1000 resultados para CONSUMO DE OXIGENO - MEDICIONES
Resumo:
OBJETIVOS: conhecer o consumo diettico de gestantes avaliando a ingesto de macronutrientes e micronutrientes, e verificar o ganho ponderal materno na gravidez. MTODOS: estudo retrospectivo do perodo de junho de 2002 a junho de 2008 com gestantes que receberam orientao nutricional durante pr-natal em hospital universitrio, agrupadas de acordo com o estado nutricional antropomtrico classificado pelo ndice de massa corprea (IMC) pr-gestacional. O consumo diettico foi analisado pelas informaes de entrevista de frequncia alimentar realizada na primeira avaliao da gestante no servio de nutrio, para obter os dados do hbito alimentar, calculando-se a ingesto de macronutrientes e micronutrientes. As gestantes receberam aconselhamento nutricional, e foi analisado o ganho ponderal materno na gravidez. RESULTADOS: do total de 187 gestantes que receberam orientao nutricional, 23 (12,2%) eram de baixo peso, 84 (45,0%), eutrficas, 37 (19,8%) com sobrepeso, e 43 (23,0%), obesas. As gestantes de baixo peso apresentaram menor consumo de lpides quando comparadas ao grupo com eutrofia (101,4 versus 137,3 g; p=0,043). A mdia do consumo de ferro foi maior nas gestantes eutrficas (14,6 mg/d) quando comparadas s com sobrepeso (12,2 mg/d) ou obesidade (10,9 mg/d; p<0,001). A mdia da ingesto de folatos foi maior nas gestantes eutrficas quando comparadas s obesas (336,5 versus 234,5 g/d; p=0,002). O ganho de peso excessivo, acima do recomendado, foi significativamente mais frequente (p=0,009) nas gestantes com sobrepeso (56,7%) e obesidade (39,5%) quando comparadas s com baixo peso (17,4%) e eutrofia (31,0%). CONCLUSES: o ganho ponderal materno acima do recomendado associou-se ao sobrepeso e obesidade. O consumo diettico de gestantes difere conforme o estado nutricional antropomtrico materno, com menor ingesto diria de ferro nas gestantes com sobrepeso e obesidade, e menor ingesto de folatos nas obesas, o que refora a importncia da suplementao vitamnica pr-natal.
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RESUMO OBJETIVO: Investigar alteraes no consumo diettico, bem como a influncia das caractersticas gerais, dos fatores sociodemogrficos, clnicos e nutricionais, e do tratamento antineoplsico sobre as mudanas do consumo energtico, em mulheres do sul do Brasil, antes e aps a realizao de terapia adjuvante para o cncer de mama. MTODOS: Ensaio clnico no randomizado, conduzido em hospital da rede pblica de sade, com 53 pacientes. Informaes dietticas foram coletadas com questionrio de frequncia alimentar. Para avaliar os fatores que influenciaram alteraes longitudinais da ingesto energtica, usou-se modelo de regresso linear de efeitos mistos. RESULTADOS: Houve aumento significativo no consumo dirio de energia, de gorduras, clcio, ferro, cobre, cidos graxos poli-insaturados, mega 6 e mega 3, e uma diminuio significativa da vitamina B2. O modelo final de regresso mostrou aumento mdio de 19,2 kcal/ms. As maiores associaes com ingesto energtica foram frutas e leguminosas, sendo que cada 100 g de consumo destas, resultou um acrscimo mdio de 68,4 e 370,5 kcal, respectivamente. Mulheres com idade compreendida entre 51 e 60 anos consumiram 403,5 kcal menos do que aquelas com idade de 31 a 50 anos. CONCLUSO: Observou-se que houve aumento na ingesto energtica durante o tratamento e que o aumento na ingesto de frutas e leguminosas foi associado com aumentos significativos na ingesto de energia.
