999 resultados para Lógica poética
Resumo:
A presente dissertao constitui uma interpretao do corpo e de suas inter-relaes com o erotismo e com o amor, a partir de um dilogo com a obra Linha-dgua (1987), de Olga Savary (1933). A hiptese de pesquisa, aqui articulada, compreende a transfigurao poética do corpo sob o elemento simblico da gua como a encenao potico-ontológica do princpio da unidade entre o ser humano e a natureza. Por meio de uma abordagem hermenutica (RICOEUR, 1990), vislumbra-se nos poemas a abertura para a articulao textual de um ser-no-mundo, que diz respeito a uma nova experincia do homem com a existncia. A obra opera a recriao poética dos corpos na manifestao das guas, de modo que a comunho amorosa instaura uma aproximao do ser humano com a sua origem, como uma possibilidade de reconciliao com a natureza (PAZ, 1994). Para compor este dilogo, contrape-se leitura que, luz do ecofeminismo, compreende esta operao poética como a expresso de subjetividades relacionada a questes de gnero ou de papis sociais (SOARES, 1999). Sob a vigncia do erotismo, os corpos humanos desnudados so assimilados a uma doao da natureza, entendida como o desvelamento da phsis grega (HEIDEGGER, 1999). Os versos de Linha-dgua articulam um movimento de ruptura com o legado conceitual da metafsica platnica, que estabeleceu uma ciso entre o homem e a sua condio carnal, o homem e o real, aprofundada durante a modernidade. Em meio dinmica cclica e incessante da phsis, o ser humano reconhece na prpria liquidez do seu corpo o retorno ao fundamento primordial; por outro, assume a sua condio de estar lanado no fluir temporal incessante. Na obra da escritora paraense, recoloca-se o horizonte humano, por via da poética corporal, em reconciliao com o lan originrio da natureza e, ao mesmo tempo, com a prpria natureza viva dos amantes.
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Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq)
Resumo:
Ps-graduao em Engenharia Mecnica - FEG
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Em O enteado (2002), de Juan Jos Saer, tem-se um velho narrador que conta de forma poética a sua histria, uma singular experincia de vida. Quando jovem, ele viajava como grumete num navio que costeava a Bacia do Rio da Prata, quando presenciou o ataque sbito e posterior massacre da tripulao do barco pelos ndios da regio. Como nico sobrevivente da carnificina, praticamente adotado pelos selvagens, passando a conviver com eles, sem saber ao certo a razo de ter sido poupado. Mas a maneira de viver daqueles ndios revelou-se bem estranha, pois eram antropfagos, faziam sexo em grupo (orgias), morriam muito cedo, e a peculiar linguagem que praticavam dificultava o aprendizado da lngua, e, conseqentemente, da prpria cultura. Assim, esse livro tacitamente promove um debate sobre a Conquista Hispnica da Amrica, do ponto de vista particular de um narrador que constri poeticamente a sua viso daquele passado, que no diz respeito a nenhum fato histrico preciso. Mas, enquanto a historicidade desse texto transparece nas suas entrelinhas, a sua imanente poesia define o seu aspecto de prosa poética, seno de narrativa poética, traos que apontam para um possvel hibridismo literrio nesse romance.
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O presente artigo tenta recuperar as idias e proposta de H.Furth (1973 ), apontando-a como mais uma opo para tentar trabalhar com as dificuldades das crianas no processo de alfabetizao. O autor prope a substituio das escolas da linguagem pelas escolas do pensamento, ou seja,substituir a opo do professor no ensino da leitura-escrita, em sua forma tradicional, de como transformar sinais grficos em sonoros e vice-versa, por aquela do fortalecimento do pensamento, alimentando o intelecto em desenvolvimento da criana por meio de exerccios de lógica simblica.Para nos embasar teoricamente, apresentamos ainda alguns aspectos da teoria psicogentica, bem como outros trabalhos realizados mais recentemente sobre o assunto, que embora travestidos (disfarados) com novas roupagens, ainda encontram seus fundamentos nas obras de J.Piaget.
