1000 resultados para Lactação Teses
Resumo:
A particularidade da secreo lctea caprina, do tipo apcrina, diferente da secreo mercrina da vaca, leva a erros de interpretao durante a realizao de tcnicas de avaliao da celularidade do leite de fmeas desta espcie. Portanto, o presente trabalho teve o objetivo de determinar a contagem de clulas somticas pelo mtodo indireto California Mastitis Test (CMT), e por mtodos diretos, incluindo a contagem por citometria de fluxo e a contagem microscpica direta, atravs da colorao de verde de metil e pironina-Y, alm de comparar os mtodos de contagem celular. Foram analisadas 102 amostras de 51 fmeas caprinas, das raas Saanen, Parda Alpina e Toggenburg, criadas no Estado de So Paulo. Os animais foram categorizados segundo a fase da lactação, exame fsico da glndula mamria e exame do leite. As amostras foram colhidas, aps a realizao do exame Califrnia Mastitis Test, em duas alquotas, uma destinada contagem celular automtica e a outra, a contagem microscpica direta, utilizando-se o corante verde de metil e pironina- Y. De acordo com os diferentes escores do CMT, observou- se 74,5% de amostras negativas, 8,8% de amostras com escore traos, 8,8% de amostras ligeiramente positivas (+), 6,8% de amostras fracamente positivas (++) e 0,9% de amostras fortemente positivas (+++). Os valores medianos das contagens de clulas somticas presentes no leite de cabras, avaliadas atravs de contador automtico e microscopia direta, e analisadas de acordo com os diferentes escores do CMT, foram, respectivamente, 181.000, 578.000, 628.000, 1.421.500 e 5.542.000 clulas/mL de leite e 74.991, 271.396, 71.420, 640.995 e 5.049.394 clulas/ mL de leite, nos escores negativo, traos, +, ++ e +++. Os valores medianos obtidos atravs da contagem de clulas somticas pelo mtodo automtico e microscpico direto, de acordo com as fases de lactação foram de 159.500, 508.000 e 277.500 clulas/mL de leite, e 62.493, 89.275 e 146.411. A correlao obtida entre a contagem celular automtica e microscpica direta foi de 88%. A partir dos resultados observados pode-se concluir que existe diferena na contagem celular determinada atravs do mtodo automtico e microscpico sendo este ltimo o mais adequado para a determinao da celularidade no leite de cabras.
Resumo:
O uso de medicamentos antimamticos especficos para vacas no perodo seco indicado para preveno de infeces na lactação seguinte. No obstante, a ao das clulas envolvidas no perodo de secagem tem fundamental importncia para a involuo da glndula mamria e seu restabelecimento para a lactação subseqente. A indisponibilidade de tais medicamentos para uso em cabras tem resultado na extrapolao do uso de produtos recomendados para vacas sem que se considerem as particularidades e diferenas antomo-fisiolgicas entre as espcies bovina e caprina. O presente estudo teve por objetivo avaliar a influncia de cinco antimamticos especficos para vacas secas sobre a funo dos fagcitos provenientes de leite caprino. Para tal, fez-se o isolamento de clulas somticas de 20 amostras de leite provenientes de 10 cabras lactantes, sem antecedentes de tratamento de mamite nos ltimos 30 dias, sob condies higinico-sanitrias de colheita e com resultados negativos ao cultivo microbiolgico do leite. As clulas aderidas a lamnulas de vidro foram confrontadas com formulaes contendo princpios ativos disponveis no mercado como Gentamicina (M1), Cefalnio Anidro (M2), Ampicilina (M3), Cloxacilina Benzatnica (M4) e Cefapirina Benzatnica (M5). Avaliou-se, por microscopia, a fagocitose de partculas de Zymosan. As mdias dos ndices de fagocitose das clulas submetidas ao tratamento com M2 (15,12% 16,22), M3 (6,02% 7,96), M4 (4,54% 5,45) e M5 (2,47% 4,64) foram menores (p<0,001) que a mdia dos ndices de fagocitose do grupo controle (40,67% 19,68). A mdia dos ndices de fagocitose das clulas submetidas ao tratamento com M2 foi maior (p<0,05) que as mdias dos tratamentos com M3, M4 e M5 enquanto estas foram estatisticamente iguais entre si. As amostras celulares submetidas ao medicamento M1 exibiram adeso insuficiente ou ausente s lamnulas, inviabilizando a avaliao da fagocitose por meio da tcnica utilizada. Os resultados obtidos permitem concluir que os medicamentos estudados exerceram influncia negativa sobre os fagcitos do leite, porm, esta interferncia sobre as funes das clulas somticas no pode por si s determinar o insucesso da terapia proposta para o perodo seco, pois deve ser considerada, outrossim, a eficcia do princpio ativo sobre o patgeno causador do processo infeccioso.
