1000 resultados para eliminação de soqueiras
Resumo:
Nectários são comuns dentre as Leguminosae, estando freqüentemente localizados nas folhas. Objetivou-se caracterizar anatomicamente o caule, a folha e o nectário extrafloral de Chamaecrista trichopoda, bem como investigar a natureza química do secretado do nectário dessa espécie. As amostras foram submetidas a testes histoquímicos e técnicas usuais em anatomia vegetal, sendo analisadas ao microscópio de luz e eletrônico de varredura. Os folíolos são anfiestomáticos e dorsiventrais, apresentando feixes vasculares colaterais com fibras associadas. Nas células da bainha do feixe é comum a ocorrência de monocristais. Tricomas tectores unisseriados e multicelulares ocorrem na lâmina foliar e no caule. O caule apresenta epiderme unisseriada, com três a quatro camadas de colênquima subepidérmico, seguido internamente por duas a três camadas de colênquima. Na camada mais interna do córtex destacam-se idioblastos cristalíferos contendo monocristais, o feixe vascular é delimitado por fibras e a medula é parenquimática. As características anatômicas foliares e caulinares corroboram os dados existentes para a subfamília Caesalpinioideae. O nectário situa-se na parte adaxial do pecíolo e apresenta coloração alaranjada, com o ápice formando uma concavidade, bordas levemente abauladas e pedúnculo com cerca de 1 mm de altura. É comum a ocorrência de pequenas aberturas na superfície do nectário e hifas fúngicas na fase pós-secretora. Anatomicamente, confirmou-se uma estrutura semelhante à de um nectário, o qual é vascularizado por floema e xilema; o parênquima nectarífero ocorre abaixo da epiderme que apresenta cutícula espessa. Caracteres anatômicos do nectário podem auxiliar na taxonomia do gênero. As análises histoquímicas evidenciaram o acúmulo de tanino nas células do parênquima nectarífero, que pode funcionar como uma proteção à herbivoria. Observou-se a presença de poros na superfície do nectário, que podem ser sítios preferenciais de eliminação do néctar. Entretanto, futuras análises ao microscópio eletrônico de transmissão serão fundamentais para elucidar o processo de eliminação do néctar.
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Os herbicidas, mesmo quando usados em doses reduzidas ou utilizados como maturadores, podem alterar a morfofisiologia da planta, o que pode levar a modificações qualitativas e quantitativas na produção. O presente estudo objetivou avaliar a eficiência agronômica e os efeitos, durante o crescimento da cana-soca, da aplicação de glyphosate e sulfometuron-methyl em baixas doses. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos pelos herbicidas sulfometuron-methyl e glyphosate em diferentes doses e misturas e por uma testemunha (sem aplicação dos produtos). Uma linha de plantas de cana-de-açúcar foi destinada à aferição da qualidade tecnológica, sendo estabelecido 1 m aleatório a cada época de amostragem. Os colmos coletados foram submetidos ao desponte na altura da gema apical e à desfolha; em seguida, foram encaminhados para processamento segundo a metodologia do Sistema de Pagamento de Cana pelo Teor de Sacarose (SPCTS), sendo considerados os parâmetros tecnológicos: pol cana (PCC), pureza do caldo (PUI), açúcar total recuperável (ATR) e Brix. Nas soqueiras de cana-de-açúcar, realizaram-se análises de crescimento (altura e perfilhos). As avaliações foram realizadas na pré-colheita (30 dias após aplicação dos maturadores) e 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias após a colheita. Os herbicidas glyphosate e sulfometuron-methyl propiciaram melhoria da qualidade tecnológica da matéria-prima,com incrementos significativos na pureza do caldo e no Brix. A aplicação dos produtos não interferiu na produtividade e no teor de açúcar. Houve efeito estimulante no perfilhamento quando se usou glyphosate na dose de 400 mL ha-1 e redução em crescimento (altura) no início do desenvolvimento da cana, porém, com o tempo, o efeito não se manteve.
