71 resultados para Phlebotomus.
Resumo:
As leishmanioses são doenças parasitárias causadas por protozoários do género Leishmania, transmitidas pela picada de flebótomos fêmeas e que causam uma elevada morbilidade e mortalidade em África, América Latina, Ásia, e na Região Mediterrânica. A vigilância da prevalência das leishmanias e dos respectivos vectores, nas regiões endémicas e envolventes, são cruciais para prever o risco de introdução e disseminação de novas espécies de Leishmania que poderão dar origem a novos focos de doença(s). A monitorização da infecção por Leishmania nos flebótomos é importante para a compreensão da eco-epidemiologia e avaliação de programas de controlo. Por outro lado, a transmissão de Leishmania pode envolver um elevado número de hospedeiros vertebrados que podem ser identificados através da análise das refeições hemáticas dos vectores. A Região do Algarve é considerada um foco endémico de leishmaniose(s), humana e canina, desde a década de 1980. O principal objectivo deste estudo foi actualizar a distribuição, a abundância relativa, a densidade e outros aspectos vectoriais das espécies flebotomínicas na Região Algarvia para uma possível aplicação na vigilância epidemiológica. De Maio a Novembro de 2007, foram capturados 1595 flebótomos, de ambos os sexos, através de armadilhas luminosas tipo CDC, em 175 biótopos. Foram identificadas quatro espécies flebotomínicas: Phlebotomus perniciosus, P. ariasi, P. sergenti e Sergentomyia minuta. Após identificação realizaram-se PCRs com alvo no (i) kDNA e na região ITS-1 para detecção da presença de DNA de Leishmania nos flebótomos e (ii) gene do citocromo B mitocondrial para análise das refeições hemáticas. A presença de uma fêmea de P. perniciosus infectada com L. infantum (taxa de infecção total de 0,12%) demonstrou que o Algarve continua a ser um foco de leishmaniose. A presença de P. sergenti e P. papatasi (esta última, encontrada em estudos anteriores) poderão constituir indicadores de risco de introdução/disseminação de L. tropica e L. major devido à mobilidade de turistas e imigrantes (e outros) de áreas endémicas para esta região. A realização, pela primeira vez em Portugal, de uma técnica de biologia molecular para estudo das preferências hemáticas, demonstrou ser uma ferramenta útil, que no futuro poderá eventualmente contribuir para verificar se os vectores apresentam capacidade de adaptação a novos hospedeiros vertebrados.
Resumo:
Introduction: In past decades, leishmaniasis burden has been low across Egypt; however, changing environment and land use has placed several parts of the country at risk. As a consequence, leishmaniasis has become a particularly difficult health problem, both for local inhabitants and for multinational military personnel. Methods: To evaluate coarse-resolution aspects of the ecology of leishmaniasis transmission, collection records for sandflies and Leishmania species were obtained from diverse sources. To characterize environmental variation across the country, we used multitemporal Land Surface Temperature (LST) and Normalized Difference Vegetation Index (NDVI) data from the Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) for 2005-2011. Ecological niche models were generated using MaxEnt, and results were analyzed using background similarity tests to assess whether associations among vectors and parasites (i.e., niche similarity) can be detected across broad geographic regions. Results: We found niche similarity only between one vector species and its corresponding parasite species (i.e., Phlebotomus papatasi with Leishmania major), suggesting that geographic ranges of zoonotic cutaneous leishmaniasis and its potential vector may overlap, but under distinct environmental associations. Other associations (e.g., P. sergenti with L. major) were not supported. Mapping suitable areas for each species suggested that northeastern Egypt is particularly at risk because both parasites have potential to circulate. Conclusions: Ecological niche modeling approaches can be used as a first-pass assessment of vector-parasite interactions, offering useful insights into constraints on the geography of transmission patterns of leishmaniasis.
