation myocardial infarction. The authors report the case of a 68-year-old patient with acute anterior ST-elevation myocardial infarction. Five years previously, she had had a similar presentation and underwent primary angioplasty of the left anterior descending artery with implantation of a drug-eluting stent. The patient was discharged under antithrombotic therapy. She discontinued antiplatelet therapy and two days later suffered an acute anterior myocardial infarction. Primary angioplasty revealed stent thrombosis.
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A Síndrome de Hipersensibilidade aos Antiepilépticos, ou DRESS (Drug Rash with Eosinophilia and Systemic Symptoms), é uma doença multissistémica rara, potencialmente fatal, que ocorre após exposição a antiepilépticos, principalmente aromáticos. A sintomatologia inclui a tríade clássica de febre, exantema e envolvimento de órgãos internos, 1-12 semanas após início da terapêutica. Descreve-se o caso clínico de criança medicada com valproato de sódio por epilepsia, que quatro semanas após início de fenobarbital surge com febre e exantema maculopapular generalizado. Analiticamente destacava-se leucocitose, eosinofilia, proteína C reactiva elevada e alterações das provas hepáticas. Por suspeita de toxidermia suspendeu fenobarbital, com remissão lenta da sintomatologia. O diagnóstico desta síndrome nem sempre é evidente, podendo ser confundido com doenças infecciosas, imunológicas e neoplásicas, mas deve ser excluído na presença da clínica característica e história de exposição aos fármacos.
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Os autores descrevem um caso clínico de hipersensibilidade à varfarina traduzido por uma elevação acentuada do INR, aquando da introdução do fármaco em doente com antecedentes tromboembólicos. Da pesquisa de polimorfismos para os genes VKORC1 e CYP2C9, utilizando técnicas de amplificação por PCR e hibridização reversa, apurou-se heterozigotia para -1639G>A (gene VKORC1) e homozigotia para 1075A>C (genótipo CYP2C9*3/*3). Os autores fazem uma revisão da farmacodinâmica da varfarina e da sua acção sobre a vitamina K, sugerindo-se indicações para a investigação de algumas variações genéticas, no sentido de obviar potenciais complicações associadas ao fármaco.
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A História da Arte dá conta de que, desde a Pré-história, o Homem revela a capacidade de fransferir dos objectos que o circundam, por abstracção, idéias significantes que fransforma em símbolos. São referenciais de signos que, muitas vezes, se transformam em atributos de deuses ou de heróis. Esses signos são, por natureza, dinâmicos, adaptando-se às circunstâncias dos lugares e dos tempos em que sobrevivem, exprimindo- -se em continuidade. Uma das situações em que podemos constatar esta realidade é a representação do chamado tetramorfo. A palavra significa quatro formas e o seu ponto de chegada significante, em duração contínua, é constituir- -se como signo, símbolo e atiibuto dos Quatro Evangelhos, de acordo com a interpretação que o primitivo Cristianismo fez dos quatro viventes que rodeiam o Trono de Deus, segundo o discurso do Livro do Apocalipse: Diante do Trono havia ainda como que um mar de vidro, semelhante ao cristal; e no meio e em redor do Trono, quatro viventes cheios de olhos por diante e por detrás. O primeiro era semelhante a um leão; o segundo, a um touro; o terceiro tinha um rosto como que de homem e o quarto era semelhante a uma águia voando
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Nos primeiros séculos do cristianismo, quer consideremos a arquitectura quer as artes decorativas, enconframos testemunhos de representações às quais o número oito está subjacente ou como octôgono ou como dois quadrados secantes ou como forma radial. A unidade de oito elementos manifestada nas formas estará relacionada com o conceito e o simbolismo que os Padres da Igreja atribuíram à ogdóade.' É a partir do número oito que alguns exegetas da Bíblia chegam, por exemplo, ao número 666 da Besta do Apocalipse, usando o designado método dos números triangulares que consiste na adição de todos os algarismos que vão da unidade ao número que se pretende considerar. Assim, o tiiangular de 8 (1-1-2-1-3...) é 36 e o tiiangular de 36 é 666.2 Oufras complicadas aritméticas foram usadas pelos primeiros pensadores cristãos para interpretar muitos dos números referidos no Antigo e no Novo Testamentos, atiibuindo-lhes significados que fundamentam nos próprios textos das Sagradas Escrituras.
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Relata-se o caso de um paciente de 59 anos de idade, com história de traumatismo torácico grave com fratura de vários arcos costais aos 20 anos, com início recente de cansaço e palpitações, a quem foi detetada taquicardia auricular, convertida farmacologicamente. Os estudos imagiológicos (ecocardiografia transtorácica e RMN) realizados inicialmente levantaram a hipótese de se tratar de cor triatriatum ou anomalia de Ebstein. Posteriormente, por recorrência da arritmia, foi efetuada nova avaliação ecocardiográfica transtorácica que estabeleceu o diagnóstico de aneurisma da aurícula direita. A arritmia foi convertida eletricamente. Durante o seguimento de 18 meses o paciente encontra-se assintomático, sem recorrência de arritmias, medicado com carvedilol (após período sob amiodarona) e varfarina.
Resumo:
O oleotórax foi largamente utilizado entre 1930 e 1950 como tratamento da tuberculose pulmonar. Embora tenha sido abandonado a partir da década de 50, pelo sucesso terapêutico dos antibacilares e pela evolução da cirurgia torácica, continuaram a surgir, muitos anos mais tarde, complicações. Os autores apresentam o caso clínico de um doente com 80 anos de idade, com antecedentes de tuberculose pulmonar, tratada há 52 anos com oleotórax, o qual foi internado para esclarecimento de um tumor na região infra-clavicular direita, tendo a tomografia axial computorizada revelado a existência de uma fístula pleuro-cutânea e a punção mostrado que o conteúdo era oleoso.