Resumo:
Objetivou-se com este trabalho avaliar a eficácia de herbicidas aplicados em pós-emergência, isolados ou em misturas, no controle de Ipomoea grandifolia, I. hederifolia, I. purpurea, I. quamoclit, Merremia aegyptia e M. cissoides na cultura da cana-de-açúcar. O experimento foi desenvolvido no período de novembro de 2007 a julho de 2008, em área de produção comercial de cana-de-açúcar localizada no município de Jaboticabal, SP. Foram avaliados seis tratamentos com herbicidas [trifloxysulfuron + ametryn (37 + 1.463,07 g ha-1), diuron + hexazinone (1.170 + 330 g ha-1), metribuzin (1.920 g ha-1), (trifloxysulfuron + ametryn, 27,75 + 1097,3 g ha-1) mais (diuron + hexazinone, 702 + 198 g ha-1), metribuzin (960 g ha-1) mais (trifloxysulfuron + ametryn, 27,75 + 1.097,3 g ha-1) e metribuzin (960 g ha-1) mais (diuron+ hexazinone, 702 + 198 g ha-1)] e duas testemunhas sem aplicação: uma mantida infestada e outra capinada. Apesar das injúrias visuais ocasionadas pelos herbicidas, isso não refletiu negativamente no número de colmos viáveis por metro e no diâmetro de colmos de cana. Contudo, as plantas tratadas com diuron + hexazinone apresentaram menor altura de colmos. O tratamento diuron + hexazinone, isolado ou em mistura com trifloxysulfuron + ametryn, foi eficaz no controle de todas as espécies de corda-de-viola. A aplicação isolada de trifloxysulfuron + ametryn controlou satisfatoriamente apenas I. hederifolia. O metribuzin foi eficaz no controle de I. grandifolia, I. quamoclit, M.aegyptia e M. cissoides. Além destas, a associação desse herbicida com diuron + hexazinone resultou em excelente controle de I. hederifolia. A mistura de metribuzin com trifloxysulfuron + ametryn foi eficaz para I. hederifolia, M. aegyptia e M. cissoides. Os novos fluxos de emergência de corda-de-viola constatados após a aplicação dos herbicidas ou eliminação manual das plantas nas parcelas (na testemunha capinada) não prejudicariam o corte mecanizado dos colmos de cana da próxima colheita.
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A resistência de plantas daninhas a herbicidas está relacionada a modificações metabólicas, enzimáticas, fisiológicas e/ou anatômicas. Aliado a essas mudanças, a planta pode aumentar ou diminuir as atividades fisiológicas, o que, consequentemente, pode afetar o seu crescimento e desenvolvimento. Assim, biótipos resistentes podem apresentar melhor adaptação ecológica em ambientes de cultivo e tornar-se predominantes devido à eliminação das plantas sensíveis. Em condições de seleção natural, biótipos com maior adaptação ecológica apresentam maior produção que biótipos menos adaptados. Neste trabalho, avaliou-se o efeito da competição em características fisiológicas de biótipos de Conyza bonariensis suscetíveis e resistentes ao herbicida glyphosate. Os tratamentos constaram de plantas de dois biótipos de C. bonariensis - um comprovadamente resistente e um suscetível ao glyphosate, dispostas em modelo aditivo de estudo de competição. No centro da unidade experimental foram semeadas três sementes do biótipo considerado como o tratamento: resistente (R) ou suscetível (S), sendo essa planta rodeada por 0 (testemunha sem competição), 1, 2, 3, 4, ou 5 plantas do biótipo oposto. O biótipo suscetível apresentou-se mais tolerante à competição com plantas do biótipo oposto no tocante às características fisiológicas avaliadas. O biótipo resistente de buva apresenta desvantagem fisiológica em relação ao suscetível e, consequentemente, menor potencial de adaptabilidade na ausência do fator de seleção - o herbicida glyphosate.