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OBJETIVO: Analisar a influncia do estado nutricional materno, ganho de peso e consumo energtico sobre o crescimento fetal em gestaes de alto risco. MTODOS: Estudo prospectivo de agosto de 2009 a agosto de 2010, com os seguintes critrios de incluso: purperas at o 5 dia; gestao de alto risco (caracterizada por complicaes mdicas ou obsttricas durante a gravidez); feto nico e vivo no incio do trabalho de parto; parto na instituio; peso materno aferido no dia do parto, e presena de intercorrncia clnica e/ou obsttrica caracterizando a gravidez como de alto risco. O estado nutricional foi avaliado pelo ndice de massa corporal pr-gestacional e no final da gestao, sendo as pacientes classificadas em: baixo peso, adequado, sobrepeso e obesidade. Para avaliao do consumo energtico foi aplicado o Questionrio de Frequncia de Consumo Alimentar. Foram investigados o ganho de peso materno, dados do parto e resultados perinatais, investigando-se o crescimento fetal pela ocorrncia de neonatos pequenos para a idade gestacional e grandes para a idade gestacional. RESULTADOS: Foram includas 374 gestantes que constituram 3 grupos de estudo, de acordo com a adequao do peso do recm-nascido: idade gestacional adequada (270 casos, 72,2%), pequenos para a idade gestacional (91 casos, 24,3%) e grandes para a idade gestacional (13 casos, 3,5%). Na anlise univariada, as mulheres com neonatos pequenos para a idade gestacional apresentaram mdia significativamente menor do ndice de massa corporal pr-gestacional (23,5 kg/m, p<0,001), do ndice no final da gestao (27,7 kg/m, p<0,001) e maior proporo de baixo peso materno pelo ndice no final da gestao (25,3%, p<0,001). As mulheres com neonatos grandes para a idade gestacional apresentaram mdia significativamente maior do ndice de massa corporal pr-gestacional (29,1 kg/m, p<0,001), do ndice no final da gestao (34,3 kg/m, p<0,001) e maior proporo de sobrepeso (30,8%, p=0,02), e obesidade (38,5%, p=0,02) pelo ndice pr-gestacional, e obesidade pelo ndice no final da gestao (53,8%, p<0,001). Pela anlise multivariada, foram identificados como fatores independentes para neonatos pequenos para a idade gestacional o valor do ndice de massa corporal no final da gestao (OR=0,9; IC95% 0,8-0,9, p<0,001) e a presena de hipertenso arterial (OR=2,6; IC95% 1,5-4,5, p<0,001); e identificados como fatores independentes para neonatos grandes para a idade gestacional o diagnstico de diabetes mellitus (OR=20,2; IC95% 5,3-76,8, p<0,001) e a obesidade pelo ndice de massa corporal no final da gestao (OR=3,6; IC95% 1,1-11,7, p=0,04). CONCLUSO: O estado nutricional materno no final da gravidez de alto risco est associado de forma independente ao crescimento fetal, sendo o ndice de massa corporal materno no final da gestao um fator protetor para o neonato pequeno para a idade gestacional e a obesidade fator de risco para o neonato grande para a idade gestacional.
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OBJETIVO: Verificar em purperas internadas em um hospital universitrio da regio Sudeste do Brasil o padro de consumo alcolico antes e durante a gravidez, e fatores de risco associados a esse uso. MTODOS: Foram includas, consecutivamente, 493 purperas entre junho e setembro de 2009. Foram excludas purperas com deficincia cognitiva. Para diagnosticar uso/abuso do lcool antes da gestao foram utilizados os questionrios AUDIT e CAGE e, para o consumo durante a gravidez, tambm o T-ACE. Outro questionrio foi aplicado para coleta de dados sociodemogrficos, tais como, idade, escolaridade, situao conjugal e renda familiar. Para anlise estatstica foi utilizado o teste do χ e calculou-se Odds Ratio (OR) e intervalo de confiana de 95% (IC95%). Valor p<0,05 foi considerado significante. RESULTADOS: Antes da gravidez, o CAGE foi positivo para 50/405 mulheres (12,3%) e o AUDIT identificou consumo alcolico em 331 (67,1%), sendo de baixo risco em 233 (47,3%), de risco em 73 (14,8%) e nocivo ou provvel dependncia em 25 (5%). Durante a gravidez, o CAGE foi positivo para 53/405 gestantes (13,1%), o T-ACE em 84 (17%) e o AUDIT identificou uso do lcool por 114, sendo de baixo risco em 73 (14,8%), de risco em 27 (5,5%) e nocivo ou provvel dependncia em 14 (2,8%). O consumo de lcool foi mais frequente entre gestantes com menor escolaridade (8,8 versus 3,3%) (OR=2,8; IC95% 1,2 - 6,2) e mais frequente entre as que no coabitavam com companheiro (6 versus 1,7%) (OR=3,8; IC95% 1,3 - 11,1). Entre as gestantes que beberam, 49/114 (43%) foram aconselhadas abstinncia. CONCLUSES: Verificou-se preocupante consumo alcolico durante a gestao, principalmente entre as gestantes com menor escolaridade ou que no conviviam com companheiro. Houve baixa frequncia de aconselhamento visando abstinncia e o AUDIT foi o instrumento que mais frequentemente diagnosticou o uso do lcool.
