1000 resultados para Recém-nascidos Teses
Resumo:
OBJETIVOS: analisar os resultados obsttricos e perinatais de 26 casos de sndrome de aspirao de mecnio (SAM) MTODOS: realizou-se reviso dos pronturios de 26 recém-nascidos (RN) com diagnstico de SAM. Os casos foram estudados em funo da mdia de permanncia do RN na UTIN e das principais complicaes maternas e neonatais, correlacionando-as entre si. RESULTADOS: dezoito conceptos nasceram no HG-FUCS e 8 fora; no perodo citado, ocorreram 3.976 nascimentos no HG-FUCS, incidncia de SAM de 0,45%. Dos 18 casos estudados, 9 nasceram pela via vaginal; o peso ao nascimento foi >2.500 g em dezesseis casos. Mecnio leve ocorreu em 50%, semelhante ao espesso. O Apgar no 1 minuto foi >7 em 3 casos (16,7%), entre 4 e 6, em 7 casos (38,9%), e entre 0 e 3, em 8 casos (44,4%). No 5 minuto, sete RN permaneceram deprimidos. A principal complicao neonatal foi anoxia (36% dos casos). A taxa de bito neonatal foi de 7,7%. A internao mdia na UTIN foi de 19,9 dias. CONCLUSO: a SAM constitui grave entidade clnica neonatal, relacionando-se com altas taxas de mortalidade neonatal, mecnio espesso em pelo menos a metade dos casos e nascimento de fetos deprimidos na sua maioria.
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OBJETIVOS: avaliar a taxa de soroprevalncia contra o parvovrus B19 (PB19) entre grvidas e a taxa de soroconverso dessa infeco durante a gravidez. MTODOS: estudo prospectivo realizado no Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto da Universidade de So Paulo. Na primeira fase do estudo foram avaliadas 245 grvidas com idade gestacional menor que 16 semanas, para aferio da soroprevalncia da infeco PB19, utilizando o mtodo ELISA. De acordo com os resultados sorolgicos, classificou-se a infeco pelo PB19 em aguda (IgM positivo e IgG negativo ou positivo) ou remota (IgM negativo e IgG positivo). Na segunda fase do estudo, 73 grvidas soronegativas foram novamente testadas durante a internao para o parto (IgM e IgG), objetivando aferir a taxa de soroconverso durante a gravidez. RESULTADOS: a prevalncia da infeco PB19 at a 16 semana de gravidez foi de 62,9% (IC 95%: 56,8-68,9), divididas em infeco aguda (8,1%) e remota (54,8%). Das 73 grvidas soronegativas que submeteram-se a novo teste no momento do parto, sete (9,6%) apresentaram soroconverso durante a gravidez (IC 95%: 2,8-16,3), sendo duas com infeco aguda (2,7%) e cinco com infeco remota (6,9%). A prevalncia final da infeco por PB19 durante a gravidez foi de 72,5%. CONCLUSES: considerando que apenas a infeco aguda pelo PB19 est associada a risco de transmisso vertical, a soroprevalncia relativamente alta desta infeco entre grvidas estaria protegendo os fetos contra esta forma de disseminao do vrus. Apesar da elevada taxa de soroconverso para PB19 durante a gravidez, no foi observado nenhum caso de infeco sintomtica entre os recém-nascidos.
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OBJETIVO: avaliar o efeito da heparina liofilizada e da lquida sobre a medida do pH do sangue do cordo umbilical. MTODOS: estudo prospectivo que incluiu cento e duas amostras de sangue arterial do cordo umbilical de recém-nascidos no Servio de Obstetrcia do Hospital Geral de Caxias do Sul. As amostras foram divididas em 51 seringas previamente preparadas com heparina liofilizada (seringa A) e 51 seringas preparadas com heparina lquida (seringa B) no momento da coleta sangnea. A obteno das amostras foi realizada por duplo clampeamento do cordo entre pinas, imediatamente aps o desprendimento fetal. O pH arterial do sangue obtido foi analisado em no mximo 20 minutos, em analisador de pH da marca AVL OMNI (Viena, ustria). RESULTADOS: a mdia dos valores de pH no sangue contido nas seringas dos grupos A e B foi de 7,2460,086 e 7,2440,084, respectivamente. A anlise estatstica demonstrou no haver diferena significante entre os valores de pH entre as amostras de sangue contidas em ambos os conjuntos de seringas. CONCLUSO: as duas formas de heparinizao de seringas assemelham-se quanto aos efeitos sobre o pH do sangue dos vasos umbilicais, o que permite a escolha daquela de menor custo.
