999 resultados para Índices de massa corporal
Resumo:
OBJETIVO: analisar a associação entre o estado nutricional pré-gestacional materno e os desfechos maternos - síndromes hipertensivas da gravidez, diabetes gestacional, deficiência de vitamina A e anemia - e do concepto - baixo peso ao nascer. MÉTODOS: estudo transversal, com 433 puérperas adultas (>20 anos), atendidas na Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e seus respectivos recém-nascidos. As informações foram coletadas em consulta a prontuários e entrevistas. O estado nutricional pré-gestacional materno foi definido por meio do índice de massa corporal pré-gestacional, segundo os pontos de corte para mulheres adultas da World Health Organization (WHO), em 1995. Estimou-se a associação entre os desfechos gestacionais e o estado nutricional pré-gestacional, por meio da odds ratio (OR) e intervalo de confiança (IC) de 95%. RESULTADOS: a freqüência de desvio ponderal pré-gestacional (baixo peso, sobrepeso e obesidade) foi de 31,6%. Considerando-se o estado nutricional pré-gestacional, aquelas com sobrepeso e obesidade apresentaram menor ganho ponderal do que as eutróficas e as com baixo peso (p<0,05). As mulheres com obesidade pré-gestacional apresentaram risco aumentado de desenvolver síndromes hipertensivas da gravidez (OR=6,3; IC95%=1,90-20,5) e aquelas com baixo peso pré-gestacional, maior chance de ter recém-nascidos com baixo peso ao nascer (OR=7,1; IC95%=1,9-27,5). Não foi evidenciada a associação entre estado nutricional pré-gestacional e o desenvolvimento de anemia, deficiência de vitamina A e diabetes gestacional. A média de ganho de peso entre as gestantes com sobrepeso e obesas foi significativamente menor, quando comparadas às eutróficas e às com baixo peso (p=0,002, p=0,049, p=0,002, p=0,009). CONCLUSÕES: a expressiva quantidade de mulheres com desvio ponderal pré-gestacional reforça a importância da orientação nutricional que favoreça o estado nutricional adequado e minimize os riscos de intercorrências maternas e do recém-nascido.
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OBJETIVO: avaliar os fatores relacionados à presença de recém-nascidos grandes para a idade gestacional nas gestantes com diabetes mellitus gestacional. MÉTODOS: no período de janeiro de 2004 a julho de 2006, foram selecionadas, retrospectivamente, 157 gestantes que apresentavam diabete mellitus gestacional e estavam em acompanhamento. Esse grupo foi dividido em dois subgrupos: um com recém-nascidos de peso adequado para a idade gestacional (n=136) e outro com recém-nascidos grandes para a idade gestacional (n=21). Foram comparadas as características maternas nos dois grupos. Para a análise da hipótese de igualdade entre a média dos dois grupos, utilizou-se o teste t de Student. E para que se testasse a homogeneidade dos grupos em relação às proporções, foi utilizado o teste do χ2. RESULTADOS: os grupos não apresentaram diferença significativa quanto à idade materna, índice de massa corporal, ganho de peso durante a gestação, número de gestações anteriores, glicemia de jejum no teste oral de tolerância à glicose após a ingestão de 75 g (TOTG 75 g), idade gestacional no momento do parto, valores glicêmicos durante o tratamento e o tipo de tratamento utilizado (p>0,05). No grupo com recém-nascidos grandes para a idade gestacional, observou-se valor de glicemia de duas horas no TOTG 75 g maior (p=0,02), a idade gestacional de início de tratamento maior (p=0,02), e um número menor de consultas realizadas no serviço (p<0,01). Ajustando-se a um modelo de regressão logística, foi encontrado, no valor da glicemia de duas horas do TOTG 75 g, o fator de maior importância (p<0,01) na predição de recém-nascidos grandes para a idade gestacional. CONCLUSÕES: os fatores que se relacionam melhor com a ocorrência de recém-nascidos grandes para a idade gestacional foram o início tardio do tratamento e, consequentemente, o menor número de consultas e, principalmente, o maior valor da glicemia de duas horas no TOTG 75 g.
