746 resultados para 914.3561003
Resumo:
Investigou-se a relação entre o estado nutricional de mães (n = 6.289) e sobrepeso nas crianças brasileiras menores de 10 anos (n = 14.914), considerando-se a influência de condições sociais num inquérito nutricional da população brasileira realizado em 1989, a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição. O estado nutricional materno, segundo o índice de massa corporal (IMC, kg/m²), foi classificado em: baixo peso (BP; IMC < 20); peso adequado (20 £ IMC < 25) e sobrepeso (SP; IMC ³ 25). Para sobrepeso nas crianças, utilizou-se o indicador peso para estatura (P/E) ³ + 2 desvios-padrão da curva de crescimento da população americana. A prevalência de SP nas crianças foi de 4,8% e nas mães houve 15,3% de BP e 35,9% de SP. Tomando-se as mães com baixo peso como referência, as crianças com sobrepeso tiveram maior chance de ter mães também com sobrepeso (odds ratio; OR = 3,19; 95% intervalo de confiança (IC = 2,24-4,53), sendo o OR = 2,46 (IC = 1,73-3,50) para as mães com estado nutricional adequado. Sobrepeso nas crianças foi influenciado diretamente pela escolaridade materna (OR = 2,89; IC = 1,74-4,80 para mães com ³ 12 séries cursadas em referência às mães analfabetas); pela renda domiciliar per capita (OR = 3,82; IC = 2,79-5,22 nas mães no quarto quartil em comparação ao primeiro quartil) e pelas condições de moradia (OR = 2,69; IC = 2,05-3,54 nas mães de domicílios de boas condições em relação àquelas de piores condições de moradia). Os resultados sugerem haver relação direta entre o estado nutricional materno e sobrepeso nas crianças brasileiras.
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OBJETIVO: Analisar o efeito intergeracional da duração da amamentação em uma coorte de mães adolescentes que tem sido acompanhada prospectivamente desde o nascimento. MÉTODOS: Todos os nascimentos hospitalares ocorridos em 1982 na cidade de Pelotas (N=5.914) foram estudados prospectivamente. A coorte foi visitada em 1984 e 1986 e foi coletada informação sobre a duração da amamentação. Em 2001, foram identificados no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos, os nascimentos ocorridos no período de janeiro de 1995 a março de 2001, cuja mãe havia nascido em 1982. As adolescentes que tiveram filho(s) nascido(s) vivo(s) foram visitadas e responderam um questionário detalhado sobre a gravidez e a duração da amamentação para cada filho. Para as multíparas, informação sobre o primeiro filho nascido vivo foi usada na análise. A regressão de Poisson com ajuste robusto da variância foi utilizada tanto na análise univariada como na multivariada. RESULTADOS: Foram identificadas 446 adolescentes pertencentes à coorte de 1982, das quais 420 (94,2%) foram entrevistadas. Após controle para fatores de confusão, aquelas que não foram amamentadas apresentaram risco relativo de 1,34 (IC 95%: 0,35; 5,18) de não amamentar os seus filhos, comparado às que foram amamentadas. Similarmente, as adolescentes que foram amamentadas por menos de um mês apresentaram maior risco - não estatisticamente significativo - de não amamentar os seus filhos (RR=1,64; IC 95%: 0,70; 4,03). A proporção de adolescentes que interromperam a amamentação nos primeiros seis meses foi maior entre aquelas que foram amamentadas por menos de um mês (PR=1,29; IC 95%: 1,02; 1,62). CONCLUSÕES: A duração da amamentação é discretamente maior entre as crianças cujas mães foram amamentadas.
