763 resultados para Tibetan Buddhism
Resumo:
«Disputas de Amanguchi» é a expressão pela qual designamos um conjunto de debates ocorridos entre 1551 e 1552, que tiveram como principais intervenientes o Padre Cosme de Torres (com o Padre Juan Fernandez como tradutor) e vários monges budistas. As principais fontes relativas a este acontecimento histórico são uma carta do Padre Cosme de Torres e outra do Padre Juan Fernandez. Estas cartas são, provavelmente, os primeiros textos ocidentais em que podemos encontrar relatos detalhados sobre o Budismo e que tiveram uma vasta posteridade nas crónicas portuguesas e europeias relativas às missões cristãs no Japão. O presente estudo procura reconstituir as referências ao Budismo nas cartas do Padre Cosme de Torres e do Padre Juan Fernandez, bem como os comentários das principais crónicas em Língua Portuguesa que se referem às «Disputas de Amanguchi»: História da Vida do Padre Francisco de Xavier, escrita pelo Padre João de Lucena, e Oriente Conquistado a Jesus Cristo, do Padre Francisco de Sousa. Desta forma, pretendemos analisar a evolução da controvérsia entre Cristianismo e Budismo, identificando, portanto, diferentes estádios de conhecimento do Budismo nos textos portugueses dos séculos XVI e XVII.
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A meditação em torno do Budismo é o centro da articulação da vida filosófica de Antero de Quental. Tendo partido de uma visão pessimista e nihilista do Budismo, Antero foi-se aproximando duma visão do Budismo, histórica e culturalmente bem alicerçada, que lhe permitiu encontrar a via para a solução das aporias da Civilização Ocidental. A constatação deste facto impõe uma visão renovada do pensamento de Antero, quer ao nível da especulação filosófica (de que se ocupa este texto), quer ao nível da meditação poética.
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Eça de Queirós não possui um texto reflexivo sobre o budismo, nem a sua obra possui personagens budistas. A sua concepção da doutrina de Buda e do budismo surge, em essência, no romance A Correspondência de Fradique Mendes, texto da última fase da obra de Eça de Queirós, e obedece ao espírito humanista presente nos romances e contos publicados ou escritos nos seus últimos dez anos de vida (1890 – 1900). Usando uma metodologia comparatista, Eça faz equivaler Buda a Cristo como homens santos, o primeiro para a mentalidade oriental, o segundo para a ocidental. No entanto, porque Buda permite a salvação de todos através do aperfeiçoamento das diversas reencarnações corporais, Fradique prefere Buda a Cristo.
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Neste texto, o nosso principal propósito foi o de reflectir sobre a visão de Basílio Teles do humano e, ao mesmo tempo, a sua perspectiva do divino. Como veremos, a sua perspectiva do divino não é “transcendentalista”. Mas, poderá ser, por essa razão, “budista”? Essa será a questão à qual procuraremos responder.
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A leitura que Manuel Laranjeira (1877-1912) faz do conceito budista nirvana não difere essencialmente da mais comum no Ocidente do século XIX. Aparentemente, a única particularidade da sua análise é ser de cariz médico. Defende-se neste texto que este ensaio, contextualizado no conjunto da produção de Laranjeira e de outros autores portugueses seus coevos – sobretudo Guerra Junqueiro e Teixeira de Pascoaes – tem, no entanto, outras virtualidades de leitura, no que concerne à cultura portuguesa. Por um lado, enquanto análise do pessimismo, diagnostica ou adivinha um “nirvana” nacional. Por outro lado, parece anunciar, ainda que de forma negativa, uma linha do pensamento e da cultura portuguesa que se debruçou sobre o Oriente e o Budismo.
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Este texto procura explorar o tema de Buda e do Budismo na escrita de Teixeira de Pascoaes (1877-1952).
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Este texto visa discutir o tratamento que o autor português António Sérgio dá ao Budismo na sua obra. Verifica-se, então, que tal temática está tremendamente associada à reflexão que Antero de Quental tece nos seus escritos acerca do assunto e à associação entre os conceitos de Nirvana Activo e Uno Unificante.