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OBJETIVO: avaliar se a presença de resistência à insulina (RI) modifica fatores de risco cardiovascular em mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP). MÉTODOS: estudo transversal no qual 60 mulheres com SOP, com idade entre 18 e 35 anos e sem uso de hormônios, foram avaliadas. A RI foi avaliada por meio do quantitative insulin sensitivity check index (QUICKI). RI foi definida como QUICKI <0,33. As seguintes variáveis foram comparadas entre o grupo com e sem RI: antropométricas (peso, altura, circunferência da cintura, pressão arterial e frequência cardíaca), laboratoriais (homocisteína, interleucina-6, fator de necrose tumoral-α, testosterona, fração de androgênios livre, colesterol total e frações, triglicerídeos, proteína C reativa e insulina, glicose) e ultrassonográficas (distensibilidade e espessura íntima-média da carótida e dilatação mediada por fluxo da artéria braquial). RESULTADOS: Dezoito mulheres (30%) apresentaram RI. As mulheres com RI, comparadas às sem RI, apresentaram diferenças significativas nos seguintes marcadores antropométricos (SOP com RI e sem RI respectivamente): índice de massa corporal (35,5±5,6 versus 23,9±4,8 kg/m², p<0,01;), cintura (108,1±11,53 versus 79,5±11,1 cm, p<0,01) e pressão arterial sistólica (128,0±10,8 versus 114,0±8,9 mmHg, p<0,01) e pressão arterial diastólica (83,6±9,6 versus 77,0±7,5 mmHg, p=0,01). Também foram observadas diferenças significativas nos seguintes marcadores laboratoriais: triglicerídeos (120,0±56,5 versus 77,7±53,4 mg/dL, p=0,01), HDL (43,06±6,3 versus 40,4±10,8, p=0,01) e proteína C reativa (7,9±10,5 mg/L versus 2,6±3,2 mg/L, p<0,01), insulina (28,0±18,1 versus 5,3±2,4 µU/mL, p<0,01) e glicose (93,5±10,0 versus 87,5±8,7 mg/dL, p=0,02). Adicionalmente, dois dos três marcadores ultrassonográficos de risco cardiovascular também foram diferentes entre os grupos: distensibilidade carotídea (0,24±0,05 versus 0,30±0,08 mmHg-1, p<0,01) e espessura íntima-média da carótida (0,52±0,08 versus 0,43±0,09 mm, p<0,01). Além disso, a proporção de síndrome metabólica foi maior nas mulheres com RI (nove casos=50% versus três casos=7,1%, p<0,01). CONCLUSÕES: mulheres com SOP e RI apresentam diferenças significativas em vários marcadores ultrassonográficos, séricos e antropométricos que apontam para uma elevação no risco cardiovascular, quando comparadas a mulheres com SOP sem RI. Diante desses dados, a determinação sistemática da avaliação de RI em mulheres com SOP pode ajudar a identificar pacientes de risco cardiovascular.
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OBJETIVO: comparar os fatores ecográficos de risco cardiovascular em pacientes obesas e não obesas, com síndrome dos ovários micropolicísticos (SOMP). MÉTODOS: foram incluídas 30 pacientes obesas com SOMP (Índice de massa corporal, IMC>30 kg/m²) e 60 não obesas (IMC<30 kg/m²), com idade entre 18 e 35 anos neste estudo transversal. Foram avaliados: a dilatação mediada por fluxo (DMF) da artéria braquial, espessura íntima-média da artéria carótida (IMT), o índice de rigidez da artéria carótida (β), as medidas antropométricas, pressão sanguínea sistólica (PAS) e diastólica (PAD). As mulheres estavam sem nenhum tratamento prévio e nenhuma delas apresentava qualquer comorbidade (além da SOMP e/ou da obesidade).Na análise estatística, foram utilizados os testes t não-pareado ou de Mann-Whitney. RESULTADOS: as pacientes obesas com SOMP apresentaram maior peso em relação às não obesas (92,1±11,7 kg versus 61,4±10,7 kg, p<0,0001), bem como a medida da cintura que também, foi mais elevada nas pacientes obesas (105,0±10,4 cm versus 78,5±9,8 cm, p<0,0001). A PAS das pacientes obesas foi superior quando comparadas às não obesas (126,1±10,9 mmHg versus 115,8±9,0 mmHg, p<0,0001) e a IMT também foi maior nas obesas (0,51±0,07 mm versus 0,44±0,09 mm, p<0,0001). Não houve diferença entre os grupos quanto à dilatação mediada por fluxo (DMF) da artéria braquial ou ao índice de rigidez da artéria carótida (β). CONCLUSÕES: a obesidade em portadoras jovens de SOMP está associada a níveis pressóricos mais elevados e à alteração da estrutura arterial, representada pela maior espessura íntima-média da artéria carótida.