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OBJETIVO: avaliar a influncia das alteraes ultra-sonogrficas pr-natais e das contraes uterinas de trabalho de parto na evoluo motora neonatal em fetos portadores de espinha bfida aberta. MTODOS: foram analisados fetos portadores de espinha bfida aberta. Estes fetos foram acompanhados nos servios de Medicina Fetal do Hospital So Paulo (Universidade Federal de So Paulo) e do Hospital e Maternidade Santa Joana. Todos os partos foram realizados nestes servios e a avaliao neonatal foi realizada pela equipe de Neurocirurgia comum a ambas as instituies Foi observada a influncia das alteraes ultra-sonogrficas (macrocrania, microcrania, nvel da falha de fechamento da coluna, p torto e tipo de apresentao fetal) na fora muscular de membros inferiores no perodo neonatal. Foi analisada, tambm, a influncia das contraes uterinas sobre a movimentao dos membros inferiores. Todos os partos foram realizados por cesrea. Foram utilizados os testes de c e Fisher para comparaes categricas, com p<0,05 para estabelecer associao significante. RESULTADOS: foram estudados cinqenta e trs casos de espinha bfida isolada. As alteraes da circunferncia craniana e o nvel da leso no interferiram na parte neuromotora neonatal. Entretanto, a presena de p torto e a apresentao plvica mostraram prognstico neurolgico neonatal desfavorvel (p<0,05). O p torto foi encontrado em 23 fetos (43%). Dezoito recém-nascidos (78,3%) portadores de p torto apresentaram alteraes motoras. Nenhum neonato em apresentao plvica (n=10) mostrou funo motora normal. A diminuio da fora motora nos membros inferiores tambm foi observada em 13 fetos (87%) expostos s contraes uterinas de trabalho de parto e rotura prematura de membranas (p<0,05). CONCLUSO: a presena de p torto e a apresentao plvica so parmetros teis para a predio da evoluo neurolgica neonatal. Contraes uterinas de trabalho de parto e a rotura prematura de membrana so fatores de pior prognstico neuromotor neonatal.
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OBJETIVO: observar a evoluo dos ndices de resistncia, pulsatilidade, velocidade mxima, velocidade diastlica final e tempo de acelerao da artria cerebral mdia fetal entre a 22 e a 38 semana de gestao. MTODOS: foi feito estudo observacional prospectivo e longitudinal no qual 33 fetos de gestantes normais foram avaliados entre a 22 e a 38 semana de gestao. A idade gestacional foi determinada pela data da ltima menstruao e/ou pelo exame ultra-sonogrfico do primeiro trimestre. Os exames ultra-sonogrficos com Doppler foram feitos por um nico observador, que utilizou aparelho modelo Image Point 1800 (Hewlett Packard), com transdutor multifreqencial. Para a aquisio do traado Doppler da artria cerebral mdia, o indicador de amostra foi calibrado para um volume de amostra de 1 mm e colocado na artria cerebral mdia anterior o mais prximo da calota craniana. O ngulo de insonao foi mantido entre 5 e 19 e o filtro foi ajustado na freqncia de 50-100 Hz. Os recém-nascidos foram avaliados no intuito de comprovar que os fetos eram vigorosos e adequados para a idade gestacional. RESULTADOS: os resultados obtidos para o ndice de resistncia e pulsatilidade revelaram que a evoluo dos valores no perodo entre a 22 e a 38 semana descrita por uma equao do 2O grau, representando uma parbola. Os valores medianos para o ndice de resistncia foram de 0,81 na 22 semana e 0,75 na 38 semana. O ndice de pulsatilidade foi de 1,59 na 22 semana e 1,45 na 38 semana. A velocidade sistlica mxima aumentou progressivamente ao longo da gestao, com valores de 26,3 cm/s na 22 semana e 57,7 cm/s na 38 semana. A velocidade diastlica final teve aumento progressivo a partir de 26 semanas (5,21 cm/s) at o termo (14,6 cm/s). O tempo de acelerao mostrou aumento significativo apenas entre 26 e 30 semanas, cujos valores foram de 0,04 s na 26 semana e 0,05 s na 30 semana. CONCLUSO: concluiu-se que os ndices de resistncia, pulsatilidade e velocidade sistlica mxima apresentaram valores variveis de acordo com a idade gestacional e so semelhantes ao observado na maioria dos estudos anteriores. O tempo de acelerao apresentou pequenas modificaes nas semanas gestacionais avaliadas.
