997 resultados para Notificação de Doenças
Resumo:
As doenças que acometem a pele e anexos de equídeos no semiárido nordestino foram analisadas mediante um estudo retrospectivo dos registros de atendimento na Clínica de Grandes Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, de janeiro de 2002 a dezembro de 2012. Dos 2.054 atendimentos 1.786 eram equinos, 200 eram asininos e 58 eram muares. Os diagnósticos de dermatopatias totalizaram 535 casos (26,05%) dos quais 447 foram em equinos, 68 em asininos e 20 em muares. Nos equinos as dermatopatias mais frequentes foram a pitiose (24,38%), as feridas traumáticas (23,04%), os abscessos (12,75%), o tecido de granulação (8,5%) e a habronemose (7,38%). Juntas essas enfermidades totalizaram 76,05% dos diagnósticos de dermatopatias para essa espécie. Em asininos as doenças mais frequentes foram feridas traumáticas (47,5%), sarcoide (19,11%) e abscessos (13,23%). Estas enfermidades juntas representaram 79,84% das doenças de pele nesta espécie. Os muares apresentaram feridas traumáticas em 30% dos casos e carcinoma de células escamosas e habronemose em 15% cada. As três enfermidades representaram 60% dos diagnósticos de doenças de pele nesta espécie. Conclui-se que as doenças de pele são uma das principais causas de atendimento clínico em equídeos na região semiárida do nordeste do Brasil e os conhecimentos gerados neste estudo são importantes para o reconhecimento, diagnóstico e tratamento das mesmas.
Resumo:
Foi realizado um estudo retrospectivo de cães atendidos no Serviço de Neurologia (SN) do Hospital Veterinário Universitário (HVU) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), de 2006 a 2013, com o objetivo de identificar e caracterizar a idade, a raça, o sexo e as doenças neurológicas e classificá-las de acordo com a região anatômica e o acrônimo DINAMIT-V. Foram avaliadas 1.277 fichas neurológicas de cães e obtidas as informações para inclusão no estudo em 1.184 delas, sendo o diagnóstico confirmado em 525 cães (44,4%) e presuntivo em 659 (55,6%). A raça mais frequente foi Dachshund (28,7%), seguida dos cães sem raça definida. Os locais mais afetados foram medula espinhal entre T3-L3 (40,9%) e tálamo-córtex (17,5%). A maioria dos cães foi diagnosticada com doença degenerativa (49%), sendo a doença do disco intervertebral a mais observada, seguida das doenças inflamatórias/infecciosas (16,6%). Pode se concluir que a maior prevalência das doenças neurológicas de cães envolve a medula espinhal e o tálamo-córtex, sendo as degenerativas as mais frequentes e os dados obtidos podem auxiliar em futuros estudos sobre a frequência e a distribuição das principais doenças neurológicas em cães.
Resumo:
As doenças de asininos e muares na região semiárida do nordeste do Brasil foram avaliadas em um estudo retrospectivo dos 258 atendimentos realizados no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2012. Dos prontuários desses animais foram coletados dados referentes a identificação, anamnese, exame clínico, diagnóstico, protocolo de tratamento e evolução dos casos. Durante o período analisado foram atendidos 200 asininos e 58 muares. Os sistemas afetados foram os seguintes em ordem de frequência: tegumentar, 88 casos; musculoesquelético, 78; digestivo, 36; nervoso, 23; reprodutor, 15; e respiratório, 6. Oito animais foram atendidos para avaliação pré-cirúrgica e encaminhados para orquiectomia; três animais tiveram diagnóstico inconclusivo e um animal sofreu acidente por picada de abelha. As principais enfermidades diagnosticadas nos asininos foram feridas traumáticas (33/200), fraturas (27/200) e cólica (14/200). Para os muares os principais diagnósticos foram cólica (8/58) e feridas traumáticas (6/58). Em ambas as espécies as fraturas foram a principal causa para realização de eutanásia (22/200 asininos e 3/58 muares). Conclui-se que a maioria das doenças diagnosticadas estão associadas com maus tratos ou falta de atenção com os animais e devem ser prevenidas mediante campanhas de conscientização e educação dos proprietários e tratadores, esclarecendo sobre a importância das melhorias do manejo e do bem-estar dos animais.
