1000 resultados para Representações sociais Teses
Resumo:
Nossa pergunta de partida como os professores(as) e alunos(as) do Ensino Secundrio de duas escolas pblicas do Concelho de Cascais definem o fenmeno da violncia escolar, o conceito de educao para a conscincia crtica, o sucesso e insucesso escolar; como relacionam esses conceitos? Adoptamos a concepo terica de Paulo Freire sobre a pedagogia do oprimido e a pedagogia da autonomia. O nosso corpus foi constitudo pelos discursos de uma amostra no representativa de docentes e estudantes, recolhidos por meio de entrevistas semi-estruturadas. Conclumos que o conformismo um reflexo das representações sociais dos atores educativos. Isto est explcito nas suas convices de afirmao pela busca do sucesso escolar sob o modelo competitivo de educao neoliberal, e, sobretudo, por entenderem por bem que esse ideal deve ser conquistado, revelando maioritariamente uma concepo do processo educativo semelhante ao classificado por Paulo Freire como educao bancria. Ainda assim, encontrmos algumas definies bem articuladas por uma minoria de professores e alunos, que equacionam o conceito de conscincia crtica com a relao educativa, mas sem que isso lhes permita articular um discurso alternativo sobre o sucesso e a violncia.
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Assumimos como principal objectivo deste estudo identificar e caracterizar as representações sociais dos mdicos acerca da fisioterapia e dos fisioterapeutas. O enquadramento conceptual, epistmico e metodolgico principal do estudo resultou da articulao entre a Teoria das Representações Sociais e a Anlise do Discurso, valorizando os contributos da psicologia social e da sociologia, respectivamente, para o estudo dos grupos e dos processos de profissionalizao. Os participantes deste estudo foram mdicos das especialidades de Medicina Interna e de Medicina Geral e Familiar, num total de 10, repartidos igualitariamente pelo contexto hospitalar e do centro de sade. Para a recolha dos elementos de anlise, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas atravs da anlise de discurso. A anlise dos discursos dos mdicos de ambas especialidades, permitiu caracterizar as suas representações sociais acerca da fisioterapia e dos fisioterapeutas, as quais partilham a maioria dos contedos. Os fisioterapeutas so representados enquanto profissionais com alguma especificidade tcnica, geradora de resultados observveis e teis, mas a sua actividade considerada subsidiria dos especialistas de Medicina Fsica e Reabilitao. Esta representao articula dimenses aparentemente positivas como a posse de diplomas superiores e a eficcia das intervenes com a associao a um conjunto de reas de interveno que no cobrem a definio internacional da fisioterapia e as competncias dos fisioterapeutas, salientando as fases da reabilitao e preveno secundria, sobretudo nas patologias osteo-articulares, cardio-respiratrias e neurolgicas, sobretudo junto dos idosos. Relativamente caracterizao das prticas profissionais especficas, os mdicos salientam a terapia manual e, como sinal de progresso, o uso de tecnologias, constituindo-se como um recurso vlido, mas cuja recomendao ou prescrio pensada como uma segunda escolha, depois ou antes de recorrer farmacologia ou em substituio da cirurgia. Para construrem as suas representações, os mdicos socorrem-se da comparao com o padro da profisso mdica e do que a torna dominante ao expressarem que a fisioterapia actual cientfica, tecnicamente moderna e com validao acadmica. Uma das concluses importantes deste estudo a de que a disponibilidade de um reportrio positivo para representar os fisioterapeutas no impede, forosamente, que estes sejam pensados pelos mdicos como um grupo dominado; pelo contrrio, a segurana quanto sua posio de grupo dominante pode dispensar o recurso a traos negativos como estratgia de defesa de um estatuto e de um territrio exclusivo, para o qual tm contribudo anos de histria e a eficcia das medidas polticas das ltimas dcadas. Os resultados deste estudo podero contribuir para uma compreenso aprofundada das representações sociais que os mdicos possuem acerca da fisioterapia e dos fisioterapeutas em Portugal, e da sua potencial influncia nos diferentes contextos de interveno e nas actuais relaes com os mdicos.
