918 resultados para Psicologia Social - História
Resumo:
Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES)
Resumo:
A presena de migrantes na Regio Amaznica constitui fato histrico que atenta a pensar fixao e interao com os demais grupos existentes. Pensando a migrao como um processo histrico e social, nestas anlises, busco entender os elementos que compem a identidade dos cearenses na cidade de Santarm - Par, medida que, quando empreendem em seus discursos e prticas sua diferenciao com os paraenses a partir das relaes de famlia e casamento. Assim, torna-se necessrio categorizar a naturalidade e pensar as prticas de casamento como homogmicas, mapear as estratgias utilizadas no intuito de estabelecer unies preferenciais. O confronto e interao entre geraes ajuda perceber como ocorre o processo educativo na busca da permanncia dos valores do grupo e na continuidade da compreenso e do sentido de famlia.
Resumo:
Esta dissertao insere-se dentro de uma proposta que pretende recompor a história social da medicina no Par sob uma nova perspectiva. Analisar a construo do poder e prestgio da medicina cientfica e dos mdicos na sociedade paraense da virada do sculo XIX para o sculo XX o principal objetivo deste trabalho. A inteno mostrar que, longe de gozar de uma hegemonia no universo da cura e dispor de um poder imanente capaz de modelar a sociedade da poca, os mdicos ainda enfrentavam enormes dificuldade para legitimar sua cincia entre as mais diversas categorias sociais. Enquanto as autoridades republicanas, em nome da Civilizao nos trpicos, seguiam com sua poltica de higienizao do espao urbano e combate s epidemias, a populao paraense persistia na busca de alvio de suas mazelas nas tradicionais artes de curar. No entanto, se a medicina popular constitui-se em um dos maiores empecilhos para a afirmao dos mdicos acadmicos como senhores da cura, a desunio, a falta de tica e consenso no interior da classe mdica no deixaram de ser alguns dos fatores marcantes do descrdito que pairava sobre a figura dos representantes da medicina oficial em plena Repblica brasileira. Para enfrentar tantos problemas, os mdicos, pouco a pouco, procuram superar suas diferenas e criaram regras e laos de solidariedade capazes de uni-los em torno de objetivos em comum, consolidando uma identidade de grupo que fortaleceu sua corporao e lutou pelo prestgio e poder que eles tanto almejavam.
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A presente dissertao pretende investigar as estratgias de mulheres, escravos, ex-escravos e homens livres, percebendo a configurao da manuteno de seu patrimnio e a administrao de seu lar, a partir do vis da distribuio de bens na cidade Belm do Gro-Par, na primeira metade do sculo XIX. Assim, perceber, atravs dos testamentos do perodo de 1800-1850, os espaos, papis e encargos das mulheres e escravos na transmisso de bens. As mulheres que assumiam a manuteno do lar desempenhavam funes culturalmente masculinas e, sozinhas, passavam a prover o lar na parte econmica e educacional de suas famlias. Outro enfoque de anlise refere-se presena dos cativos nos testamentos, o que imprescindvel para esboar um panorama do valor econmico e social dos escravos. Tambm, importante compreender as diversas utilizaes dos escravos para os senhores no ato da confeco do testamento. Desta forma, se procura elucidar quais critrios eram utilizados para a descrio dos bens (escravos), abordando as concesses de liberdade feitas atravs dos testamentos. Faz-se relevante abordar a dinmica que envolveu homens e mulheres durante o fazer de seus testamentos. Este estudo possibilita reverberar sobre o cotidiano dos moradores da cidade de Belm do Gro-Par e suas ltimas disposies durante o ato de testar.
