999 resultados para Doenças Transmissíveis Emergentes
Resumo:
RESUMO - Enquadramento: Num momento em que a população mundial atinge os 7 biliões, um dos capítulos do Relatório do Fundo de População das Nações Unidas é dedicado à fertilidade. A maioria dos países europeus apresenta taxas de fecundidade abaixo das necessárias para a reposição populacional. Portugal não é excepção, apresentando um índice sintético de fecundidade, em 2009 de 1,32 crianças por mulher. Calcula-se que 10% dos casais portugueses são inférteis, com uma distribuição equitativa de causas femininas e masculinas (30% individualmente e 90% em conjunto). Para esta diminuição da taxa de fecundidade concorrem vários determinantes, entre eles a ocorrência de infecções sexualmente transmissíveis anteriores que desencadeiam alterações do aparelho genital feminino, provocando doença pélvica inflamatória e consequentemente infertilidade. Das infecções sexualmente transmissíveis, a infecção por Chlamydia trachomatis continua a ser a mais reportada por toda a Europa, encontrada em rastreios em grupos de jovens com idades abaixo dos 25 anos. É uma infecção passível de ser tratada, com cura, embora não confira uma imunidade duradoura. As infecções sexualmente transmissíveis, algumas delas há muito conhecidas do homem, constituem uma causa evitável de infertilidade. Finalidade / Objectivos: Conhecer a frequência de infecções sexualmente transmissíveis na história ginecológica de mulheres com infertilidade, com a finalidade de poder contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias na Saúde Reprodutiva para aumentar a índice sintético de fecundidade de Portugal. Metodologia: Estudo exploratório, natureza retrospectiva, uma vez que partimos do problema infertilidade, e averiguam-se antecedentes de infecções sexualmente transmissíveis, através da aplicação de um questionário às mulheres seguidas em consulta de infertilidade em instituições de saúde do SNS na área de abrangência da ARS LVT, durante o período de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2012. Discussão / Conclusão: É expectável que os resultados obtidos neste estudo vão de encontro ao que é relatado na literatura, confirmando a hipótese de trabalho que aponta para a existência de infecções sexualmente transmissíveis em mulheres seguidas em consultas de infertilidade. Certo é que a infertilidade tende a ser uma realidade crescente, associada a múltiplos factores, sendo que um deles continua a ser a exposição a agentes microbianos, constituindo em si mesma uma causa evitável. Se pretendemos aumentar o índice sintético de fecundidade de Portugal, é necessário investir também no estudo dos determinantes que concorrem para a fertilidade. Na realidade, para além da emergente necessidade de implementar um sistema de vigilância nacional das infecções sexualmente transmissíveis, é necessária uma aposta mais profunda na informação / educação, sensibilização dos jovens ainda antes do início da actividade sexual, e não apenas nas consultas de planeamento familiar. É certamente um trabalho pluridisciplinar que envolve parceiros comunitários como a escola e outros centros educativos, a família, o centro de saúde, a sociedade em geral, em particular, cada um de nós.
Resumo:
As hantaviroses são doenças emergentes nas Américas e, em todo o mundo, os casos clínicos descritos foram infreqüentes entre crianças. O objetivo de investigar a freqüência de escolares portadores de anticorpos (IgG) anti-hantavírus justifica-se porque poucos estudos soroepidemiológicos pesquisaram a infecção por hantavírus no grupo pediátrico. Nos espécimes séricos de 379 escolares, de duas Escolas públicas da cidade do Salvador, Bahia, foram pesquisados os anticorpos anti-Hantaan (HTN) e anti-Sin Nombre (SN). A soropositividade de anticorpos anti-HTN foi de 13,2% (50/379) e todos os escolares foram soronegativos para o vírus SN. A soropositividade anti-HTN aumentou proporcionalmente com a idade. Não houve associação entre a soropositividade anti-HTN e as características relacionadas à exposição a roedores urbanos. A soroprevalência de anticorpos anti-HTN nos escolares estudados foi elevada e reforçou a hipótese de circulação de hantavírus em Salvador. A não observação de portadores de anticorpos anti-SN indica, provavelmente, a circulação de outros sorotipos nesta região, mais relacionados antigenicamente ao sorotipo Hantaan.
Resumo:
A gonorréia é uma infecção bacteriana freqüente, causada pela Neisseria gonorrhoeae, um diplococo Gram-negativo de transmissão quase que exclusiva através de contato sexual ou perinatal. Primariamente afeta membranas mucosas do trato genital inferior, e mais raramente, as mucosas do reto, orofaringe e conjuntiva. A infecção genital ascendente na mulher leva a uma complicação séria, a salpingite aguda, uma das principais causas de infertilidade feminina. A partir dos anos 90, deu-se início a um novo tempo no que se refere a descobertas sobre a patogenia da gonorréia e seu agente etiológico. O controle da gonorréia tem sido difícil na maioria das populações, e essa permanece um exemplo da influência que os fatores sociais, comportamentais e demográficos exercem na epidemiologia de uma doença infecciosa. O manejo da gonorréia e de outras doenças sexualmente transmissíveis requer tanto o tratamento do paciente e de seu parceiro sexual como medidas de saúde pública para interromper a transmissão da infecção e evitar complicações a longo prazo.