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Dada a importância da variável preço no desenvolvimento dos negócios nas economias monetarizadas e a sua relevância no mercado financeiro apresentamos, recorrendo-nos das análises de alguns autores, alguns conceitos sobre a mesma e continuamos o trabalho relacionando-a com diversos aspectos da gestão, nomeadamente o planeamento, a relação entre a formação do preço e a estrutura de custos, a importância da análise da sensibilidade do mercado à política de pricing e o impacto desta variável na competitividade. O artigo desenvolve-se depois na perspectiva da relação entre o pricing e a gestão na óptica do marketing, apontando algumas estratégias de política de preço, e a relação desta com a segmentação e o ciclo de vida do produto. Dado que a literatura específica sobre pricing no mercado financeiro não é extensa concluímos com algumas considerações próprias sobre o tema.
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OBJETIVO: Descrever os métodos utilizados no estudo longitudinal e acompanhamento das crianças nascidas em Pelotas (RS) em 1982. MÉTODOS: A coorte foi iniciada com um inquérito de saúde perinatal de todas as 6.011 crianças nascidas nas maternidades de Pelotas em 1982. As 5.914 crianças nascidas vivas foram incluídas nos estudos de acompanhamento. Até 2004-5 foram realizados oito acompanhamentos, com a aplicação de questionários às mães e/ou aos membros da coorte, conforme a faixa etária. Exames antropométricos e clínicos foram realizados nas visitas. Os participantes da coorte são descritos conforme variáveis demográficas, socioeconômicas e de saúde colhidas nos primeiros acompanhamentos, que são utilizadas como variáveis de exposição. RESULTADOS: A maior parte dos jovens da coorte foram acompanhados durante 23 anos de vida e distintas visitas. Os acompanhamentos que obtiveram maior êxito foram aqueles precedidos por um censo da cidade. Com este método foram localizados 87,2% em 1984 (idade média de 19 meses), 84,1% em 2006 (média 43 meses), e 77,4% em 2004-5 (média 23 anos). CONCLUSÕES: Estudos de coorte de nascimentos podem ser realizados com sucesso em países em desenvolvimento, e a metodologia empregada nesses estudos de ciclo vital permite estudar a influência de exposições precoces sobre a determinação das doenças da vida adulta.
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OBJETIVO: Analisar a influência de fatores socioeconômicos e biológicos precoces ao longo da vida sobre o ingresso na universidade e a inserção no mercado de trabalho dos jovens da coorte de nascimento de 1982. MÉTODOS: Estudo longitudinal de 5.914 nascimentos da cidade de Pelotas (RS), em 1982. Utilizando-se questionários aplicados ao jovem, foram coletadas informações sobre nível educacional e a inserção no mercado de trabalho durante acompanhamento da coorte realizado em 2004-5. Regressão de Poisson foi utilizada para estudar o efeito de variáveis demográficas, socioeconômicas, peso ao nascer e aleitamento materno sobre os desfechos. RESULTADOS: A escolaridade média foi de 9,4 anos (± 3,1) e 42% dos jovens estavam freqüentando a escola em 2004-5. Um de cada cinco jovens havia ingressado na universidade e cerca de dois terços estavam trabalhando no mês anterior à entrevista. O ingresso na universidade foi determinado pelas condições econômicas, e teve influência do peso ao nascer nas mulheres e da amamentação nos homens. A inserção no mercado de trabalho foi mais freqüente entre os homens mais pobres, mas não para as mulheres. CONCLUSÕES: A baixa inclusão universitária e a necessidade de inserção no mercado de trabalho dos jovens de famílias mais pobres mantêm um círculo vicioso que reproduz a hierarquia social dominante.
