1000 resultados para Saúde pública Financiamento
Resumo:
No perodo compreendido entre abril e outubro de 1988, foram estudadas 363 gestantes de primeira consulta , que estavam inscritas no Programa de Atendimento Gestante em oito Centros de Saúde da Secretaria da Saúde do Estado de So Paulo (Brasil). Na ocasio da coleta de material estas gestantes no faziam uso de medicamentos que continham ferro, cido flico, vitamina B12 ou associaes destes. A idade mdia das gestantes foi de 25 anos; 65,9% delas pertenciam a famlias com renda de at um SMPC (salrio mnimo per capita) e apenas 3,1% pertenciam a famlias com renda superior a 3 SMPC. Tomando-se a saturao da transferrina inferior a 15% como ndice mnimo para definir a deficincia de ferro, a prevalncia de deficincia de ferro no primeiro trimestre (4,6%) foi significativamente menor do que a observada no segundo (17,3%), e esta foi menor do que no terceiro trimestre (42,8%). A prevalncia de deficincia de ferro total agrupada nos trs trimestres foi de 12,4%. No houve diferena significativa entre as prevalncias de deficincia de ferro segundo o nmero de partos. Esta prevalncia foi maior no grupo das gestantes que pertenciam a famlias com renda de at 0,5 SMPC. Nas gestantes anmicas, 46,7% eram deficientes de ferro, 44,4% de cido flico, 20,0% de ferro e cido flico e nenhuma delas eram deficientes de vitamina B12.
Resumo:
Pretende-se contribuir para a reflexo em torno da reforma sanitria em processo de implantao no Brasil. Defende-se o ponto de que para compreender os eventos mais recentes nessa rea necessrio antes consolidar o referencial terico que sustenta as conquistas j obtidas. Nesse sentido, a reforma sanitria entendida como uma questo que transcende os aspectos referentes administrao e gerncia do sistema de saúde, uma vez que ela necessariamente envolve um redimensionamento crtico dos conceitos de saúde, de doena e, conseqentemente, da prtica mdica definida pelo paradigma mecanicista dominante da medicina. Com esta preocupao, so analisados e criticados os eventos recentes que configuram o sistema de saúde brasileiro.
Resumo:
As condies de saúde bucal no grupo populacional com 60 anos ou mais estudada, na cidade de So Paulo em 1989. Com base em dados referentes crie dental, doenas periodontais, necessidade e uso de prtese e prevalncia de alteraes em tecidos duros e moles, conclui-se que este grupo apresenta um nvel muito precrio de saúde bucal. Recomenda-se a definio de poltica e de programas odontolgicos especficos para a terceira idade.
Resumo:
Foi analisado o processo de gerenciamento colegiado implementado pelas Aes Integradas de Saúde (AIS), no Estado de So Paulo, na dcada de 80. A base de dados foi constituda por informaes coletadas junto Comisso Interinstitucional de Saúde (CIS-SP). Foram tambm investigadas a participao dos diversos representantes, as decises e as resolues originadas nessa instncia de gerenciamento do sistema de saúde. A anlise conjunta das informaes coletadas mostrou que houve mudana substancial no papel de gerenciamento do setor saúde no Estado, principalmente a partir de 1987. O processo de gesto colegiada, iniciada com as AIS, foi sendo substitudo paulatinamente pela gesto nica, com a separao ntida das responsabilidades entre os nveis de governo municipal, estadual e federal. Esta mudana dificultou o processo de negociao e de definio de objetivos comuns entre os responsveis pela poltica de saúde, que vinham sendo constitudos no Estado desde as AIS.