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OBJETIVO: Avaliar o hbito alimentar e nutricional de mulheres na ps-menopausa e compar-los com o perfil antropomtrico, faixa etria e tempo de menopausa.MTODOS: No perodo de junho a agosto de 2011, 148 mulheres na ps-menopausa residentes no Estado de So Paulo (regio Sudeste do Brasil) foram avaliadas com um questionrio estruturado contendo dados socioeconmicos, clnicos, antropomtricos e alimentares. Avaliou-se nvel de atividade fsica, variveis bioqumicas, ndice de Massa Corporal (IMC), circunferncia abdominal (CA) e consumo alimentar (energia, protenas, carboidratos e gorduras, fibra, colesterol, vitaminas A e C, minerais, clcio e ferro) de acordo com a faixa etria e o tempo de ps-menopausa (TPM).RESULTADOS: A mdia de IMC foi 29,05,6 kg/m2e da CA, 95,712,9 cm. O consumo mdio calrico dirio atingiu 1.406,3476,5 kcal. A ingesto e a adequao calrica foram significantemente mais apropriadas entre as mulheres eutrficas e com CA<88 cm. O mesmo ocorreu quanto ao consumo de protenas (p<0,001 e p=0,006, respectivamente). Na anlise por faixa etria ou TPM no houve diferenas significantes, exceto a mdia do consumo proteico, maior no grupo com 5 anos ou menos de menopausa (p=0,048).CONCLUSO: O perfil antropomtrico de mulheres na ps-menopausa mostrou predominncia de sobrepeso ou obesidade. O consumo alimentar apresentou-se adequado quanto s calorias e percentuais de macronutrientes, entre as eutrficas e com CA<88 cm.
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Foram estudados 30 bovinos com neoplasias no trato alimentar superior (TAS) associadas ao consumo espontneo de samambaia (Pteridium aquilinum) provenientes de 27 propriedades rurais, sendo 23 no municpio de Jaguari e quatro em Nova Esperana do Sul, Rio Grande do Sul. A populao bovina total das 27 propriedades em que ocorreram os casos era de 1.090 bovinos e havia quantidade abundante de samambaia nas reas de pastoreio dos animais. Vinte e seis bovinos eram vacas e 4 eram machos castrados. A idade variou de 3 a 13 anos, sendo o maior nmero de casos entre 7 e 8 anos (46,6%). Os sinais clnicos observados incluram emagrecimento progressivo, atonia ruminal, tosse, disfagia, regurgitao, halitose, diarria e timpanismo. Outros sinais clnicos menos freqentes foram apetite seletivo, dispnia e salivao. Dois bovinos tiveram morte espontnea e 28 foram submetidos eutansia em estgios avanados da doena e necropsiados. Os principais achados macroscpicos e histolgicos observados nos 30 bovinos localizavam-se nos mesmos locais do TAS e consistiram de papilomas, papilomas em transformao para carcinomas de clulas escamosas (CCEs) e CCEs. Metstases de CCEs para linfonodos regionais e outros rgos (como fgado e pulmes) foram tambm observadas (18/30). Vinte e nove bovinos tinham papilomas de diversos tamanhos, sendo a quantidade varivel entre leve (45%), moderada (38%) e acentuada (17%). Nos papilomas examinados microscopicamente, foram observadas trs fases de desenvolvimento: a) fase de inicial de crescimento, b) fase de desenvolvimento, e c) fase de regresso. Em 16 bovinos, observou-se a transformao maligna de