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Neste trabalho estudou-se o efeito da radiação gama na destruição dos microrganismos presentes em filés de frango armazenados sob refrigeração. Um dos possíveis fatores de deterioração da carne de frango é a atividade microbiana. A irradiação é um processo de conservação de alimentos através da eliminação de microrganismos. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com 5 fatores (períodos de armazenamento) e 5 níveis (doses de radiação), com 3 repetições por tratamento. As amostras de filé de frango foram irradiadas com doses de 0,0; 2,0; 4,0; 6,0 e 8,0kGy e em seguida armazenadas sob refrigeração (± 5ºC) por 1, 7, 14, 21 e 28 dias. A contagem total dos microrganismos foi realizada por plaqueamento em profundidade em meio de cultivo PCA. As amostras não irradiadas permitiram um acréscimo de dois ciclos logarítmicos na contagem microbiana ao longo dos vinte e oito dias de armazenamento (de 10(5) para 10(7)UFC/g). As amostras irradiadas com dose de 2,0kGy permitiram acréscimo de um ciclo logarítmico durante os vinte e oito dias de armazenamento (de 10³ para 10(4)UFC/g). As doses de radiação de 4,0; 6,0 e 8,0kGy reduziram a população microbiana a níveis de 10²UFC/g no vigésimo primeiro dia e 10¹UFC/g no vigésimo oitavo dia de armazenamento. A irradiação pode ser um processo eficiente para a redução da carga microbiana de filés de frango porque a dose de radiação de 4,0kGy foi suficiente para manter os filés de frango refrigerados com uma população microbiana de 10¹UFC/g até vinte e oito dias de armazenamento.
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Quarenta e quatro amostras de água mineral envasadas, de diferentes marcas, foram examinadas quanto à contaminação por coliformes totais, E.coli, Pseudomonas aeruginosa, Enterococos, Clostrídios sulfito redutores a 46ºC, de acordo com o preconizado pela RDC 54/00 do Ministério da Saúde. Empregou-se a metodologia da membrana filtrante. Em nenhuma das amostras foi detectada a presença de clostrídios sulfito redutores a 46ºC, Pseudomonas aeruginosa e enterococos. A contaminação por coliformes totais e E.coli, detectada em 25% e 20,4% das amostras, respectivamente, sugere falhas higiênicas ao longo do processo e contaminação fecal recente. Tais amostras apresentam-se em desacordo com os padrões microbiológicos legais estabelecidos pela Legislação Brasileira. Devem-se adotar práticas higiênicas rigorosas em todo processamento, com o objetivo de obter-se produtos seguros, já que tratamentos não podem ser utilizados visando a redução/eliminação da contaminação.
Resumo:
Lactobacillus acidophilus é um microrganismo bastante estudado e componente comum de probióticos. No entanto, ainda há pouca informação sobre a translocação deste microrganismo para órgãos do corpo. O presente trabalho visou investigar a taxa de translocação de Lactobacillus acidophilus em ratos que receberam uma dieta rica em colesterol, suplementada com um concentrado de células de L. acidophilus NCFM, visto que, o consumo deste, tem sido indicado como adjunto dietético para indivíduos hipercolesterolêmicos. Foram utilizados 130 ratos machos Wistar, com peso médio inicial de 250±32g, distribuídos em 4 grupos experimentais, sendo: Padrão, com 40 animais e Controle, LDR (Leite Desnatado Reconstituído) e P (Probiótico) com 30 animais cada. O grupo Padrão recebeu a dieta AIN-93G durante todo o período experimental (42dias). Os demais grupos receberam a mesma dieta acrescida de 1% de colesterol e 0,1% de ácido cólico. Durante 14 dias (do 1º ao 14º dia), o grupo LDR recebeu 0,1mL/dia/animal de leite desnatado reconstituído a 10% de sólidos não gordurosos e o grupo P, recebeu 0,1mL/dia/animal de probiótico contendo 10(10) UFC/mL de Lactobacillus acidophilus NCFM. A taxa de translocação foi