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As potencialidades da escrita no conto Os corpos cercados, inserido em Os pregos na erva (1962), de Maria Gabriela Llansol, vm tona por meio de cenas fulgor (expresso da prpria autora) e pela permeabilidade das fronteiras entre os gneros literrios, o que d origem a um texto em que a forma narrativa conto dialoga com a poesia. Esse aspecto hbrido desloca a narratividade para a textualidade, pois se divisa um enredo que se constri pela quase total ausncia de acontecimentos, enquanto o processo de experimentao com a linguagem domina. O espao textual sugere um campo de concentrao que sobrepe corpos, sons, ritmo e imagens. Nesse sentido, pretendemos mostrar, no texto da escritora portuguesa, de que forma a estrutura do conto atingida pela salincia dos momentos lricos, uma vez que aspectos peculiares prosa cedem espao, no conto de Llansol, ao afloramento da sonoridade e da expressividade.
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A finalidade desse trabalho discutir a problemtica acerca da tenso produzida por variaes de discursos, que cedem forma experincia narrativa da poeta do lixo Carolina Maria de Jesus em seu dirio/romance/reportagem Quarto de despejo: dirio de uma favelada (1960). Entendemos que sua literatura marcada por uma mistura de estilos literrios desterritorializados, sendo capaz de ativar uma linha de fuga em relao s literaturas canonizadas. Nisso incide a caracterizao desse tipo de composio artstica, comum em pases de formaes culturais hbridas. Observamos nesse texto a presena de uma potncia rizomtica que consiste justamente na reformulao de elementos que compem esta poética de resduos justapostos numa certa deformidade estilstica para alm de livros em registro. Notamos que, assim como a escritora reciclava lixo para comer, tambm o fazia com os discursos de sua poética. Renova por tentar administrar e, conseqentemente, reestruturar os sentidos de nosso sistema social, no campo da arte escrita, de maneira intuitiva pois, como sabemos, no possua um projeto literrio como os escritores tradicionais.
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Neste artigo prope-se uma leitura do conto de Guimares Rosa Nada e a nossa condio luz da teoria da narrativa poética de Jean Yves Tadi.
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A literatura contempornea expressa o rompimento das fronteiras entre a cultura erudita e a cultura de massa ou comercial, criando formas hbridas que convivem no interior do texto. No romance Voyages de lautre cote (1975), de Jean-Marie Gustave Le Clzio, as canes do pop rock embalam as viagens da fada Naja Naja e de seus amigos em busca do outro lado. Desta forma, a impregnao da msica popular escritura poética, parece ajudar a libertar a imaginao, preparando as personagens para o encontro do infinito sensvel.
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A obra Corola, de Claudia Roquette-Pinto (2000), apresenta um projeto potico consistente advindo do emprego de recursos expressivos metalingusticos e da coesa estrutura da obra. O recurso intratextualidade favorece a unidade e as reflexes metalingusticas dos 48 poemas que compem a obra. O dilogo com a tradio literria simultneo conscincia dos enunciadores de que a poesia de Corola intervalar e fssil. Os 47 primeiros poemas sem ttulo de Corola constroem forte relao de continuidade e interdependncia reveladora da presena de uma teoria do fazer potico baseada em intempries. O lirismo de Corola no apresenta marcas de autocomiserao em relao situao de nufrago anunciada no ltimo poema da obra. Os adjetivos exausto, roto, desacreditado, atribudos ao eu potico, fazem com que ele se desdobre em outro, apreciador crtico de seus prprios rudos poticos e refm consciente de um tempo lacunar e intermitente que favorece a construo de uma poética da paciente espera pelo resgate da poesia e do desdobramento em leitor-espectador de si mesmo e do texto potico. Analisaremos alguns procedimentos metalingsticos e as inquietaes compositivas anunciadas pelos eus poticos de Corola, alm da recorrente figura do jardim como espao potico.
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O presente trabalho parte da discusso preliminar de conceitos dbios da teoria da poesia lrica e da teoria da narrativa para, em seguida, investigar e conceituar a narrativa poética, considerando-a, ao lado da poesia em prosa pelas muitas possibilidades de construo e recepo que encetam como forma privilegiada da modernidade literria.Palavras-chave: Poesia. Prosa. Poesia em prosa. Prosa poética. Narrativa poética. Gneros literrios. Modernidade.