885 resultados para conceito de Saúde doença e Paciente
Resumo:
Apresenta um estudo dos aspectos organizacionais e de gesto, nas empresas do Estado de So Paulo que tm atuao na prtica da "auditoria mdica", analisando a estrutura, os processos e os resultados dessa organizao. Mostra a diversidade na organizao desses servios, enfocando os possveis problemas advindos. Chega a uma relao de atividades que compem o conceito de auditoria em saúde, frente aos objetivos das empresas, nas suas diversas atividades. Conclui que a atividade multiprofissional e aborda a falta de regulamentao e de capacitao formal para os profissionais da rea.
Resumo:
Trabalhadores forados a alterar o ciclo sono/repouso em funo do turno de trabalho tendem a dessincronizar seus ritmos fisiolgicos (endgenos) em relao aos do meio ambiente (exgenos) acarretando transtornos na organizao dos sistemas fisiolgicos. Os objetivos deste estudo foram avaliar a relao do turno de trabalho (manh, noite e rotativo) e perfil cronobiolgico e seus efeitos sobre desempenho em testes de ateno e memria de profissionais (mdicos, enfermeiros e tcnicos/auxiliares de enfermagem) dos servios de emergncia de dois hospitais de Porto Alegre (RS/Brasil). Uma amostra aleatria de 140 profissionais, de ambos os sexos e idade entre 25 e 60 anos, foi avaliada num estudo transversal. Os sujeitos que relataram presena de doença (clnica, neurolgica ou psiquitrica), transtornos do sono prvios ao emprego atual, e uso de benzodiazepnicos nas 6 horas anteriores testagem foram excludos. Padro cronobiolgico (matutinidade/vespertinidade) foi definido pelo questionrio de Hidalgo-Chaves (2002). Os testes de ateno e memria foram span de dgitos, span palavras, stroop, memria lgica, e Wisconsin Card Sorting Test (verso computadorizada). Dficit de ateno foi definido pela combinao de testes positivos (50%+1). No se observou associao significativa entre cronotipo e turnos de trabalho. A freqncia de desempenho abaixo do ponto de corte em diversos testes foi maior no turno da noite. Dficit de ateno/memria foi observado em 51% dos profissionais do turno da noite, 21% do turno da manh, e 22% do rotativo. O desempenho nos testes de ateno/memria entre os sujeitos distribudos por cronotipo (tanto no total, como entre coincidentes com o turno de trabalho) no mostrou diferena estatisticamente significativa. Em concluso, a discordncia entre turno de trabalho e cronotipo pode ser explicada por diferentes motivos como a falta de opo para escolher o turno, questes financeiras, e desconhecimento quanto s caractersticas relacionadas ao perfil cronobiolgico. Os dficits observados podem expressar efeitos de longo prazo do trabalho em turnos e especialmente no noturno.
Resumo:
Este trabalho consiste em entender o contexto no qual uma inovao emerge e se desenvolve em duas instituies de saúde, o Hospital Israelita Albert Einstein e a Unimed Seguros, por meio da anlise de fatores que possam ter contribudo ou dificultado o processo de inovao. Entendendo melhor esses fatores, podemos, como gestores da saúde, incentivar as prticas facilitadoras de inovao e, ao mesmo tempo, minimizar os fatores que as dificultam, como forma de transformar o sistema de saúde voltado para a doença em um sistema de saúde voltado verdadeiramente para a saúde. Tomando como base os estudos realizados pelo MIRP (Minnesota Innovation Research Program), descritos por Van de Ven e Chu (2000), a pesquisa utilizou-se da mesma ferramenta metodolgica (simplificada), na forma de estudos de casos, para avaliar algumas variveis idias, pessoas, transaes, contextos e resultados que influenciam os projetos de inovao estudados.