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OBJETIVO: Estimar a prevalência de desnutrição por déficit ou excesso de peso e sua associação com fatores demográficos e socioeconômicos. MÉTODOS: Estudo longitudinal de coorte de jovens nascidos em 1982 em Pelotas, RS. Em 2004-5 foram entrevistados 4.198 dos 5.914 indivíduos dessa coorte, que tiveram suas medidas de peso e estatura coletadas para cálculo do índice de massa corporal (IMC). Definiu-se baixo peso pelo valor de IMC inferior a 18,5 kg/m²; excesso de peso, pelo IMC entre 25 e 30kg/m²; e obesidade pelo IMC>30kg/m². Os efeitos de variáveis socioeconômicas (renda familiar e escolaridade), demográfica (cor da pele), peso ao nascer e amamentação sobre baixo peso, excesso de peso e obesidade foram analisados utilizando regressão de Poisson separadamente para homens e mulheres. RESULTADOS: As prevalências de baixo peso, obesidade e excesso de peso foram 6,0%, 8,2% e 28,9%, respectivamente. Na análise ajustada somente o peso ao nascer manteve-se associado com baixo peso em homens e mulheres. Homens pobres tiveram maior risco de baixo peso, mas ficaram protegidos da obesidade e do excesso de peso. Por outro lado, o risco de obesidade e excesso de peso foi maior entre as mulheres pobres. CONCLUSÕES: Os resultados reforçam a importância da determinação socioeconômica sobre o estado nutricional, chamando atenção como esses fatores agem de forma distinta em homens e mulheres de diferentes situações nutricionais, indicando atenção no que se refere a medidas específicas na prevenção, melhorando o acesso à informação sobre educação alimentar e nutricional para toda população.
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OBJETIVO: Avaliar o efeito de variáveis socioeconômicas, peso ao nascer, duração da amamentação e mudança de renda sobre a glicemia ao acaso em jovens adultos. MÉTODOS: Estudo sobre coorte de nascidos em 1982, quando os 5.914 nascimentos hospitalares ocorridos na cidade de Pelotas foram identificados e as mães entrevistadas. As crianças, cujas famílias residiam na área urbana da cidade, foram acompanhadas diversas vezes. Em 2004-5, 4.927 indivíduos da coorte foram entrevistados e 3.730 tiveram sangue da polpa digital coletado para medida da glicemia casual. Foi avaliada a associação entre glicemia casual e cor da pele, renda familiar ao nascer, escolaridade materna, mudança de renda entre 1982 e 2004-5, peso ao nascer e duração da amamentação. RESULTADOS: A média da glicemia foi de 97,3±15,1mg/dL, sendo maior entre os homens. Nenhuma das variáveis estudadas esteve associada com a glicemia dos homens. Entre as mulheres, a escolaridade materna, a renda familiar aos 23 anos e o peso ao nascimento estiveram inversamente associados com a glicemia. Contudo, o efeito do peso ao nascer perdeu a significância estatística na análise multivariável. CONCLUSÕES: O peso ao nascer e a duração da amamentação não apresentaram efeito em longo prazo sobre a glicemia casual, apenas a escolaridade materna e a renda atual estiveram associados com a glicemia casual nas mulheres.
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OBJETIVO: Avaliar a mortalidade em uma coorte acompanhada desde o nascimento em 1982 até 2006 e examinar os fatores associados. MÉTODOS: Em 1982, todas as 5.914 crianças nascidas nos hospitais em Pelotas (RS) foram identificadas e acompanhadas prospectivamente. Entre 1982 e 1987, a ocorrência de óbitos foi monitorada por meio de visitas regulares aos hospitais, cemitérios e serviço de registro de óbitos. A partir de 1987, os dados de óbitos foram obtidos somente do Sistema de Informações sobre Mortalidade . As variáveis estudadas foram: sexo, cor da pele materna, escolaridade materna, renda familiar, peso ao nascer, peso e estatura por idade. Foi utilizada a regressão de Poisson para estimar o risco relativo de mortalidade. RESULTADOS: Entre 1982 e 2006 foram identificados 288 óbitos. O coeficiente de mortalidade infantil foi de 36 óbitos/1.000 nascidos vivos; e nos grupos etários 1-4 anos, 5-14 anos e 15-24 anos foi de 14,4, 4,1 e 5,4 óbitos para cada 1.000 indivíduos vivos no início do período, respectivamente. Em todas as faixas etárias, a mortalidade foi maior entre indivíduos de renda familiar baixa, com risco relativo de 2,89 (IC 95%: 2,08; 4,03) na comparação entre o primeiro e o terceiro tercil, após controle para sexo e cor da pele. Baixo peso ao nascer e déficits de altura por idade e peso para altura aos dois anos de idade estiveram associados com maior risco de mortalidade até os 4 anos, mas não a partir desta idade. CONCLUSÕES: O efeito da iniqüidade social na infância persiste até o início da vida adulta, mas o peso ao nascer e o estado nutricional na infância não têm efeito duradouro sobre a mortalidade de adolescentes e adultos jovens.