Resumo:
A mulher brasileira tem vivido mais que o homem, como ocorre em pases industrializados centrais. Nesses pases, paradoxalmente, as mulheres apresentam indicadores de morbidade mais altos que os homens. O conhecimento sobre o padro nacional pode ajudar a compreender os determinantes de sua prpria realidade, permitindo antecipar tendncias futuras e adequar os servios de saúde. Com esta perspectiva foi feito um estudo de morbidade, a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (PNAD/IBGE) de 1986, em dez Estados brasileiros, construindo-se coeficientes de prevalncia de morbidade, de demanda e de utilizao de servios segundo sexo, e padronizados por idade pelo mtodo direto. Como medida dos diferenciais, usou-se razes entre os sexos. A sobremorbidade feminina foi constante em todas as regies. Os diferenciais de uso de servios apresentaram variao regional, sugerindo relao com a oferta de servios de saúde. Os diferenciais foram nulos na infncia; assumiram seus mais altos valores na idade reprodutiva das mulheres, diminuindo depois dos 60 anos. O padro foi quase constante em todo o pas. Parte do fenmeno pode ser explicada por fatores de ordem metodolgica. Contudo, os resultados foram semelhantes aos de outros pases. As transformaes profundas no padro reprodutivo e na insero social da mulher brasileira tm seu impacto sobre a saúde e o consumo de servios ainda no avaliado. Recomenda-se a realizao de estudos mais especficos que contribuam para a reorganizao do sistema de saúde de modo equnime e universal.
Resumo:
Como um dos requisitos para a operacionalizao do Sistema de Vigilncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) no municpio de Curitiba, PR, Brasil, foi realizado um levantamento epidemiolgico retrospectivo com dados de 1988, que buscou atravs do exame antropomtrico conhecer a prevalncia e as formas de desnutrio calrico-protico de crianas menores de cinco anos atendidas pela Rede Municipal de Saúde de Curitiba. Numa amostra de 4.213 crianas encontrou-se pela Classificao de Gmez 28,1% de desnutridos, sendo que 3,6% destes situam-se no grau II e III. A Classificao de Seoane e Latham modificada por Batista Filho revelou que 19,7% das crianas apresentam alguma forma de desnutrio. O perfil antropomtrico revelou maior concentrao de crianas no primeiro decil a partir do sexto ms de vida, sendo esta mais acentuada no grupo etrio de 12 a 24 meses para os ndices: peso/idade e altura/idade.
Resumo:
Fez-se um estudo descritivo, retrospectivo do Perfil Scio-Econmico da Populao que demanda Assistncia Mdico-Hospitalar em uma Regio do Nordeste do Estado de So Paulo (Brasil), comparando-se os resultados de pesquisas anteriores. Foram estudados 126.297 egressos de 25 hospitais gerais da Regio em 1988, segundo sexo, grupo etrio, local de residncia, fonte de financiamento e coeficiente de internao. Os resultados mostraram que a distribuio da demanda segundo sexo e idade semelhante conhecida na literatura. Sugere-se que a regionalizao da assistncia, apesar dos planos e da legislao pertinente, insatisfatria e fortemente influenciada pela presena de grandes centros urbanos e pelo desenvolvimento socioeconmico. H participao de vrias modalidades de financiamento e diminuio da participao dos rgos oficiais ao longo do tempo. A regio estudada apresentou elevado coeficiente de internao aliado baixa utilizao de leitos hospitalares.
O controlo social e a experincia dos Conselhos de Saúde: inovaes institucionais na governao em saúde
Resumo:
Os Conselhos de Saúde, criados no Brasil no mbito do processo de reforma sanitria e de construo do Sistema nico de Saúde (SUS) constituem uma das inovaes mais interessantes no campo da saúde e do envolvimento dos cidados na definio das polticas de saúde. Estes surgem como instituies hbridas que associam mecanismos de democracia directa com os da democracia representativa. A sua compreenso enquanto espaos institucionais de participao cidad ser tanto mais abrangente e eficaz se forem tomados em considerao 3 pilares distintos que enformam a sua existncia: um pilar poltico, que tomou forma com o movimento sanitarista brasileiro; um pilar de conhecimento e de produo de saberes, que corresponde emergncia de um novo paradigma no domnio da saúde pública e que d pelo nome de Saúde Colectiva; e, finalmente, um pilar institucional, ligado prpria criao do Sistema nico de Saúde (SUS) brasileiro. , alis, ao SUS que os conselhos de saúde se encontram vinculados.