papilomas em CCEs. Os CCEs eram nicos (12/30) ou mltiplos (18/30) e variaram quanto ao grau de diferenciao celular entre bem, moderadamente ou pouco diferenciados. Quando a distribuio dos CCEs de maior extenso foi agrupada em regies cranial (base da lngua, faringe/orofaringe, epiglote), mdia (teros cranial, mdio e caudal do esfago) e caudal (entrada do rmen e rmen) do TAS, observou-se que a localizao era cranial em 39% dos casos, mdia em 16%, e caudal em 45%. Utilizando-se esse mesmo critrio de agrupamento, porm considerando o nmero total de vezes em que CCEs (de tamanhos variados) foram diagnosticados nas regies cranial, mdia e caudal, os nmeros alteraram-se para 34, 26 e 40%, respectivamente. As evidncias epidemiolgicas e histomorfolgicas relatadas neste estudo reforam as observaes de uma estreita correlao entre a infeco pelo papiloma-vrus bovino tipo 4, causador da papilomatose digestiva, e a co-carcinognese qumica dos princpios txicos da samambaia na patognese dos CCEs do TAS de bovinos. Entretanto, a presena de alteraes pr-neoplsicas (reas de displasia), reas de CCE in situ ou CCEs em estgios iniciais de desenvolvimento, independentemente da presena de papilomas no local, mostram claramente ser possvel o desenvolvimento de CCEs diretamente do epitlio normal, possivelmente por uma ao direta dos carcin-genos qumicos da samambaia.
Neurotoxicose em bovinos associada ao consumo de bagao de malte contaminado por Aspergillus clavatus
Resumo:
Descrevem-se dois surtos de uma doena neurolgica que afetou rebanhos bovinos leiteiros que consumiam bagao de malte contaminado por Aspergillus clavatus no municpio de Viamo, estado do Rio Grande do Sul. A morbidade em ambos os surtos foi em torno de 30% e a letalidade, 50% e 100%. A evoluo clnica da doena variou de 5 a 64 dias. Dentre os animais que se recuperaram apenas um permaneceu com seqelas locomotoras leves. Os sinais clnicos eram predominantemente locomotores e incluam tremores musculares de intensidade varivel, hiperestesia e membros plvicos com ataxia, paresia e paralisia progessivas, e apoio sobre os boletos. Os distrbios locomotores eram intensificados pelo exerccio que, em geral, desencadeava quedas. Havia tambm marcada queda na produo leiteira, no entanto o apetite e a dipsia eram mantidos at prximo da morte ou eutansia. Cinco bovinos foram necropsiados e destes dois apresentaram leses macroscpicas nos msculos esquelticos, principalmente nos membros plvicos e torcicos caracterizadas por alteraes necrticas e mineralizao. No sistema nervoso, os principais achados consistiam de degenerao e necrose neuronal cromatoltica em ncleos nervosos especficos no tronco enceflico, nos cornos ventrais da medula espinhal e nos gnglios trigeminal, estrelado, celaco e espinhais. Em dois bovinos havia adicionalmente degenerao walleriana nos funculos dorsais da medula espinhal e nervos isquidico e fibular. O diagnstico foi baseado nos dados epidemiolgicos, sinais clnicos, achados de necropsia, histopatolgicos e micolgicos. Os aspectos epidemiolgicos, clnicos e patolgicos da enfermidade, alm de possveis mecanismos patogenticos e diagnsticos diferenciais so discutidos.