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OBJETIVO: avaliar se o misoprostol por via retal constitui mtodo efetivo para induo do parto em gestantes com amniorrexe prematura a termo. MTODOS: realizou-se estudo piloto, incluindo 32 gestantes com amniorrexe prematura entre 36 e 41 semanas, feto vivo e nico, em apresentao ceflica, escore de Bishop <6 e sem contraes de trabalho de parto. Todas receberam misoprostol retal (comprimidos de 50 mg) a cada 4 horas at deflagrao do trabalho de parto. Pacientes com tempo de bolsa rota >18 horas receberam antibitico (penicilina cristalina) para profilaxia de infeco estreptoccica. Analisaram-se desfechos diversos como intervalo entre induo e incio do trabalho de parto, entre induo e parto, incidncia de taquissistolia, tipo de parto, incidncia de corioamnionite e resultados neonatais. A anlise estatstica foi realizada no programa de domnio pblico Epi-Info 2002, calculando-se mdias com os respectivos desvios-padro, alm de distribuies de freqncia. Realizou-se anlise de sobrevivncia para determinao do percentual de partos em funo do tempo transcorrido (em horas) desde a administrao do primeiro comprimido. RESULTADOS: os intervalos (mdia desvio padro) entre induo e incio das contraes e entre induo e parto foram de, respectivamente, 299,8199,9 e 681340,5 minutos. Observou-se freqncia de 9,4% de taquissistolia. Cerca de 72% das pacientes evoluram para parto vaginal. Diagnosticou-se corioamnionite em 12,5% dos casos. As medianas dos escores de Apgar foram de 8 e 9 no primeiro e quinto minuto, respectivamente. No houve nenhum caso de Apgar <7 no quinto minuto. Sepse foi constatada em 12,5% dos recém-nascidos. CONCLUSES: a induo do parto com misoprostol retal foi efetiva em pacientes com amniorrexe prematura, constatando-se 72% de partos vaginais e baixa freqncia de corioamnionite. Estes achados precisam ser confirmados em grandes ensaios clnicos controlados.
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OBJETIVOS: avaliar a prevalncia do antgeno de superfcie do vrus B da hepatite (HBsAg) em parturientes internadas no Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (IMIP), Recife-PE, e o perfil sorolgico das positivas. MTODOS: este estudo de seco de corte transversal prospectivo no qual foram utilizados os sistemas VIDAS e VIDAS HBs, respectivamente, para deteco e confirmao do HBsAg. As participantes foram selecionadas de forma aleatria. Nas pacientes HBsAg+, os outros marcadores sorolgicos foram testados com o sistema automatizado AxSYM. Os recém-nascidos de mes HBsAg+ foram vacinados ao nascer com a vacina Engerix B. RESULTADOS: de um total de 1584, encontramos 9 (0,6%) gestantes HBsAg positivas. Nenhuma delas apresentava anti-HBc IgM, sendo assim casos prevalentes. Em 1/9 (11,1%) das gestantes havia presena do HBeAg isolado e em 4/9 (44,4%), deste antgeno e seu anticorpo correspondente, revelando os diferentes graus de risco de transmisso vertical da infeco. Com a exceo de dois recém-nascidos de um parto gemelar (um de baixo peso), todos apresentaram soroconverso para o anti-HBs com trs doses da vacina. Os gemelares prematuros s mostraram soroconverso aps a quarta dose da vacina. CONCLUSES: a prevalncia da hepatite B em parturientes no IMIP relativamente baixa e todas as pacientes detectadas ento tinham a forma crnica da infeco.
