Úlceras de Perna - Boa Resposta ao Tratamento com Matriz de Colagénio, Celulose Regeneradora Oxidada e Prata

A maior compreensão da fisiopatologia das úlceras de perna tem permitido o desenvolvimento de novas modalidades terapêuticas. As matrizes constituídas por colagénio e celulose regenerada oxidada permitem, através da ligação a proteases, menor degradação da matriz, protecção e estabilização de factores de crescimento favorecendo a cicatrização da úlcera. Doente do sexo masculino, 72 anos de idade, com síndrome metabólica e insuficiência veno-arterial periférica, com úlceras, extensas, de longa evolução, refractárias aos inúmeros tratamentos efectuados, curadas com pensos com matriz de colagénio, celulose regenerada oxidada e prata.

Avaliação das alterações fisiológicas dos músculos da perna por IRM através de T2

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Biomédica

Características de Vibrio parahaemolyticus isolados de mexilhões (Perna perna) comercializados em Niterói, Rio de Janeiro

O ecossistema marinho é o habitat natural de bactérias como Vibrio parahaemolyticus, um importante patógeno causador de gastrenterite humana associada ao consumo de alimentos marinhos. Na presente investigação, foi avaliada a presença de V. parahaemolyticus a partir de 86 amostras de mexilhões in natura e pré-cozidos. Vibrio parahaemolyticus foi isolado a partir de 11,6% dos mexilhões in natura e pré-cozidos avaliados. Todas as cepas avaliadas demonstraram-se urease positivas e 28,5% Kanagawa positivas sugerindo um potencial patogênico para o homem. Houve a predominância do sorotipo O10:K52 e a identificação da cepa emergente O3:K6. Esses resultados apontam para a relevância epidemiológica de V. parahaemolyticus em casos de gastrenterite humana após consumo de mexilhões sem cozimento adequado (100ºC/15min). Além disso, é importante alertar as autoridades de Vigilância Sanitária no Brasil quanto a sua presença na cadeia alimentar e seus riscos para a Saúde Pública.

Alinhamento e continuação de volumes de imagem de tensor de difusão da perna

A imagem por tensor difusão (DTI) é uma extensão da imagem por ressonância magnética que permite a caraterização microestrutural dos tecidos, sendo um destes, os músculos esqueléticos. No entanto, dadas as grandes dimensões dos mesmos, a aquisição de volumes DTI deste tipo de tecidos é comumente realizada em mais que uma sessão. A não linearidade dos gradientes de codificação espacial e a presença de magnetizações parasitas levam a que ocorram distorções que impossibilitam, quando unidos, a continuação de volumes na sua transição. No mercado já existem sotwares que permitem estas correções, no entanto, o seu objetivo tem como fim estudos populacionais aplicados na neurologia, não estando preparados para o alinhamento e união de volumes contíguos. Ao recorrer a algoritmos aplicados nestes softwares, com a devida preparação, é possível garantir a continuidade de volumes. Um desses algoritmos, demons, foi aplicado em pontos de sobreposição de imagens de volumes contíguos. A transformada resultante deste algoritmo foi aplicado ao volume considerado a transformar e unido ao volume de referência. Mostra-se ser possível a aplicação destes algoritmos para a continuação de volumes, sendo observada a preservação da coerência anatómica das fibras quando comparadas aos grupos de controlo. Numa versão futura, recomenda-se a utilização de algoritmos mais robustos, que tomam partido da informação direcional que a imagem por tensor de difusão fornece.

Avaliação por Imagem de Ressonância Magnética das alterações estruturais e fisiológicas dos músculos da perna após exercício

Esta dissertação tem como objectivo principal avaliar por IRM as alterações arquitectónicas e funcionais dos músculos mais importantes da perna quando submetidos a um protocolo de exercício intenso. Para esse fim, foram utilizadas técnicas avançadas de imagem específicas tais como o DTI, o BOLD e a relaxometria T2. Estas técnicas forneceram-nos de forma não-invasiva diversas informações in vivo e em tempo real sobre os tecidos musculares. Para além destas, também foram utilizadas sequências ponderadas em DP que serviram de referência anatómica e das quais também foram retirados dados arquitectónicos. Participaram neste estudo seis jovens atletas saudáveis do sexo feminino. Os músculos analisados foram o tibial anterior, os gastrocnémios (medial e lateral) e o solear. As diversas sequências de imagem foram adquiridas em duas fases distintas: pré e pós-exercício. O protocolo de exercício constou numa série de saltos unipedais realizados até à exaustão. Depois de adquiridas, as imagens foram processadas e tratadas com scripts dedicados e/ou software especializado. Os valores obtidos através da delimitação de ROIs, manipulação das imagens em 3D e execução de tractografias permitiram-nos apreciar as alterações ocorridas nos músculos exercitados. Após tratamento estatístico, verificou-se um comportamento semelhante entre os músculos nas várias técnicas de imagem. O ADC, o sinal BOLD e o valor de T2 variaram de forma equivalente nos músculos gastrocnémios e solear (agonistas no exercício praticado), enquanto que no tibial anterior estas variações foram menores ou inclusivamente negativas. Quanto aos dados arquitectónicos registados de forma directa na imagem ou obtidos através do DTI, não verificamos alterações estatisticamente significativas na maior parte das variáveis, à excepção do comprimento médio das fibras, do CSA e do ângulo de penação de alguns músculos. A IRM consegue assim avaliar a estrutura e função do músculo, complementando ou substituindo cada vez mais outras técnicas mais invasivas ou ineficazes.