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OBJETIVO: comparar os níveis séricos de cinco marcadores de estresse oxidativo e os resultados de reprodução assistida (RA), entre pacientes com infertilidade por fator tubário e/ou masculino e portadoras de síndrome dos ovários policísticos (SOP). MÉTODOS: foram inclusos 70 pacientes, sendo 58 com infertilidade por fator tubário e/ou masculino e 12 com SOP, que foram submetidas à estimulação ovariana controlada para realização de injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI). A coleta de sangue foi realizada entre o terceiro e o quinto dia do ciclo menstrual, no mês anterior à realização da estimulação ovariana. Foram analisados os níveis de malondialdeído, hidroperóxidos, produtos de oxidação proteica, glutationa e vitamina E, pela leitura da absorbância em espectrofotômetro e por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). Para a análise estatística, utilizou-se o teste t de Student e o teste exato de Fisher. RESULTADOS: entre as pacientes com SOP, foi constatado maior índice de massa corporal, volume ovariano e número de folículos antrais e uma menor dose total utilizada de hormônio folículo estimulante. Não observamos diferença em relação à resposta à estimulação ovariana, aos resultados de RA e aos níveis séricos de malondialdeído, hidroperóxidos, produtos de oxidação proteica, glutationa e vitamina E entre os grupos. CONCLUSÕES: no estudo não evidenciamos diferença entre os níveis séricos de marcadores de estresse oxidativo, nem nos resultados de RA, comparando pacientes inférteis não-obesas com SOP e controles. Estes dados sugerem que, neste subgrupo específico de portadoras de SOP, os resultados de RA não estejam comprometidos. Todavia, as interpretações acerca da ação do estresse oxidativo sobre os resultados de RA ainda não estão claras e as implicações reprodutivas do estresse oxidativo precisam ser mais bem avaliadas.
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OBJETIVO: avaliar as características clínicas e laboratoriais de parentes de primeiro grau do sexo masculino de pacientes com diagnóstico confirmado de síndrome de ovários policísticos (SOP) e comparar os achados com um grupo controle sem história familiar de SOP. MÉTODOS: foram selecionados aleatoriamente 28 homens com idade entre 18 e 65 anos que possuíam parentesco de primeiro grau com mulheres diagnosticadas com SOP e 28 controles pareados por idade, cintura e índice de massa corporal (IMC). RESULTADOS: homens com parentesco de 1º grau com mulheres com SOP comparados ao Grupo Controle apresentaram níveis mais elevados de triglicerídeos (189,6±103,1 versus 99,4±37,1; p<0,0001), HOMA-IR (Homeostase Model Assesment) (3,5±9,1 versus 1,0±1,0; p=0,0077) e glicemia (130,1±81,7 versus 89,5±7,8; p=0,005), além de menores níveis da globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG) (23,8±13,8 versus 31,1±9,1; p=0,003). Os níveis de SHBG se correlacionaram independentemente com os níveis de triglicérides. Os parentes de 1º grau também apresentavam mais sinais clínicos de hiperandrogenismo. CONCLUSÕES: parentes de primeiro grau do sexo masculino das pacientes com SOP apresentam maior grau de dislipidemia e de resistência à insulina, além de níveis mais baixos de SHBG com mais sinais clínicos de hiperandrogenismo. Esses achados sugerem que a resistência à insulina pode ter origem hereditária em indivíduos com história familiar de SOP, independentemente de parâmetros antropométricos.