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Descreve-se um surto de intoxicao natural por Arrabidaea corallina (Jacq.) Sandw. (fam. Bignoniaceae) em caprinos no Municpio de Boqueiro, semirido da Paraba, durante a estao seca. De um rebanho de 550 caprinos maiores de um ano foram afetados 56 (10%) e morreram 6 (1%), com sinais clnicos de diarreia, aumento dos movimentos ruminais e depresso. Os demais animais se recuperaram aps serem retirados da pastagem. O rebanho alimentava-se de pastagem nativa e nesse perodo dispunham de pouca forragem. Todavia, A. corallina era a nica planta invasora que se mantinha verde e existia em grande quantidade. Um caprino afetado foi necropsiado. O intestino delgado apresentava contedo liquefeito, ftido e enegrecido e alteraes de enterite catarral. Ao exame histolgico observou-se enterite aguda, difusa e moderada, ocasionalmente com presena de Eimeria sp. No foram observadas leses macroscpicas ou microscpicas significativas em outros rgos. A doena foi reproduzida experimentalmente em 4 caprinos aps administrao das folhas frescas de A. corallina em 3-6 doses dirias de 15g por kg de peso animal. Os caprinos apresentaram diarreia 3-4 dias aps o incio da ingesto e se recuperaram 5-6 dias aps o final da administrao. Conclui-se que o consumo de A. corallina responsvel pela ocorrncia da doena em caprinos a campo. No entanto outras doenas como a infestao parasitria e a desnutrio podem contribuir para causar a morte dos animais. Recomenda-se a retirada de caprinos de reas invadidas por A. corallina quando, em consequncia de estiagem, no houver outra forragem disponvel.
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Relata-se a intoxicao natural por Sida carpinifolia (guanxuma, ch-da-ndia) em bovinos no Rio Grande do Sul. Foram afetados cinco bovinos no perodo 2001-2008. O quadro clnico foi caracterizado por emagrecimento, incoordenao, dificuldade de locomoo, tremores generalizados, quedas frequentes e morte. Microscopicamente, as principais alteraes foram vacuolizao dos neurnios de Purkinje do cerebelo, das clulas acinares do pncreas e das clulas foliculares da tireoide. A microscopia eletrnica evidenciou vacolos com contedo finamente granulado e delimitado por membrana. Na lectina-histoqumica, observou-se marcao em neurnios com as lectinas Concanavalia ensiformis (Con-A), Triticum vulgaris (WGA) e Succinyl Triticum vulgaris (sWGA).
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A doena granulomatosa sistmica associada ao consumo de Vicia villosa (Leg. Papilionoideae) foi diagnosticada em 5 bovinos no perodo de 2005 a 2008. Os bovinos apresentavam alopecia, leses crostosas na pele, prurido, febre, queda da produo leiteira, anorexia e emagrecimento. O curso clnico mdio da doena foi de 2 semanas. Dos bovinos analisados trs morreram e dois foram eutanasiados. As leses macroscpicas de alopecia e crostas na pele eram localizadas principalmente na face e pescoo. Observava-se ndulos multifocais a coalescentes branco-acinzentados que infiltravam vrios rgos especialmente em linfonodos, rins e corao. As leses microscpicas consistiam na infiltrao de linfcitos, macrfagos, clulas epitelioides, clulas gigantes multinucleadas, eosinfilos e plasmcitos. Linfonodos, rins, adrenal, bao e fgado de todos os bovinos apresentaram infiltrado granulomatoso, porm de intensidade varivel. Nos testes imuno-histoqumicos dos rgos com infiltrado inflamatrio, as principais clulas visualizadas foram os linfcitos T, seguidos de macrfagos/clulas epitelioides/clulas gigantes multi-nucleadas e os linfcitos B foram raramente detectados nos locais de inflamao granulomatosa. O nmero reduzido de clulas marcadas por Ki-67 nas leses granulomatosas, tende a indicar que a proliferao celular no foi responsvel pela hipercelularidade das leses e que o recrutamento de macrfagos e linfcitos para o local da inflamao provavelmente tenha sido o responsvel pelo acmulo de clulas no infiltrado inflamatrio.