Caracterização preliminar de Amaranthus hybridus L. e Amaranthus viridis L. através de isoenzimas

Através da técnica de eletroforese de gel de amido com migração horizontal, pode-se observar que para esterase, apenas o Amaranthus hybridus tipo verde apresentou variação, na forma de presença ou ausência da banda na posição 0.7. Por outro lado, para peroxidase, para todas as espécies e biótipos (A.viridis e A.hybridus tipo verde e tipo roxo) houve variação no padrão de bandas. Através da existência de bandas comuns às duas espécies, pode-se detectar evidências de hibridação e introgressãc entre elas.

A vertebrate reproductive system involving three ploidy levels : hybrid origin of triploids in a contact zone of diploid and tetraploid green toads (Bufo viridis subgroup)

The rise and consequences of polyploidy in vertebrates, whose origin was associated with genome duplications, may be best studied in natural diploid and polyploid populations. In a diploid/tetraploid (2n/4n) geographic contact zone of Palearctic green toads in northern Kyrgyzstan, we examine 4ns and triploids (3n) of unknown genetic composition and origins. Using mitochondrial and nuclear sequence, and nuclear microsatellite markers in 84 individuals, we show that 4n (Bufo pewzowi) are allopolyploids, with a geographically proximate 2n species (B. turanensis) being their maternal ancestor and their paternal ancestor as yet unidentified. Local 3n forms arise through hybridization. Adult 3n mature males (B. turanensis mtDNA) have 2n mothers and 4n fathers, but seem distinguishable by nuclear profiles from partly aneuploid 3n tadpoles (with B. pewzowi mtDNA). These observations suggest multiple pathways to the formation of triploids in the contact zone, involving both reciprocal origins. To explain the phenomena in the system, we favor a hypothesis where 3n males (with B. turanensis mtDNA) backcross with 4n and 2n females. Together with previous studies of a separately evolved, sexually reproducing 3n lineage, these observations reveal complex reproductive interactions among toads of different ploidy levels and multiple pathways to the evolution of polyploid lineages.

On two nematodes from Brazilian birds and description of a new species (Acuarioidea, Schistorophinae) parasitizing Laterallus viridis (Müller, 1776) (Gruiformes, Rallidae)

The present paper reports acuarioid nematodes recovered from avian hosts. A new species of the genus Schistorophus Railliet, 1916 is proposed based mainly on findings referring to ptilina, spicules and vagina. Ancyracanthopsis coronata (Molin, 1860) Chabaud & Petter, 1959 is referred again in Brazil since its proposition in 1860, from specimens recovered from a Brazilian bird. A revised key to the species of the genus Schistorophus is also presented.

Genome size rather than content might affect call properties in toads of three ploidy levels (Anura: Bufonidae: Bufo viridis subgroup).

In vertebrates, genome size has been shown to correlate with nuclear and cell sizes, and influences phenotypic features, such as brain complexity. In three different anuran families, advertisement calls of polyploids exhibit longer notes and intervals than diploids, and difference in cellular dimensions have been hypothesized to cause these modifications. We investigated this phenomenon in green toads (Bufo viridis subgroup) of three ploidy levels, in a different call type (release calls) that may evolve independently from advertisement calls, examining 1205 calls, from ten species, subspecies, and hybrid forms. Significant differences between pulse rates of six diploid and four polyploid (3n, 4n) green toad forms across a range of temperatures from 7 to 27 °C were found. Laboratory data supported differences in pulse rates of triploids vs. tetraploids, but failed to reach significance when including field recordings. This study supports the idea that genome size, irrespective of call type, phylogenetic context, and geographical background, might affect call properties in anurans and suggests a common principle governing this relationship. The nuclear-cell size ratio, affected by genome size, seems the most plausible explanation. However, we cannot rule out hypotheses under which call-influencing genes from an unexamined diploid ancestral species might also affect call properties in the hybrid-origin polyploids.

Low rates of X-Y recombination, not turnovers, account for homomorphic sex chromosomes in several diploid species of Palearctic green toads (Bufo viridis subgroup).

Contrasting with birds and mammals, most ectothermic vertebrates present homomorphic sex chromosomes, which might be due either to a high turnover rate or to occasional X-Y recombination. We tested these two hypotheses in a group of Palearctic green toads that diverged some 3.3 million years ago. Using sibship analyses of sex-linked markers, we show that all four species investigated share the same pair of sex chromosomes and a pattern of male heterogamety with drastically reduced X-Y recombination in males. Phylogenetic analyses of sex-linked sequences show that X and Y alleles cluster by species, not by gametolog. We conclude that X-Y homomorphy and fine-scale sequence similarity in these species do not stem from recent sex-chromosome turnovers, but from occasional X-Y recombination.