Resumo:
Ao longo dos ltimos anos tem sido dada importncia crescente anlise de movimentos que tm emergido, sobretudo nos pases europeus, no domnio da saúde. Genericamente definidos como movimentos sociais em saúde, estes movimentos podem assumir diferentes formas mais ou menos institucionalizadas: desde as organizaes de saúde e associaes de doentes, a formas de activismo teraputico, a movimentos de utentes dos servios de saúde, movimentos pela justia ambiental, colectivos emergentes associados a ameaas saúde pública, iniciativas para a promoo e defesa do direito saúde e seus servios. Ainda neste domnio, a prpria mobilizao colectiva provou ser uma forma de trazer enquadramentos alternativos para os problemas no espao pblico, abrindo novos lugares de controvrsia. Neste texto procuramos reflectir sobre uma forma particular de movimentos neste domnio, as associaes de doentes, tendo como contexto de anlise privilegiado a sociedade portuguesa. Para tal, recorremos a parte dos resultados de trabalho realizado no mbito de um projecto europeu. Ao procurar analisar esta diversidade de caractersticas, actividades e transformaes associadas a este fenmeno, a nossa investigao centrou-se em trs eixos principais: a) as relaes das associaes com os profissionais de saúde e o envolvimento em prticas de investigao; b) o seu papel social e poltico; c) as formas de internacionalizao, sobretudo escala europeia e a formao de redes associativas.
Resumo:
Avalia-se o desempenho de aes de saúde desenvolvidas em uma unidade bsica de saúde, relativas ao controle da hipertenso arterial sistmica (HAS) enquanto estratgia de reduo de morbi-mortalidadc por doena cardiovascular baseada no "enfoque de risco". Estas aes estruturam-se a partir da deteco da hipertenso arterial na populao adulta atendida no servio e do controle dos nveis pressricos nos indivduos portadores de HAS, incluindo outros fatores de risco conhecidos, bem como tratamento de eventuais complicaes. Analisaram-se 3.793 usurios que compareceram pelo menos uma vez consulta mdica no servio de Assistncia ao Adulto de um Centro de Saúde-Escola, do Municpio de So Paulo (Brasil), no perodo de 1 de junho de 1990 a 31 de maio de 1991. Para cada um dos usurios foram considerados os diagnsticos realizados, bem como a concentrao de cada modalidade de consulta realizada (pronto-atendimento e consulta agendada). Destes, 839 eram portadores de hipertenso arterial e/ou diabete e foram agrupados em quatro categorias: os exclusivamente hipertensos, os hipertensos com outra doena crnica associada (exceto diabete), os diabticos e os diabticos com hipertenso arterial. Os resultados deste estudo mostraram: 1) baixa cobertura de indivduos hipertensos e diabticos em atendimento no servio, quando se considera a populao atendida pelo Centro de Saúde; 2) a existncia de pacientes diagnosticados como hipertensos em consultas de pronto-atendimento, que no retornaram ao Centro de Saúde para seguimento mdico programtico, apontando para dificuldades na captao efetiva destes indivduos. Esta "perda" deveu-se tanto a faltas dos pacientes s consultas agendadas para seu seguimento quanto ao no agendamento de consultas de seguimento por parte do servio; 3) para os pacientes que aderiram ao seguimento, a concentrao de consultas mdicas e a concentrao de faltas apresentaram nmeros compatveis com a proposta de agendamento trimestral; 4) a categoria dos exclusivamente hipertensos apresentou, quando comparada com as demais, menor concentrao de consultas e maior proporo de faltas por consulta agendada. Discutem-se os limites das aes baseadas no "enfoque de risco" para controle de doenas crnico-degenerativas em populao.