Resumo:
Os flebótomos são insectos vectores de vários agentes patogénicos, dos quais se destacam os protozoários do Género Leishmania. Em Portugal, as leishmanioses, canina e humana, são causadas por L. infantum, sendo o cão o principal reservatório e Phlebotomus perniciosus e P. ariasi os vectores comprovados do parasita. São conhecidos três focos de doença, mas casos de leishmaniose canina têm sido reportados em outras regiões nas quais se desconhecem as espécies flebotomínicas presentes e respectivas taxas de infecção. Neste trabalho, efectuou-se a primeira prospecção flebotomínica no Concelho de Torres Novas, Distrito de Santarém, localizado na região Centro de Portugal. Os principais objectivos foram determinar a fauna flebotomínica do Concelho, os aspectos bioecológicos, as taxas de infecção por Leishmania e os factores de risco para a transmissão vectorial. De Junho a Novembro de 2010, 275 biótopos foram prospectados com armadilhas CDC. As capturas foram realizadas em 91 localidades, nas 17 freguesias do Concelho, e incluíram habitats domésticos, peridomésticos e silváticos. Os exemplares capturados foram identificados morfologicamente, as fêmeas utilizadas para detecção molecular de DNA de Leishmania e identificação das refeições sanguíneas. Análises de regressão simples e múltipla foram utilizadas para avaliação dos factores de risco para a presença das várias espécies flebotomínicas. Testes não paramétricos foram usados para comparar densidades. Dos 1262 flebótomos capturados, quatro espécies foram assinaladas com as seguintes abundâncias relativas: P. perniciosus 73,69%, P. ariasi 8,16%, P. sergenti 6,58% e Sergentomyia minuta 11,57%. Em 82% das localidades prospectadas foi detectada pelo menos uma espécie flebotomínica e em 71,4% destas foi capturada pelo menos uma das espécies comprovadamente vectoras de L. infantum. P. perniciosus foi assinalado em todas as 17 freguesias do Concelho. Os factores de risco identificados foram: temperaturas elevadas e humidades relativas baixas, locais abrigados e ausência de vento forte, presença de pinheiros como vegetação dominante, biótopos peridomésticos, particularmente currais de ovelhas e coelheiras, ou na proximidade de ovelhas, aves de capoeira e ninhos com andorinhas. A taxa de infecção flebotomínica por L. infantum foi de 4% para P. ariasi e de 0,32% para o total de fêmeas capturadas. A maioria das fêmeas para as quais se identificou a origem da refeição sanguínea pertencia a P. perniciosus. Esta espécie apresentou um comportamento oportunista, alimentando-se numa grande variedade de hospedeiros vertebrados. A elevada abundância e distribuição das espécies vectoras, juntamente com a seroprevalência de Leishmania nos cães do Distrito (5-10%), e a captura de uma fêmea grávida de P. ariasi (infectante), sugerem que o Concelho de Torres Novas é um foco de leishmaniose no país. A maior abundância relativa de P. sergenti, comparando com prospecções realizadas noutras áreas da região Centro de Portugal, sugere que este potencial vector esteja a expandir-se para latitudes mais elevadas, aumentando o risco de introdução de L. tropica no território, por contacto com imigrantes ou viajantes infectados de áreas endémicas. A monitorização flebotomínica, e dos hospedeiros vertebrados, deverá ser continuada no Concelho para que medidas eficazes de controlo possam ser definidas e implementadas.
Resumo:
Resulta dos trabalhos até agora emprehendidos que a transmissão da leishmaniose tegumentar deve ser feita por diversas especies de Psychodidios do genero Phlebotomus, entre elles o Phlebotomus papatasü, o Phlebotomus intermedius e o Phlebotomus argentipés. A epidemiologia, a superposição geographica entre a area de disseminação desses insectos e a da disseminação da molestia, assim como o resultado da tentativa da transmissão experimental della, pelos phlebotomos, fallam de modo muito favoravel a este respeito. Os phlebotomos devem não só transmittir a leishmaniose tegumentar como demonstram as experiencias até agora feitas e, muito provavelmente tambem, são elles os transmissores até, agora, não encontrados das leishmanioses viceraes. E' sempre possivel a constituição de um foco de leishmaniose tegumentar muito activo numa zona em que os phlebotomos sejam abundantes, como succudeu nas Aguas Ferreas, no fim do valle das Larangeiras, em plena cidade do Rio de Janeiro. Os factos verificados no fóco das Aguas Ferreas affastam por completo a ideia de que as leishmanias sejam um parasito normal dos phlebotomos. Os outros arthropodes hematophagos (mosquitos, moscas, carrapatos, percevejos etc. até agora incriminados de poderem ser vehiculadores da leishmaniose tegumentar não parecem exercer essa funcção. Além dos cães não está provado a existencia de outros depositarios reaes do virus da leishmaniose tegumentar sendo absolutamente improvavel que os lacertidios possam exercer essa funcção.