Resumo:
Resumo As enfermidades que acometem a cavidade nasal de pequenos ruminantes podem causar prejuízos aos rebanhos de ovinos e caprinos na região central do Brasil. Foi realizado estudo retrospectivo dos laudos de necropsia do Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade de Brasília (LPV-UnB) nos anos de 2003 a 2014 para verificar a ocorrência das doenças que acometeram a cavidade nasal de pequenos ruminantes. Foram analisados 463 protocolos de ovinos e 75 de caprinos totalizando 538 casos. Seis ovinos (6/463 1,29%) foram necropsiados com rinite granulomatosa micótica ou oomicótica e 22 animais do estudo (22/538; 4,08%) tiveram o diagnóstico de oestrose, sendo 86,36% ovinos e 13,64% caprinos. As rinites piogranulomatosas em ovinos ocorreram em áreas alagadas, com abundante material vegetal em decomposição. Os ovinos com pitiose rinofacial apresentaram como principais alterações aumento de volume na região nasal devido a extensas lesões granulomatosas associadas a necrose tecidual, caracterizadas por inúmeros macrófagos e polimorfonucleares circundando centros necróticos contendo o agente envolto por reação de Splendore-Hoeppli. Os ovinos com conidiobolomicose exibiram extensas áreas de necrose e inflamação piogranulomatosa, associadas à presença de hifas fúngicas na nasofaringe e também na região peribulbar e exoftalmia. A maioria dos animais com oestrose não apresentou alterações clínico-patológicas significativas, apesar de serem encontradas larvas principalmente nos seios e conchas nasais, traqueia e seio paranasal. A importância dessas enfermidades ainda é pouco conhecida na região, sendo de grande relevância que as condições clínico-patológicas e epidemiológicas sejam elucidadas para o diagnóstico, o controle e a prevenção, para evitar a expansão e prejuízos para os rebanhos.
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Resumo: Para avaliação dos aspectos patológicos e microbiológicos de casos clínicos de doenças respiratórias em suínos de terminação foram analisados 75 suínos doentes oriundos de 36 lotes. Suínos que apresentavam sinais clínicos respiratórios evidentes foram necropsiados para avaliação macroscópica e colheita de amostras para análise histopatológica e microbiológica. Foram realizados testes de isolamento bacteriano para as principais bactérias do sistema respiratório dos suínos, PCR para Mycoplasma hyorhinis, imuno-histoquímica para Influenza A, Circovirus suíno tipo 2 e Mycoplasma hyopneumoniae. A sensibilidade antimicrobiana de 24 amostras de Pasteurella multocida tipo A foi avaliada por testes de concentração inibitória mínima para os principais antimicrobianos utilizados em suinocultura. Mycoplasma hyopneumoniae e Pasteurella multocida tipo A foram os agentes infecciosos mais prevalentes. Broncopneumonia supurativa e pleurite foram as principais lesões respiratórias encontradas. Pasteurella multocida tipo A, quando presente, aumentou a extensão das lesões pulmonares. Todas as amostras de Pasteurella multocida testadas foram sensíveis aos antimicrobianos Doxiciclina, Enrofloxacina e Tilmicosina. Em 58% das amostras foi identificado mais de um agente infeccioso, evidenciando a alta prevalência da associação de agentes nas doenças respiratórias de suínos em terminação.
Resumo:
INTRODUÇÃO: As doenças glomerulares são uma causa frequente de doença renal crônica, sobretudo nos países em desenvolvimento. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi determinar o perfil destas glomerulopatias em um hospital público da cidade de Brasília, Distrito Federal. MÉTODOS: Foram realizadas 121 biopsias renais pela equipe de nefrologia do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) entre agosto de 2005 e maio de 2009. Foram excluídas oito biopsias realizadas em pacientes transplantados renais e analisados os prontuários dos 113 pacientes restantes. Dados analisados: sexo, idade, exames laboratoriais, síndrome glomerular, diagnóstico clínico, grau de fibrose intersticial, uso de imunossupressores, necessidade de diálise e desfecho clínico. RESULTADOS: A média de idade foi 34,9 ± 16,2 anos, com predomínio masculino (51,3%). As principais síndromes glomerulares foram: síndrome nefrótica (41,6%) e glomerulonefrite rapidamente progressiva (35,4%). Entre as glomerulopatias primárias, houve predomínio da glomeruloesclerose segmentar e focal (26,9%) e da nefropatia por IgA (25%) e entre as secundárias a nefrite lúpica (50%) e a glomerulonefrite proliferativa exsudativa difusa (34,2%). A maioria dos pacientes fez uso de imunossupressores (68,1%) e quase um terço deles (29,2%) necessitou de diálise durante a internação. Evoluíram para terapia dialítica crônica 13,3% dos pacientes e 10,6% evoluíram a óbito. CONCLUSÃO: Este estudo poderá contribuir para melhor entendimento epidemiológico das doenças glomerulares no Distrito Federal, orientando na adoção de políticas públicas visando permitir rápido diagnóstico e manejo clínico das mesmas.