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Obrigados a enfrentar uma grave crise epidmica desencadeada ao longo de quase toda a segunda metade do sculo XIX, os habitantes de Belm assistem, a partir daquele momento, a uma intensa mobilizao social em prol da preservao da sade pblica, que h muito deixara de ser objeto de interesse do Governo Provincial e que agora se via ameaada pela fria da febre amarela, da clera e da varola, que vinham desordenadamente fazendo suas vtimas pela cidade. Diante disso, esta dissertao procura analisar alguns mecanismos empregados para conter o aumento dos casos das doenas na Capital da Provncia do Par, destacando as estratgias sanitrias propostas pelos facultativos ligados cincia mdica, levadas a cabo, muitas vezes sem resultado, pelo poder pblico, mas que interferiram e modificaram significativamente as prticas de assistncia aos enfermos mais necessitados, que geralmente eram socorridos em nome da caridade no Hospital da Santa Casa de Misericrdia. A falta de conhecimento sobre a etiologia das molstias trouxe tona ainda um acirrado conflito ideolgico entre os mdicos, que divergiam quanto aos possveis fatores que motivaram as epidemias e o tipo de teraputica a ser aplicada aos doentes, ao mesmo tempo em que o perigo da contaminao aguou tambm a compaixo e a caridade de todos que se viram direta ou indiretamente ameaados por aqueles males.
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Paisagens Urbanas: fotografia e modernidade na cidade de Belm (1846-1908) prope uma discusso sobre os documentos fotogrficos que serviam de instrumentos de propaganda dos governantes na ltima dcada do sculo XIX e no incio do sculo XX. A linguagem visual desta dissertao permite mostrar a forma como os indivduos se fizeram representar nos cenrios urbanos, dando visibilidade aos tipos sociais que foram flagrados sutilmente pelas cmeras fotogrficas a servio da propaganda do governo que tinha por objetivo divulgar uma cidade moderna, revelando a intensidade e a rapidez com que desejava alcanar a modernidade, ao mesmo tempo em que traz a luz uma cidade de acordo com os modelos provenientes da Europa, percebe-se o registro de uma outra cidade que nos remete a espaos de convivncia de diferentes realidades. A imagem fotogrfica, assim como outras fontes e objetos visuais, constitui-se em importantes instrumentos de investigao histrica para identificar novos objetos e novos problemas. A contribuio deste estudo se ancora no uso da fotografia como principal documento de anlise para produo historiogrfica, entendendo que a fotografia representa um testemunho que fala do passado na intensidade que o historiador a questiona. Este estudo busca analisar a relao entre fotografia e cidade a partir da narrativa visual dos lbuns e relatrios de Belm que foram produzidos no perodo de 1898 a 1908. A interpretao dos lbuns, enquanto narrativa que visualiza uma cidade moderna, constitu-se em uma das estratgias metodolgicas para abordagem do uso da fotografia como documento para o historiador, considerando que nesse tipo de documentao pode mostrar dados dispersos ou mesmo silenciados por outras fontes de pesquisas.
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A proposta desta dissertao discutir a formao do poder simblico da Repblica Paraense nos seus primeiros anos (1890-1911), observando eventos como a mudana dos nomes de algumas ruas em homenagem ao novo regime, assim como a formulao do calendrio republicano, com destaque para os festejos republicanos de 15 e 16 de novembro, datas da Proclamao da Repblica e sua Aclamao no Par, com o objetivo de analisar seus significados, organizao e, principalmente, o entendimento da idia de fortalecer as prticas do novo governo perante a sociedade. Alm dessas festas, destacam-se nessa abordagem os banquetes, reunies polticas promovidas pela elite da poca. Essa pesquisa apresentou-se como possibilidade a ser trabalhada, uma vez que partindo de outro enfoque, sero discutidas as idias, os personagens, os discursos, as intrigas e as alianas que estiveram presentes nesse perodo poltico marcante da história regional e nacional a partir dessas comemoraes.
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O trabalho em questo procura atentar para os simbolismos que os castanhais do Mdio Tocantins adquiriram no decorrer de mais de meio sculo de ocupao, desde pelo menos 1892, sobretudo nos limites que constituram os municpios de Marab e Itupiranga, no Par. Para uns, as terras de castanhais no passaram de fontes de renda, importantes vias de lucros, motivos que levaram s sucessivas apropriaes dos espaos e dos produtos oriundos da floresta, principalmente por fazendeiros, comerciantes de castanhas e representantes municipais. Para outros, tornaram-se espaos inerentes vida, e cujo prprio meio natural se revelou a essncia da produo cultural, no caso dos agricultores tradicionalmente instalados em pequenos povoados e localidades isoladas que adequaram tradies aos meios ocupados e desenvolveram pequenas agriculturas, valendo-se de produtos da floresta como complemento para suas subsistncias. Com base em fontes escritas e anlise da memria acerca dos castanhais mdio-tocantinos, alm da leitura do seu espao, essa pesquisa procurou interrogar vrios desses sujeitos, destacando o perodo entre 1948 e 1980, com a finalidade de visualizar as causas e consequncias desse antagonismo de ideias e pontos de vista relacionados aos modos de lidar com a terra e com os recursos disponibilizados por ela.
