Origem das artérias dos nós sinoatrial e atrioventricular em população do sul da Índia: um estudo angiográfico

FUNDAMENTO: Estudar o suprimento arterial do sistema condutor e sua correlação com a dominância das artérias coronárias em população do sul da Índia. OBJETIVO: Determinar angiograficamente as origens da artéria do nó sinoatrial (AnSA) e artéria do nó atrioventricular (AnAV) em indianos. MÉTODOS: O ESTudo incluiu 300 pacientes consecutivos (114 do sexo feminino e 186 do sexo masculino; idade média, 55 anos), habitantes da região costeira ao sul da Índia, submetidos a cineangiocoronariografia devido a sintomas como dor no peito, angina pectoris ou teste ergométrico positivo. As angiografias incluíram ambas as artérias coronárias (direita e esquerda) em posição oblíqua anterior direita e esquerda. A origem da AnSA e AnAV a partir das artérias coronárias foi observada e correlacionada à dominância arterial. RESULTADOS: O nó SA (sinoatrial) recebeu suprimento pela artéria coronária direita (ACD) em 53% dos casos, pelo ramo circunflexo (Cx) da artéria coronária esquerda (ACE) em 42,66% dos casos, e em 4,33% dos casos esse nó foi irrigado por ambas as artérias coronárias. O nó AV (atrioventricular) também recebeu suprimento sanguíneo com mais frequência da ACD (72,33% dos casos) do que do ramo Cx da ACE (27,66%). Surpreendentemente, em nenhum caso este nó recebeu suprimento de ambas as artérias coronárias. CONCLUSÃO: Os Resultados do presente estudo podem auxiliar os cirurgiões cardíacos, sobretudo em cirurgias relacionadas a valvopatias, devido à franca proximidade entre os ramos nodais e o complexo valvar.

Escore eletrocardiográfico: aplicação em ergometria para avaliação do precondicionamento isquêmico

FUNDAMENTO: O tempo para 1,0 mm de depressão do segmento ST (T-1,0 mm), adotado para caracterizar o precondicionamento isquêmico (PCI) em testes ergométricos sequenciais, é consistente e reprodutível, porém, possui várias limitações. OBJETIVO: Aplicar um escore eletrocardiográfico de isquemia miocárdica em testes ergométricos sequenciais, comparando-o com o clássico índice T-1,0 mm. MÉTODOS: Avaliamos 61 pacientes, com idade média de 62,2 ± 7,5 anos, sendo 86,9% homens. Foram analisados 151 exames, sendo 116 de pacientes que completaram duas fases de avaliação. A primeira fase compreendia dois testes ergométricos sequenciais para documentação do PCI e a segunda fase, após uma semana, mais dois testes sob efeito de repaglinida. Dois observadores aplicaram o escore de forma cega. RESULTADOS: Observou-se concordância perfeita inter e intraobservador (Kendall Tau-b = 0,96, p < 0,0001, Kendall Tau-b = 0,98,p < 0,0001, respectivamente). Os valores de sensibilidade, especificidade, valor preditivo negativo, valor preditivo positivo e acurácia foram de 72,41%, 89,29%, 75,8%, 87,5% e 81,0%, respectivamente. CONCLUSÃO: O escore de isquemia é um método consistente e reprodutível para documentação do PCI, representando uma alternativa factível ao índice T-1,0 mm.