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INTRODUÇÃO: Tem ocorrido aumento da população de idosos e estes vêm envelhecendo em melhores condições clínicas do que no passado. Entretanto, a distribuição e evolução das doenças renais nos idosos ainda são pouco conhecidas, em parte devido à resistência em indicar biópsia renal. OBJETIVO: Avaliar a distribuição, a evolução e as características clínicas das nefropatias diagnosticadas por biópsia em pacientes idosos. PACIENTES E MÉTODOS: Foram avaliadas todas as biópsias renais percutâneas de rins nativos. Elas foram realizadas entre janeiro de 1990 e dezembro de 2006 em 71 pacientes com idade mínima de 60 anos (67,3 ± 6,5 anos), sendo 47 do gênero masculino e 24 do feminino. Os pacientes foram agrupados conforme a indicação clínica da biópsia. RESULTADOS: Síndrome nefrótica foi verificada em 35 pacientes (49,3%) associada, na maioria dos casos, à nefropatia membranosa (17 casos), seguida por amiloidose e glomeruloesclerose segmentar e focal com 7 casos cada. Hipótese diagnóstica de injúria renal aguda (IRA), com 19 pacientes, teve como principais diagnósticos a necrose tubular aguda (6 casos) e a nefropatia do cilindro (3 casos). Dentre os 19 casos, apenas dois tiveram evolução satisfatória, enquanto os demais morreram precocemente ou evoluíram para doença renal avançada. Doze pacientes biopsiados por hematúria ou proteinúria assintomática tiveram diagnósticos variados, mas a maioria já apresentava nefropatia crônica relevante. Biópsia por síndrome nefrítica ocorreu em 5 casos, também com diagnósticos variados. CONCLUSÕES: Síndrome nefrótica foi a principal indicação de biópsia renal com a nefropatia membranosa como diagnóstico mais frequente. Entre os pacientes com IRA e hematúria ou proteinúria assintomática os diagnósticos foram variados com elevadas taxas de nefropatia crônica avançada.
Resumo:
Sintomas neuropsiquiátricos se associam com frequência à disfunção renal, e podem comprometer negativamente tanto a evolução clínica quanto qualidade de vida e capacidade funcional dos pacientes. Os transtornos neuropsiquiátricos associados à doença renal podem tomar formas diversas, de acordo com a história natural da doença, e persistem subdiagnosticados e subtratados. Há ainda poucos dados na literatura quanto à abordagem terapêutica desses pacientes. O objetivo deste artigo é descrever os transtornos neuropsiquiátricos mais frequentemente encontrados nos pacientes com doenças renais.
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Resumo Introdução: As glomerulopatias são as doenças renais mais frequentemente diagnosticáveis por biópsia. O levantamento epidemiológico das glomerulopatias permite identificar sua distribuição e principais etiologias e serve de subsídio para definição de estratégias de prevenção e tratamento. Objetivo: O presente estudo pretende identificar a frequência e a correlação clínico-patológica das glomerulopatias diagnosticadas por biópsia no HC-UFPR durante 5 anos. Métodos: Foram realizadas 131 biópsias no período de 1 de janeiro de 2008 a 31 de dezembro de 2012, submetidas à microscopia óptica e de imunofluorescência. Todas as lâminas de microscopia óptica foram revistas por um patologista. Dados clínicos e laboratoriais e resultados da microscopia de imunofluorescência foram obtidos por revisão dos prontuários. Resultados: Foram reanalisados 128 de 131 casos; 46,5% foram obtidos em homens. A idade média de realização da biópsia foi 43 anos para os homens e 38 anos para as mulheres. Em 99 casos identificou-se a indicação da biópsia; 49,5% apresentaram síndrome nefrótica; 17,17%, insuficiência renal aguda e 15,15% insuficiência renal crônica; 8,08%, síndrome nefrítica; 6,06%, proteinúria isolada e 4,04%, hematúria isolada. 61,21% tratavam-se de glomerulopatia secundária, 33,62% glomerulopatia primária e 5,17% não puderam ser classificados. Dentre as glomerulopatias secundárias, a mais frequente foi a nefrite lúpica (49,29%), e, dentre as primárias, glomeruloesclerose segmentar e focal (30,77%) e nefropatia membranosa (25,64%). Conclusão: O paciente com glomerulopatia neste serviço é adulto e portador de síndrome nefrótica. Ao contrário de outros relatos, observamos predomínio das glomerulopatias secundárias, refletindo possivelmente o perfil terciário de atendimento do HC-UFPR.