Resumo:
Objetivou-se com este trabalho estudar a etiologia da mastite em ovelhas na regio nordeste do Par, alm de estabelecer o perfil de sensibilidade das bactrias isoladas frente a antimicrobianos. Foram examinadas 176 ovelhas da raa Santa Ins, em lactação, mantidas em sistema semi-intensivo, pertencentes a sete propriedades especializadas na criao de ovinos. Foi realizado o exame clnico da glndula mamria, o exame macroscpico da secreo lctea por meio do Teste da Caneca Telada, o California Mastitis Test (CMT), o exame microbiolgico do leite e o antibiograma. Das 352 metades mamrias estudadas (176 ovelhas), 21 (5,97%) apresentaram mastite clnica, 26 (7,39%) apresentaram mastite subclnica e 305 (86,64%) metades mamrias foram negativas. A maioria dos animais acometidos pela mastite estava no tero mdio da lactação, com menor nmero de crias e maior nmero de lactaes. Na mastite clnica (MC) as bactrias isoladas foram Staphylococcus spp. coagulase negativo (42,9%); Staphylococcus aureus (9,52%); Streptococcus spp. (4,76%) e Escherichia coli (4,76%). As associaes observadas foram Staphylococcus aureus e Streptococcus spp. (4,76%); Staphylococcus spp. coagulase negativo no hemoltica, Staphylococcus spp. coagulase negativo hemoltica e Staphylococcus spp. coagulase negativo pigmento no hemoltica (4,76%). J na mastite subclnica (MSC), as bactrias isoladas foram Staphylococcus spp. coagulase negativo (26,9%); Staphylococcus aureus (15,4%); Streptococcus spp. (7,69%); Escherichia coli (7,69%) e Citrobacter freundii (11,5%). A associao observada foi Staphylococcus spp. coagulase negativo no hemoltica e Staphylococcus spp. coagulase negativo hemoltica (3,85%). Os antimicrobianos com maior eficcia contra os agentes isolados Gram positivos foram penicilina/novobiocina (100%), cefalotina (100%) e florfenicol (100%) e contra o Citrobacter freundii foram a ampicilina (100%) e florfenicol (100%). J em relao a Escherichia coli, 66,7% dos isolados mostraram-se resistentes ampicilina, cefalotina, florfenicol e tetraciclina. A mastite est presente em ovelhas no estado do Par, havendo a necessidade de estimar, em estudos futuros, as perdas econmicas causadas por essa enfermidade. O CMT apresentou resultados satisfatrios, podendo ser recomendado como teste de triagem para o diagnstico de casos individuais de mastite subclnica em ovinos, uma vez que apresentou boa relao com o exame microbiolgico. No antibiograma foi observado que a maioria dos agentes isolados apresenta-se sensvel aos diferentes antimicrobianos testados, sendo os antibiticos com melhor eficincia o florfenicol e a cefoxitina.