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OBJETIVO: comparar os resultados neonatais dos partos vaginais espontneos ou assistidos com frcipe de Simpson-Braun em nulparas. MTODO: em estudo de corte retrospectivo foram avaliados dois grupos de primparas atendidas no Centro Obsttrico do CAISM/UNICAMP, que tiveram parto vaginal sob analgesia epidural. O grupo frcipe foi formado por 119 pacientes que tiveram parto a frcipe de Simpson-Braun, e o grupo normal por 114 casos de parto vaginal espontneo. Foram estudadas as variveis neonatais imediatas como o estado do lquido amnitico e os ndices de Apgar, assim como a evoluo neonatal nos primeiros dias de vida. Para anlise estatstica foram utilizados os testes c, exato de Fisher e t de Student para comparao de mdias e considerada significativa a diferena correspondente a p<0,05. RESULTADOS: as indicaes para uso do frcipe Simpson-Braun foram: alvio materno-fetal (90 casos) e abreviao de perodo expulsivo (29 casos). Nas pacientes atendidas com frcipe Simpson-Braun houve 8 casos de lacerao de canal de parto (6,7%), valor semelhante ao observado no grupo de parto vaginal espontneo. As mdias de dias de internao das purperas e neonatos foram idnticas (2,4). Os dois grupos foram semelhantes quanto aos ndices de Apgar menores que 7 no primeiro (7,5 e 4,3%) e quinto minuto (1,6 e 1,7%) e quanto ao peso dos recém-nascidos (3.146 e 3.016 g). A evoluo neonatal foi semelhante nos dois grupos. CONCLUSO: o uso do frcipe de Simpson-Braun mostrou-se seguro, quando comparado ao parto vaginal espontneo.
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OBJETIVOS: avaliar o uso de corticosteride antenatal (CA) nas mes e as suas repercusses nas condies de nascimento das crianas nascidas pr-termo nas oito unidades neonatais universitrias da Rede Brasileira de Pesquisas Neonatais. MTODOS: estudo observacional do tipo coorte prospectivo. Foram avaliadas 463 gestantes com idade gestacional (IG) entre 23 e 34 semanas e seus 514 recém-nascidos no perodo de 1 de agosto a 31 de dezembro de 2001. Os dados foram obtidos por entrevista materna, anlise de pronturio e acompanhamento dos recém-nascidos, e analisados pelos testes do chi2, Mann-Whitney, ANOVA e regresso logstica mltipla, com nvel de significncia de 0,05. RESULTADOS: 60,1% (282/463) das gestantes (variao de 12,5 a 87,3% entre as unidades) receberam ao menos uma dose de CA. A freqncia do uso de CA foi diretamente associada ao nmero de consultas de pr-natal, hipertenso materna e uso antenatal de tocolticos. Quando as gestantes foram tratadas, os RN apresentaram maior peso de nascimento (1379±421 vs 1244±543 g), idade gestacional mais avanada (30,9±2,0 vs 29,5±3,5 semanas), melhores valores do escore de Apgar no 1 e 5 minuto e menor freqncia de interveno na sala de parto. O uso de CA, a IG e o fato de ser pequeno para a IG melhoraram, de forma independente, as condies de nascimento. CONCLUSES: o uso de CA, na maioria dos centros, foi feito em freqncia abaixo da desejada e em metade das vezes de forma inadequada. O tratamento foi mais aplicado a mes com melhor acompanhamento durante o pr-natal e foi associado com melhores condies de nascimento.