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Um surto de compactao primria de abomaso associada ao consumo de silagem de girassol ocorreu num rebanho bovino leiteiro do estado de Minas Gerais, do qual seis de 21 vacas secas em fase final de gestao e que recebiam silagem de girassol morreram. Os bovinos que adoeceram apresentaram distenso abdominal, fezes ressecadas e escassas e, nos bovinos que morreram, eram pastosas, escuras e ftidas; nesses havia tambm desidratao acentuada e palidez de mucosas. Trs bovinos foram necropsiados e os achados patolgicos eram constitudos principalmente por distenso acentuada do abomaso associada a grande quantidade de contedo alimentar ressecado coberto por cogulos de sangue. No abomaso havia lceras, com perfurao da parede em um dos bovinos. A alimentao de bovinos de maior exigncia nutricional com silagem de girassol de caractersticas indesejveis como nica fonte de volumoso foi o principal fator para a compactao de abomaso nos casos apresentados.
Resumo:
Dermatite tem sido observada em bovinos no Uruguai e no Rio Grande do Sul que so suplementados com farelo de arroz desengordurado em quantidade equivalente a 1% do peso corporal. Descreve-se um surto de dermatite associada ao consumo de farelo de arroz desengordurado em um municpio do interior do Rio Grande do Sul. Do total de 26 bovinos, com trs anos de idade, sete apresentaram leses que foram observadas aps 24 dias de ingesto da rao de farelo de arroz desengordurado. As leses eram observadas na extremidade distal dos membros posteriores e se caracterizavam por reas de alopecia, com acentuado espessamento da epiderme, formando crostas secas, espessas e fissuradas. A leso histolgica observada nestes casos foi caracterizada como dermatite perivascular superficial crnica focalmente extensa moderada, com acantose irregular e formao de crosta serocelular. As leses macro e microscpicas observadas, juntamente com os dados epidemiolgicos, permitem concluir o diagnstico de dermatite associada ao consumo de farelo de arroz desengordurado. As leses histolgicas, embora no patognomnicas, so descritas nesta doena.
Resumo:
O objetivo deste trabalho descrever, em trs propriedades rurais no Estado de Mato Grosso, a epidemiologia, o quadro clnico e o patolgico da obstruo intestinal por fitobezoares em bovinos que pastoreavam em piquetes com predomnio de Stylosanthes sp. pelo menos 60 dias. A morbidade variou de 3,3% a 15% e a mortalidade foi de 100%. O quadro clnico foi de clica abdominal caracterizado por apatia, anorexia, inquietao, desconforto, sudorese e vocalizao, seguido por episdios de diarreia ou diminuio da produo fecal, desidratao, hipomotilidade gastrintestinal, aumento do volume abdominal, decbito esternal ou lateral com a cabea voltada para o flanco e morte. O curso clnico foi de 2-7 dias. A principal alterao notada durante a necropsia dos bovinos foi a obstruo intestinal por fitobezoar ovoide de 2-5 cm de dimetro, frequentemente no duodeno, prximo ao piloro, ocasionalmente em sua poro mdia. Na rea de obstruo notou-se a necrose da parede intestinal que estava enegrecida e intensamente demarcada em relao a segmento adjacente normal, alm de intenso espessamento associado a edema, congesto e hemorragia. O abomaso e os segmentos intestinais anteriores a obstruo apresentavam-se repletos de contedo alimentar lquido e posteriormente estava com ausncia de contedo. O rmen frequentemente tinha grande quantidade de contedo liquido a pastoso. Em todos os bovinos necropsiados mltiplas estruturas slidas, arredondadas ou ovoides, esverdeadas (fitobezoares) foram observadas no abomaso. Estes achados indicam que pastagens com predomnio de Stylosanthes sp. predispem a formao de fitobezoares, os quais podem levar obstruo intestinal e morte em bovinos.