Intervenção coronariana percutânea no Brasil: resultados do Sistema Único de Saúde

FUNDAMENTO: O Sistema Único de Saúde (SUS) realiza aproximadamente 80% das intervenções coronarianas percutâneas (ICP) no Brasil. O conhecimento desses dados permitirá planejar adequadamente o tratamento da doença arterial coronariana (DAC). OBJETIVO: Analisar e discutir os resultados das ICP realizadas pelo SUS. MÉTODOS: Foram avaliados os dados do SIH/DATASUS disponibilizados para consulta pública. RESULTADOS: Entre os anos de 2005 a 2008 foram realizados 166.514 procedimentos em 180 hospitais. A mortalidade hospitalar média foi de 2,33%, variando de 0% a 11,35%, sendo mais baixa no Sudeste, 2,03% e mais alta na região Norte, 3,64% (p < 0,001). A mortalidade foi de 2,33% nos 45 (25%) hospitais de maior volume, responsáveis por 101.218 (60,8%) das ICP, 2,29% nos 90 (50%) de médio volume com 50.067 (34,9%) ICP e 2,52% nos 45 (25%) de pequeno volume com 7.229 (4,3%) ICP (p > 0,05). A mortalidade foi maior no gênero feminino (p < 0,0001), e nas idades > 65 a (p < 0,001). No diagnóstico de angina (79.324, 47,64%) a mortalidade foi de 1,03% e no de IAM (33.286, 32,30%) 6,35% (p < 0,0000001). No implante único de stent, o mais frequente (102.165, 61,36%), a mortalidade foi de 1,20%, e na ICP primária (27.125, 16,29%), 6,96%. CONCLUSÃO: Embora crescente, ainda é baixo o número de ICP no país. Os hospitais de grande volume, em menor número, foram responsáveis pela maior parte dos procedimentos. O implante único de stent por internação foi o procedimento reportado mais empregado. As mortalidades tiveram grande variabilidade entre os hospitais. A ICP primária foi a responsável pela maior taxa de mortalidade.

Avaliação prognóstica da doença coronária estável através de um novo escore

FUNDAMENTO: A necessidade de melhorar a acurácia do teste de esforço, determinou o desenvolvimento de escores, cuja aplicabilidade já foi amplamente reconhecida. OBJETIVO: Avaliação prognóstica do coronariopata estável através de um novo escore simplificado. MÉTODOS: Um novo escore foi aplicado em 372 coronariopatas multiarteriais e função ventricular preservada, 71,8% homens, idade média 59,5 (± 9,07) anos, randomizados para angioplastia, revascularização cirúrgica e tratamento clínico, acompanhados por 5 anos. Óbito cardiovascular foi o desfecho primário. Infarto do miocárdio não-fatal, óbito e re-intervenção formaram o desfecho combinado secundário. O escore baseou-se numa equação previamente validada resultante da soma de 1 ponto para: sexo masculino, história de infarto, angina, diabete, uso de insulina e ainda 1 ponto para cada década de vida a partir dos 40 anos. Teste positivo adicionou 1 ponto. RESULTADOS: Ocorreram 36 óbitos (10 no grupo angioplastia, 15 no grupo revascularização e 11 no grupo clínico), p = 0,61. Observou-se 93 eventos combinados: 37 no grupo angioplastia, 23 no grupo revascularização e 33 no grupo clínico (p = 0,058). 247 pacientes apresentaram escore clínico > 5 pontos e 216 > 6 pontos. O valor de corte > 5 ou > 6 pontos identificou maior risco, com p = 0,015 e p = 0,012, respectivamente. A curva de sobrevida mostrou uma incidência de óbito após a randomização diferente naqueles com escore > 6 pontos (p = 0,07), e uma incidência de eventos combinados diferente entre pacientes com escore < 6 e > 6 pontos (p = 0,02). CONCLUSÃO: O novo escore demonstrou consistência na avaliação prognóstica do coronariopata estável multiarterial.