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OBJETIVO: avaliar o impacto das orientações alimentares sobre o controle de ganho de peso entre gestantes atendidas em um serviço público de saúde. MÉTODOS: o estudo foi desenvolvido em uma unidade de saúde de referência localizada na região metropolitana da cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Brasil. Trezentos e quinze gestantes entre a 10ª e 29ª semana gestacional foram randomizadas entre Grupo Controle e Intervenção. O Grupo Intervenção recebeu orientações alimentares de acordo com o estado nutricional, e as gestantes do Grupo Controle permaneceram no atendimento de rotina. Foram realizadas medidas de peso e altura, e calculou-se o índice de massa corporal (IMC). O estado nutricional pré-gestacional foi determinado de acordo com os seguintes critérios de IMC: baixo peso (<18,5 kg/m²); eutrofia (18,5 a 24,9 kg/m²); sobrepeso (25,0 a 29,9 kg/m²) e obesidade (>30 kg/m²). O estado nutricional durante a gestação foi obtido de acordo a com a curva de IMC para idade gestacional adotada pelo Ministério da Saúde no Brasil. Para análise dos dados, utilizou-se o risco relativo e respectivo intervalo de confiança de 95% e os testes t de Student e χ2. Considerou-se significância estatística o valor de p<0,05. RESULTADOS: a avaliação do estado nutricional pré-gestacional mostrou que 28,0% das mulheres apresentavam excesso de peso e 4,1%, baixo peso. Na primeira e última entrevista durante a gestação, as prevalências de excesso de peso foram de 36,2 e 46,0%, respectivamente. A intervenção mostrou-se efetiva em reduzir a velocidade do ganho de peso semanal das gestantes com excesso de peso (342,2 versus 420,2; p=0,01) e a prevalência de intercorrências clínicas (9,2 versus 24,85; p<0,001). CONCLUSÕES: as orientações alimentares foram eficazes em diminuir o ganho de peso de gestantes com excesso de peso e em reduzir intercorrências clínicas como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, baixo peso e prematuridade no Grupo Intervenção.
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OBJETIVO: correlacionar as queixas de incontinência urinária de esforço e os resultados da aplicação do pad test de uma hora em mulheres na pré e pós-menopausa. MÉTODOS: estudo transversal, composto por 60 voluntárias na pós-menopausa, divididas em dois grupos: um com 34 mulheres com queixa de perda involuntária de urina aos esforços, outro com 26 mulheres sem queixas de perda de urina aos esforços. Há também a presença de um Grupo Controle composto por 15 mulheres na pré-menopausa, com ciclo menstrual normal e sem queixas urinárias. Todas as mulheres foram avaliadas quanto à clínica e laboratorialmente, e submetidas ao pad test por uma hora. A paciente foi considerada incontinente quando o peso do absorvente após o teste foi maior do que 1 g. Os resultados obtidos foram submetidos à estatística descritiva, ao teste paramétrico ANOVA, ao pós-teste de Turkey e à correlação de Pearson. RESULTADOS: todas as mulheres na pós-menopausa apresentaram incontinência urinária de esforço durante o pad test, tanto as que referiram perda urinária (4 g), como as sem perda urinária prévia (3,5 g). Nessas mulheres, observou-se uma forte correlação das perdas de urina com o tempo de menopausa (r=0,8; p<0,01) e com o índice de massa corpórea (IMC) (r=0,7; p= 0,01). As mulheres na pré-menopausa mantiveram-se continentes durante o pad test (0,4 g). CONCLUSÕES: os resultados obtidos com a aplicação do pad test de uma hora mostraram que todas as mulheres na pós-menopausa apresentavam incontinência urinária de esforço, inclusive aquelas que não apresentavam queixa de perda de urina aos esforços. Essa perda de urina correlaciona-se com o tempo de menopausa e com o IMC.