Resumo:
Neospora caninum um agente envolvido em perdas reprodutivas em bovinos. O diagnstico dessa infeco de grande importncia, principalmente para programas de erradicao e controle. Sendo assim, os objetivos deste estudo foram: (1) adaptar uma reao de imunofluorescncia indireta (RIFI) para deteco de anticorpos anti-N. caninum no leite, a partir de uma RIFI padronizada para a deteco desses anticorpos no soro sanguneo, (2) analisar a concordncia entre a deteco desses anticorpos pela RIFI no soro sanguneo e no leite de fmeas bovinas, (3) avaliar a viabilidade da RIFI para a deteco de anticorpos anti-N. caninum em amostras coletivas de leite. Foram testadas amostras de soro sanguneo e de leite, coletadas de 112 vacas em lactação, e seis amostras coletivas de leite, correspondentes a cada uma das propriedades avaliadas. Encontrou-se 78% de concordncia entre a deteco de anticorpos no soro sanguneo (com ttulo de anticorpos >50) e no leite, com sensibilidade de 90% e especificidade de 100% para a RIFI nas amostras de leite. Entretanto, para as vacas com ttulos de anticorpos >100 no soro sanguneo, tanto a concordncia como os valores de sensibilidade e especificidade da RIFI no leite foram de 100%. Todas as amostras coletivas de leite foram positivas na RIFI. Isso demonstra que, conforme a propriedade pode-se eleger com segurana qual a melhor abordagem diagnstica a ser adotada em relao coleta de soro sanguneo ou de leite para a pesquisa de N. caninum pela RIFI. Alm disso, a determinao da presena de anticorpos em amostras coletivas de leite pode servir para diagnstico e triagem de rebanhos com animais infectados.
Resumo:
Avaliou-se a utilizao da vacina Escherichia coli J5, na imunizao de vacas leiteiras, para preveno e controle da mastite causada por E. coli atravs da anlise da prevalncia das infeces intramamrias (IMM) no ps-parto, ocorrncia e intensidade dos casos clnicos de mastite nos primeiros 100 dias de lactação, influncia na contagem de clulas somticas (CCS) e produo de leite. O grupo experimental foi composto de 187 animais, divididos em 2 grupos, vacas vacinadas e no vacinadas. As imunizaes ocorreram 60 dias antes do parto, 30 dias antes do parto e na primeira semana ps-parto. No dia da secagem e sete dias aps o parto foram coletadas amostras para diagnstico microbiolgico dos patgenos causadores de mastite. A ocorrncia de casos clnicos foi verificada pelo teste da caneca durante as ordenhas sendo registrados os dados relacionados intensidade. Amostras foram coletadas mensalmente, a partir do dcimo dia de lactação, para avaliao da CCS. A produo de leite foi registrada mensalmente nos primeiros 100 dias de lactação. Verificou-se no grupo vacinado, reduo na prevalncia de E. coli no ps-parto, na ocorrncia de casos clnicos por E.coli nos primeiros 100 dias de lactação bem como na intensidade destes casos clnicos. No foram observadas diferenas estatsticas significativas na CCS, entretanto vacas vacinadas apresentaram maior produo de leite, comparadas s vacas no vacinadas. A vacinao com E. coli J5 foi eficaz em reduzir a prevalncia de infeces intramamrias (IMM) ao parto, ocorrncia e intensidade dos casos clnicos e aumento na produo de leite nos primeiros 100 dias de lactação.