Níveis NT-Pro-BNP e resposta ao exercício em pacientes com fluxo lento coronariano

FUNDAMENTO: Os peptídeos natriuréticos são liberados pelo coração em resposta ao estresse da parede. OBJETIVO: As concentrações de NT-Pro-BNP em pacientes com Fluxo Lento Coronariano (FLC) foram avaliadas antes e depois do teste de exercício e comparados com os valores dos controles saudáveis. MÉTODOS: A população do estudo foi de 34 pacientes com FLC [22 homens (64,7%), com idade 51,0 ± 6,2 anos], e 34 indivíduos normais com artérias coronarianas normais [21 homens (61,8%), com idade 53,2 ± 6,6 anos]. As taxas de fluxo coronariano dos pacientes e controles foram determinadas pelo escore TIMI Trombólise no Infarto do Miocárdio (Thrombolysis in Myocardial Infarction). As amostras de sangue foram coletadas em repouso e após o teste ergométrico. RESULTADOS: As concentrações basais de NT-Pro-BNP nos pacientes com FLC foram superiores às dos indivíduos-controle (NT-Pro-BNP: 49,7 ± 14,2 pg/mL vs. 25,3 ± 4,6 pg/mL p <0,0001, respectivamente), e essa diferença entre os grupos aumentou após o teste de exercício (NT-Pro-BNP: 69,5 ± 18,6 pg/mL vs. 30,9 ± 6,4 pg/mL, p <0,0001). No grupo FLC após o exercício, a concentração de NT-Pro-BNP em 15 pacientes com angina foi maior do que aqueles sem angina (76,8 ± 17,8 pg/mL vs. 63,8 ± 17,5 pg/mL, p = 0,041).A concentração de NT-Pro-BNP em 11 pacientes com infradesnivelamento do segmento ST foi também maior do que aqueles sem infradesnivelamento do segmento ST (82,4 ± 17,3 pg/mL vs. 63,3 ± 16,1 pg/mL, p = 0,004). Os aumentos na mediana pós-exercício no NT-Pro-BNP (Δ NT-Pro-BNP) foram maiores no grupo FLC do que no grupo de controle (Δ NT-Pro-BNP: 19,8 ± 7,7 pg/mL vs. 5,7 ± 4,5 pg/mL, p < 0,0001). CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo sugerem que pode haver uma ligação fisiopatológica importante entre a gravidade do FLC (microvascular ou disfunção da artéria coronária epicárdica) e o nível de circulação de NT-Pro-BNP em pacientes com FLC.

Antiagregantes plaquetários na prevenção primária e secundária de eventos aterotrombóticos

A aterotrombose e suas complicações correspondem, hoje, à principal causa de mortalidade no mundo todo, e sua incidência encontra-se em franca expansão. As plaquetas desempenham um papel essencial na patogênese dos eventos aterotrombóticos, justificando a utilização dos antiagregantes plaquetários na prevenção dos mesmos. Desse modo, é essencial que se conheça o perfil de eficácia e segurança desses fármacos em prevenção primária e secundária de eventos aterotrombóticos. Dentro desse contexto, a presente revisão foi realizada com o objetivo de descrever e sintetizar os resultados dos principais ensaios, envolvendo a utilização de antiagregantes nos dois níveis de prevenção, e avaliando a eficácia e os principais eventos adversos relacionados à terapia.

The effect of post-discharge educational intervention on patients in achieving objectives in modifiable risk factors six months after discharge following an episode of acute coronary syndrome, (CAM-2 Project): a randomized controlled trial

We investigated whether an intervention mainly consisting of a signed agreement between patient and physician on the objectives to be reached, improves reaching these secondary prevention objectives in modifiable cardiovascular risk factors six-months after discharge following an acute coronary syndrome. BACKGROUND: There is room to improve mid-term adherence to clinical guidelines' recommendations in coronary heart disease secondary prevention, specially non-pharmacological ones, often neglected. METHODS: In CAM-2, patients discharged after an acute coronary syndrome were randomly assigned to the intervention or the usual care group. The primary outcome was reaching therapeutic objectives in various secondary prevention variables: smoking, obesity, blood lipids, blood pressure control, exercise and taking of medication. RESULTS: 1757 patients were recruited in 64 hospitals and 1510 (762 in the intervention and 748 in the control group) attended the six-months follow-up visit. After adjustment for potentially important variables, there were, between the intervention and control group, differences in the mean reduction of body mass index (0.5 vs. 0.2; p < 0.001) and waist circumference (1.6 cm vs. 0.6 cm; p = 0.05), proportion of patients who exercise regularly and those with total cholesterol below 175 mg/dl (64.7% vs. 56.5%; p = 0.001). The reported intake of medications was high in both groups for all the drugs considered with no differences except for statins (98.1% vs. 95.9%; p = 0.029). CONCLUSIONS: At least in the short term, lifestyle changes among coronary heart disease patients are achievable by intensifying the responsibility of the patient himself by means of a simple and feasible intervention.