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OBJETIVOS: conhecer o consumo dietético de gestantes avaliando a ingestão de macronutrientes e micronutrientes, e verificar o ganho ponderal materno na gravidez. MÉTODOS: estudo retrospectivo do período de junho de 2002 a junho de 2008 com gestantes que receberam orientação nutricional durante pré-natal em hospital universitário, agrupadas de acordo com o estado nutricional antropométrico classificado pelo índice de massa corpórea (IMC) pré-gestacional. O consumo dietético foi analisado pelas informações de entrevista de frequência alimentar realizada na primeira avaliação da gestante no serviço de nutrição, para obter os dados do hábito alimentar, calculando-se a ingestão de macronutrientes e micronutrientes. As gestantes receberam aconselhamento nutricional, e foi analisado o ganho ponderal materno na gravidez. RESULTADOS: do total de 187 gestantes que receberam orientação nutricional, 23 (12,2%) eram de baixo peso, 84 (45,0%), eutróficas, 37 (19,8%) com sobrepeso, e 43 (23,0%), obesas. As gestantes de baixo peso apresentaram menor consumo de lípides quando comparadas ao grupo com eutrofia (101,4 versus 137,3 g; p=0,043). A média do consumo de ferro foi maior nas gestantes eutróficas (14,6 mg/d) quando comparadas às com sobrepeso (12,2 mg/d) ou obesidade (10,9 mg/d; p<0,001). A média da ingestão de folatos foi maior nas gestantes eutróficas quando comparadas às obesas (336,5 versus 234,5 µg/d; p=0,002). O ganho de peso excessivo, acima do recomendado, foi significativamente mais frequente (p=0,009) nas gestantes com sobrepeso (56,7%) e obesidade (39,5%) quando comparadas às com baixo peso (17,4%) e eutrofia (31,0%). CONCLUSÕES: o ganho ponderal materno acima do recomendado associou-se ao sobrepeso e à obesidade. O consumo dietético de gestantes difere conforme o estado nutricional antropométrico materno, com menor ingestão diária de ferro nas gestantes com sobrepeso e obesidade, e menor ingestão de folatos nas obesas, o que reforça a importância da suplementação vitamínica pré-natal.
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OBJETIVO: avaliar as modificações do estado nutricional de nutrizes adolescentes em diferentes momentos no pós-parto. MÉTODO: estudo do tipo analítico observacional longitudinal, com acompanhamento de 50 nutrizes adolescentes da 5ª a 15ª semana pós-parto (SPP). O estado nutricional foi avaliado na 5ª, 10ª e 15ª SPP, com uso do Índice de Massa Corporal (IMC/idade). Foi utilizado o método colorimétrico para avaliação da hemoglobina e microcentrifugação para o hematócrito. Usou-se ANOVA com medidas de repetição e Tukey como pós-teste, para comparação das médias. Trabalhou-se com nível de significância de 5%. RESULTADOS: observou-se modificação no estado nutricional do período pré-gestacional para a 15ª SPP, com diminuição na frequência de voluntárias com baixo peso (de 21% para 9%) e aumento nos casos de sobrepeso (de 21% para 27%) e eutrofia (58% para 64%). Apesar de, em média, as concentrações de hemoglobina (12,3±1,7g/dL) e hematócrito (39,0±4,0%) apresentarem-se adequados, observou-se grande frequência de anemia (30%) durante todo o período estudado. CONCLUSÃO: os resultados mostram incremento no peso corporal em função do tempo de lactação, aumentando o problema da obesidade na adolescência. Também foi apontado que a anemia é um problema nutricional, não apenas durante a gestação, mas também na lactação em adolescentes. Portanto, deve-se prevenir e tratar possíveis deficiências nutricionais subclínicas existentes neste momento biológico.