Resumo:
Este estudo teve por objetivo avaliar o metabolismo energtico, proteico e mineral de ovelhas Santa Ins hgidas e com mastite subclnica acompanhadas durante o final da gestao e na lactação. Foram acompanhadas ovelhas submetidas ao mesmo sistema de criao semi-intensivo. Os animais foram avaliados conforme os momentos a seguir: 10 dias que precedeu o parto (dap) e 15 dias ps parto (dpp), 30 dpp, 60 dpp e 90 dpp. Os metablitos sanguneos foram avaliados a partir do momento que antecedeu ao parto e os metablitos no soro lcteo nos momentos subsequentes. Aps exame clnico e bacteriolgico foi realizada a triagem das ovelhas acompanhadas neste estudo, sendo 12 hgidas e 18 com mastite subclnica. Durante a lactação, mantendo os mesmos critrios de triagem, foram selecionadas 11 glndulas mamrias sadias e 20 infectadas, das quais foi colhido o leite para obteno do soro lcteo. Foram mensurados no soro sanguneo os metablitos do perfil energtico (cidos graxos no esterificados (AGNEs), β-hidroxibutirato (BHB), frutosamina, colesterol e triglicrides), do perfil proteico (protena total, albumina, uria e creatinina) e do perfil mineral (ferro, cobre, zinco, magnsio, clcio total, clcio ionizado, sdio e potssio). No soro lcteo foram mensurados os ons clcio, sdio e potssio, bem como os AGNEs e o BHB. A bioqumica sangunea revelou haver influncia (P<0,05) do perodo do periparto e da lactação sobre as concentraes sanguneas dos AGNEs, BHB, colesterol, albumina, uria, clcio ionizado e no soro lcteo sobre o on potssio. As ovelhas portadoras de mastite subclnica apresentaram valores sanguneos superiores (P<0,05) de colesterol, albumina e cobre e no soro lcteo teores superiores do on sdio e dos AGNEs e inferiores do on potssio. O bom escore corporal das ovelhas observado durante o estudo aliado aos achados bioqumicos permitiu concluir ter ocorrido maior requerimento energtico no primeiro ms da lactação, porm no o suficiente para desencadear qualquer transtorno metablico e o aparecimento de um quadro de cetonemia, sendo estas discretas alteraes mais expressivas nas ovelhas com mastite subclnica.
Resumo:
A mastite em ovelhas da raa Santa Ins apresenta-se como um problema de grande proporo e gravidade e dificilmente tratada com sucesso. O objetivo deste estudo foi caracterizar aspectos clnicos, epidemiolgicos e etiolgicos da mastite clnica em ovelhas de corte criadas no norte do Paran. O presente estudo foi realizado entre os meses de outubro de 2009 a setembro de 2010 envolvendo 54 rebanhos de ovinos de corte de diferentes raas. Durante as visitas s propriedades, um questionrio foi preenchido com a finalidade de caracterizar o problema. Setenta ovelhas com mastite clnica foram examinadas e amostras de secreo lctea foram colhidas para exame microbiolgico. A mastite foi considerada um problema relevante em 39 propriedades (72,3%), com frequncia mdia de 6,74%. Casos crnicos e agudos de mastite foram observados em 69% e 31% das ovelhas examinadas, respectivamente. Em ambos os casos, a mastite flegmonosa foi a forma mais encontrada (65,5% dos casos). O agente etiolgico mais prevalente foi Staphylococcus coagulase negativo (54,5%), seguido por S. aureus e A. pyogenes (11,5% cada). Mannheimia haemolytica foi isolada em dois casos. Sistema de criao no extensivo e raa Santa Ins foram identificados como fatores de risco para o desenvolvimento de mastite clnica. Secagem das fmeas aps 120 dias de lactação e separao de fmeas doentes do rebanho foram associadas com menor ocorrncia da doena. Recomenda-se a limpeza adequada das instalaes e a secagem mais tardia, principalmente em rebanhos Santa Ins.