Strong reproductive barriers in a narrow hybrid zone of West-Mediterranean green toads (Bufo viridis subgroup) with Plio-Pleistocene divergence

Background One key question in evolutionary biology deals with the mode and rate at which reproductive isolation accumulates during allopatric speciation. Little is known about secondary contacts of recently diverged anuran species. Here we conduct a multi-locus field study to investigate a contact zone between two lineages of green toads with an estimated divergence time of 2.7 My, and report results from preliminary experimental crosses. Results The Sicilian endemic Bufo siculus and the Italian mainland-origin B. balearicus form a narrow hybrid zone east of Mt. Etna. Despite bidirectional mtDNA introgression over a ca. 40 km North-South cline, no F1 hybrids could be found, and nuclear genomes display almost no admixture. Populations from each side of the contact zone showed depressed genetic diversity and very strong differentiation (FST = 0.52). Preliminary experimental crosses point to a slightly reduced fitness in F1 hybrids, a strong hybrid breakdown in backcrossed offspring (F1 x parental, with very few reaching metamorphosis) and a complete and early mortality in F2 (F1 x F1). Conclusion Genetic patterns at the contact zone are molded by drift and selection. Local effective sizes are reduced by the geography and history of the contact zone, B. balearicus populations being at the front wave of a recent expansion (late Pleistocene). Selection against hybrids likely results from intrinsic genomic causes (disruption of coadapted sets of genes in backcrosses and F2-hybrids), possibly reinforced by local adaptation (the ranges of the two taxa roughly coincide with the borders of semiarid and arid climates). The absence of F1 in the field might be due to premating isolation mechanisms. Our results, show that these lineages have evolved almost complete reproductive isolation after some 2.7 My of divergence, contrasting sharply with evidence from laboratory experiments that some anuran species may still produce viable F1 offspring after > 20 My of divergence.

A pessoa com úlcera de perna, intervenção estruturada dos cuidados de enfermagem: revisão sistemática da literatura

Identificar as intervenções de enfermagem à pessoa com úlcera de perna de origem venosa, arterial ou mista. Pesquisa efetuada no motor de busca EBSCO: CINAHL, MEDLINE, com base em artigos em texto integral, publicados entre 2000 e 2010, com os seguintes descritores: Leg* Ulcer* AND Nurs* AND Intervention*, filtrados mediante questão de partida em formato PICO. Simultaneamente, realizada pesquisa na National Guideline Clearinghouse, com a mesma orientação. Uma intervenção centrada na pessoa aumentou os resultados em saúde, variando os cuidados diretos à ferida consoante a etiologia. Como intervenções associadas à cicatrização da úlcera de perna de qualquer etiologia, destacou-se: relação terapêutica enfermeiro/cliente, individualização de cuidados e monitoramento da dor.

Inferring the degree of incipient speciation in secondary contact zones of closely related lineages of Palearctic green toads (Bufo viridis subgroup).

Reproductive isolation between lineages is expected to accumulate with divergence time, but the time taken to speciate may strongly vary between different groups of organisms. In anuran amphibians, laboratory crosses can still produce viable hybrid offspring >20 My after separation, but the speed of speciation in closely related anuran lineages under natural conditions is poorly studied. Palearctic green toads (Bufo viridis subgroup) offer an excellent system to address this question, comprising several lineages that arose at different times and form secondary contact zones. Using mitochondrial and nuclear markers, we previously demonstrated that in Sicily, B. siculus and B. balearicus developed advanced reproductive isolation after Plio-Pleistocene divergence (2.6 My, 3.3-1.9), with limited historic mtDNA introgression, scarce nuclear admixture, but low, if any, current gene flow. Here, we study genetic interactions between younger lineages of early Pleistocene divergence (1.9 My, 2.5-1.3) in northeastern Italy (B. balearicus, B. viridis). We find significantly more, asymmetric nuclear and wider, differential mtDNA introgression. The population structure seems to be molded by geographic distance and barriers (rivers), much more than by intrinsic genomic incompatibilities. These differences of hybridization between zones may be partly explained by differences in the duration of previous isolation. Scattered research on other anurans suggests that wide hybrid zones with strong introgression may develop when secondary contacts occur <2 My after divergence, whereas narrower zones with restricted gene flow form when divergence exceeds 3 My. Our study strengthens support for this rule of thumb by comparing lineages with different divergence times within the same radiation.

New polymorphic microsatellites markers and development of mitotyping primers for West-Mediterranean green toad species (Bufo viridis subgroup)

We report new polymorphic microsatellites for three species of Palearctic green toads (Bufo viridis subgroup): 10 in B. balearicus and seven each in B. siculus and B. boulengeri. Diversity at these loci, measured for 27 B. balearicus, 23 B. siculus and 11 B. boulengeri, ranged from low to high (two to 10 alleles). Mitotyping primers, specific to the control region, which allow fast screening of parapatric Sicilian endemic B. siculus and Italian mainland-origin B. balearicus, were developed.