monitorada no 14º, 28º e 42º dias de experimentação (tempo 0, 14 e 28 dias após o término do consumo do probiótico, respectivamente) no baço, coração, fígado e rins. Nos órgãos dos animais dos grupos Padrão, Controle e LDR não foi observado crescimento de microrganismos nos tempos avaliados. Verificou-se translocação para o baço, coração, fígado e rins dos animais do grupo que recebeu probiótico (grupo P). O número de células de Lactobacillus encontrado nos órgãos foram, em UFC/órgão: baço (8,6 x 10²); fígado (4,8 x 10²); coração (4,7 x 10²) e rins (1,3 x 10²). Constatou-se diferença significativa (p<0,05) na contagem de células encontradas no baço, em comparação aos demais órgãos analisados. Entre o fígado e o coração, não foi observada diferença significativa (p>0,05), mas ambos diferiram estatisticamente dos rins (p<0,05). Observou-se uma eliminação constante das células translocadas após o término do consumo do probiótico, de acordo com os diferentes órgãos. O baço apresentou o maior número de células translocadas (860 UFC/órgão), no entanto, foi o órgão que as eliminou mais rapidamente. Ao final do período analisado, 69,8% das células presentes no baço, haviam sido eliminadas.
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A gordura vegetal hidrogenada, veículo convencional para aromatização de salgadinhos, foi substituída parcial ou totalmente por óleo de canola, gerando um novo salgadinho com 73,8% de redução da gordura saturada em relação aos salgadinhos disponíveis no mercado e eliminação dos ácidos graxos trans. Foi avaliado o impacto desta substituição sobre as características sensoriais do produto. Ao se substituir totalmente a gordura, a alteração de cor, medida pela variação da somatória dos atributos de cor deltaE, foi de 2,04. A substituição da gordura em até 50% não alterou a textura significativamente (p<0,05); entretanto, quando esta substituição foi igual ou superior a 75% houve diferença em relação à amostra padrão. Foi percebida alteração de textura pelos provadores quando a amostra padrão (22% gordura) foi confrontada com a amostra aromatizada com 22% de óleo. A amostra padrão apresentou maior aceitabilidade sensorial. Pelos resultados, concluiu-se que as características sensoriais do produto são fracamente afetadas pela substituição da gordura vegetal hidrogenada pelo óleo de canola. Abordagens como esta podem ser utilizadas em escala industrial, gerando produtos diferenciados e contribuindo para diminuição da ingestão dos ácidos graxos saturados e ácidos graxos trans.
Resumo:
O estudo teve como objetivo verificar a estabilidade das vitaminas A, C e E, na forma de acetato de vitamina A, ácido ascórbico e acetato de vitamina E, sobredosadas em 80%, 80% e 50% respectivamente na fortificação de confeitos do tipo balas de gelatina, fornecendo 30% da IDR destas vitaminas em 100 g de produto. As vitaminas adicionadas não afetaram a qualidade das gomas de gelatina em relação à textura e claridade, parâmetros estes avaliados após processamento. Houve uma perda média no processamento de vitamina A de 25% em relação ao adicionado, seguida da vitamina E com 12% e vitamina C com 1%. Aumentando-se a temperatura de depósito da calda das gomas, de 70ºC para 80ºC encontrou-se uma diminuição na concentração da vitamina A de aproximadamente 37% e de 9% para a vitamina C. A eliminação do ácido cítrico da formulação das gomas com o propósito de minimizar perdas no processo não foi benéfica para as vitaminas C e E. Na estocagem de 6 meses obteve-se uma queda média de 93% da vitamina A, 57% para a vitamina C e 24% da vitamina E. Verificou-se, portanto que as vitaminas A e C irão ditar a vida de prateleira das gomas de gelatina e não foram sobredosadas em concentrações suficientes para garantir o declarado no rótulo até 6 meses numa estocagem controlada a 20ºC.