Resumo:
O trabalho refere as observações feitas em 1947 em um foco de leishmaniose muco-cutânea na Baixada Fluminense (Estado do Rio de Janeiro, Brasil). A existência da moléstia como uma endemia na região foi comprovada pelo encontro de 21 cicatrizes típicas, reagindo positivamente à intradermo-reação com antígeno específico, algumas datando de 5 a 15 anos. Na época dos trabalhos, entretanto, foi constatado um "surto epidêmico", o qual coincidira com uma grande derrubada florestal para fabrico de carvão vegetal. De 306 pessoas examinadas (cêrca de 50% da população local), foram encontradas 39 com lesões leishmanióticas (12,7%). Dentro e fora dos domicílios foram capturados Phlebotomus intermedius. Em 12 cães examinados foi encontrado um com diagnóstico provável da moléstia. Quinze gatos examinados mostraram-se negativos e, do mesmo modo, 28 mamíferos silvestres de pequeno porte. Dos 39 paciente, 4 tinham lesões mucosas (10,3%); 16 apresentavam lesões múltiplas (41,0%); e 19 eram mulheres (48,7%). Havia absoluta predominância das lesões nas partes descobertas do corpo. Cêrca de 1/3 dos casos era em crianças até 10 anos, atestando uma intensa transmissão domiciliária. Existiam casas com 2 a 6 enfermos. Com base nos informes dos pacientes ou responsáveis quanto ao tempo de doença (e admitindo-se um período incubativo médio de 2 meses), conclui-se que, provàvelmente, a grande maioria das infecções se dera entre julho e novembro, coincidindo com a derrubada florestal acima citada. Em 36 casos foi feita a intradermo-reação de Montenegro, obtendo-se respostas duvidosas em 2 e positivas em 34, com intensidade variável. Foram feitas 18 biópsias. Na epiderme havia hiperacantose e, freqüentement, pseudoepiteliomatose com globos córneos e microabcessos; e na derme observaram-se 2 quadros característicos: ou um infiltrado de plasmócitos predominantes, ou uma reação granulomatosa, os quais, às vêzes, se associavam. Em geral, a granulomatose ocorria nos casos mais antigos, isolada ou associada à infiltração, que predominava nos casos mais recentes da enfermidade. A granulomatose traduziria um estado hiperérgico do organismo, uma vez que os indivífuos que a apresentaram tinham maior tempo de doença e reagiam fortemente à intradermo-reação. As leishmanias nunca se mostraram muito numerosas nos cortes estudados. Em 3 paciente foi observada cura espontânea. Foram tratados 26 doentes, sendo 18 com tártaro emético, 4 com "fuadina" e 4 com ambos os remédios. O tártaro mostrou-se tóxico, embora desse resultados tão bons quanto a "fuadina". Dois paciente com lesões da mucosa nasal não se curaram completamente, não obstante terem recebido ambos os remédios. Cinco anos depois dêste inquérito contatou-se pràticamente a extinção dêste foco de leishmaniose. Durante êsse tempo tinham sido feitas aspersões domiciliárias periódicas com o DDT para combate à malária (NERY GUIMARÃES & BUSTAMANTE, 1953).
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Foi realizado um estudo sorológico para verificação da presença de anticorpos para arbovírus em 288 indivíduos, residentes no povoado de Corte de Pedra, Valença, Bahia. Foram observados anticorpos inibidores de hemaglutinação e neutralizantes em 3.8% da amostra com a seguinte distribuição para flavivírus: Ilhéus (6), St. Louis (2), febre amarela (3), Rocio (1). Em um indivíduo, com residência anterior na Região Norte foram detectados anticorpos para Mayaro. Em 75 indivíduos testados aleatoriamente não foram observados anticorpos neutralizantes para o vesiculovírus Piry. Em outros 28 indivíduos, também selecionados ao acaso, anticorpos fixadores de complemento não foram detectados para os vírus dos grupos Changuinola, Phlebotomus e não grupados BE AR 408005 e BE AR 421710. Chama-se a atenção para a necessidade de estudos complementares para esclarecer a transmissão do vírus na área.
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A description is given of Madathamugadia wanjii n. sp., a Splendidofilariinae parasite of the gecko Ptyodactylus hasselquistii, on the west bank of the River Jordan and of its life cycle in Phlebotomus duboscqi. The new species is close to M. ivaschkini (Annaev, 1976) n. comb., of Turkmenistan, wich is also transmitted by sandflies (Reznik, 1982). The genus Madathamugadia is now comprised of four species, two from Madagascar and two from the Mediterranean sub-region; it differs from the genus Thamugadia by the presence of a double row of papillae anterior to the cloaca of the male. The larval characters of Splendidofilarinae of lizards confirm the affinity of these parasites to the Splendidofilarinae of birds (Chandlerella and Splendidofilaria); the first group could have arisen from the second by "captures" wich could have occurred in several places.