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OBJETIVO: avaliar, em gestaes de risco, a acurcia da medida do dimetro transverso do cerebelo (DTC) e da relao dimetro transverso do cerebelo/circunferncia abdominal (DTC/CA) para deteco de restrio de crescimento fetal (RCF). MTODO: foi realizado um estudo prospectivo transversal envolvendo 260 pacientes com idade gestacional entre a 28ª e a 40ª semana. Os fetos foram avaliados por meio da ultra-sonografia, obtendo-se o DTC e CA. Fetos com DTC menor que o percentil 10 para idade gestacional ou com relao DTC/CA acima do percentil 90 (>14,6) foram classificados como suspeitos para RCF. Aps o parto, avaliou-se a acurcia da medida do DTC e da relao DTC/CA para a predio da RCF, utilizando-se como critrio diagnstico o peso do recm-nascido menor que o percentil 10 para idade gestacional. RESULTADOS: aps o parto, foram identificados 79 recém-nascidos com RCF (30,4%). O DTC foi adequado para a idade gestacional em 74 desses fetos (93,7%), e compatvel com pequeno para a idade gestacional em apenas 5 (6,3%). A sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e acurcia do DTC na predio de RCF foi de 6,3, 93,4, 29,4, 69,5 e 67%, respectivamente. A relao DTC/CA maior que 14,6 identificou 59 dos 79 fetos com RCF, com 27 falso-positivos e 20 falso-negativos, apresentando, portanto, sensibilidade de 74,5%, especificidade de 85,1%, valor preditivo positivo de 68,6%, valor preditivo negativo de 88,5% e acurcia de 81,9%. CONCLUSES: a medida isolada do DTC no bom parmetro para rastrear RCF, porm a relao DTC/CA acima do percentil 90 mostrou-se eficaz para detectar fetos com restrio de crescimento.
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OBJETIVO: descrever as alteraes ultra-sonogrficas em fetos com toxoplasmose congnita, correlacionando-as com o prognstico neonatal. MTODOS: entre junho de 1997 e maio de 2003 foram examinadas 150 gestantes com suspeita de toxoplasmose. A infeco aguda foi confirmada em 72 (48%) gestantes e a toxoplasmose congnita foi diagnosticada em 12 (16%) fetos. O diagnstico pr-natal foi realizado pela reao em cadeia da polimerase no lquido amnitico. Todas as pacientes receberam terapia antiparasitria. O acompanhamento ultra-sonogrfico foi quinzenal e todos os recém-nascidos foram acompanhados no primeiro ano de vida. RESULTADOS: as alteraes ultra-sonogrficas foram observadas em oito fetos. Todos apresentavam dilatao ventricular bilateral, associada a calcificaes periventriculares em cinco casos. Outras alteraes como calcificao heptica, hepatomegalia, poliidrmnio e derrame pericrdico foram menos freqentes. Dentre esses fetos, quatro foram neomortos e trs apresentaram seqelas (coriorretinite e retardo neuropsicomotor). Os quatro fetos com ultra-sonografia normal evoluram satisfatoriamente. CONCLUSO: observou-se elevada incidncia de alteraes ultra-sonogrficas nos fetos com toxoplasmose congnita, principalmente cerebrais. Outras alteraes como hepatomegalia e derrame pericrdio so menos freqentes e traduzem infeco sistmica. O prognstico dos fetos parece correlacionar-se com a presena de leses ultra-sonogrficas, uma vez que nesse grupo de fetos observou-se alta mortalidade e entre os sobreviventes a incidncia de seqelas foi importante. Os fetos sem alteraes ultra-sonogrficas evoluram de forma favorvel, sem seqelas de desenvolvimento. Esses resultados destacam a importncia da ultra-sonografia no acompanhamento desses fetos, a fim de se estabelecer um prognstico e permitir a elaborao de conduta ps-natal adequada.