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Neste artigo examinamos os resultados de um inqurito realizado junto de jovens em qu atro pases de lngua oficial portuguesa, situados em continentes diferentes: Angola, Brasil, Portugal e Timor-Leste. Em cada um desses pases foram recolhidos dados com vista a examinar as representações sociais da histria nacional e as emoes associadas aos acontecimentos considerados mais marcantes. Os resultados apontam para ambiguidades, ambivalncias e contradies nas representações sociais da histria que liga os pases de lngua portuguesa. De um modo geral observa-se um desencontro das memrias sobre o passado colonial. Esse desencontro das memrias sobre o passado comum particularmente evidente quando comparamos as memrias histricas dos jovens angolanos e dos jovens portugueses.
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Neste captulo abordamos os resultados de trs estudos empricos sobre as representações das alteraes climticas. A metodologia de recolha de dados utilizada foi a associao livre de palavras. Os participantes foram solicitados a pronunciarem-se livremente sobre os grandes problemas que enfrenta hoje a humanidade (Estudo 1) ou especificamente sobre as alteraes climticas (Estudos 2 e 3). Nos dois primeiros estudos, realizados em 2005, participaram estudantes universitrios enquanto que o terceiro estudo, realizado em 2007, contou com a participao de uma amostra bastante diversificada. No Estudo 1 constatmos a ausncia de centralidade das questes ambientais. A poluio foi considerada como o quinto maior problema com que se depara a humanidade, mas as referncias a outras questes ambientais foram muito baixas e as alteraes climticas no foram evocadas espontaneamente pelos participantes, o que demonstra a baixa salincia deste fenmeno para os jovens inquiridos. No entanto, no Estudo 2 verificmos que as alteraes climticas so percebidas como uma ameaa, j que so associadas a doenas, morte e destruio. As potenciais aces de mitigao do problema so referidas apenas por 4% dos participantes. Os resultados sugerem que os participantes se percebem como eventuais vtimas mas no como potenciais agentes de mudana. No Estudo 3, para alm do contedo das imagens associadas s alteraes climticas analismos tambm a valncia emocional dessas imagens e a sua estruturao em funo dos grupos de identificao dos participantes.
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A dengue hoje uma das doenas com maior incidncia no Brasil, com especial frequncia no municpio de Fnix Paran. No presente estudo pretendeu-se analisar as concepes que as crianas tm sobre a dengue, identificando os componentes do modelo KVP, bem como conhecer as representações sociais deste grupo. Para o efeito optou-se pela utilizao de charges com alunos do 5 ano do ensino fundamental de uma escola localizada no municpio de Fnix, cujos textos foram analisados para identificao de categorias e dos componentes do modelo KVP (conhecimentos, valores e prticas) a elas associadas. Foram identificadas quatro categorias de respostas sobre a interpretao da charge relativa dengue: (i) preveno da dengue, (ii) perigoso que pode levar morte, (iii) problema de sade pblica e (iv) combater a dengue. Verificou-se que a preveno da dengue foi a categoria em que se identificaram os trs domnios K, V e P implicados na construo das concepes, enquanto as duas categorias perigoso que pode levar morte e problema de sade pblica apresentaram apenas os domnios K e V, e a categoria combater a dengue apenas evidenciou o domnio V. Os resultados do estudo mostraram que os alunos j veem a dengue como um problema com consequncias srias e que todos tm sua responsabilidade no controle da doena. Percebe-se, portanto, que todo o trabalho que vem sendo realizado pela secretaria de sade, pelas escolas ou campanhas publicitrias esta surtindo efeito, uma vez que no ano de 2014 houve uma reduo do nmero de casos no municpio foco da pesquisa.