Resumo:
A Hipocalcemia No Puerperal (HNP) uma condio rara e pouco compreendida. No h estudos que expliquem a sua relao com a ingesto de pastagens de inverno como base da alimentao volumosa. Os objetivos deste trabalho foram descrever aspectos clnicos de dois casos naturais de HNP, e estudar o balano mineral e eletroltico de vacas leiteiras de alta e de mdia produo alimentadas em pastagem de inverno em diferentes estgios de evoluo. Foram acompanhados dois casos de HNP em vacas leiteiras, mantidas em pastagens de aveia ou de azevm no municpio de Francisco Beltro, PR. De trs propriedades localizadas no mesmo municpio, foram selecionadas vacas lactantes hgidas de alta produo da raa Holandesa (n=11) e de mdia produo das raas Holandesa (n=8) e Jersey (n=9), mantidas em pastagem mista de aveia e azevm, de junho a outubro de 2011, e complementadas com silagem de milho. Amostras de sangue, de urina e dos alimentos ingeridos foram colhidas antes do ingresso na pastagem (maio), e nos estgios inicial (junho), intermedirio (julho) e final (setembro) do ciclo de maturao da forragem. Foram determinadas as concentraes sricas e urinrias de Ca, P, Mg, Na+, K+, Cl- e creatinina e calculada as excrees fracionadas. Nas amostras de alimento foram determinadas a matria seca (MS) e as concentraes de Ca, P, Mg, Na, K, Cl e S, e calculou-se a diferena entre ctions e nions da dieta (DCAD) nos diferentes momentos. Com base nas evidncias pode-se afirmar que vacas leiteiras em lactação mantidas em pastagem de aveia e/ou de azevm nos meses de inverno podem desenvolver hipocalcemia e exibir sinais clnicos e resposta ao tratamento similares aos da hipocalcemia puerperal clssica, mesmo no sendo recm paridas. A ingesto de aveia e azevm, substituindo parcialmente a silagem de milho como volumoso da dieta, no provoca desequilbrio eletroltico e no interfere com a calcemia, a fosfatemia ou a magnesemia de vacas lactantes de alta e de mdia produo. A utilizao das forrageiras de inverno como a nica ou principal fonte de volumoso da dieta parece ser o fator desencadeante da doena e pode estar relacionada com o excesso de ctions ingeridos devido elevada concentrao de K, principalmente, quando a planta jovem.
Resumo:
As mastites esto entre as principais causas de prejuzo para produtores de leite. Em casos graves de hiperqueratose, o canal do teto pode se tornar uma barreira mais fcil para que as bactrias penetrem na glndula mamria. Os objetivos deste estudo foram avaliar um dispositivo fotobiomodulador de LED para tratamento e preveno de hiperqueratose de teto e preveno da mastite subclnica em um rebanho de leite com alta prevalncia de hiperqueratose (35,3% de casos graves). Foram utilizadas 60 primparas para o experimento de preveno e 30 vacas com hiperqueratose para o experimento teraputico. Em ambos os experimentos, metade dos animais foram tratados com o dispositivo fotobiomodulador trs vezes por semana, durante 6 semanas. Os outros animais foram os controles. Imagens fotogrficas digitalizadas foram realizadas na avaliao inicial e, semanalmente, por 6 semanas consecutivas. Nas primparas, novas avaliaes foram realizadas entre 6 e 7 meses de lactação. Para avaliao da mastite subclnica, contagem de clulas somticas (CCS) foram feitas mensalmente. No experimento preventivo, o dimetro externo das leses permaneceu constante nos tetos do grupo tratado, enquanto houve aumento no grupo controle. No experimento teraputico no foram observadas diferenas estatsticas entre as variveis de hiperqueratose. Contudo, o grupo tratado apresentou menor incidncia de mastites subclnicas (CCS < 250 clulas/mL) por lactação do que o grupo controle (P<0,05). Em concluso, o tratamento no foi efetivo em prevenir o desenvolvimento ou reduzir leses instaladas de hiperqueratose de teto. Contudo, o uso prottipo se mostrou til e promissor como adjuvante na preveno do aumento de tamanho das leses de hiperqueratose de teto em primparas e como forma de reduzir incidncia de mastite subclnicas em vacas leiteiras j acometidas.