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A criao de poder compensatrio decorrente da ao concertada daqueles prejudicados em uma relao de poder assimtrica pode gerar aumento de bem-estar social. O desenvolvimento analtico a partir da estrutura proposta por Dobson et al. (1998) permite constatar que as condies para que sejam verificados os efeitos positivos so restritivas e esto diretamente relacionadas ao reconhecimento da interdependncia e cooperao entre os agentes envolvidos. Foi possvel observar tambm que, diferentemente do que previu a anlise de Dobson et al. (1998), a criao de poder compensatrio pode ter efeitos positivos em termos de bem-estar, ainda que as partes no reconheam sua interdependncia e no cooperem entre si o que depende da relao das elasticidades-preo da demanda e da oferta. A despeito da possibilidade de efeitos benficos, as doutrinas de defesa da concorrncia brasileira e nas demais jurisdies, como EUA e Comunidade Europia, aplicam de maneira equivocada o conceito de poder compensatrio ou ignoram por completo sua existncia. H que se considerar, contudo, que o objetivo da poltica antitruste e o da criao de poder compensatrio esto alinhados: equilbrio de assimetrias de poder nas relaes entre os agentes, coibindo o exerccio abusivo do poder de uma das partes na transao. Verifica-se, portanto, uma incongruncia entre a jurisprudncia e a teoria econmica. O conflito na aplicao do conceito de poder compensatrio pela doutrina antitruste pode ser nitidamente observado no mercado de saúde suplementar brasileiro. Um fenmeno verificado nesse setor a coordenao de mdicos em cooperativas para fazer frente ao exerccio de poder de compra por parte das operadoras de planos de saúde. Essa ao concertada tem sido condenada pelas autoridades de defesa da concorrncia com base na interpretao de que a coordenao entre mdicos constitui formao de cartel, passvel de condenao pelas autoridades antitruste. A anlise emprica corrobora as proposies tericas: no setor de saúde suplementar, pelo menos na dimenso preo, existe a possibilidade de efeitos positivos associados ao poder compensatrio. Destaca-se, contudo, que esse resultado estaria associado s cooperativas condenadas pelo CADE, que devem representar o grupo de associaes que efetivamente deteriam poder econmico para equilibrar a assimetria de poder na negociao com as operadoras de planos de saúde. Diante dessa constatao, importante reavaliar as decises do CADE acerca das cooperativas mdicas enquanto poltica pblica que visa aumentar o bem-estar social.
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O objetivo da pesquisa investigar em que medida a organizao e as condies de trabalho em secretarias municipais da saúde, do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, influenciam na satisfao dos funcionrios com o seu trabalho. Para tanto, o conceito de satisfao com o trabalho foi estudado em uma perspectiva que leva em conta a teoria administrativa e as teorias que abordam os aspectos psicossociais ligados ao trabalho, buscando caracterizar um modelo de pesquisa que associa satisfao com a organizao e as condies de trabalho. O estudo est circunscrito avaliao do nvel de satisfao com o trabalho e identificao dos principais fatores que influenciam na satisfao ou insatisfao dos funcionrios que atuam nas secretarias da saúde dos municpios de Lajeado, Arroio do Meio e Imigrante. Os critrios para a escolha desses trs municpios foram o tamanho da populao usuria, o nvel de ateno saúde (baixa, mdia e alta complexidade) e a estrutura fsica da secretaria. O mtodo utilizado apresenta carter predominantemente descritivo e as tcnicas na coleta e anlise de dados foram sobretudo de carter quantitativo. No total, foram entrevistados 23 profissionais e aplicados 356 questionrios. Destes, retornaram 268, o que corresponde a 75% dos funcionrios que desempenham atividades nas trs secretarias. Concluiu-se que o nvel de satisfao com o trabalho est mdio baixo em relao maioria dos itens pesquisados e que, na percepo dos respondentes, entre os fatores de satisfao, esto a identificao com o trabalho, o relacionamento entre os trabalhadores e o reconhecimento da populao pelo trabalho desenvolvido, enquanto, entre os fatores de insatisfao, encontram-se a falta de reconhecimento e estmulo da chefia, a remunerao inadequada e a falta de condies e materiais para a execuo das atividades. Prope-se que essas concluses sejam lembradas em futuras intervenes, nas secretarias municipais da saúde, para produzir melhorias nos fatores que geram insatisfao identificados na pesquisa.