Changes in health related quality of life 3 months after an acute coronary syndrome

BACKGROUND The aim of the study was to identify the changes in Health Related Quality of Life (HRQL) 3 months after discharge from hospital, in patients who have had an acute coronary episode, and to determine the clinical and sociodemographic variables that explain those changes. METHODS HRQL was assessed in 132 patients while they were admitted to the hospital and at 3 months after discharge, using the SF-36 health questionnaire. To identify the variables associated with the change, multiple linear regression models were constructed for two summary dimensions of the SF-36 (PCS and MCS) taking the change in the score of the dimension as dependent variable. RESULTS There were no significant differences between the patients who completed the monitoring (n = 76) and those who were dropped out. After three months, a significant decrease was observed in the dimensions of physical functioning, general health, vitality, and Physical Summary Component (PCS). The variables revascularisation, age, and the interaction between previous history of coronary heart disease (CHD) and the presence of one or more risk factors explained 16.6% of the decrease in the PCS. The decrease in the PCS was 6.4 points less in the patients who had undergone revascularisation, 0.2 points less for each year of age, and 4.7 points less in the patients who had antecedents of the illness as well as one or more risk factors. CONCLUSION The dimensions most affected at three months after an acute coronary episode were those related to the physical component. Undergoing revascularisation improved the PCS in patients, but in the younger patients and those without personal antecedents or risk factors, the PCS was affected more, perhaps due to greater expectations for recovery in these patients.

Consumption of fried foods and risk of coronary heart disease: Spanish cohort of the European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition study.

OBJECTIVE To assess the association between consumption of fried foods and risk of coronary heart disease. DESIGN Prospective cohort study. SETTING Spanish cohort of the European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition. PARTICIPANTS 40 757 adults aged 29-69 and free of coronary heart disease at baseline (1992-6), followed up until 2004. MAIN OUTCOME MEASURES Coronary heart disease events and vital status identified by record linkage with hospital discharge registers, population based registers of myocardial infarction, and mortality registers. RESULTS During a median follow-up of 11 years, 606 coronary heart disease events and 1135 deaths from all causes occurred. Compared with being in the first (lowest) quarter of fried food consumption, the multivariate hazard ratio of coronary heart disease in the second quarter was 1.15 (95% confidence interval 0.91 to 1.45), in the third quarter was 1.07 (0.83 to 1.38), and in the fourth quarter was 1.08 (0.82 to 1.43; P for trend 0.74). The results did not vary between those who used olive oil for frying and those who used sunflower oil. Likewise, no association was observed between fried food consumption and all cause mortality: multivariate hazard ratio for the highest versus the lowest quarter of fried food consumption was 0.93 (95% confidence interval 0.77 to 1.14; P for trend 0.98). CONCLUSION In Spain, a Mediterranean country where olive or sunflower oil is used for frying, the consumption of fried foods was not associated with coronary heart disease or with all cause mortality.

