32 resultados para Musicalidade


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Gostei muito deste livro de Maria de Fátima Santos (que já recebera uma menção honrosa no Prémio Literário João Gaspar Simões). É daqueles livros que lemos e não sabemos se é prosa ou poesia, de tão bonito que é. Bonito… talvez não seja este o adjetivo que se esperaria para classificar o conteúdo literário de um livro, mas é o que não me sai da cabeça. Não é que a história seja bonitinha ou as personagens exaltem em beleza. Não é isso. Nem quer dizer que não haja violência, mortes, traições. Que as há. Mas existe nele um tom, uma musicalidade, uma calma (ajudada por uma pontuação onde a exclamação está ausente) que dão harmonia a um conjunto de vozes que se vão fazendo ouvir através de um narrador peculiar. Mas já lá vamos. Vou primeiro apresentar a autora, que para alguns pode ser menos conhecida. Maria de Fátima Marques Correia Santos nasceu em Lagos, em 1948, e aposentou-se como professora de Física e Química. Talvez tenha sido essa condição que lhe tem dado tempo – e predisposição – para escrever e pintar. Tem publicado poemas e contos, quer no seu blogue, quer em livro (foi também vencedora de um dos cinco prémios Novos Talentos FNAC Literatura 2012). Quanto ao que desenha e pinta (a que chama «o gosto pelo traço desenhado e pelas tintas»), pode ser visto num dos seus blogues, Intimarte (http://intimarte.blogspot. pt/). Só mais um abraço é o seu primeiro romance. Mas não parece nada, pois não padece de maleita de principiante, que procura mostrar tudo quanto sabe. Antes pelo contrário: é uma escrita muito contida, onde as emoções, os sentimentos e as ações ficam-se pela esfera do não-dito e do subentendido.

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A vitalidade da Música na criação do Modernismo impõe-se no diálogo que estabelece com a Literatura e a Pintura. A Música é a arte que desperta no ser humano as emoções mais profundas, ecos e ressonâncias da alma. É uma arte da vibração e do rigor da medida, abstrata, liberta das contingências da imitação. A partir do fim do século XIX ela vai à procura de novos caminhos, muitos músicos entram em rutura com a linguagem harmónica tradicional, à procura de novas expressividades. Este processo de busca e de vanguarda da Música marca as diferentes correntes pictóricas: como temática visível, na globalidade; e como fragmentação do tempo e estruturação vibrante da forma e da cor, em Amadeu e nos artistas que sentem a pintura como um caminho interior. Perceber os sons e as vibrações dessa musicalidade dá-nos a evolução e a profundidade do percurso da obra plástica de Amadeo.