137 resultados para papilomavírus
Resumo:
OBJETIVO: descrever a idade de início da atividade sexual (sexarca) e a sua associação com a idade das mulheres com a infecção por papilomavírus humano (HPV) e com as alterações citológicas no exame de papanicolaou. MÉTODOS: mulheres da população geral foram recrutadas para participar de um estudo de rastreamento de câncer cervical e lesões pré-malignas. Após a aplicação de questionário comportamental, foram submetidas ao rastreamento com gia cervical e teste para DNA de HPV de alto risco, por meio de Captura Híbrida 2. Este projeto faz parte do Latin American Screening Study, que envolve mulheres do Brasil e da Argentina, e os dados aqui apresentados referem-se aos centros brasileiros nas cidades de Porto Alegre, São Paulo e Campinas. RESULTADOS: de 8.649 mulheres entrevistadas, 8.641 relataram atividade sexual prévia e foram incluídas na análise. A média de idade no momento da entrevista foi de 38,1±11,04 anos, com início da atividade sexual em média aos 18,5±4,0 anos. Identificamos que a idade do início da atividade sexual aumenta de acordo com o aumento da faixa etária no momento da entrevista, isto é, mulheres mais novas relataram sexarca mais precoce que mulheres mais velhas (p<0,001). Em relação à infecção por HPV de alto risco, do total de mulheres que haviam iniciado as relações sexuais, 3.463 foram testadas, com 17,3% de positividade para HPV. Notadamente, em todos os centros, as mulheres com idade ao início da atividade sexual abaixo da média da população entrevistada apresentaram positividade maior para HPV (20,2%) do que as mulheres com sexarca em idade acima da média (12,5%) - Odds Ratio (OR)=1,8 (IC95%=1,5-2,2; p<0,001). Em relação à citologia, mulheres com sexarca abaixo da média de idade apresentaram também maior percentual de citologia alterada > ou = ASC-US (6,7%) do que mulheres com sexarca em idade maior que a média (4,3%) - OR=1,6 (IC95%=1,3-2,0; p<0,001). CONCLUSÕES: a infecção por HPV e a presença de alterações citológicas identificadas no rastreio de lesões cervicais em uma população assintomática estiveram significativamente associadas à idade mais precoce no início das relações sexuais. Ademais, identificamos também que as mulheres desta amostra apresentaram diminuição da idade ao início da atividade sexual, nas últimas décadas, sugerindo importante causa para o acréscimo da prevalência de HPV e as lesões decorrentes desta infecção.
Resumo:
OBJETIVO: analisar, em mulheres com HPV em colo do útero, as características da infecção viral e os fatores de risco para lesão intraepitelial de alto grau e carcinoma cervical. MÉTODOS: realizou-se um estudo caso-controle com mulheres com HPV em colo do útero atendidas em serviço de Ginecologia de referência vinculado ao SUS, em Recife, Nordeste do Brasil. No grupo de casos (72 mulheres com lesão intraepitelial de alto grau ou carcinoma cervical) e de controles (176 mulheres com colpocitologia normal ou com alterações benignas), foram pesquisados seis genótipos virais (HPV 16, 18, 31, 33, 6 e 11) em material da ecto- e endocérvice com primers MY09/MY11. As variáveis independentes foram hierarquizadas em três níveis de determinação: distal (sociodemográficas), intermediário (comportamentais) e proximal (realização anterior de colpocitologia). A homogeneidade das proporções foi testada (χ2). Obtiveram-se ORs não ajustadas e, na modelagem final, realizou-se regressão logística hierarquizada com o ajuste do efeito de cada variável sobre o desfecho pelas variáveis do mesmo nível e de níveis anteriores de causalidade. RESULTADOS: em 76,6% das 248 mulheres participantes do estudo, o genótipo viral da infecção cervical foi identificado. Predominaram genótipos de alto risco oncogênico (83,4% nos casos e 67,1% nos controles), principalmente HPV 16 e 31. Foram identificados como fatores de risco (a) distais: residir em zona rural (OR=2,7; IC95%: 1,1-6,2), menos de três anos de estudo (OR=3,9; IC95%: 2,0-7,5) e renda familiar inferior a dois salários mínimos (OR=3,3; IC95%: 1,0-10,5); (b) intermediário: número de gestações igual ou superior a quatro (OR=2,0; IC95%: 1,0-3,7); (c) proximal: ausência de colpocitologia anterior (OR=9,7; IC95%: 2,4-38,2). CONCLUSÕES: em mulheres usuárias do SUS do Nordeste do Brasil predominam os genótipos virais 16 e 31 em infecções cervicais por HPV, sendo que fatores socioeconômicos, reprodutivos e relacionados à ausência de rastreamento citológico representam risco para lesão intraepitelial de alto grau e câncer cervical.