Use of drugs with more than a twenty-four-hour duration of action

AIM: To assess compliance with a drug regimen of two doses a day compared with one a day. PATIENTS AND METHODS: A prospective crossover study was set up in a general practice environment to compare compliance on a drug regimen of once a day versus twice a day. Data were collected by electronic monitoring in 113 patients with hypertension or angina pectoris. All patients were prescribed slow-release nifedipine twice a day during the first month and then crossed to a single daily dose of amlodipine for another month. RESULTS: Compliance, defined as the proportion of days on which the correct dose was taken, improved in 30% of patients (95% confidence interval 19-41%; P < 0.001) when the patients were switched from twice a day to once a day, but at the same time there was a 15% increase (95% confidence interval 5-25%; P < 0.02) in the number of patients with one or more no-dose days. Approximately 8% of patients displayed low compliance, irrespective of the dose regimen. Actual dose intervals were used to estimate the extent and timing of periods with unsatisfactory drug activity for various hypothetical drug durations of action. CONCLUSIONS: The apparent advantage of a single daily dose in terms of compliance appears to be clinically meaningful only when the duration of activity extends beyond the dose interval in all patients.

Age-related differences in the use of guideline-recommended medical and interventional therapies for acute coronary syndromes: a cohort study.

OBJECTIVES: To compare the use of guideline-recommended medical and interventional therapies in older and younger patients with acute coronary syndromes (ACSs). DESIGN: Prospective cohort study. SETTING: Fifty-five hospitals in Switzerland. PARTICIPANTS: Eleven thousand nine hundred thirty-two patients with ACS enrolled between March 1, 2001, and June 30, 2006. ACS definition included ST-segment elevation myocardial infarction (STEMI), non-ST-segment elevation myocardial infarction (NSTEMI), and unstable angina pectoris (UA). MEASUREMENTS: Use of medical and interventional therapies was determined after exclusion of patients with contraindications and after adjustment for comorbidities. Multivariate logistic regression models were used to calculate odds ratios (ORs) per year increase in age. RESULTS: Elderly patients were less likely to receive acetylsalicylic acid (OR=0.976, 95% confidence interval (CI)=0.969-0.980) or beta-blockers (OR=0.985, 95% CI=0.981-0.989). No age-dependent difference was found for heparin use. Elderly patients with STEMI were less likely to receive percutaneous coronary intervention (PCI) or thrombolysis (OR=0.955, 95% CI=0.949-0.961). Elderly patients with NSTEMI or UA less often underwent PCI (OR=0.943, 95% CI=0.937-0.949). CONCLUSION: Elderly patients across the whole spectrum of ACS were less likely to receive guideline-recommended therapies, even after adequate adjustment for comorbidities. Prognosis of elderly patients with ACS may be improved by increasing adherence to guideline-recommended medical and interventional therapies.

Home care: a safe and attractive alternative to inpatient administration of intensive chemotherapies.

OBJECTIVE: The objective of this study was to evaluate feasibility, safety, perception, and costs of home care for the administration of intensive chemotherapies. METHODS: Patients receiving sequential chemotherapy in an inpatient setting, living within 30 km of the hospital, and having a relative to care for them were offered home care treatment. Chemotherapy was administered by a portable, programmable pump via an implantable catheter. The main endpoints were safety, patient's quality of life [Functional Living Index-Cancer (FLIC)], satisfaction of patients and relatives, and costs. RESULTS: Two hundred days of home care were analysed, representing a total of 46 treatment cycles of intensive chemotherapy in 17 patients. Two cycles were complicated by technical problems that required hospitalisation for a total of 5 days. Three major medical complications (heart failure, angina pectoris, and major allergic reaction) could be managed at home. Grades 1 and 2 nausea and vomiting occurring in 36% of patients could be treated at home. FLIC scores remained constant throughout the study. All patients rated home care as very satisfactory or satisfactory. Patient benefits of home care included increased comfort and freedom. Relatives acknowledged better tolerance and less asthenia of the patient. Home care resulted in a 53% cost benefit compared to hospital treatment (420 ± 120/day vs. 896 ± 165/day). CONCLUSION: Administration of intensive chemotherapy regimens at home was feasible and safe. Quality of life was not affected; satisfaction of patients and relatives was very high. A psychosocial benefit was observed for patients and relatives. Furthermore, a cost-benefit of home care compared to hospital treatment was demonstrated.