Resumo:
A mastite bovina uma doena importante na bovinocultura de leite, devido sua alta incidncia e perdas econmicas associadas principalmente com a produo de leite reduzida e aos custos do tratamento. O uso de antimicrobianos para o tratamento de casos clnicos e no perodo seco tem levantado preocupaes quanto seleo de cepas bacterianas resistentes. Isso tambm pode refletir na sade pblica, uma vez que bactrias resistentes, como o Staphylococcus aureus meticilina-resistente (MRSA), podem ser transmitidas aos seres humanos por contato direto com animais infectados ou produtos lcteos. A resistncia das bactrias aos agentes antimicrobianos aumentou, em geral, devido a tratamentos ineficazes. Estudos realizados no Brasil com amostras no planejadas mostram aumento no padro de resistncia, principalmente em S. aureus. A exposio ao tratamento antimicrobiano repetido ao longo das lactaes consecutivas de vacas pode ser um fator predisponente para o desenvolvimento da resistncia antimicrobiana em bactrias que infectam o bere. Assim, o objetivo deste estudo foi determinar a possvel associao causal entre resistncia antimicrobiana em bactrias isoladas a partir do leite bovino e dados como idade e perodo de lactação. As amostras de leite foram coletadas de 21 rebanhos leiteiros do Rio Grande do Sul, Brasil, selecionados aleatoriamente a partir da populao-alvo de 1.656 exploraes leiteiras semi-intensivas, estratificada por tamanho do rebanho. A bactria foi considerada a unidade amostral, e para a estimativa de prevalncia foram utilizados os seguintes parmetros: uma frequncia de 35% de Staphylococcus sp. resistentes penicilina; um nvel de confiana de 90%; e uma preciso absoluta de 12%. As bactrias foram isoladas de amostras de leite compostas de todos os quartos mamrios de cada vaca aps descartar os primeiros trs ou quatro jatos de leite. Para acessar os potenciais fatores de risco, caractersticas dos animais foram obtidas atravs de uma entrevista com os produtores. Os exames laboratoriais foram realizados de acordo com as recomendaes do National Mastitis Council. Um total de 242 isolados foi obtido de 195 vacas a partir da amostra do rebanho total (251 vacas). A prevalncia de infeces foi descrita em grupos de acordo com o perfil epidemiolgico: bactrias ambientais, contagiosas e outras. Estas perfizeram 57,3%, 26,3% e 11,2%, respectivamente, dos animais amostrados. Testes de suscetibilidade antimicrobiana contra 12 diferentes antimicrobianos foram realizados em 159 isolados. No total, 30% dos isolados testados mostraram resistncia a pelo menos trs grupos diferentes de antimicrobianos e foram classificados como multirresistentes. Foram observadas as freqncias mais elevadas de resistncia contra a ampicilina para os estafilococos coagulase-negativo, seguida de eritromicina para estafilococos coagulase-positivo e tetraciclina para estreptococos. A anlise de regresso logstica mostrou uma relao significativa entre a idade das vacas e a presena de estafilococos coagulase-positivo multirresistentes e distribuio de classes diferentes de bactrias nos diferentes estratos etrios, o que sugere uma concorrncia dinmica ao longo do tempo (p < 0,05). Animais com trs a quatro anos tiveram 13,7 vezes mais chances (IC95% 1,4 - 130,2, p = 0,02) de ter estafilococos coagulase-positivo multirresistentes em comparao com aqueles com dois ou trs anos. O tempo de exposio a agentes infecciosos e consequentes terapias sugere uma maior chance de colonizao do bere por patgenos resistentes devido presso de seleo repetida durante a vida.