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OBJETIVO: Estimar o risco de infecção tuberculosa em agentes comunitários de saúde envolvidos no controle da doença. MÉTODOS: Foi seguida uma coorte prospectiva, de abril de 2007 a maio de 2008, no município de Cachoeiro de Itapemirim, ES. A coorte foi composta por 61 agentes comunitários, divididos em não-expostos (n=37) e expostos (que acompanharam pacientes com tuberculose, n=24). Durante os 12 meses de seguimento, foi realizado teste tuberculínico, utilizando a tuberculina PPD RT23. Foi calculado o risco relativo e intervalo com 95% de confiança e foi avaliada a correlação entre a viragem tuberculínica e a história ocupacional dos agentes por meio do coeficiente de correlação de Pearson. RESULTADOS: A incidência da viragem foi de 41,7% no grupo dos expostos e 13,5% no grupo dos não expostos. O risco anual de infecção foi de 52,8% no grupo dos expostos e de 14,4% no grupo dos não expostos (p= 0,013). Observou-se associação entre viragem tuberculínica e exposição a paciente com tuberculose (RR= 3,08; IC 95%: 1,201;7,914). CONCLUSÕES: Os agentes que acompanharam pacientes com tuberculose em suas rotinas de serviço apresentaram risco de infecção maior que aqueles que não acompanharam pacientes com essa doença. A implementação de medidas administrativas de biossegurança de rotina, entre as quais a prova tuberculínica, devem ser priorizadas, considerando o alto risco de infecção tuberculosa entre os agentes comunitários de saúde.
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In an attempt to find a better T. cruzi antigen and possible immunological markers for the diagnosis of different clinical forms of Chagas' disease, amastigote and trypomastigote antigens obtained from immunosuppressed mice infected with T. cruzi (Y strain) were assessed in comparison with conventional epimastigote antigens. A total of 506 serum samples from patients with acute and with chronic (indeterminate, cardiac and digestive) forms, from nonchagasic infections, and from healthy individuals were assayed in immunofluorescence (IF) tests, to search for IgG, IgM and IgA antibodies. Amastigote proved to be the most convenient antigen for our purposes, providing higher relative efficiency indexes of 0.946, 0.871 and 0.914 for IgG, IgM and IgA IF tests, respectively. Anti-amastigote antibodies presented higher geometric mean titers (GMT) than anti-trypomastigote and anti-epimastigote. Anti-amastigote IgG antibodies were found in all forms of Chagas' disease, and predominantly IgA antibodies, in chronic digestive and in acute forms, as well as IgM antibodies, in latter forms. Thus, tests with amastigote antigen could be helpful for screening chagasic infections in blood banks. Practical and economical aspects in obtaining amastigotes as here described speak in favour of its use in developing countries, since those from other sources require more complex system of substruction, specialized personnel or equipment.