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OBJETIVOS: analisar a força de propulsão na marcha e relacionar com as alterações nas dimensões dos pés e a influência sobre a qualidade de vida da gestante. MÉTODOS: dois grupos, um Controle (C), com 20 mulheres voluntárias não grávidas, e outro com 13 gestantes voluntárias que foram avaliadas nos três trimestres gestacionais (Gpri, Gseg, Gter). Os grupos foram submetidos a uma avaliação inicial; a uma avaliação da força de propulsão da marcha por meio da plataforma de força (Bertec); avaliação do comprimento e largura dos pés feita por técnicas de metragem; avaliação da perimetria realizada pelo método "figura em oito"; e avaliação da qualidade de vida obtida pelo Questionário World Health Organization Quality of Life Instrument Bref (Whoqol-bref). Foi utilizado o teste de Mann-Whitney para avaliar as diferenças entre o grupo C e Gpri; entre Gpri, Gseg e Gter utilizou-se o teste de Friedman e nos casos significativos aplicou-se o teste de Wilcoxon. Foi considerado um nível de significância de 5%. RESULTADOS: aumento da massa corporal (10,5 kg) e do edema dos tornozelos (2,4 cm) ao longo da gestação; observa-se diminuição da força de propulsão da marcha (10% da massa corporal) e maior oscilação mediolateral (10% da massa corporal) comparadas ao Grupo Controle; queda na qualidade de vida da gestante, principalmente no domínio físico. CONCLUSÃO: ocorrem alterações na marcha durante a gestação, levando a um risco maior de quedas e desconfortos musculoesqueléticos que pode influenciar na qualidade de vida da gestante.
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OBJETIVO: Caracterizar o perfil epidemiológico e nutricional de gestantes com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e os efeitos dessa infecção sobre o estado nutricional dessas mulheres durante a gravidez. MÉTODOS: Foi feito um estudo de coorte retrospectivo onde foram incluídas 121 gestantes com diagnóstico de infecção pelo HIV, gestação de feto único, que frequentaram pré-natal e fizeram o parto em uma unidade de referência para gestantes vivendo com HIV, no período de 1997 a 2007. Desfechos do estudo foram o estado nutricional inicial e final, avaliado pelo índice de massa corporal, o ganho ponderal, a anemia (hemoglobina <11 g/dL) e o baixo peso ao nascer. A análise bivariada investigou associação desses desfechos com variáveis sociodemográficas, clínico-assistenciais e características dietéticas. Foram estimados os riscos relativos (RR) com respectivos intervalos de confiança (IC) de 95%. RESULTADOS: No inicio da gravidez 11% das gestantes estavam com baixo peso, e no final da gravidez, essa prevalência foi de 29,3%. A baixa escolaridade, a infecção urinária e verminose estiveram associadas ao baixo peso gestacional final. O percentual de ganho ponderal insuficiente foi de 47,5%, gestantes eutróficas (RR=3,3 IC95% 1,3-8,1) e as gestantes sem companheiro (RR=1,5 IC95% 1,1-2,2) apresentaram um risco maior para esse desfecho. A prevalência de sobrepeso no início e no final foi de 26,8 e 29,4, respectivamente. Observou-se importante prevalência de anemia (61%). CONCLUSÕES: O elevado percentual de desfechos nutricionais desfavoráveis identificados neste serviço de referência com assistência multiprofissional para gestantes que vivem com HIV revela a necessidade de se estabelecer estratégias mais eficientes para lidar com complexo contexto que envolve a ocorrência do HIV, principalmente para aquelas gestantes de baixo nível socioeconômico, que não tem união estável.
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OBJETIVO: avaliar o efeito da terapêutica hormonal (TH) no peso de mulheres na peri-menopausa, assim como o efeito de diferentes regimes terapêuticos no referido parâmetro. MÉTODOS: estudo retrospectivo de 139 mulheres, com menopausa há menos de 2 anos, acompanhadas na consulta de climatério do nosso departamento. Obtiveram-se dois grupos: mulheres a quem se iniciou TH (n=89) e outro, grupo controle, sem terapia hormonal (n=50). Em cada grupo, foi avaliada a modificação ponderal no intervalo de 1 ano após a primeira consulta. Nas submetidas a TH, avaliou-se esse mesmo parâmetro em função de diferentes regimes terapêuticos preconizados: estrogênio isolado vs estroprogestagênio e dose standard vs baixa dosagem. A análise estatística foi realizada com recurso ao programa SPSS®, adotando-se como nível de significância valores p<0,05. RESULTADOS: os dois grupos foram semelhantes no que diz respeito a características basais e demográficas. No nosso estudo, constatou-se um aumento ponderal médio superior no grupo controle relativamente ao grupo de mulheres sob TH (434 vs 76 g), embora a diferença verificada não seja estatisticamente significativa (p=0,406); Nas usuárias de TH, aquelas sob estrogênio isolado tiveram um aumento ponderal acrescido face a mulheres sob terapêutica com estroprogestativo (775 vs 24 g), embora com diferenças não significativas, o mesmo sucedendo quando analisada a dosagem de TH inicialmente prescrita (92 vs 49 g). CONCLUSÕES: apesar da crença comum do aumento ponderal associado à TH, os resultados do estudo descrito parecem contrariar esse aspecto, não havendo um ganho ponderal adicional ao normalmente associado a este período da vida da mulher.