Resumo:
OBJETIVO: comparar três métodos para detecção do HPV e determinar a prevalência dos genótipos encontrados. MÉTODOS: um total de 120 amostras de raspagem da região cervical de mulheres portadoras de neoplasia intraepitelial cervical foram analisadas pela reação em cadeia da polimerase convencional, usando os sistemas de primers MY09/11, GP05+/06+ e pela Nested-PCR. As amostras foram submetidas à extração de DNA e, logo após, amplificadas com os primers GH20 e PC04 (β-globina) para verificação da qualidade do DNA obtido e pela reação em cadeia da polimerase convencional e Nested-PCR. Os fragmentos amplificados foram visualizados em gel de agarose a 1,2%, corados com Blue Green Loading Dye I. As amostras positivas foram sequenciadas usando o sequenciador automático de DNA "MegaBACE 1000". Para análise estatística foram utilizados os teste do Χ2 e o de Fisher com nível de significância de 5%. RESULTADOS: quinze amostras não se amplificaram para os primers de β-globina, sendo eliminadas do estudo. Das amostras restantes, 40% (42/105) foram positivas para os primers MY09/11, 98% (103/105) para os primers GP05+/06+ e 92% (97/105) para Nested-PCR. Considerado as técnicas MY09/11 e GP05+/06+, foi possível observar 100% de amostras positivas para o HPV. Neste estudo, a prevalência dos genótipos foi de 58, 23, 5, 4 e 3% para HPVs 16, 18, 31, 33 e 56, respectivamente. Os HPV 67 e 83 apresentaram 2% e os HPV 6, 11, 58 e candHPV85, 1% cada. A prevalência dos genótipos neste estudo está de acordo com o reportado em todo o mundo (IC95%=0,4657-0,8976). CONCLUSÕES: para obter resultados mais confiáveis, é necessário o uso de mais que um sistema de primers para detecção do HPV. Acredita-se que as três técnicas estudadas são importantes e adequadas para o diagnóstico clínico do HPV quando apropriadamente combinadas.
Resumo:
OBJETIVO: O objetivo foi descrever a distribuição dos genótipos do papilomavírus humano e a frequência de infecções por múltiplos genótipos, bem como avaliar a associação entre genótipos de papilomavírus humano, faixa etária e resultados cito-histopatológicos.MÉTODOS: Estudo retrospectivo de corte transversal realizado entre junho de 2010 e outubro de 2013 em Salvador, Bahia, Brasil. Foram revisados 351 prontuários de mulheres com genotipagem positiva pelo teste PapilloCheck(r), usado para detectar 24 tipos de papilomavírus humano. Os achados cito-histopatológicos foram classificados em grupos de: achados negativos para neoplasia (exames citopatológico e histopatológico negativos), lesão de baixo grau (achado citopatológico - lesão intraepitelial de baixo grau - ou achado histopatológico - neoplasia intraepitelial cervical grau 1, neoplasia intraepitelial vaginal grau 1 ou condiloma e lesão de alto grau (achado citopatológico - lesão intraepitelial de alto grau - ou histopatologia com laudo maior ou igual a neoplasia intraepitelial cervical grau 2 ou neoplasia intraepitelial vaginal grau 2).RESULTADOS: O genótipo de alto risco mais frequente foi o HPV 16, com 18,5%; intervalo de confiança de 95% (IC95%) 14,6-23,0, seguido pelo HPV 56 (14%; IC95% 10,5-18,0) e o HPV 39 (13,4%; IC95% 9,5-16,8). O HPV 18 (5,4%; IC95% 3,3-8,3) esteve entre os menos comuns. Entre os tipos de baixo grau, o HPV 42 (15,7%; IC 95% 12,0-20,0), o HPV 6 (11,4%; IC95% 8,3-15,2) e o HPV 44/55 (11,1%; IC95% 8,0-14,9) foram os mais encontrados, enquanto o HPV 11 (2,8%; IC95% 1,4-5,2) foi o menos frequente. A proporção do HPV 16 aumentou com a severidade das anormalidades cito-histopatológicas de 13,8% (12/87) nas lesões de baixo grau para 42,4% (14/33) nas lesões de alto grau. Houve associação significativa entre a presença de lesão cito-histopatológica de baixo ou alto grau e os genótipos de alto risco, HPV 16, HPV 52, HPV 73 e HPV 82, e o de baixo risco, HPV 43. Mulheres com menos de 30 anos apresentaram frequência significativamente maior do HPV 16 (22,2 versus12,9%, p=0,01), do HPV 42 (19,7 versus 10,9%, p=0,01) e do HPV 45 (6,6 versus1,4%, p=0,01), além de infecção múltipla (58,1 versus47,4%, p=0,04).CONCLUSÕES: Observou-se uma variabilidade da distribuição dos diversos genótipos de papilomavírus humano em mulheres no estado da Bahia. Na amostra estudada, o HPV 16 foi o mais frequente, assim como em outras regiões do Brasil e do mundo. Encontramos o HPV 56 e o HPV 39 como o segundo e o terceiro mais frequentes. Entretanto, o HPV 18 esteve entre os menos comuns. Os tipos não oncogênicos, HPV 42, 6 e 44/55, foram os mais observados, enquanto o HPV11 foi o menos frequente.