Resumo:
O presente experimento foi realizado para determinar a efetividade do tratamento térmico em água e vapor a 80 °C tendo como objetivo a inativação do Clostridium botulinum tipo E, utilizando-se amostras de Semintendinosus. Foram realizadas ainda a avaliação da maciez objetiva, utilizando-se a análise de força de cisalhamento, e a avaliação sensorial dos atributos de suculência, maciez subjetiva, "flavor" e presença de colágeno. O tratamento a 80 °C foi efetivo na eliminação do microrganismo, contudo não houve diferença significativa no atributo maciez objetiva (força de cisalhamento) avaliado nos dois tratamentos utilizados. A avaliação sensorial apresentou correlação positiva entre os atributos maciez e suculência, enquanto o colágeno apresentou correlação negativa com a maciez. O "flavor" não apresentou correlação com os atributos maciez, suculência e presença de colágeno.
Resumo:
A carne congelada de caranguejo uçá (Ucides cordatus) é encontrada com facilidade nas lojas especializadas em pescados ou supermercados em Fortaleza (Nordeste, Brasil). Neste trabalho, uma inovação no processamento é proposta através da utilização da máquina SIAC (Sistema de Imobilização e Abate de Crustáceos), como uma alternativa menos traumatizante e mais higiênica para morte e extração da carne de caranguejo. Esta técnica provoca a imobilização do animal, com ou sem sua morte, através de pulsos elétricos controlados. Visando também reduzir os riscos à saúde dos consumidores, foi investigado o efeito da pasteurização sobre as carnes de caranguejo extraídas de modo artesanal e em laboratório. O rendimento de carne em relação ao peso do animal vivo foi influenciado pelo uso da máquina SIAC (25,1%). Sem o uso da mesma foi de 18,9%. Quanto ao rendimento em relação ao peso do animal inteiro cozido foi de 28,3 e 21,2% com e sem o uso da maquina, respectivamente. Os caranguejos imobilizados na máquina SIAC, após serem cozidos, soltaram a carne mais facilmente das carapaças, o que favoreceu o rendimento. Foi constatada a eficiência da pasteurização no processamento da carne de caranguejo através da eliminação de coliformes fecais e totais, bem como a redução na contagem total bacteriana.
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As farinhas de subprodutos animais se apresentam como uma fonte praticamente completa da maioria dos aminoácidos requeridos para uma alimentação equilibrada. Estas farinhas são amplamente usadas para corrigir as deficiências nutricionais, que ocorrem em outras matérias-primas para rações, como os farelos de origem vegetal. No entanto, constituem um ambiente favorável à proliferação de microrganismos, tanto durante o processamento quanto na estocagem. A Portaria SARC 002 de 13/02/2003 no Anexo I da Instrução Normativa Número 15 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento propõe que a etapa de esterilização das farinhas poderá ser realizada antes do processo de cocção dos subprodutos ou na própria farinha, contanto que seja empregado vapor saturado direto a uma temperatura mínima de 133 °C por um tempo mínimo de 20 minutos. Industrialmente, o que se deseja é obter um produto final com padrões higiênicos sanitários aceitáveis, com teor proteico o mais alto possível. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi investigar diferentes estratégias de processamento da farinha de subprodutos de indústria de aves, observando aquela mais eficiente para a esterilização: se no subproduto antes da digestão ou se na própria farinha. Foram realizados testes em escala piloto com capacidade para 150 kg e em escala industrial com capacidade de 3.000 kg. O processo de esterilização em escala industrial apresentou um melhor desempenho comparado com o processo piloto. O teor de proteína aumentou em todos os testes e a digestibilidade final da farinha foi de aproximadamente 92%, o que eleva seu valor de mercado. Com relação à eliminação de microrganismos, o processo industrial foi eficiente, uma vez que não foi verificada contagem em nenhum dos três testes realizados.