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Este projeto teve como objetivo principal a anlise crtica das representações de gnero que permeiam os contedos e linhas editoriais dos rgos de comunicao social portugueses, cruzando dois eixos de anlise: a produo de contedos mediticos e a receo desses contedos junto do pblico jovem. O primeiro eixo teve por objetivo analisar a forma como mulheres e homens so representados nas revistas portuguesas de informao generalista, atendendo ao sexo das/os produtoras/es das peas, de forma a detetar eventuais diferenas ao nvel das prticas discursivas. Nesse sentido, para alm da anlise de um ano de edies das duas revistas selecionadas (Sbado e Viso) foram realizadas entrevistas a profissionais das referidas revistas, as/os quais desempenhavam diferentes funes e ocupavam posies hierrquicas diversas: jornalistas, fotojornalistas, editoras/es e membros da direo. O principal objetivo das entrevistas s/aos profissionais foi perceber a composio e as dinmicas de funcionamento das redaes destas revistas, bem como a forma como as/os profissionais entendem as questes de gnero e como que estas esto patentes no trabalho dirio que desenvolvem. O segundo eixo visou compreender o modo como os produtos mediticos so apropriados pelo pblico jovem, mediante a realizao de diversos grupos focais. Em ambos os eixos metodolgicos privilegiou-se uma abordagem qualitativa, uma vez que se entende que as decises jornalsticas so marcadas por interesses, veiculando assim significados ideolgicos. Esta abordagem permitiu averiguar as convergncias e divergncias entre os padres discursivos evidenciados em cada um dos eixos metodolgicos.
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Este estudo tem como objetivos conhecer as representações sociais dos trabalhadores de enfermagem no enfermeiros acerca do trabalho na UTI, os modos de expresso do sofrimento e prazer e as formas de enfrentamento do sofrimento ligados a esse trabalho. Adota como referencial terico-metodolgico a Teoria das Representações Sociais. Os dados so obtidos por meio de entrevistas semi-estruturadas e analisados com a tcnica de anlise de contedo, especificamente, a anlise de enunciao. As representações evidenciam que, para suportarem a dor, o sofrimento e a morte do paciente, utilizam-se de diversos mecanismos individuais de defesa, classicamente descritos pela Psicopatologia e pela Psicanlise.
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Objetivando-se discutir as implicaes das representações sociais do HIV/AIDS para as relaes interpessoais e prticas de proteo entre adolescentes, foram realizadas 15 entrevistas semi-diretivas com adolescentes, portadares e no portadores do HIV, atendidos em um Hospital Escola do Rio de Janeiro. Para anlise dos dados utilizou-se o software ALCESTE 4.5 que realiza uma anlise hierrquica descendente de material textual. Observou-se que a representao social da aids estrutura-se em torno de cognies ligadas preveno, revelando uma contradio entre os contedos de conhecimento e as prticas relatadas pelo grupo. Sugere-se que as prticas de enfermagem devem ter como objetivo reduzir a distncia entre prticas, representações e o conhecimento cientfico.
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Este artigo apresenta um dos temas emergentes de uma pesquisa qualitativa, desenvolvida com adolescentes do sexo feminino da Vila Acaba Mundo - Belo Horizonte/MG. Teve como objetivo compreender as representações sociais das adolescentes em relao iniciao sexual sob o recorte de gnero. Os dados foram colhidos em quatro Oficinas de Trabalho e analisados luz da teoria das representações sociais, sendo utilizada a tcnica da anlise de discurso. Duas categorias empricas emergiram dos discursos: deixar de ser criana e temor pela gravidez e suas conseqncias. O entendimento das representações sociais e das relaes de gnero evidenciou valores, idias e prticas das adolescentes e suas famlias em freqentes transformaes, dentro do campo social.
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O objetivo da pesquisa foi investigar as representações sociais das famlias e dos usurios dos servios de sade mental acerca de sua participao no tratamento de pessoas com transtorno mental severo. O estudo foi fundamentado na Teoria das Representações Sociais. Para a coleta de dados: teste de associao livre de palavras e entrevista com roteiro junto aos familiares e usurios de dois hospitais-dia, situados em Fortaleza-CE, Brasil. Conforme os resultados revelaram, os sujeitos da pesquisa consideram vantajoso o cuidado neste tipo de servio e o apoio familiar essencial para o progresso no tratamento de pessoas com transtorno mental.