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Focalizando o perodo de 1836 a 1839, essa dissertao aborda as aes de tentativa de reorganizao da Provncia do Par, nos conturbados anos da Cabanagem, sob o comando do governo do portugus Francisco Jos de Sousa Soares dAndra. Enviado pela Regncia, Soares dAndra usou de medidas firmes para retomar o controle da Provncia das mos dos cabanos, que para ele eram homens malvados que espalhavam o terror no Par. Para ele, e outras lideranas anticabanas, havia uma importante relao entre a natureza, a ndole da populao e os cabanos, assim como a ausncia de civilizao estava relacionada com as carncias da Provncia; elementos esses facilmente percebidos nos seus discursos, nas suas correspondncias trocadas com seus superiores e outras autoridades. A documentao pesquisada tambm aponta para discursos destoantes do pensamento de Soares dAndra, permitindo, portanto, uma nova viso da imagem construda sobre o Presidente da Provncia. Portanto analisa-se a construo de uma imagem sobre os cabanos e as foras contrrias ao discurso de Soares dAndra. Tambm discute-se as ideias do Presidente e de lideranas anticabanas relativas a um antagonismo entre a humanidade e a natureza da Provncia e o entendimento que faziam sobre as necessidades do Par no seu processo de reconstruo e civilizao.
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A presente dissertao analisa o trfico negreiro para o Estado do Maranho e Gro-Par durante o reinado de D. Joo V. Baseando-se em documentos arquivistas, compreende-se que o trfico constituiu um negcio de base triangular com forte apoio da Coroa portuguesa ao financiar e proporcionar a estrutura necessria ao comrcio de almas, principalmente no perodo em que a regio foi abalada pelas epidemias de varola que mataram muitos indgenas. Nesse momento, os moradores e as autoridades discursavam sobre a importncia do africano para o crescimento econmico da regio amaznica, fato examinado nos constantes pedidos de escravos como alternativa para suprir a carncia de mo-de-obra que a regio vivenciava. Esta dissertao analisa tambm a participao desses escravos como trabalhadores dos engenhos de acar e aguardente, trabalhadores domsticos, construtores civis e como barbeiros-sangradores. Prope-se que esses indivduos, ao lado de outras categorias sociais, como mulatos, cafuzos e principalmente indgenas, em muitos momentos construram espaos de autonomias.
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A dissertao discute o vesturio feminino em Belm do Par nas duas primeiras dcadas do sculo XX, buscando compreender os mltiplos sentidos dados roupa feminina pelas prprias mulheres e pelos cronistas de revistas e jornais que circulavam na capital paraense como A Semana, Belm Nova, A Tarde, A Palavra, a Folha do Norte dentre outros. Nesse sentido, as reflexes se voltam para as relaes entre o consumo de elementos de moda e o avano da modernidade em Belm, tendo como pano de fundo as profundas transformaes urbanas por que passou a cidade nas primeiras dcadas do sculo XX, marcadas posteriormente pela crise nos negcios da borracha. Revelam-se assim, a busca por mudanas de algumas dessas mulheres construdas a partir do corte dos cabelos, do comprimento das saias, a construo de uma nova aparncia, e as preocupaes em disputar espaos alm da ambincia do privado. Assim, a sociabilidade construda por muitas mulheres da elite, sugere o questionamento do seu papel social, em que a moda, por vezes, funcionava como discurso no-verbal.