Resumo:
O presente trabalho objetivou avaliar o efeito da aplicação do regulador de crescimento ethephon e do fungicida tebuconazole sobre a qualidade fisiológica e sanitária das sementes de arroz, produzidas em diferentes densidades de semeadura. Foi utilizada uma combinação fatorial (2x2x4) de duas cultivares (IRGA 417 e El Paso L 144), duas densidades de semeadura (50 e 150kg ha-1) e quatro tratamentos químicos (1-controle, 2-ethephon, 3 tebuconazole, 4-ethephon + tebuconazole), em delineamento experimental de blocos ao acaso com três repetições. As avaliações da qualidade fisiológica e sanitária das sementes foram realizadas em duas épocas (logo após a colheita e aos 120 dias de armazenamento), utilizando-se os testes de germinação, primeira contagem de germinação, frio, emergência, índice de velocidade de emergência e sanidade. A germinação das sementes produzidas nos tratamentos com pulverização do fungicida tebuconazole apresentam desempenho superior na cultivar El Paso L 144, pois esta cultivar mostra-se mais susceptível a doenças. Os testes de vigor mostram que as sementes produzidas com aplicação de fungicida apresentam melhor desempenho em ambas as cultivares. A análise sanitária revela alta incidência de fungos nos tratamentos sem pulverização fungicida, sendo que a incidência é maior na cultivar El Paso L 144 em relação à cultivar IRGA 417. A variação na densidade de semeadura não afeta a qualidade das sementes.
Resumo:
Será revisto o Estado da Arte do Conhecimento sobre o impacto das questões relacionadas com a idade e a nutrição, que promovam a saúde e reduzem o risco das doenças mais comuns em idosos, particularmente as doenças cardiovasculares.
Resumo:
A Biossegurança constitui um campo do conhecimento com limites amplos e em constante construção. Entretanto, no Brasil, sua evolução teve fraco acompanhamento, especialmente em relação aos conhecimentos e procedimentos dos profissionais e infraestrutura dos laboratórios nível de Biossegurança 3, com poucos dados que possam indicar o grau de desenvolvimento e aplicabilidade de suas normas nas diversas instituições de saúde. Contudo, não bastam a adequação e funcionabilidade da infraestrutura predial, mas sim o conhecimento das necessidades dos usuários no sentido de propiciar aceitação das normas de Biossegurança por meio da conscientização dos riscos levando à mudança na conduta e no comportamento. Para isto, torna-se imprescindível a elaboração de treinamentos teóricos e práticos com atualizações constantes dos profissionais da área de saúde que deverão ser avaliados periodicamente para que haja melhorias nos programas de treinamentos oferecidos, uma vez que esses programas visam a garantir a qualidade e a segurança dos profissionais, dos ambientes internos e externos, à população em geral e a qualidade dos resultados pretendidos. Neste contexto, este trabalho teve, como objetivo principal, avaliar, a partir da pesquisa descritiva com abordagem qualitativa e exploratória, os dados coletados por questionários e entrevistas estruturadas, aplicadas aos 37 profissionais e nove gestores dos seis laboratórios NB3 participantes. A análise dos dados foi feita pela abordagem da multirreferencialidade, considerando os conhecimentos e procedimentos em Biossegurança e os possíveis impactos das estratégias dos últimos treinamentos oferecidos a esses profissionais, assim como as condições das instalações laboratoriais no país Dentre as respostas obtidas, há constatações importantes: alguns profissionais relataram não ter recebido treinamento específico para o início dos trabalhos, demonstrando falta de organização e critérios, por parte das instituições e gestores, para o ingresso de novos trabalhadores em laboratórios NB3; não houve padronização de conceitos e percepções relacionados à Biossegurança dentre os profissionais avaliados; mais da metade dos laboratoristas, incluindo gestores, alegaram trabalhar sozinhos em ambientes nível 3; a maior parte dos profissionais relatou que os laboratórios foram bem construídos mas todos, incluindo usuários e gestores, afirmaram que gostariam que a situação atual fosse melhor. Em relação à gestão dos laboratórios, foram relatadas várias falhas, tais como falta ou não atualização de POP específico