Resumo:
OBJETIVO: Realizar estudo comparativo entre mulheres positivas e negativas para o vírus da imunodeficiência humana (HIV), analisando: prevalência de neoplasia intraepitelial cervical (NIC) e infecção cervical pelo papilomavírus humano (HPV); risco viral e relação com desenvolvimento de NIC; parâmetros sociodemográficos e de comportamento que influenciaram na presença de infecção cervical por HPV e NIC.MÉTODOS: Estudo comparativo entre mulheres positivas e negativas para o HIV, sendo analisadas, respectivamente, 202 e 171 mulheres para avaliar a prevalência de NIC e 164 e 100 mulheres para avaliar a prevalência de infecção cervical pelo HPV. Em todas as consultas foram realizados: coleta de amostras cervicais para realização de citologia oncótica e reação em cadeia da polimerase (PCR) para detecção do DNA-HPV; colposcopia; questionário padronizado para coleta de dados demográficos/comportamentais; biópsia de todas as alterações colposcópicas. O exame histopatológico foi o padrão-ouro para o diagnóstico de NIC.RESULTADOS: A prevalência de NIC foi de 2,4 e 15,3% (p<0,001) e de infecção cervical pelo HPV foi de 37,1 e 55,5% (p=0,002), respectivamente, nas negativas e positivas para o HIV. As soropositivas tiveram mais infecção por HPV de alto risco (35,7 e 23,6%; p=0,02) e por múltiplos tipos (6,2 e 0%). O HPV 16 foi o tipo prevalente, ocorrendo em 11,3 e 10,2% das positivas e negativas para o HIV e também nas mulheres que tiveram NIC nos dois grupos. Os fatores associados ao desenvolvimento de NIC foram: infecção pelo HIV (HT=4,64; IC95% 2,23-9,65), idade (HT=0,95; IC95% 0,93-0,98 para cada ano de vida) e estado civil (HT=0,49; IC95% 0,30-0,80). Os fatores associados à infecção pelo HPV foram: presença do HIV (HT=2,72; IC95% 1,77-4,17), maior número de parceiros sexuais (HT=1,87; IC95% 1,23-2,84), idade (HT=0,97; IC95% 0,95-0,99 para cada ano de vida) e estado civil (HT=0,65: IC95% 0,42-1,0 para união estável/viúvas).CONCLUSÃO: A prevalência de NIC e infecção cervical pelo HPV foi maior nas mulheres positivas para o HIV, que também apresentaram mais infecções por HPV de alto risco e múltiplos tipos. O tipo 16 foi o predominante nos dois grupos e nas mulheres que tiveram NIC. As mulheres com mais idade e união estável/viúvas tiveram menor chance de adquirir infecção cervical por HPV e NIC.
Resumo:
OBJETIVO: Determinar a frequência do Papilomavírus Humano (HPV) na placenta, no colostro e no sangue do cordão umbilical de parturientes e seus neonatos atendidos no Ambulatório de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Universitário de Rio Grande (RS), Brasil. MÉTODOS: Foram coletadas biópsias de 150 placentas do lado materno, 150 do lado fetal, 138 amostras do sangue do cordão umbilical e 118 amostras de colostro. As biópsias de placenta foram coletadas da porção central e periférica. O DNA foi extraído segundo protocolo do fabricante e conforme referência encontrada na literatura. O HPV foi detectado pela técnica da reação em cadeia da polimerase aninhada (PCR-Nested) com os primers MY09/11 e GP5/GP6. A genotipagem foi por sequenciamento direto. As participantes responderam a um questionário autoaplicado com dados demográficos e clínicos, a fim de caracterizar a amostra. RESULTADOS: O HPV foi detectado em 4% (6/150) do lado materno das placentas, 3,3% (5/150) do lado fetal; 2,2% (3/138) no sangue do cordão e 0,8% (1/118) no colostro. A taxa de transmissão vertical foi de 50%. O genótipo de baixo risco oncogênico encontrado foi o HPV-6 (60%) e de alto risco, os HPV-16 e HPV-18 (20% cada). CONCLUSÕES: Esses resultados sugerem que o HPV pode infectar a placenta, o colostro e o sangue do cordão umbilical.