Resumo:
Simarouba versicolor uma rvore semidecdua pertencente famlia Simaroubaceae. Um surto de intoxicao por S. versicolor em bovinos por brotos da planta presente no pasto em Mato Grosso do Sul e sua reproduo experimental foram descritos. Esse estudo teve por objetivos verificar experimentalmente se os ovinos podem ser utilizados como modelo clnico-patolgico no estudo da intoxicao por Simarouba versicolor St. Hil. (fam. Simaroubaceae), determinar se h induo de resistncia pela ingesto de pequenas e repetidas doses e, se a planta mantm sua toxicidade quando dessecada. Foram realizados dois experimentos, sendo o primeiro com folhas verdes ou folhas dessecadas e trituradas de S. versicolor em doses nicas de 5g/kg, 5g/kg e 3g/kg a trs ovinos (Ovino 1, 2 e 3 respectivamente). O experimento 2, foi realizado com diferentes doses dirias de folhas dessecadas e trituradas de S. versicolor em quatro ovinos que receberam 1,5g/kg, 0,75g/kg, 0,6g/kg e 0,3g/kg e, com um ovino que recebeu 3g/kg como controle positivo (Ovino 4). A administrao foi suspensa quando os ovinos apresentaram sinais clnicos da intoxicao. Aps doze dias de recuperao, os animais sobreviventes foram desafiados com a mesma dose diria da planta ingerida anteriormente para avaliar o desenvolvimento de resistncia. Os sinais clnicos observados nos dois experimentos caracterizaram-se por anorexia, mucosas oculares congestas, polidipsia, sialorreia, fezes pastosas que evoluram para diarreia lquida ftida esverdeada, decbito lateral e morte para os Ovinos 1 a 7. As principais leses histolgicas observadas foram necrose do tecido linfoide (linfonodos, bao, placas de Peyer) e enterite necrosante. Com os resultados obtidos, pode-se concluir que os ovinos podem ser utilizados como modelo experimental clnico-patolgico na intoxicao por S. versicolor. Com o mtodo utilizado, no houve resistncia ao consumo dirio de folhas da planta pelos ovinos e, as folhas mantiveram sua toxicidade quando dessecadas.
Resumo:
O objetivo deste trabalho foi reproduzir a intoxicao por Ipomoea verbascoidea em caprinos e descrever os aspectos epidemiolgicos, clnicos e histopatolgicos da intoxicao espontnea por essa planta no Estado de Pernambuco. Para isso, realizou-se o acompanhamento da epidemiologia da doena em sete municpios do semirido pernambucano. Trs caprinos espontaneamente intoxicados foram examinados e, em seguida eutanasiados e necropsiados (Grupo I). Para reproduzir experimentalmente a doena, as folhas secas de I. verbascoidea contendo 0,02% de swainsonina, foram fornecidas na dose de 4g/kg (0,8mg de swainsonina/kg) a dois grupos de trs animais. Os caprinos do Grupo II receberam a planta diariamente por 40 dias e foram eutanasiados no 41 dia de experimento. Os caprinos do Grupo III receberam a planta diariamente por 55 dias e foram eutanasiados no 120 dia de experimento. Outros trs caprinos constituram o grupo controle (Grupo IV). Nos grupos experimentais, as leses enceflicas foram avaliadas por histopatologia e adicionalmente avaliaram-se as leses cerebelares por morfometria, mediante mensurao da espessura da camada molecular, do nmero de neurnios de Purkinje e da rea dos corpos celulares dessas clulas. Os principais sinais clnicos e leses microscpicas foram semelhantes aos previamente reportados em animais intoxicados por plantas que contem swainsonina. Nos caprinos do GII e GIII, os primeiros sinais clnicos foram observados entre o 22 e 29 dia de experimento; clinicamente a doena desenvolvida por esses animais foi semelhante aos casos espontneos. Nenhum dos caprinos do GIII se recuperou dos sinais neurolgicos. Esse resultado evidencia que o consumo da planta por 26-28 dias aps a observao dos primeiros sinais clnicos suficiente para provocar leses irreversveis. Pela anlise morfomtrica, a camada molecular do cerebelo dos caprinos do Grupo I e III eram mais delgadas que s dos caprinos do grupo controle, e os neurnios de Purkinje estavam atrficos. Sugere-se que essas alteraes sejam responsveis pelo quadro clnico neurolgico observado nos caprinos que deixam de ingerir a planta e apresentam seqelas da intoxicao.