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Nos anos 60/70, do sculo XX, ocorreu um processo de Integrao poltico-econmica da Amaznia ao Brasil, executada pelo Governo Federal. Esse processo gerou consequncias profundas ao imaginrio dos habitantes da regio Amaznica, pois, dentro da estratgia governamental foi includa a insero de difusores de comunicao, bem como de rodovias e todo um aparato para interligar e diminuir as disparidades regionais. A integrao criou uma infraestrutura capaz de atrair indstrias para a regio. Porm muitos intelectuais acadmicos e jornalistas deste perodo viram esse processo como uma nova colonizao. Segundo eles, o capital gerado no resultou em melhorias sociais aos habitantes da Amaznia. Alm dessa perspectiva, o contato com a cultura brasileira atravs da Televiso e do Rdio influenciou de forma contundente os rumos da poltica e da arte paraense. A msica popular no Par foi influenciada pela MPB nos anos 60. Porm, a partir destes debates em torno de uma nova colonizao podemos perceber que o sentido artstico passou a ser regionalista amaznico, como uma estratgia de apoio poltico aos intelectuais e jornalistas regionais-progressistas. Neste trabalho, demonstraremos como esse pano de fundo se processou na obra do cantor e compositor Paulo Andr, em parceria com seu pai Ruy Barata (poeta e letrista). Assim como, elaborada uma anlise a respeito da carreira da cantora Faf de Belm. Ser discutido como suas aparies na mdia influenciaram no debate e na (re) construo do imaginrio em torno da Amaznia.
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Este trabalho se debrua sobre o jornal O Binculo, que circulou em Belm no final do sculo XIX, a partir de 1897. Com narrativa construda em torno de personagens do demi-monde belenense, O Bnculo tece em suas pginas uma sociedade binoquiana que circula pela urbe, problematizando questes especificas daquela sociedade, submersa nos ideais de modernidade e progresso e vivendo sob o signo da Belle- poque. Nesse sentido, O Binculo desenvolve ntimo dialogo com a imprensa critica e noticiosa da poca e suas representaes urbanas e sociais. Assim, s possvel compreender como este jornal se tornou possvel em Belm, em fins do sculo XIX, se compreendermos tambm os signos discursivos que formavam a cidade bellepoquiana.
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Mrio de Andrade e Waldemar Henrique so conceituados artistas brasileiros. O primeiro como intelectual de renomada importncia dentro do movimento modernista, da agitada Semana de 1922 s inmeras pesquisas e estudos sobre msica e folclore. Foi um intelectual formador de uma inteligncia do pensamento nacional. Waldemar Henrique foi o autor de uma gigantesca obra musical, suas primeiras composies remontam a Olhos verdes, de 1922, no Rio de Janeiro recebendo a denominao de Valsinha do Maraj, e Minha Terra, de 1923. Na dcada de trinta o seu trabalho ampliou-se tematicamente estendendo-se a motivos de folclore negro, a danas dramticas regionais, a canes e lendas da Amaznia. Seus estudos de msica assim confluram com o folclore e seu nome constantemente lembrado pela associao que perdura entre seu trabalho artstico e a Amaznia. Este estudo fundamenta-se na noo de experincia da Amaznia, nestes dois intelectuais, em um momento de suas obras em que este lugar conflui pelo conjunto de lendas que d suporte e constri a narrativa de Macunama, em Mrio de Andrade, e pela srie musical inspirada no universo lendrio amaznico de Waldemar Henrique. Um, nascido e criado nesses matos e rios, nos d conta de um olhar nativo, o outro, um viajante a conhecer coisas novas e a perceber, como afirma, outros brasis. Semelhanas e diferenas de suas abordagens movem-nos a concluses sobre a prpria Amaznia.
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O presente trabalho dissertativo discute o significado do futebol na sociedade brasileira, em especial a paraense no sculo XX, mais precisamente no contexto da Ditadura militar no Brasil (1964-1978). Contando com uma diversidade de documentao dos arquivos da Biblioteca Arthur Viana, das atas de entidades desportivas, revistas esportivas, contratos de trabalho, processos e depoimentos, alm de uma vasta bibliografia referente ao objeto de investigao. Este ensaio objetiva a compreenso das relaes sociais e polticas construdas ao longo do sculo XX dentro do campo desportivo paraense, com nfase para as negociaes e conflitos estabelecidos no processo de construo do estdio de futebol estadual o Mangueiro, bem como a criao e reafirmao da Federao Paraense de Futebol; inserida ainda nessa anlise as relaes de trabalho estabelecidas entre os sujeitos envolvidos diariamente com o futebol paraense.