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Tendo como prerrogativa o desmascaramento da pretensão, inserida em qualquer essência fenoménica e psicológica, de afirmar-se como uma entidade autónoma, isolada e independente, como puro “em si”, e à revelação de como, contrariamente, qualquer realidade empírica tenha de tal forma uma natureza impermanente subentendendo-se como uma rede de relações e de interligações, a teoria da anatta-, juntamente com a da anicca, representam no âmbito do ensinamento budista talvez o que mais se assemelha ao conceito de askesis filosófica formulado no Ocidente por uma certa tradição de pensamento tendo como raízes Heraclito, Platão, Hegel e Nietzsche e que descobre dois de entre os mais originais intérpretes em Novalis e Pessoa. De facto, quer no primeiro quer no segundo, o filosofar configura-se como uma arte de compor e recompor- se a si mesmo, um percurso de iniciação a si que passa inexoravelmente pelo abandono da posição da própria auto-referencialidade e da aceitação ontognoseológica do outro no seio do idêntico. Mediante esta operação de descentralização, que em Pessoa começa e se dissolve no interior da estratégia estética da heteronímia, onde a palavra poética transfigura-se no interstício, na abdicação e fingimento, o sujeito descobre-se diferença e relação e é-lhe finalmente possível reconhecer-se como totalidade e de reflectir-se nela.
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Sendo um poeta aparentemente simples, Alberto Caeiro tem lugar de destaque na gaLibertador’ e ‘Revelador da Realidade’ são duas expressões usadas pelos discípulos que assim o descrevem, evidenciando um processo em que o conhecimento da realidade se relaciona directamente com uma libertação ou livramento. Parece, de facto, ser projecto do poeta a procura de tal conhecimento, descrito e ilustrado no conjunto dos seus versos. E a verdade encontrada das coisas, vazias e passageiras como bolas de sabão, assemelha-se ao que na filosofia budista se refere à sua verdadeira natureza; a vacuidade, cuja compreensão directa é fonte de paz, porventura a mesma que reconhecemos na admirável serenidade do mestre.
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Neste breve artigo, de sinal marcadamente indicativo, é nossa intenção ensaiar a aproximação entre o Budismo, numa consideração genérica, e o pensamento e obra de Vergílio Ferreira em dois pontos ou gestos de ambos. Num primeiro, relevamos a posição, dizemo-la, principial, que ocupa, na doutrina e prática budistas, o autoconhecimento, chave e vector, a par da mesma posição de tal conhecimento, seu valor e modo, no pensamento e obra vergilianos. Finalmente, comparamos o gesto que, no Budismo, considera o tecido (os cinco agregados ou khandhas) que responde pela insatisfação (dukkha) da existência, e o valor libertador do seu reconhecimento efectivo, com a posição vergiliana, notada numa noção que cremos crucial, a de interrogação, de distância, face à filosofia, e sua diversidade de programas ou sistemas de relação com o real, assim como, ultimamente, face à linguagem, à nomeação e determinação da realidade, tecida, esta, ultimamente, de mistério.
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Neste texto, pretende-se demonstrar como o Oriente é dinamicamente pensado na filosofia portuguesa (Leonardo Coimbra, Agostinho da Silva, António Quadros) como um lugar de destinação e origem, tanto do pensamento como da história, desse modo se estatuindo uma original atitude ecuménica. Assim, neste sentido, a rica e polimórfica Teoria da Saudade é por Dalila Pereira da Costa enriquecida pela confrontação com o pensamento oriental e o Budismo. Este estudo procura mostrar como o Budismo, na obra desta filósofa, é identificado com uma forma de niilismo, em contraposição com a experiência saudosa que é vista como uma forma de autodescoberta e de salvação.
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Sintetizaram-se os aspectos históricos principais referentes à introdução do budismo na Europa, nomeadamente das escolas do Zen, do Theravada e do chamado Budismo Tibetano, dada a influência que as mesmas iriam ter na posterior introdução em Portugal. Apresentou-se, cronologicamente, uma visão genérica da história do budismo em Portugal, desde a sua introdução, por finais dos anos setenta, à fundação das diferentes escolas budistas passando pela União Budista Portuguesa e realçando algumas das principais actividades e realizações empreendidas pelas mesmas até aos dias de hoje.
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The monsoon depressions that form over India during the summer are analyzed using simulations from the Laboratoire de Meteorologie Dynamique general circulation model. This type of synoptic system often occurs with a frequency of one to two per month and can produce a strong Indian rainfall. Two kinds of analyses are conducted in this study. The first one is a subjective analysis based on the evolution of the precipitation rate and the pattern of the sea level pressure. The second one is an objective analysis performed using the TRACK program, which identifies and tracks the minima in the sea level pressure anomaly held and computes the statistics for the distribution of systems. The analysis of a 9-yr control run, which simulates strong precipitation rates over the foothills of the Himalayas and over southern India but weak rates over central India, shows that the number of disturbances is coo low and that they almost never occur during August, when break conditions prevail. The generated disturbances more often move north, toward the foothills of the Himalayas. Another analysis is performed to study the effect of the Tibetan Plateau elevation on these disturbances with a 9-yr run carried out with a Tibetan Plateau at 50% of its current height. It is shown that this later integration simulates more frequent monsoon disturbances, which move rather northwestward, in agreement with the current observations. The comparison between the two runs shows that the June-July-August rainfall difference is in large part due to changes in the occurrence of the monsoon disturbances.