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A infecção pelo papilomavírus bovino (BPV) causa lesões hiperplásicas no epitélio cutâneo dos animais. De acordo com a localização e as características morfológicas das lesões, os seis tipos de BPV são classificados em dois sub-grupos. O objetivo desse trabalho foi identificar os tipos de BPV presentes em lesões cutâneas em bovinos de rebanhos do Estado do Paraná. Os primers degenerados FAP59 e FAP64 foram utilizados para a amplificação de um fragmento com 478 pb do gene L1 do BPV bovino em nove amostras de papilomas cutâneos obtidos de seis animais provenientes de quatro rebanhos bovinos do Estado. Em todas as amostras foi possível a amplificação de um produto com a massa molecular esperada. Por meio da análise filogenética das seqüências dos amplicons foi possível identificar o BPV-2 em três amostras, o BPV-1 em uma e o BPV-6 em cinco amostras de papilomas. O BPV-6 foi encontrado tanto em papilomas localizados no teto quanto em outras partes do corpo. Em um dos animais, do qual foram colhidas mais de uma amostra, foi detectada infecção concomitante do BPV-1 com o BPV-2. As cinco amostras positivas para o BPV-6 apresentaram 100% de identidade de nucleotídeos com a amostra padrão disponível no GenBank. No entanto, foram identificadas diferenças entre as amostras do BPV-2 e BPV-1 e aquelas depositadas neste banco de dados. Esse estudo demonstrou a diversidade de tipos do BPV circulantes em rebanhos do Estado do Paraná.
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O Câncer de colo uterino é um dos tumores mais freqüentes em mulheres brasileiras, assim como o câncer de mama. O desenvolvimento do câncer cervical e sua associação aos tipos oncogênicos de Papilomavírus Humanos (HPV) está bem documentada, sendo esta infecção um fator necessário para o desenvolvimento do câncer cervical. Os tipos de HPV 16 e 18 são os mais freqüentemente relacionados a tumores invasivos, denominados, portanto de alto risco. Entretanto, outros fatores como atividade sexual precoce, número de parceiros sexuais, números elevados de gestações e partos, uso prolongado de contraceptivos orais, deficiência nutricional, tabagismo, baixo nível sócio econômico, baixa imunidade e outras doenças sexualmente transmissíveis (DST) são fatores contribuintes para o desenvolvimento dessa patologia. Este estudo tem como objetivo conhecer a freqüência dos HPVs oncogênicos 16 e 18 na população de mulheres de uma área geográfica localizada na zona norte de Porto Alegre, bem como verificar as características associadas à presença deste vírus e sua relação com lesões do colo uterino. Trata-se de um estudo transversal cujo desfecho é a positividade ao HPV, em especial HPV 16 e 18, em mulheres de uma área geográfica localizada na zona norte de Porto Alegre. Um total de 1004 amostras de material do colo do útero foi coletado para realização do exame citopatológico convencional e para a identificação do HPV-DNA através da técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Colposcopia e biópsia foram realizadas sempre que a citologia estivesse alterada e/ou a PCR para o HPV-DNA fosse positiva. A freqüência de HPV e sua distribuição por faixa etária são descritas, bem como a sua associação com as variáveis estudadas através das Razões de Chances (RC) estimadas por regressão logística múltipla. Observou-se uma freqüência de HPV-DNA de 30,8% na população estudada. Destas 17,8% são mulheres positivas para o HPV 16 e 5,5% para o HPV 18. O fato de mulheres não terem um companheiro fixo (Razão de Chance (RC) =1,42; Intervalo de Confiança (IC) de 95%: 1,10-2,00) mostrou-se associado com a positividade para outros HPVs. O HPV 16 mostrou uma associação positiva com mulheres mais jovens ( 34 anos) (RC=2,48;IC95%:1,22-5,05). Quanto ao HPV 18, as mulheres fumantes mostraram uma associação postiva com o desfecho (RC=3,57; IC95%:1,26 –10,10). Os resultados mostramram uma elevada freqüência do HPV na população analisada, onde o mais freqüente foi o tipo oncogênico HPV 16, o que pode ser muito útil no planejamento da utilização de vacinas para o HPV. Os achados também sugerem uma associação positiva de infecção pelo HPV em mulheres sem companheiro fixo e mulheres jovens com a infecção pelo HPV 16 e mulheres fumantes com a infecção pelo HPV 18.