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A fitoterapia é umas das Medicinas Alternativas e/ou Complementares mais utilizadas pela população no quotidiano. Esta terapêutica é constituída por misturas de compostos químicos, que são responsáveis pelas suas ações no organismo. Estes compostos não atuam de forma independente, mas sim por efeito aditivo, antagónico ou sinérgico, resultando numa interação dos vários constituintes e dos diversos locais de ação. Nos últimos anos ressurgiu o interesse por esta terapia nos países desenvolvidos, principalmente devido aos efeitos secundários que os medicamentos convencionais podem provocar, e também pelo uso descontrolado e abusivo de certos fármacos. Deste modo, o número de estudos científicos com plantas e seus compostos tem vindo a aumentar ao longo dos anos, fornecendo evidências científicas quanto à sua segurança, aceitabilidade, eficácia, e mostrando menos efeitos secundários que os medicamentos convencionais. Com este projeto pretende-se caraterizar o conhecimento e o consumo de fitoterápicos pela população do distrito de Viana do Castelo. Aplicou-se um estudo observacional, descritivo do tipo transversal e analítico. A população alvo do estudo é a população em geral, residente no distrito de Viana do Castelo, com mais de 18 anos de idade. Para a recolha de informação foi realizado um questionário anónimo, confidencial e voluntário, a 914 individuos. A amostra é constituída maioritariamente por indivíduos do género feminino (58,3%). A faixa etária mais frequente é dos 18 aos 25 anos (19,7%) distribuída por todos os concelhos do distrito. Verificou-se que mais de 40% da população tem doença crónica, e mais de 60% recorreu a produtos fitoterápicos no último ano, havendo uma relação entre quem recorre a esta terapia e a existência de uma patologia crónica associada. Observou-se ainda que mais da 80% da população que utiliza estes produtos se encontra satisfeita com os resultados, sendo que mais de 85% dos utilizadores de fitoterápicos pretende voltar a utilizá-los.
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Fundamentação: As náuseas e vómitos no pós-operatório são frequentes em cirurgia oftalmológica e podem ter repercussões graves. Não estão identificados os factores de risco para a sua ocorrência e desconhece-se qual a estratégia profilática mais eficaz. Objectivo: Identificar os factores de risco para náuseas e vómitos no pós-operatório em cirurgia oftalmológica e comparar a eficácia profilática das associações droperidol-metoclopramida e dexametasona-metoclopramida. Metodologia: Estudo prospectivo unicêntrico de 80 doentes sem história prévia de náuseas e vómitos no pós-operatório, propostos para cirurgia oftalmológica sob anestesia geral. Aplicou-se um questionário para caracterização demográfica, clínica e laboratorial. Todos os doentes foram submetidos a profilaxia com droperidol-metoclopramida (1,25+20mg) ou dexametasona-metoclopramida (5+20mg), segundo distribuição aleatorizada por blocos e assegurando dupla-ocultação. Resultados: Ocorreram náuseas e vómitos no pós-operatório em 17,5% dos doentes. O sistema de estratificação de risco de Apfel não identificou os doentes que desenvolveram náuseas e vómitos no pós-operatório. O risco de náuseas e vómitos no pós-operatório foi significativamente maior entre os adultos nos extremos etários (<40 anos e ≥60 anos), naqueles com menor classe de peso e nos doentes com classe ASA-I (OR: 3,36). As náuseas e vómitos no pós-operatório foram menos frequentes entre os doentes medicados com dexametasona-metoclopramida (12,8%) do que naqueles submetidos a profilaxia com droperidol-metoclopramida (22%), mas a diferença não atingiu significado estatístico. Conclusões: Os sistemas de estratificação do risco de náuseas e vómitos no pós-operatório não são aplicáveis em cirurgia oftalmológica, sendo necessários estudos em maior escala neste âmbito. É possível que a associação dexametasona-metoclopramida seja não apenas tão eficaz quanto a droperidol-metoclopramida, como eventualmente superior.