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Buscou-se caracterizar as representações sociais do trabalho da enfermeira em unidade de tratamento intensivo (UTI) mediante a determinao do ncleo central e do sistema perifrico. Foi realizado em cinco UTIs de dois hospitais de ensino, pesquisa e assistncia, sendo um pblico e outro filantrpico da cidade de Salvador-Bahia. A coleta de dados foi efetivada pela associao livre de palavras ao termo indutor: trabalho da enfermeira em UTI com noventa enfermeiras. Os dados foram processados pelo software EVOC e analisados por meio da construo da tabela de quatro casas, fundamentadas na teoria das representações sociais com abordagem estrutural. Os resultados indicam como elementos centrais: estresse, responsabilidade, assistncia integral e gratificao. Como sistema perifrico, elementos atitudinais profissionais e pessoais necessrios ao trabalho. Conclui-se que o trabalho estressante de responsabilidade amenizado pela gratificao de prestar assistncia integral, o que exige uma diversidade de atributos pessoais e profissionais.
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Trata-se de uma pesquisa qualitativa que objetivou compreender as representações sociais do p diabtico para pessoas com diabetes mellitus tipo 2. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, com dez pessoas com diabetes mellitus que participavam de um grupo de convivncia. Da anlise de contedo emergiram duas categorias: a doena do p com alteraes percebidas e ameaas presentes e; o cuidado com os ps, com o cuidado como preocupao com o futuro e no cuidado como sentimento de culpa. Os resultados mostraram que movidos pelas representações de alteraes e ameaas os sujeitos buscam no cuidado uma esperana de no desenvolver a doena do p ou controlar a situao. Quando o no-cuidado ocorre, surge o sentimento de culpa por terem conhecimentos e no se cuidarem. As representações sociais contriburam na busca da compreenso do modo como os sujeitos com diabetes mellitus constroem saberes que expressam sua identidade e guiam seus comportamentos, especialmente vinculado ao p diabtico.
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Esta pesquisa teve como objetivos identificar as representações sociais de mulheres sobre o cncer do colo do tero, e descrever a relao dessas representações sociais para o cuidado preventivo. A abordagem utilizada foi do tipo qualitativo-exploratrio, adotando a teoria das representações sociais como suporte terico-conceitual. Duas tcnicas de coleta foram utilizadas para obteno dos dados: a livre associao de palavras e a entrevista semidirigida com perguntas abertas. Para a interpretao dos dados foi utilizada a tcnica de anlise temtica. A pesquisa teve como resultado duas unidades temticas: cncer crvico-uterino - uma ferida tratvel e o preventivo - o fazer por temer. Observou-se que as mulheres temem muito o cncer crvico-uterino e, por esse motivo, admitem a importncia da realizao do exame preventivo, considerando-o como um ato de cuidado com a prpria sade.
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Este artigo discute as representações sociais de Agentes Comunitrios de Sade (ACS) acerca do consumo de drogas, como recorte de um estudo qualitativo de cunho etnogrfico, cuja produo dos dados ocorreu no perodo de janeiro/2006 a janeiro/2007. Um conjunto de tcnicas foi aplicado para profissionais que atuam numa Unidade Bsica de Sade de Salvador-BA, dentre eles 22 ACS. A Teoria das Representações Sociais foi adotada como eixo terico, e gnero como categoria de anlise. Os ACS reconhecem a proximidade e o envolvimento das mulheres com o fenmeno das drogas na comunidade onde moram e atuam, porm no adotam em seu trabalho nenhuma ao direcionada para tal problemtica. As representações sociais apreendidas reproduzem esteretipos e preconceitos em relao s drogas e s pessoas usurias de drogas, vinculadas, sobretudo, ao sexo e classe social, assinalando a invisibilidade do consumo de drogas como um problema de sade para o grupo estudado.
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Este artigo apresenta uma reflexo sobre o significado dos termos cidadania e sade, abordando a Teoria das Representações Sociais como estratgia para implementao e avaliao dos modelos de assistncia a sade no Brasil. Na primeira parte, traamos um breve histrico sobre a concepo de cidadania; na segunda, tratamos dos princpios de liberdade e igualdade pautados no pensamento de Kant; na terceira, evidenciamos a sade como um direito do cidado e um dever do estado; por fim, destacamos a Teoria das Representações Sociais como estratgia para avaliar e implementar os servios de sade prestados ao cidado pelos modelos assistenciais de sade em vigor no Brasil.