Resumo:
O presente estudo teve por objetivo avaliar a correspondncia entre fatores socioeconmicos de 171 produtores de leite (escolaridade, volume de produo diria e tempo na atividade) de 96 municpios do Estado de So Paulo, e a percepo de risco no uso de produtos veterinrios, por meio de entrevista individual e da anlise de correspondncia mltipla. Produtores com grau de escolaridade fundamental tendem a ordenhar animais tratados com carrapaticidas, no descartar o leite de vacas em tratamento para mastite, no receber bonificao por qualidade e no usar EPIs. J produtores com grau de instruo superior tendem a declarar que descartam o leite de vacas em tratamento para a mastite, a receber bonificao por qualidade, a participar de treinamento e a usar EPIs. Produtores com menos de 50 litros de leite dirios tendem a declarar que no observam o perodo de carncia dos produtos veterinrios e so os que mais responderam incorretamente o perodo de carncia de dois produtos empregados na propriedade, vermifugam animais em lactação e no recebem bonificao por qualidade. Produtores com mais de 500 litros de leite dirios tendem a declarar que observam o perodo de carncia dos produtos veterinrios, tendem a responder corretamente o perodo de carncia de dois produtos, a receber bonificao por qualidade, a participar de treinamento e a usar EPIs. Foi possvel evidenciar que dentro das variveis selecionadas h categorias ou grupos de produtores de leite para os quais o perigo sanitrio mais visvel e outros para os quais o perigo menos visvel. Nesse contexto, necessrio e urgente a execuo de programas sanitrios contemporneos nas unidades rurais de produo de leite, a atualizao dos servios de assistncia tcnica e extenso rural (pblica e privada), com enfoque distinto e complementar ao atual e o desenvolvimento de aes efetivas de educao sanitria.
Resumo:
A qualidade da dieta ofertada às vacas em lactação é uma preocupação dos agentes de saúde devido à possibilidade da detecção de micotoxinas prejudiciais a saúde humana e animal. Os objetivos do trabalho foram avaliar o perfil da micobiota, determinar a atividade de água (Aa) e a ocorrência natural de aflatoxina B1 (AFB1) em dietas ofertadas a vacas em lactação de fazendas leiteiras no estado de São Paulo, Brasil. As amostragens das dietas foram realizadas diretamente dos cochos de lote de 15 vacas, em dois dias consecutivos com intervalos de 24h e a cada 15 dias, perfazendo um período de 45 dias de amostragens por fazenda. A purificação e determinação de AFB1 foram realizadas em colunas de imunoafinidade e Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). O estudo da micobiota presente nas amostras das dietas (288) revelou que as leveduras foram predominantes em todas as dietas (83,97 a 99,98%). Foram isolados 15 gêneros de fungos filamentosos, com os gêneros Aspergillus spp (20,09%), Fusarium spp (14,16%) e Penicillium spp (11,48%) os mais prevalentes. As contagens de Unidades Formadoras de Colônias por grama de alimento (UFC. g-1) variaram de 102 a 1011. A atividade de água das amostras variou entre 0,91 a 0,98. Foi detectada a presença de AFB1 em 31,44% das amostras com teores entre 1,68 a 194,51μg.kg-1. Medidas de boas práticas de produção, estocagem e utilização devem ser tomadas para diminuir a ocorrência de AFB1 nas dietas ofertadas às vacas em lactação.