Resumo:
O Ministrio da Saúde, considerando a existncia de falhas do ponto de vista quantitativo (cobertura) no registro de nascidos vivos, no Brasil, e a impossibilidade de conhecer a distribuio dos nascidos vivos segundo algumas variveis importantes sob a ptica clnico/epidemiolgica (peso ao nascer, ndice de Apgar, durao da gestao, tipo de parto, paridade, idade e instruo da me), implantou em 1990, no Brasil, o Sistema de Informaes sobre Nascidos Vivos - SINASC- tendo como documento-base a Declarao de Nascido Vivo - DN - com a finalidade de suprir essas lacunas. Com o objetivo de avaliar a cobertura e a fidedignidade das informaes geradas pelo SINASC, foi analisada a distribuio dos nascidos vivos hospitalares segundo caractersticas epidcmiolgicas relativas ao produto de concepo, gravidez, ao parto e me. A populao de estudo compreendeu 15.142 nascidos vivos hospitalares ocorridos em cinco municpios do Estado de So Paulo, Brasil, no perodo de janeiro a julho de 1992. Os resultados permitiram reconhecer excelente cobertura do SINASC (emisso de DN acima de 99,5%) e tima fidedignidade do preenchimento das DNs, para a maioria das variveis, quando comparadas aos documentos hospitalares. Para algumas caractersticas foi observada maior fragilidade (ndice de Apgar, durao da gestao, instruo da me, nmero total de filhos tidos e nome do pai). So apresentadas sugestes para o aperfeioamento do SINASC e recomendados treinamentos/reciclagens do pessoal envolvido no preenchimento das DNs. O estudo confirma o fato de os dados permitirem anlise vlida para o conhecimento de aspectos ligados saúde materno-infantil. Do ponto de vista epidemiolgico, o estudo permitiu detectar propores elevadas de parto operatrio (48,4%), mes adolescentes (17,5%) e o valor estimado para o baixo peso ao nascer foi de 8,5%.
Resumo:
Com o objetivo de caracterizar a saúde da populao atendida pelo Programa Creche, desenvolvido em trs unidades conveniadas com a Prefeitura do Municpio de So Paulo (Brasil), foi feito um inqurito junto a essa populao. Foram aplicados 133 questionrios com perguntas abertas e fechadas relativas identificao e antecedentes pessoais, desenvolvimento e saúde. Os resultados mostraram que crianas residentes em moradias desfavorveis, com umidade e grande nmero de pessoas na casa apresentaram maior nmero de infeces respiratrias e de otite. A maioria das crianas foi aleitada naturalmente, passando para amamentao artificial com dois meses. Os alimentos salgados e de texturas variadas foram introduzidos na idade adequada e bem aceitos. Atraso de linguagem referido predominantemente dos 3 aos 7 anos. Os pais atuam adequadamente em situaes de comunicao. Conclui-se que a aplicao sistemtica do questionrio proposto permitir no somente obter maior conhecimento das condies de saúde das crianas, favorecendo o atendimento multidisciplinar e integrado da criana, como otimizar condutas preventivas e possibilitar a realizao de vigilncia de distrbios da comunicao.
Resumo:
Foi estudada transversalmente uma amostra de 10% dos pacientes que consultaram em dois Postos de Assistncia Primria Saúde da Cidade de Pelotas (RS), Brasil, com o objetivo de avaliar, qualitativamente, o cuidado saúde que estava sendo oferecido. Atravs de entrevistas domiciliares, 15 dias aps a consulta, a resoluo do problema (cura ou melhora) foi alcanada em 87,9% dos pacientes. A satisfao do paciente ou de seu responsvel, no caso de consultas peditricas, foi observada em cerca de 90% dos casos e esteve associada estatisticamente com a resoluo do problema (p = 0,04). Observou-se associao entre resolutividade e disponibilidade de medicamentos no Posto. Os pacientes que receberam todo ou pelo menos parte do tratamento tiveram uma probabilidade 33% maior de terem seu problema resolvido. A satisfao dos profissionais mostrou-se linearmente associada com a percepo de melhor relao profissional-paciente (RP = 3,48; IC 95% 2,17 - 5,59) e com a expectativa de melhor prognstico para o paciente (RP = 1,99; IC 95% 1,36 - 2,91).