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Assumindo que uma atuao centrada na Pessoa considerada imprescindvel para um bom desempenho do mdico de famlia e comunidade, a pesquisa apresentada nesta dissertao foi realizada objetivando identificar se esto presentes na prtica os componentes que caracterizam inequivocamente o Mtodo de Abordagem Clinica Centrada na Pessoa. O corpo da pesquisa foi constitudo por mdicos de famlia e comunidade e pessoas atendidas por eles em trs das Unidades da Saúde Comunitria do Grupo Hospitalar Conceio (SSCGHC), considerado o principal e mais qualificado centro de assistncia e formao em ateno primria do Brasil, o que constitui um recorte do conjunto de servios de ateno primria do Brasil. A pesquisa realizada um estudo de caso, sendo os dados coletados a partir de falas de mdicos de famlia e falas de pessoas atendidas por estes mdicos, cujos depoimentos foram registrados em fitas magnetizadas de udio e posteriormente transcritos. A seqncia do trabalho deu-se com a anlise a partir de referencial terico composto por diversos autores, utilizando-se como metodologia o Discurso do Sujeito Coletivo. No primeiro momento so focadas, separadamente, as falas de mdicos de famlia e comunidade e pessoas atendidas. E num segundo momento, de concluso, identificam-se aspectos comuns ou contraditrios nestes discursos, e ressaltam-se aqueles que podem contribuir na reflexo sobre a formao mdica, do trabalho em equipe e especialmente na especializao em Medicina de Famlia e Comunidade.
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O presente trabalho objetivou avaliar os sistemas de gerenciamento de resduos de servios de saúde frente aos instrumentos legais e normativos vigentes no Brasil, acerca dos quais existem poucos estudos. O estudo envolveu coleta de dados reais, por um perodo contnuo de dois anos, analisando a eficincia da segregao, os sistemas de tratamento, e os custos decorrentes, em duas instituies de assistncia saúde em nvel tercirio (Hospital Escola do Sistema nico de Saúde - SUS e Hospital Conveniado). O sistema de gerenciamento de resduos iniciou com um diagnstico da situao das unidades hospitalares, definio das estratgias educativas de sensibilizao, treinamento e capacitao do quadro funcional, com nfase na segregao de resduos. A avaliao dos custos, decorrentes da utilizao de tecnologias de tratamento via esterilizao por vapor mido (hospital do SUS), e por oxidao trmica (hospital Conveniado), bem como dos custos estendeu-se ainda disposio final dos resduos. Foram analisados os ndices e percentuais de gerao das diferentes categorias de resduos (infectantes, especiais, comuns e reciclveis) nos dois estabelecimentos. Estudo piloto prvio implantao do sistema de gerenciamento, revelou um ndice de gerao total de resduos de 3,5 kg/leito/dia no Hospital Conveniado, e de 2,6 kg/leito/dia no Hospital SUS. Os ndices de gerao de infectantes nos referidos hospitais foram de 1,3 (Conveniado) e 1,1 kg/leito/dia (SUS). Os dados do monitoramento contnuo (24 meses), demonstraram, em nvel de significncia de 5%, uma reduo nos ndices de gerao de resduos infectantes de cerca de 35% no Hospital Conveniado e de 38% no Hospital SUS, e um aumento significativo nos ndices de gerao de resduos comuns e reciclveis, aps a implantao dos sistemas de gerenciamento e dos programas educativos, indicando falhas na segregao anteriormente a estes. Os resultados confirmaram a influncia positiva dos programas educativos e do sistema organizacional, e a possibilidade de serem alcanadas ndices e percentuais ainda mais baixos que os preconizados pela literatura. Os resultados apresentaram, tambm, altas taxas de reencape de agulhas (41% das conectadas e 51% das desconectadas no Hospital SUS; 68% das conectadas e 55% das desconectadas no hospital Conveniado), dando indicativos do potencial de risco com saúde ocupacional a que esto expostos os profissionais, e da necessidade de reforar os conceitos de auto cuidado com os mesmos. No tocante aos custos com os sistemas de gerenciamento, o Hospital Conveniado tem um custo final menor que o Hospital SUS. Porm, quando traduzido para paciente/dia, o Hospital SUS tem um custo de R$ 3,54 enquanto que no Hospital Conveniado o custo de R$ 5,13, ou seja, 45,1% maior que no Hospital SUS, apesar da oferta de servios ser semelhante. Para o tratamento de resduos infectantes junto fonte geradora com tecnologia de esterilizao via vapor mido e microondas, somados despesa com servios terceirizados para situaes de contingncia, tratamento de peas anatmicas e prfuro-cortantes, o Hospital SUS tem um custo de R$ 0,57 paciente/dia enquanto o tratamento via incinerao do Hospital Conveniado tem um custo de R$ 0,86 paciente/dia. Estes resultados evidenciam que o tratamento junto fonte geradora, consideradas as situaes avaliadas mais vantajoso do ponto de vista econmico e ambiental. Os custos ambientais totais obtidos para o hospital SUS so de R$ 3,54 paciente/dia para R$ 5,13 por paciente/dia no hospital Conveniado. O trabalho fornece subsdios metodolgicos para definio de ndices e percentuais de gerao, bem como para o clculo dos custos envolvidos no gerenciamento que podem servir de base para aplicao em outros estabelecimentos de assistncia saúde.