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Anomalous heavy snow during winter or spring has long been regarded as a possible precursor of deficient Indian monsoon rainfall during the subsequent summer. However previous work in this field is inconclusive, in terms of the mechanism that communicates snow anomalies to the monsoon summer, and even the region from which snow has the most impact. In this study we explore these issues in coupled and atmosphere-only versions of the Hadley Centre model. A 1050-year control integration of the HadCM3 coupled model, which well represents the seasonal cycle of snow cover over the Eurasian continent, is analysed and shows evidence for weakened monsoons being preceded by strong snow forcing (in the absence of ENSO) over either the Himalaya/Tibetan Plateau or north/west Eurasia regions. However, empirical orthogonal function (EOF) analysis of springtime interannual variability in snow depth shows the leading mode to have opposite signs between these two regions, suggesting that competing mechanisms may be possible. To determine the dominant region, ensemble integrations are carried out using HadAM3, the atmospheric component of HadCM3, and a variety of anomalous snow forcing initial conditions obtained from the control integration of the coupled model. Forcings are applied during spring in separate experiments over the Himalaya/Tibetan Plateau and north/west Eurasia regions, in conjunction with climatological SSTs in order to avoid the direct effects of ENSO. With the aid of idealized forcing conditions in sensitivity tests, we demonstrate that forcing from the Himalaya region is dominant in this model via a Blanford-type mechanism involving reduced surface sensible heat and longwave fluxes, reduced heating of the troposphere over the Tibetan Plateau and consequently a reduced meridional tropospheric temperature gradient which weakens the monsoon during early summer. Snow albedo is shown to be key to the mechanism, explaining around 50% of the perturbation in sensible heating over the Tibetan Plateau, and accounting for the majority of cooling through the troposphere.
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Two previous reconstructions of palaeovegetation across the whole of China were performed using a simple classification of plant functional types (PFTs). Now a more explicit, global PFT classification scheme has been developed, and a substantial number of additional pollen records have become available. Here we apply the global scheme of PFTs to a comprehensive set of pollen records available from China to test the applicability of the global scheme of PFTs in China, and to obtain a well-founded reconstruction of changing palaeovegetation patterns. A total of 806 pollen surface samples, 188 mid-Holocene (MH, 6000 14C yr BP) and 50 last glacial maximum (LGM, 18,000 14C yr BP) pollen records were used to reconstruct vegetation patterns in China, based on a new global classification system of PFTs and a standard numerical technique for biome assignment (biomization). The biome reconstruction based on pollen surface samples showed convincing agreement with present potential natural vegetation. Coherent patterns of change in biome distribution between MH, LGM and present are observed. In the MH, cold and cool-temperate evergreen needleleaf forests and mixed forests, temperate deciduous broadleaf forest, and warm-temperate evergreen broadleaf and mixed forest in eastern China were shifted northward by 200–500 km. Cold-deciduous forest in northeastern China was replaced by cold evergreen needleleaf forest while in central northern China, cold-deciduous forest was present at some sites now occupied by temperate grassland and desert. The forest–grassland boundary was 200–300 km west of its present position. Temperate xerophytic shrubland, temperate grassland and desert covered a large area on the Tibetan Plateau, but the area of tundra was reduced. Treeline was 300–500 m higher than present in Tibet. These changes imply generally warmer winters, longer growing seasons and more precipitation during the MH. Westward shifts of the forest–shrubland–grassland and grassland–desert boundaries imply greater moisture availability in the MH, consistent with a stronger summer monsoon. During the LGM, in contrast, cold-deciduous forest, cool-temperate evergreen needleleaf forest, cool mixed forests, warm-temperate evergreen broadleaf and mixed forest in eastern China were displaced to the south by 300–1000 km, while temperate deciduous broadleaf forest, pure warm-temperate evergreen forest, tropical semi-evergreen and evergreen broadleaf forests were restricted or absent from the mainland of southern China, implying colder winters than present. Strong shifts of temperate xerophytic shrubland, temperate grassland and desert to the south and east in northern and western China and on the Tibetan Plateau imply drier conditions than present.