Resumo:
Resumo: A mastite a principal afeco do gado destinado produo leiteira, que impacta significativamente a cadeia produtiva do leite, com reflexos ainda para a sade pblica. Estudou-se aspectos relacionados etiologia, celularidade e de contagem bacteriana em 10 propriedades leiteiras, localizadas no Estado de So Paulo. Foram examinadas 1148 vacas em lactação, totalizando 4584 glndulas mamrias. Foram considerados os casos, em que houve isolamento de estafilococos coagulase positiva (SCP) e estafilococos coagulase negativa (SCN). Os resultados revelaram microbiota com vrios patgenos e diferentes espcies de SCN (128 casos) e SCP (45), Staphylococcus aureus(90), Streptococcus agalactiae(70), Streptococcus dysgalactiae (69), Streptococcus uberis(29), Corynebacteriumspp. (230), Klebsiella pneumoniae(28), Klebsiella oxytoca(2), Escherichia coli(15), Enterobactersp. (3). Os resultados de contagem de clulas somticas (CCS) relacionados aos SCP e SCN no mostraram diferenas entre as propriedades avaliadas, entretanto com diferenas significantes ao se avaliar a CCS entre os dois grupos de estafilococos, como pode ser evidenciado ao comparar SCN Discreto e SCP exuberante (P<0,01), SCP Discreto e SCP exuberante (P<0,001) e SCN moderado e SCP exuberante (P<0,01). A avaliao da CCS relacionada intensidade da infeco, considerando-se como crescimento discreto o isolamento de at nove colnias, moderado de dez a 29 colnias e exuberante, com 30 ou mais colnias, revelou para ambos os grupos de estafilococos que quanto maior o nmero de unidades formadoras de colnias (UFC), a CCS mais elevada, sendo sempre maior nos casos de SCP. Conclui-se que quando h maior nmero de UFC, h concomitantemente maior CCS/mL de leite, no caso dos SCP e SCN, o que mostra relao direta da intensidade do processo infeccioso com a resposta da celularidade do leite, bem como pela relevncia desses na etiologia das mastites e dos aspectos negativos tanto para a produo, quanto na qualidade do leite produzido nas propriedades.
Resumo:
Durante um ano, trabalhou-se com o leite de conjunto produzido por trs grupos distintos de cabras "Saanen", perfazendo um total varivel entre 44 e 56 animais em lactação e um total de 179 amostras analisadas, nas quais determinou-se a composio qumica, o perfil nitrogenado e as principais caractersticas fsico-qumicas. Para a composio geral, os valores determinados foram: 3,27% para protena total, 3,74% para gordura, 4,35% para lactose, 0,74% para cinzas e 88,49% para gua. O perfil nitrogenado distribuiu-se em: 3,27% para protena bruta (PB), 2,97% para protena verdadeira (TP), 2,43% para a frao casenas (C), e 0,84% para as protenas do soro (PS), incluindo 0,30% para a frao nitrogenada no protica (NNP). As caractersticas determinadas foram: 1,0324 para a densidade a 15C, 6,65 para o pH a 25C, 16,11D para a acidez, 0,172 g% para o teor de cloretos, -0,574H para o ponto de congelamento, 11,51% para slidos totais (ST), 7,77% para slidos desengordurados (SD), 12,45% para o extrato seco total (EST) calculado e 8,90% para o extrato seco desengordurado (ESD), tambm calculado.
Resumo:
O leite humano a primeira fonte de nutrientes que uma criana necessita para seu crescimento nos primeiros meses de vida. Os teores de muitos elementos minerais podem variar devido a alguns fatores, como a gentica, a nutrio materna, o perodo de lactação e tambm entre os grupos tnicos. O objetivo deste trabalho foi de validar o uso do mtodo de digesto por via seca (cinzas) e a tcnica de espectrometria de emisso (ICP OES) para a quantificao dos elementos minerais Ca, P, Na, k, Mg, Zn, Fe e Mn presentes em 151 amostras de leite materno procedentes de doadoras de bancos de leite humano de Marlia, SP. Os valores obtidos para os elementos minerais (mg L-1) nas amostras de leite variaram entre: Ca=145 a 478; P=87 a 293; Fe=0,03 a 1,13; k=271 a 1159; Mg=14,8 a 60,0; Na=54 a 933 e Zn=0,38 a 5,82. Para o Mn, os resultados obtidos foram inferiores ao limite de quantificao do mtodo (0,02 mg L-1). Os valores obtidos para preciso e exatido do mtodo (%) foram, respectivamente: Ca=1 e 96; P=1 e 98; Fe=4 e 83; k=1 e 99; Mg=1 e 97; Na=1 e 98; Zn=8 e 96; Mn=8 e 82. De acordo com os resultados obtidos, foi verificado que o mtodo apresentou preciso e exatido satisfatrias para todos os elementos estudados.