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Este estudo buscou descrever as caractersticas dos idosos com doença de Alzheimer e seus cuidadores, alm de avaliar o grau de dependncia dos idosos e sobrecarga dos cuidadores em um servio de Neurogeriatria de um Hospital Universitrio de Porto Alegre. Foi utilizado o mtodo exploratrio descritivo do tipo srie de casos. Participaram desta investigao 36 pares de idosos cuidadores, no perodo de agosto a novembro de 2004. Os resultados mostraram que os idosos com doença de Alzheimer eram em sua maioria do sexo feminino 24 (66,7%), casados 18 (50%), com mdia de idade de 75,19 6,14 anos, com mais de quatro anos de estudo 20 (55,6%). A maior parte dos idosos apresentava dependncia importante 20 (55,6%) e 8 (22,2%), dependncia parcial para as atividades bsicas da vida diria. Os cuidadores eram do sexo feminino 30 (83,3%), casados 25 (69,4%), em sua maioria filhas 16 (44,4%) e esposas 11 (30,6%), com mdia de idade de 59,33 12,29 anos, com oito anos ou menos de estudo 19 (52,8%). Os cuidadores investigados apresentaram mdia de sobrecarga efeitos psicossociais da doença de 34,08 12,34. A maioria dos cuidadores apresentou sobrecarga moderada 20 (55,6%) e 9 (25%) sobrecarga moderada a severa. A sobrecarga produzida pelas demandas de cuidados ao idoso com doença de Alzheimer pode ser minimizada, pela adoo de estratgias e de polticas pblicas eficazes que viabilizem as aes em saúde, representando melhor qualidade de vida para o idoso e seu cuidador.
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O objeto desta investigao o trabalho em equipe desenvolvido no mbito do Programa Saúde da Famlia (PSF) na perspectiva de enfermeiras. Tm-se como objetivos conhecer a concepo de enfermeiras que atuam no PSF sobre o desenvolvimento do trabalho em equipe, no que se refere articulao entre as aes realizadas pelos diferentes profissionais e interao entre eles, bem como identificar as dificuldades e facilidades encontradas pelas enfermeiras no cotidiano do trabalho coletivo. Caracteriza-se como um estudo descritivo de abordagem qualitativa. A coleta de dados deu-se por meio de entrevistas semi-estruturadas com 23 enfermeiras. A anlise dos dados foi realizada com base na anlise temtica e resultou em trs categorias: concepes das enfermeiras sobre o trabalho em equipe; articulao das aes dos profissionais no trabalho em equipe; e interao da equipe. Identificou-se que as enfermeiras tm uma concepo idealizada do trabalho em equipe, caracterizando-o como um processo dinmico e interativo no qual deve haver a participao de todos os profissionais desde o planejamento at a execuo das aes de saúde, assim como a integrao da equipe em funo de objetivos comuns. Porm, as enfermeiras encontram inmeras dificuldades que interferem no desenvolvimento do trabalho em equipe e as impedem, muitas vezes, de vivenciar esse ideal na sua prtica cotidiana. Tais dificuldades esto relacionadas alta rotatividade de profissionais no PSF, falta de pessoal, a condies de trabalho inadequadas e falta de capacitao dos agentes comunitrios de saúde. A articulao das aes ocorre principalmente com os agentes comunitrios de saúde e os auxiliares de enfermagem, devido superviso que a enfermeira realiza junto aos mesmos. A interao da equipe fica prejudicada pelas dificuldades de comunicao e por conflitos interpessoais, fatores estes causadores de insatisfao dos profissionais com seu trabalho. Foi possvel identificar que tanto a articulao das aes quanto a interao da equipe ficam prejudicadas pela excessiva demanda de usurios pelo servio, o que ocasiona sobrecarga de trabalho e falta de tempo para os profissionais. Dessa forma, as enfermeiras evidenciam limitaes para realizarem conexes entre os diversos trabalhos e interagir, referindo que isso fica restrito basicamente aos momentos de reunio de equipe. Com base nos depoimentos das enfermeiras, verificamos que o trabalho em equipe no PSF tem um carter ativo e dinmico, e apresenta momentos de integrao na equipe, mas tambm situaes em que os profissionais atuam de maneira independente e isolada. No entanto, so evidentes as dificuldades que as equipes encontram em realizar um trabalho efetivamente integrado. Essa realidade, certamente, compromete a qualidade da assistncia prestada aos usurios. Sugere-se repensar as condies de trabalho propiciadas aos profissionais que atuam no PSF, as quais necessitam de maiores investimentos e ateno. Alm disso, a formao acadmica deve ser capaz de fornecer subsdios aos profissionais, preparando-os para uma atuao multidisciplinar.