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OBJETIVO: avaliar o emprego da medida da altura uterina para o diagnstico da restrio do crescimento fetal (RCF), empregando como padro curvas conhecidas de evoluo da altura uterina do prprio servio. MTODOS: entre julho de 2000 e fevereiro de 2003, 238 gestantes de alto risco foram submetidas a medidas de altura uterina, da 20 42 semana de gestao. Todas possuam idade gestacional confirmada por ultra-sonografia precoce. Cinqenta (21,0%) gestantes tiveram recém-nascidos pequenos para a idade gestacional. O mesmo observador realizou 1617 medidas de altura uterina, com fita mtrica, da borda superior da snfise pbica ao fundo uterino. A confirmao do diagnstico de RCF foi dada aps o nascimento pela curva de Ramos. Para a anlise estatstica, as gestantes foram comparadas segundo o peso dos recém-nascidos, por meio do teste exato de Fisher ou teste no paramtrico de Kruskal-Wallis, quando aplicvel. Foram calculados: sensibilidade (S), especificidade (E), valor preditivo positivo (VPP) e negativo (VPN) para o diagnstico de RCF. Para a anlise dos valores contnuos foi utilizado o teste para duas propores com aproximao normal. RESULTADOS: para a ocorrncia de RCF, considerando-se uma medida de altura uterina abaixo do percentil 10 para a idade gestacional, S foi de 78%, E de 77,1%, VPP de 47,6% e VPN de 92,9%. Utilizando como limite o percentil 5, foram obtidos S = 64%, E = 89,9%, VPP = 62,7% e VPN = 90,4%, para o diagnstico da RCF. CONCLUSO: medida de altura uterina abaixo do percentil 10 para a idade gestacional, pela curva local, mostra-se como bom teste para o rastreamento da RCF.
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OBJETIVO: testar a validade da relao dimetro transverso do cerebelo (DTC)/circunferncia abdominal (CA) no diagnstico da restrio de crescimento fetal (RCF), determinando seu melhor ponto de corte e acurcia nas restries simtrica e assimtrica. MTODOS: estudo prospectivo, transversal, envolvendo 250 gestantes com gravidez nica, idade gestacional entre a 20 e a 42 semana, confirmada por ultra-sonografia. A medida do DTC foi obtida colocando-se os calipers nas margens externas do cerebelo, aps sua localizao na fossa posterior, com suave rotao do transdutor abaixo do plano do tlamo. A circunferncia abdominal foi medida na juno das veias porta esquerda e umbilical. O melhor ponto de corte da relao DTC/CA foi obtido pela curva ROC (receiver operator characteristic). Os neonatos cujas relaes DTC/CA foram maiores do que o ponto de corte selecionado foram considerados com RCF. Consideraram-se padro-ouro para o diagnstico de RCF recém-nascidos cujos pesos situaram-se abaixo do percentil 10. Neonatos com RCF e ndice ponderal de Rohrer entre 2,2 e 3 foram considerados simtricos e abaixo de 2,2, assimtricos. RESULTADOS: o ponto de corte da relao DTC/CA, obtido pela curva ROC foi 16,1. A sensibilidade, especificidade, acurcia, valores preditivos positivo e negativo e razes de verossimilhana positiva e negativa foram de 77,4; 82,6; 38,7; 96,3; 82; 4,5 e 3,7%, respectivamente. Na RCF simtrica a sensibilidade e especificidade foram de 80,8 e 81,7%, respectivamente. Na assimtrica, a sensibilidade e especificidade foram de 60 e 75%, respectivamente. CONCLUSO: a relao DTC/CA mostrou-se eficaz no diagnstico da RCF simtrica e assimtrica.