para o trabalho em NB3, ausência de documentos de notificação de acidentes, falta de acompanhamento dos profissionais destinados à limpeza do laboratório NB3, ausência de realização de exames clínicos, imunizações e armazenamento de soro base como controle. De acordo com as respostas apresentadas, observamos que nem todos os indivíduos, incluídos neste estudo, trabalham da maneira correta ou seguem uma metodologia de trabalho padronizada, deficiência relatada, inclusive, pela maioria dos próprios profissionais A realização dos cursos de Biossegurança e treinamentos somente não garantem preparo pleno dos profissionais para o exercício de suas obrigações em laboratórios NB3. Esta atividade e o monitoramento das instalações NB3 devem ser contínuos e de responsabilidade dos profissionais e das instituições, garantindo que as rotinas de trabalho estejam de acordo com as normas de Biossegurança
Resumo:
Em 2007-2008, o Rio de Janeiro viveu uma epidemia de dengue com 80.404 notificações, com 109 óbitos, 42% em < 15 anos. Objetivos: 1. Descrever a distribuição espacial e o perfil clínico-epidemiológico da epidemia de dengue por faixa etária no município do Rio de Janeiro. 2. Avaliar os fatores clínicos e laboratoriais preditivos de dengue grave em uma coorte de crianças internadas. Métodos: Esta tese foi formatada com dois artigos: 1) Distribuição espacial e caracterização clínico-epidemiológico do dengue no município do Rio de Janeiro; 2) Sinais clínicos e laboratoriais associados ao dengue grave em crianças hospitalizadas. Artigo 1: estudo ecológico com base no Sistema de Informação de Agravos de Notificação do município do Rio de Janeiro (2007-2008). Foram incluídos todos os casos de dengue confirmados pelo critério clínico-laboratorial dos residentes do município do Rio de Janeiro. Foram descritas as variáveis sócio demográficas e clínicas (classificação do caso, hospitalização e evolução) segundo a idade. Foi utilizado o critério de classificação de caso do Ministério da Saúde de 2005 (febre do dengue, dengue com complicações e febre hemorrágica do dengue - FHD). Autocorrelação espacial das taxas de incidência, mortalidade e letalidade foi verificada pelos índices de Moran e de Geary Artigo 2: coorte retrospectiva das hospitalizações por dengue (até 18 anos) em uma unidade de referência (2007-2008). Dengue grave foi definido pelo uso de terapia de suporte avançado de vida ou óbito. Diferenças de medianas e de proporções foram avaliadas, respectivamente, pelo teste de Mann-Whitney e pelo exato de Fisher (p<0,05). Foram calculados os parâmetros de acurácia dos sinais e sintomas. Resultados: Artigo 1: De 159887 notificações, 151527 eram residentes do município do Rio de Janeiro, 38.808 preencheram os critérios de inclusão. Destes, 8897 (22,9%) tiveram complicações e 1051 (2,7%) FHD; 16.436 (42,4%) eram < 18 anos e 15.288 (39,4%) foram confirmados laboratorialmente. A letalidade foi maior em lactentes (1,4%) e nos casos de FHD (7,7%). Extravasamento plasmático foi mais comum de 2 a 11 anos. Houve autocorrelação espacial global quanto à mortalidade e letalidade e autocorrelação local para os três índices (p<0,05). Artigo 2: De 145 pacientes, 53,1% eram do sexo feminino, com mediana de idade de 8,7 anos (IIQ=7,2-11,5); 15,9% evoluíram para gravidade A duração da febre em dias foi menor no grupo grave (G: Mediana Md=3,0, IIQ= 2,0\20134,5; NG: Md=4,0, IIQ=3,0\20135,0; p=0.062). Letargia, irritabilidade, sangramento, dispneia, ausculta pulmonar alterada, derrame pleural, distensão abdominal e edema foram associados à evolução para gravidade (p<0,05). Níveis de hematócrito (p=008) e de albumina sérica (p<0,001) foram menores nos graves. Letargia apresentou Valor Preditivo Negativo (VPN) > 90%, com Valor Preditivo Positivo (VPP) de 80%. As demais variáveis com p-valor <0,05 apresentaram VPN próximo ou > 90%, com baixo VPP. Conclusão: Apesar da incidência de FHD ter sido maior entre escolares, os lactentes tiveram maior letalidade. Extravasamento plasmático foi mais frequente em escolares e pré-escolares. Sangramento, sonolência e irritabilidade na admissão hospitalar associaram-se à gravidade e o derrame cavitário obteve maior acurácia do que a hemoconcentração como sinal de extravasamento plasmático