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Este estudo reflete uma preocupao pessoal com a efetividade da jurisdio na questo do direito fundamental saúde e os dilemas que se apresentam ao juiz, o- brigado a decidir sobre questes complexas e que transcendem matria jurdica. A Constituio Federal de 1988 estabeleceu, no artigo 6o, que a saúde um direito social a ser disponibilizado pelo Estado. J o artigo 196 diz que a saúde direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante polticas sociais e econmicas. O acesso s aes e servios universal e gratuito, constituindo o SUS em patrimnio social e o nico respaldo da maioria da populao em caso de doença. A realidade dos servios oferecidos est distante das formulaes constitucionais. H aspectos, contudo, em que ele funciona e elogiado, como a poltica pblica de medicamentos para portadores de AIDS. As demandas judiciais so crescentes, em especial em busca de medicamentos, sempre dispendiosos e diferentes dos disponibilizados pelo servio pblico. Esta atuao judicial tem se dado de forma pouco racional, no havendo uma fundamentao das decises, causando fortes impactos nos oramentos. O Judicirio passa a ser visto como um elemento perturbador, criando pontos de tenso com os gestores pblicos. Para contribuir com algum elemento, sem ter a pretenso de esgotar a matria, a- presento um resumo do percurso histrico-social da matria na evoluo da socie- dade brasileira. A construo das polticas pblicas em saúde e seus formuladores. Os princpios em direito sanitrio e as polticas em torno dos medicamentos. Reunidos estes elementos, verificam-se as decises judiciais, procurando identificar os fundamentos e os critrios que orientaram os julgados e as tendncias observa- das. Investiga-se sobre a Audincia Pblica no 4, percebida como prtica inovadora na administrao da Justia, que no se esgota em si, e prossegue gerando repercusses. Constata-se e conclui-se que o direito saúde se afirma de forma preponderante por polticas pblicas e o Poder Judicirio esfora-se por construir uma poltica institucional para melhor cumprir o seu papel.
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Este artigo prope analisar o efeito de variveis relacionadas ao saneamento bsico sobre indicadores de saúde atravs de dados em painel de municpios brasileiros. Atravs de base de dados de DataSUS, IBGE e do SNIS, avaliamos se os indicadores de saneamento afetam indicadores de saúde como mortalidade e morbidade separados por faixa etria e tipos de doença nos municpios entre 2001 a 2008. Trabalhamos com diferentes amostras por conta do desbalanceamento do painel, dado que h dados faltantes de saneamento para municpios menores e de pior renda, estimando por modelo de efeitos fixos, e corrigimos o vis do desbalanceamento atravs do mtodo de IPW, tambm estimando por primeiras diferenas. Os resultados mostram que no podemos descartar a importncia do saneamento. Encontramos evidncias do impacto das variveis de esgotamento sanitrio sobre a queda das internaes de crianas por doenças, bem como efeito de indicadores de qualidade de gua sobre determinadas doenças. Percebemos ainda a alta ineficincia do saneamento do pas e a tendncia de universalizao do acesso gua no pas, principalmente nas regies urbanas. Calculamos ainda o custo e a eficincia do investimento do saneamento na melhora dos indicadores de esgoto, no qual so necessrios os investimentos de R$ 19,14 per capita anualmente no setor para a diminuio de 1% nos casos de morbidade infantil.