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OBJETIVO: caracterizar gestantes submetidas ao parto prematuro eletivo e relacionar diagnsticos clnicos e obsttricos com os resultados neonatais. MTODO: foram coletados prospectivamente os dados de 100 gestantes internadas na enfermaria da Clnica Obsttrica e os seus recém-nascidos. Os critrios de incluso foram: gestao nica; idade gestacional confirmada por ultra-sonografia precoce; ausncia de trabalho de parto; presena de condio materna e/ou fetal que motivasse a indicao do parto prematuro. Para relacionar a causa do parto prematuro eletivo com os resultados neonatais, classificamos as causas diretas do parto em grupos. Comparamos os grupos, considerando a idade gestacional. Para avaliar os resultados neonatais, considerou-se: acidose, Apgar no 1º e no 5º minuto (menor que 7), hemorragia intracraniana, mortalidade neonatal, sepse neonatal e sndrome do desconforto respiratrio. A anlise estatstica utilizada para a correlao entre as causas do parto e a idade gestacional aos resultados neonatais foi realizada por modelos log-lineares. RESULTADOS: uma das pacientes foi excluda do estudo por malformao fetal. As causas diretas mais comuns do parto foram: sofrimento fetal anteparto (49,5%), sndromes hipertensivas (21,2%), restrio do crescimento fetal (13,1%) e outras causas (16,2%). Entre as complicaes neonatais, destacaram-se: asfixia (33,3%), acidose (30,4%), sndrome do desconforto respiratrio (26,3%), sepse (22,2%), hemorragia intracraniana (21,2%) e morte neonatal (13,1%). A anlise por modelos log-lineares evidenciou associao entre as causas do parto e a incidncia de acidose e sndrome do desconforto respiratrio e a idade gestacional associou-se sndrome do desconforto respiratrio, Apgar de 1º minuto <7, sepse, hemorragia intracraniana e morte neonatal. CONCLUSES: a causa do parto influencia os resultados neonatais. Entretanto, as complicaes mais graves dependeram diretamente da idade gestacional no parto. Desta maneira, o diagnstico anteparto deve ser criteriosamente avaliado pelo obstetra, para que a deciso de se interromper a gestao possa ser feita em momento adequado, evitando-se assim as complicaes neonatais.
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OBJETIVO: avaliar a importncia da leptina materna e fetal circulantes na gestao saudvel por meio da avaliao de sua associao com variveis antropomtricas materna, placentria e fetal ao nascimento e as relaes entre os compartimentos avaliados. MTODOS: em estudo transversal foi includa amostra de 33 gestaes nicas, a termo, com fetos saudveis. As variveis avaliadas foram idade materna, peso materno, ndice de massa corporal, peso do recm-nascido, peso placentrio e ndice placentrio. Amostras de sangue materno foram obtidas imediatamente antes do parto e em sangue do cordo umbilical ao nascimento. A dosagem da leptina srica foi realizada por meio de radioimunoensaio convencional. As relaes entre as concentraes de leptina srica materna e da artria e veia umbilicais com as variveis de estudo foram verificadas atravs da regresso linear. RESULTADOS: a leptina foi detectada no sangue de todas as 33 gestantes e seus respectivos recém-nascidos, sendo a concentrao no sangue materno (17,1±1,77 ng/ml) superior dos vasos umbilicais (veia 9,0±1,16 ng/mL; artria 8,2±1,02 ng/mL), p<0,0001. As concentraes de leptina no sangue materno correlacionaram-se com as concentraes de leptina no sangue fetal (artria: coef 0,63 p=0,037, veia: coef 0,72, p=0,006). Em relao aos dados antropomtricos, a leptina medida no sangue materno mostrou associao com o ndice de massa corporal materno inicial e final (coef 1,13; p=0,002 e coef 1,18, p=0,001) e os nveis de leptina no sangue de cordo apresentaram correlao com o peso fetal ao nascimento (veia: coef 0,007, p=0,02 e artria: coef 0,006, p=0,02). CONCLUSES: as produes materna e fetal de leptina correlacionaram-se entre si e possivelmente respondem a estmulos semelhantes durante a gestao. A leptina srica associou-se ao peso do compartimento onde circula.