Resumo:
Morphological description of sand flies has remained a neglected area. The different organs used in taxonomy have not yet been described adequately with the scanning electron microscopy (SEM). We have examined the external genital structures of females of three Old World phlebotomine sand flies under SEM and recorded the morphological variations of the organs. We have found the female external genital structures of the three species varied considerably in morphology. The importance of the female external genital structures in sand fly identification is indicated
Resumo:
Numerical analyses (correspondence analysis, ascending hierarchical classification, and cladistics) were done with morphological characters of adult phlebotomine sand flies. The resulting classification largely confirms that of classical taxonomy for supra-specific groups from the Old World, though the positions of some groups are adjusted. The taxa Spelaeophlebotomus Theodor 1948, Idiophlebotomus Quate & Fairchild 1961, Australophlebotomus Theodor 1948 and Chinius Leng 1987 are notably distinct from other Old World groups, particularly from the genus Phlebotomus Rondani & Berté 1840. Spelaeomyia Theodor 1948 and, in particular, Parvidens Theodor & Mesghali 1964 are clearly separate from Sergentomyia França & Parrot 1920.
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Elucidating the evolution of Phlebotominae is important not only to revise their taxonomy, but also to help understand the origin of the genus Leishmania and its relationship with humans. Our study is a phenetic portrayal of this history based on the genetic relationships among some New Word and Old Word taxa. We used both multilocus enzyme electrophoresis and morphometry on 24 male specimens of the Old Word genus Phlebotomus (with three of its subgenera: Phlebotomus, Spelaeophlebotomus and Australophlebotomus), and on 67 male specimens of the three New World genera, Warileya, Brumptomyia and Lutzomyia, (with three subgenera of Lutzomyia: Lutzomyia, Oligodontomyia and Psychodopygus). Phenetic trees derived from both techniques were similar, but disclosed relationships that disagree with the present classification of sand flies. The need for a true evolutionary approach is stressed.
Resumo:
The hypothesis of a Palaearctic origin of Leishmania in the early Cenozoic, dispersal to the Nearctic in the late Eocene and to the Neotropical in the Pliocene is presented. It is further hypothesized that murid rodents and their immediate ancestors have been important mammalian reservoirs since the origination of Leishmania. Biochemical, molecular, biogeographical, entomological, mammalalogical and ecological support for these hypotheses are reviewed.
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The evolutionary relationships of sand flies and Leishmania are discussed in this report, which draws distinctions between co-association, co-evolution and co-speciation (or co-cladogenesis). Examples focus on Phlebotomus vectors of Le. infantum and Le. major in the Mediterranean subregion.
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Deltamethrin-impregnated PVC dog collars were tested to assess if they were effective in protecting dogs from sand fly bites of Lutzomyia longipalpis and Lu. migonei. A protective effect against Old World species Phlebotomus perniciosus was demonstrated before. Four dogs wearing deltamethrin collars and three dogs wearing untreated collars (not impregnated with deltamethrin) were kept in separate kennels for over eight months in a village on the outskirts of Fortaleza in Ceará, Brazil. Periodically, a dog from each group was sedated, placed in a net cage for 2 h in which 150 female sand flies had been released 10-15 min before. Lu. longipalpis were used 4, 8, 12, 16, 22, 27, and 35 weeks after the attachment of the collars. Lu. migonei were used 3, 7, 11, 15, 22, 26, and 36 weeks after attachment. During 35 weeks, only 4.1% (81 of 2,022) Lu. longipalpis recovered from the nets with the deltamethrin collared dogs were engorged, an anti-feeding effect of 96%. Mortality initially was over 90% and at 35 weeks was 35% with half of the sand flies dying in the first 2 h. In contrast, 83% of the 2,094 Lu. longipalpis recovered from the nets containing the untreated collared dogs were engorged and the mortality ranged from zero to 18.8% on one occasion with 1.1% dying in the first 2 h. Similar findings were found with Lu. migonei: of 2,034 sand flies recovered over this period, only 70 were engorged, an anti-feeding effect of 96.5%, and mortality ranged from 91% initially to 46% at 36 weeks. In contrast, engorgement of controls ranged from 91 to71% and a mortality ranged from 3.5 to 29.8%. These studies show that deltamethrin impregnated collars can protect dogs against Brazilian sand flies for up to eight months. Thus, they should be useful in a program to control human and canine visceral leishmaniasis.
Resumo:
The first steps in leishmaniasis are critical in determining the evolution of the disease. Major advances have recently been done in understanding this crucial moment. Fundamental research in parasite-vector interaction, parasite biology, insect saliva, and vertebrate host response have shed new light and uncovered a most fascinating and complex moment in leishmaniasis. We review here some of these aspects and we try to connect them in a logical framework.