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Este trabalho prope e analisa a Musicoterapia como estratgia de produo de saúde do trabalhador, em pesquisa desenvolvida com tcnicas de enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva infantil de um hospital geral pblico de Porto Alegre. A ateno saúde dos trabalhadores produz novas questes terico-conceituais, prticas, ticas e polticas no campo da Musicoterapia, que esto ligadas ao territrio do trabalho e suas configuraes contemporneas, ao "ser" trabalhador e saúde, e que tm implicaes sobre a Musicoterapia e o musicoterapeuta na contemporaneidade. luz das contribuies de Foucault, este trabalho centraliza-se na discusso do hospital como territrio de produo de subjetividades, a partir do desenvolvimento do conceito de Panudio, mapeando e analisando efeitos deste dispositivo, que se efetivam pelos contextos sonoros. Aponta controles e resistncias possveis e prope a produo de novas subjetividades pelo uso da msica em Musicoterapia. Esta uma pesquisa exploratria, baseada na pesquisa-interveno e inspirada nos modos de ao da cartografia. Este trabalho parte da construo de uma perspectiva de Musicoterapia Institucional.
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Introduo Este presente estudo tem em sua introduo uma reviso de literatura sobre temas pertinentes infeco por HIV. Comea pela epidemiologia, transmisso, diagnstico e estgios clnicos da doença; revisa artigos sobre qualidade de vida em pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHAs) e finaliza com uma descrio breve do desenvolvimento do instrumento WHOQOL-HIV pela Organizao Mundial da Saúde. Objetivos O objetivo principal deste estudo (1) medir a qualidade de vida em indivduos soropositivos brasileiros usando o World Health Organization Quality of Life instrument HIV/AIDS module (WHOQOL-HIV) - verso com 128 itens - em uma amostra brasileira e avaliar as propriedades psicomtricas deste instrumento. Os objetivos secundrios so: (2) avaliar a relao entre depresso, ansiedade e qualidade de vida - dados empricos indicam que sintomas mentais podem interferir na qualidade de vida de PVHAs - e (3) avaliar o desempenho de um dos instrumentos genricos mais usados para avaliar qualidade de vida em PVHAs, o Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36), comparando-o com outro instrumento genrico, o WHOQOL-100. Mtodos Em Porto Alegre/RS, foi avaliada a qualidade de vida de pessoas que vivem com PVHIV usando o WHOQOL-HIV e o SF-36 em uma amostra selecionada por convenincia de 308 homens e mulheres infectados pelo HIV em diferentes estgios da infeco: assintomticos (n=131), sintomticos (n=91) e AIDS (n=86). Foram estudadas as propriedades psicomtricas do WHOQOL-HIV: confiabilidade, consistncia interna e as validades de construto, discriminante e concorrente. Foram medidos tambm os sintomas de depresso pelo Inventrio de Beck para Depresso (Beck Depression Inventory, BDI) e os sintomas de ansiedade pelo Inventrio de Ansiedade Trao-Estado (IDATE). As caractersticas sociodemogrficas da amostra tambm foram analisadas. Resultados e Concluses Os resultados deste estudo so apresentados na forma de 3 artigos. No primeiro deles, observou-se desempenho satisfatrio do WHOQOL-HIV em relao s propriedades psicomtricas. A confiabilidade foi medida pelo alfa de Cronbach, o qual revelou valores acima de 0,70 em 27 das 31 facetas do WHOQOL-HIV, variando entre 0,32 e 0,65 nas demais; a validade discriminante foi evidenciada com o instrumento identificando piores escores de qualidade de vida para a fase AIDS em todos os domnios; a validade concorrente foi analisada atravs da correlao dos domnios do WHOQOLHIV com Qualidade de Vida Geral (uma faceta do prprio WHOQOL-HIV), sendo que todos os coeficientes de correlao de Pearson foram superiores a 0,50 (p<0,01). Concluise que o WHOQOL-HIV discriminou bem a qualidade de vida entre os estgios da infeco do HIV na direo esperada e demonstrou confiabilidade e validade concorrente satisfatrias nesta amostra de brasileiros HIV-positivos. Este instrumento parece ser til para detectar aspectos subjetivos da vida das pessoas que vivem com HIV/AIDS. No segundo artigo, o objeto de estudo