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STUDY OBJECTIVE: The main aim of this study is to evaluate the impact of adolescent pregnancy in the future contraceptive choices. A secondary aim is to verify whether these choices differ from those made after an abortion. DESIGN: Retrospective study. SETTING:Adolescent Unit of a tertiary care center. PARTICIPANTS:212 pregnant teenagers. INTERVENTIONS: Medical records review. MAIN OUTCOME MEASURES:Intended pregnancy rate and contraceptive methods used before and after pregnancy. For contraceptive choices after pregnancy we considered: Group 1 - teenagers who continued their pregnancy to delivery (n = 106) and Group 2 - the same number of adolescents who chose to terminate their pregnancy. RESULTS: The intended pregnancy rate was 14.2%. Prior to a pregnancy continued to delivery, the most widely used contraceptive method was the male condom (50.9%), followed by oral combined contraceptives (28.3%); 18.9% of adolescents were not using any contraceptive method. After pregnancy, contraceptive implant was chosen by 70.8% of subjects (P < .001) and the oral combined contraceptives remained the second most frequent option (17.9%, P = .058). Comparing these results with Group 2, we found that the outcome of the pregnancy was the main factor in the choices that were made. Thus, after a pregnancy continued to delivery, adolescents prefer the use of LARC [78.4% vs 40.5%, OR: 5,958 - 95% (2.914-12.181), P < .001)], especially contraceptive implants [70.8% vs 38.7%, OR: 4.371 - 95% (2.224-8.591), P < .001], to oral combined contraceptives [17.9% vs 57.5%, OR: 0.118 - 95% CI (0.054-0.258), P < .001]. CONCLUSION:Adolescent pregnancy and its outcome constitute a factor of change in future contraceptive choice.
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RESUMO - O cancro do colo útero representa um importante problema de saúde pública em Portugal: é o terceiro cancro mais frequente nas mulheres entre os 15 e os 44 anos, originando a morte de 346 mulheres anualmente. Contudo, esta patologia é altamente evitável, nomeadamente, através da imunização contra a infeção HPV, que é a causa necessária para o desenvolvimento do cancro. A elevada prevalência da infeção em mulheres mais velhas sugere que a vacinação poderá ser uma estratégia custo-efetiva mesmo numa faixa etária superior. Para que seja racionalmente ponderada a comparticipação da vacina nestas mulheres é necessária a realização de um estudo fármaco-económico que comprove o custo-efetividade desta intervenção, já que o seu financiamento atual prevê apenas as mulheres não abrangidas pelo Programa Nacional de Vacinação, dos 18 aos 25 anos. Os objetivos do trabalho são realizar uma revisão da literatura sobre estudos de avaliação económica relativos à prevenção do CCU e avaliar a relação de custo-efetividade de vacinar mulheres contra o HPV entre os 26 e os 55 anos em comparação com a prática clínica corrente, em Portugal. É utilizado o Modelo Global Cervarix® e realiza-se uma análise de custo-utilidade e de custo-efetividade. Os resultados demonstraram que a vacinação em mulheres dos 26 aos 45 anos poderá ser uma opção custo-efetiva, permitindo um aumento de anos de vida, uma diminuição dos casos e mortes por CCU e um incremento de QALYs. O RCEI variou entre 7.914€/QALY e 29.049€/QALY com a vacinação aos 26 e aos 45 anos, respetivamente, para a alternativa de vacinação mais rastreio versus a situação atual de rastreio organizado e oportunístico, em Portugal.