Resumo:
A irradiação gama é eficiente para eliminar a contaminação fúngica em grãos de amendoim. Este apresenta proteínas de alto valor biológico, minerais, vitaminas E, complexo B e alta concentração de lipídios. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da aplicação de radiações gama na cor, fenólicos totais, atividade antioxidante e perfil de ácidos graxos em amendoim (Arachis hypogaea L.). Os cultivares IAC-Tatu ST e IAC-Runner 886 foram submetidos a radiações gama com doses de 5,0; 7,5; 10,0; e 15,0 kGy e armazenados em temperatura ambiente. Não foram verificadas diferenças significativas na cor dos amendoins IAC-Tatu ST. Diferenças significativas foram detectadas para a luminosidade e o Croma do IAC-Runner 886. Os fenólicos totais diferiram significativamente entre o controle com 33,27 mg.g-1 e o tratamento com 10,0 kGy com 58,60 mg.g-1 no IAC-Tatu ST, neste parâmetro não foram observadas diferenças significativas no IAC-Runner 886, cujo controle foi 51,59 mg.g-1. Para atividade antioxidante não foi verificada diferença significativa com a dose de 10,0 kGy, recomendada para eliminação fúngica de amendoim. Na dose de 10,0 kGy, verificou-se a diminuição de ácidos graxos saturados, o aumento dos insaturados e o aumento de ácido linoleico. A relação oleico/linoleico diminuiu, justificando novos estudos correlacionando armazenamento e estabilidade oxidativa.
Resumo:
Intoxicações acidentais e intencionais constituem- se em fonte significativa de morbimortalidade. Em emergências ou UTIs, frequentemente o Nefrologista é chamado como consultor para auxiliar na indicação de medidas de aumento da depuração renal de agentes tóxicos. Revisamos o emprego de diálise nas intoxicações agudas por medicamentos ou pesticidas, cujo suporte especializado toxicológico foi realizado por telefone pelo Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT-RS). Avaliamos a correlação entre necessidade de diálise e óbitos em coorte retrospectivo (1998- 2000). Dos 36.055 atendimentos, 337 foram identificados como graves, 245 preenchendo os critérios de inclusão exigidos. A idade média foi 30 ± 18 anos; 53% mulheres. Medicamentos frequentemente envolvidos foram anticonvulsivantes e antidepressivos, entre outros; quanto aos pesticidas, organofosforados, bipiridílicos e glifosato. Métodos de aumento da eliminação incluíram alcalinização urinária (n = 37) e métodos dialíticos. Diálise entre intoxicações severas ocorreu em 4,5% (n = 11), 3,67 procedimentos/ano (1/22,7 relatos de casos severos). No grupo que dialisou, em 91%, a circunstância foi tentativa de suicídio (principalmente fenobarbital e paraquat). Dois casos requereram hemoperfusão (cloranfenicol e paraquat). Óbitos entre pacientes graves não submetidos a diálise ocorreram em 25,6%, versus 36,3% entre dialisados (RR = 0,89; IC 95% = 0,54-1,35). Os achados podem ser explicados pelo poder estatístico associado ao número de procedimentos realizados. O Nefrologista deve estar atento para situações que requerem o emprego de medidas dialíticas, ainda que não necessariamente para substituição renal, mas para aumento da depuração do agente tóxico.
Resumo:
Disfunção do trato urinário inferior indica uma função anormal do trato urinário inferior para a idade da criança, que pode levar à perda da capacidade coordenada de armazenamento e eliminação de urina. É uma entidade comum em crianças, embora subdiagnosticada na prática clínica, e que, além de representar um risco para o trato urinário superior, causa um constrangimento emocional aos pais e às crianças, devido à incontinência urinária e à frustração em lidar com o problema. A aquisição da continência urinária diurna ocorre na maioria das crianças até os 4 anos e a noturna até os 5 anos de idade. Após esta idade, a incontinência urinária torna-se um problema social. Apesar da importância clínica, muitas vezes, os pais desconhecem os sintomas dessa disfunção. Esse artigo tem como objetivo abordar os principais aspectos relacionados ao diagnóstico dessa disfunção.