foi a relao entre qualidade de vida em PVHIV e os sintomas de depresso e ansiedade. No houve diferenas significativas quanto presena de ansiedade entre as fases da infeco, entretanto, houve maiores escores de depresso no estgio AIDS quando comparado com os assintomticos e sintomticos. Na correlao do BDI com os domnios do WHOQOL-HIV, os valores dos coeficientes de Pearson foram superiores a 0,30 (magnitude moderada a muito grande, pela escala de Magnitude de Efeito), enquanto a sub-escala IDATE-Trao apresentou coeficientes de valores mais baixos (magnitudes pequena a moderada) quando correlacionada com os domnios do WHOQOL-HIV. Ajustando para estgios da doença, variveis clnicas e variveis sociodemogrficas em um modelo de regresso linear mltipla, o BDI apresentou valores de coeficiente beta expressivamente maiores que todas as demais variveis. Os dados deste trabalho indicam que a qualidade de vida de PVHAs afetada por outras variveis que no apenas os estgio da doença, principalmente a depresso. Finalmente, no terceiro artigo, apresentada a comparao entre o WHOQOL-HIV e o SF-36. Tanto o WHOQOL-100 como o SF-36 discriminaram bem a qualidade de vida entre os estgios da infeco na direo esperada: na comparao com os estgios assintomtico e sintomtico, o estgio AIDS apresentou escores significativamente inferiores. Isto s no aconteceu em dois domnios do WHOQOL-HIV, Meio Ambiente e Espiritualidade, os quais discriminaram apenas entre os pacientes com AIDS e sintomticos. Estes domnios provavelmente no tenham uma relao linear com a evoluo da doença. Como estes domnios so os domnios que se distanciam mais em seu construto do conceito de funcionamento e incapacitao talvez explique a menor sensibilidade em captar diferenas entre os diferentes estgios da doença. J os domnios do SF-36, uma medida que tem uma nfase em todos os seus domnios no status funcional parece ter captado com mais sensibilidade estas diferenas. Nas correlaes com BDI ambos apresentaram coeficientes de Pearson com valores de magnitude moderada a grande; j com a sub-escala IDATE-Trao as correlaes dos dois instrumentos foram de magnitudes menores, variando de pequena a moderada. Na correlao direta dos dois instrumentos entre si os oito domnios do SF-36 correlacionaram-se mais fortemente com trs domnios do WHOQOL-100 (Fsico, Psicolgico e Nvel de Independncia). Constatou-se neste estudo que o SF-36 confirma sua caracterstica de avaliar status funcional, enquanto o WHOQOL-100 demonstra ser um instrumento de qualidade de vida com construtos mais abrangentes.
Resumo:
A assistncia farmacutica no Programa Saúde da Famlia (PSF) do Municpio de Belm, descrita atravs das aes desenvolvidas nas Unidades de Saúde da Famlia, da identificao das maiores dificuldades e estratgias utilizadas para garantir o acesso e o uso correto dos medicamentos prescritos, e da percepo das diferentes vises dos profissionais e gestores sobre a assistncia farmacutica no PSF. Consiste em um estudo de caso desenvolvido na Secretaria Municipal de Saúde de Belm, com entrevistas semi-estruturadas e aplicao de questionrios aos profissionais envolvidos com o PSF, tanto na funo gerencial como na executora das aes que envolvem o ciclo da assistncia farmacutica. Os dados obtidos foram agrupados em seis categorias de anlise: a) concepo do Programa Saúde da Famlia em Belm, b) Poltica de Medicamentos com enfoque na fitoterapia, c) conceito e papel da assistncia farmacutica na integralidade e no aumento da cobertura das aes de saúde; d) dicotomia entre a resoluo do atendimento e o abastecimento existente; e) formao de recursos humanos adequados a uma nova proposta de assistncia farmacutica - uso racional de medicamentos; f) limitaes da Assistncia farmacutica no PSF. Os resultados indicam a percepo do ciclo da assistncia farmacutica reduzido ao seu processo final prescrio e dispensao de medicamentos, com sobrecarga de trabalho para mdicos e enfermeiros, e com recursos humanos no capacitados para desempenhar as atividades da assistncia farmacutica de forma adequada, demonstrando a necessidade de reorientao da assistncia farmacutica e do Programa Saúde da Famlia para atuar como estratgia de mudana no modelo de saúde vigente.