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RESUMO: Raional: A persistência à terapêutica é o tempo em qualquer antidiabético oral, desde o seu início até à descontinuação de todas as medicações ou até ao fim do período do estudo. Os objetivos deste estudo foi a análise da persistência à terapêutica no segundo e terceiro anos após início do tratamento em doentes adultos diagnosticados na região de Lisboa e Vale do Tejo e determinar o efeito de determinadas variáveis na persistência a longo prazo. Métodos: Um estudo retrospetivo não interventivo foi desenhado com base nos dados a obter do SIARS (prescrições e aquisições na farmácia) e Pordata. A persistência foi quantificada como a percentagem de doentes que continuam a adquirir pelo menos um antidiabético oral ao segundo e terceiro anos após a compra da primeira receita. A associação entre a persistência e o segundo e terceiro anos com cada uma das co-variáveis foi aferido pelo teste qui-quadrado e os odd ratios foram calculados com recurso a um modelo de regressão logística. Resultados: A persistência à terapêutica obtida foi de 80% e 62% para o segundo e terceiro anos após início da terapêutica. Odd ratios para primeiro e segundo ano: número de grupos farmacoterapêuticos diferentes (OR = 2.167, 1.807 – 2.598, p = 0.000 / OR = 1.863, 1.621 – 2.142, p = 0.000); idade (OR = 0.914, 0.772 – 1.081, p = 0.294 / OR = 0.875, 0.764 – 1.002, p = 0.054); sexo (OR = 1.163, 0.983 – 1.377, p = 0.079); número de diferentes prescritores (OR = 3.594, 3.030 – 4.262, p = 0.000 / OR = 2.167, 1.886 – 2.491, p = 0.000); instituição de prescrição (OR = 0.725, 0.698 – 0.753, p = 0.000 / OR = 0.683, 0.650 – 0.717, p = 0.000); grupo farmacoterapêutico (OR = 1.056, 1.043 – 1.069, p = 0.000 / OR = 1.077, 1.060 – 1.095, p = 0.000); relação com o médico (OR = 0.834, 0.816 – 0.852, p = 0.000 / OR = 0.799, 0.777 – 0.821, p = 0.000) e custo médio mensal por grupo farmacoterapêutico (OR = 0.954, 0.942 – 0.968, p = 0.000 / OR = 0.930, 0.914 – 0.947, p = 0.000). Conclusões: O valor da persistência à terapêutica no segundo ano é ligeiramente acima do que é mencionado na literatura e não existem dados para comparar os resultados do terceiro ano. Relativamente ao efeito das co-variáveis no segundo e terceiro anos após o início do tratamento, os resultados são sobreponíveis, sendo que o sexo não está associado à persistência ao terceiro ano.----------------------------------ABSTRACT: Background: Therapy persistence is the time on any antidiabetic medication, from initiation of therapy to discontinuation of all medications or the end of the study period. The aim of the study was to analyse the therapy persistence in the second and third years after treatment initiation in newly diagnosed adult patients in the Lisbon and Tagus Valley region and to determine the effect of several co-variables in the long term persistence. Methods: A retrospective non-interventional study based on SIARS data (drug prescriptions and acquisitions) and Pordata was designed. Persistence was quantified as the percentage of patients that continued to purchase at least one type of antidiabetic at year 2 and 3 after the date of first prescription acquisition. Association between persistence at second and third years with each of the other co-variables were verified by using the Chi-Square test and odds ratio were calculated using a regression logistic model. Results: Therapy persistence obtained was 80% and 62% for the second and third years after treatment initiation. Odd ratios for second and third years: number of different pharmacotherapeutic groups (OR = 2.167, 1.807 – 2.598, p = 0.000 / OR = 1.863, 1.621 – 2.142, p = 0.000); age (OR = 0.914, 0.772 – 1.081, p = 0.294 / OR = 0.875, 0.764 – 1.002, p = 0.054); gender (OR = 1.163, 0.983 – 1.377, p = 0.079); number of different prescribers (OR = 3.594, 3.030 – 4.262, p = 0.000 / OR = 2.167, 1.886 – 2.491, p = 0.000); institution of prescription (OR = 0.725, 0.698 – 0.753, p = 0.000 / OR = 0.683, 0.650 – 0.717, p = 0.000); pharmacotherapeutic group (OR = 1.056, 1.043 – 1.069, p = 0.000 / OR = 1.077, 1.060 – 1.095, p = 0.000); relationship with the physician (OR = 0.834, 0.816 – 0.852, p = 0.000 / OR = 0.799, 0.777 – 0.821, p = 0.000) and average cost per month and per pharmacotherapeutic group (OR = 0.954, 0.942 – 0.968, p = 0.000 / OR = 0.930, 0.914 – 0.947, p = 0.000). Conclusions: Second year therapy persistence value is slightly above of what is referenced in literature and no data was found to compare the third year value. Regarding the effect of the co-variables analysed at second and third years after treatment initiation, the results were overlapping with gender being not associated with persistence at the third year.