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OBJETIVO: Analisar a prevalência de resistência à insulina de acordo com diferentes medidas antropométricas e bioquímicas em mulheres com síndrome dos ovários policísticos. MÉTODOS: Foram analisadas, retrospectivamente, 189 pacientes com síndrome dos ovários policísticos. O diagnóstico de resistência à insulina foi obtido utilizando-se insulinemia, HOMA-IR, QUICKI, índice de sensibilidade à insulina e relação glicemia/insulina. Foram utilizados o índice de massa corpórea e o lipid accumulation product. Para análise dos resultados, aplicou-se a estatística descritiva, a ANOVA, o pós-teste de Tukey e a correlação de Pearson. RESULTADOS: As pacientes apresentaram média de idade de 24,9±5,2 e de índice de massa corpórea de 31,8±7,6. O percentual de pacientes obesas foi de 57,14%. Dentre os métodos de investigação de resistência à insulina, o índice de sensibilidade à insulina foi a técnica que mais detectou (56,4%) a presença de resistência à insulina nas mulheres com síndrome dos ovários policísticos. Em 87% das pacientes obesas, detectou-se a resistência à insulina. A relação glicemia/insulinemia de jejum e o índice de sensibilidade à insulina apresentaram correlação forte com o lipid accumulation product. CONCLUSÃO: A prevalência de resistência à insulina variou de acordo com o método utilizado e foi maior quanto maior o índice de massa corpórea. O lipid accumulation product também está relacionado à resistência à insulina.
Macroprolactinemia e hiperprolactinemia intermediária: manifestações clínicas e achados radiológicos
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OBJETIVOS: Caracterizar as pacientes com valores indeterminados de hiperprolactinemia (teste de PEG para identificação de macroprolactinemias com recuperação entre 30 e 65%) (PRLi) ou macroprolactinemia (PRLm), quanto às características clínicas, como intensidade e variação dos sintomas e presença ou não de tumores no sistema nervoso central. MÉTODOS: Estudo transversal, retrospectivo, de levantamento de prontuários, no qual foram incluídas 24 pacientes com diagnóstico de hiperprolactinemia (PRL>25 ng/dL), em idade reprodutiva, em seguimento em ambulatório de ginecologia endócrina. Foram incluídas 11 pacientes com PRLm e 13 com PRLi. Dos dois grupos (PRLm e PRLi), foram considerados para a análise registros dos dados relativos à idade, à paridade, ao índice de massa corporal, à presença de galactorreia, à infertilidade e ao tumor do sistema nervoso central. Os dados antropométricos foram expressos em média e desvio padrão e, para a comparação entre os grupos quanto à presença de tumor no sistema nervoso central, galactorreia e infertilidade, utilizou-se o teste t de Student. RESULTADOS: A galactorreia foi mais prevalente nas pacientes com PRLi (p=0,01). Setenta por cento das mulheres com PRLi apresentaram microprolactinoma de hipófise, enquanto que este achado foi evidente em 17% das mulheres com PRLm (p=0,04). Dentre as pacientes com PRLm e PRLi, nove não foram investigadas com imagem do sistema nervoso central por apresentarem níveis pouco elevados de prolactina (cinco portadoras de PRLm e quatro de PRLi). Não houve diferença significativa quanto à ocorrência de infertilidade ou de ciclos menstruais irregulares. CONCLUSÕES: Mulheres com hiperprolactinemia intermediária apresentam mais sintomas de galactorreia e maior incidência de tumores do sistema nervoso central do que aquelas com macroprolactinemia.