889 resultados para Literary tradition
Resumo:
Essa dissertação estuda a poesia do livro O Estranho, 1952, do poeta paraense Max Martins, e seu entrelace com a poesia moderna. Para isso, consideramos que a poética de Max dialoga com os textos de poetas brasileiros de renome nacional e universal. De acordo com Haroldo de Campos, a relação de uma poética com a tradição literária e o projeto que o texto artístico necessita é um encontro entre códigos, em uma rara capacidade de transferir mesmo as efemérides mais íntimas para o horizonte do fazer, em criação, na luta corpo-a-corpo com a palavra. Essa luta com o verbo é parte fundamental no jogo poético de Max Martins. Em O Estranho, ao questionar o lugar da poesia no seu próprio tempo, o poeta desmembra o texto e revela o homem e a escrita à margem. A poesia do estranho - o termo sugere o gauche drummondiano - constitui um "dialeto" talvez ininteligível para alguns. Como sugere o poema inicial dessa obra, a linguagem pode até mesmo ser incompreensível, daí o vocábulo "estranho" (do título do livro e do primeiro poema), ou seja, uma linguagem de choque, que se estranha com a realidade, no entanto, é o que quer o poeta, a transmutação da realidade cotidiana no poético. Neste trabalho, traçamos os aspectos relevantes da lírica moderna a partir de um estudo sobre os conceitos de Moderno, Modernidade e Modernismo, passando rapidamente pelo modernismo no Brasil, para chegar ao modernismo paraense e, especificamente, à geração de Max. Finalmente, propomos uma interpretação dos poemas do livro (analisando-os sobretudo à luz da leitura crítico-reflexiva de Benedito Nunes, primeiro crítico dos poemas de Max Martins). Foi feito também um histórico editorial dos poemas antes e depois da publicação de O Estranho. Com isso, pretendemos contribuir para os estudos literários no que tange falar mais demoradamente sobre os aspectos importantes da poesia de Max Martins, especialmente sobre sua iniciação no mundo poético.
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Desenvolvendo tema tão privilegiado pela literatura quanto o da orgânica relação entre corpo e linguagem, o romance Ó, de Nuno Ramos, tangencia os limites entre escrita do corpo e escrita da morte a partir de uma crise da linguagem desencadeada pela degenerescência do corpo. A crise provoca um estranhamento entre subjetividade e corpo, identidade e linguagem que, em consequência, instaura uma escrita da deriva. A dimensão da deriva passa a ser encenada por meio da articulação entre a tradição literária e a fratura causada na linguagem pelo contato com o residual. Nesse movimento, a obra de Nuno Ramos abandona a noção tradicional de realismo e representação em nome da teatralização dessa mesma tradição e da própria escrita. Seguindo estes caminhos de reflexão, buscarei retratar os aspectos abordados pela obra de Nuno Ramos dentro de uma perspectiva da literatura brasileira contemporânea que ressignifica questões de fundo problematizadas pela tradição literária brasileira e por precursores da estética contemporânea, como Clarice Lispector.
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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
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A obra Corola, de Claudia Roquette-Pinto (2000), apresenta um projeto poético consistente advindo do emprego de recursos expressivos metalinguísticos e da coesa estrutura da obra. O recurso à intratextualidade favorece a unidade e as reflexões metalinguísticas dos 48 poemas que compõem a obra. O diálogo com a tradição literária é simultâneo à consciência dos enunciadores de que a poesia de Corola é intervalar e físsil. Os 47 primeiros poemas sem título de Corola constroem forte relação de continuidade e interdependência reveladora da presença de uma “teoria” do fazer poético baseada em intempéries. O lirismo de Corola não apresenta marcas de autocomiseração em relação à situação de náufrago anunciada no último poema da obra. Os adjetivos exausto, roto, desacreditado, atribuídos ao eu poético, fazem com que ele se desdobre em outro, apreciador crítico de seus próprios ruídos poéticos e refém consciente de um tempo lacunar e intermitente que favorece a construção de uma poética da paciente espera pelo resgate da poesia e do desdobramento em leitor-espectador de si mesmo e do texto poético. Analisaremos alguns procedimentos metalingüísticos e as inquietações compositivas anunciadas pelos eus poéticos de Corola, além da recorrente figura do jardim como espaço poético.
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Nos poemas da coletânea Ariel, de Sylvia Plath, há diversos diálogos entre a inserção biográfica que os caracteriza e discursos da tradição religiosa, mitológica, histórica e literária. Nessa teia, a voz lírica tipicamente feminina dos poemas plathianos é constituída por meio de uma imagética corporal que a faz emergir diante desses discursos. Tal imagética muitas vezes faz par com a figurativização da morte em suas mais diversas facetas. A relação entre corpo e morte, no entanto, vai além da caracterização temática, pois ela representa o próprio processo da escritura. Desse modo, os poemas de Ariel podem ser vistos como constituintes de uma poética de dramatização e gozo de uma morte em cena.
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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
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Pós-graduação em Letras - FCLAS
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Starting from the set wherein Vidas Secas (1938) stands out, it is possible to establish parameters that make of Graciliano Ramos’ oeuvre the overcoming of realism due to the scope of representation and the quality of formal handling developed by the author, imbibed in the Brazilian and universal literary tradition, and whose result the criticism of Antonio Candido, skilful in taking into account the former critique, points out with precision. Perusing the facts that mark the creation and reception of Vidas Secas (including the production of the movie by Nelson Pereira dos Santos in 1963), the present work is a preamble for analyses that take into account the coherence of Graciliano Ramos with the absorption of expressive resources used by American and European practitioners of a literature engaged in adjusting the expression of contrasts and in reformulating the so-called regionalism
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The narratives of Decameron, composed by Giovanni Boccacio in the 14th century, possess a popular content carefully tied together by a formal structure capable of concentrating sophisticated techniques. The present paper revisits some relation possibilities between Decameron and Novellino, an anonymous work from the 13th century, composed on the basis of fables and stories gathered mainly from the oral tradition. Our aim is not to demonstrate a genealogy of the prose and of its freedom to recover narrative situations but to reflect, by means of examples of great reverberation, on the strategies developed to make elements from the ancient tradition highly functional in the literary tradition, according to the formal resources available in each period.
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This paper deals with characteristically anti-authoritarian aspects of Antônio Carlos de Brito’s work, alias Cacaso (1944-1987). It aims to provide evidence on his peculiar poetry writing exercise, which incorporates political and aesthetic tensions into its own language, rather than just refer to them. By anchoring in a poetics of everyday life and by being engaged in a dialogue with Brazilian literary tradition, Cacaso manages image, tone and emotion in order to instantly illuminate the impasses of his generation.
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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
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Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
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O ensaio investiga o modo de construção da personagem em O alienista, de Machado de Assis. Para realizar essa investigação, levanta-se a hipótese de que a matriz técnica para o desenho das criaturas da novela tenham sido Os caracteres de Teofrasto. Por essa razão, apresentam-se um esboço histórico e uma análise crítica desse livro, com ênfase em seus desdobramentos na França, na Inglaterra e no Brasil. O ensaio procura, assim, filiar a prática artística de Machado de Assis ao costume retórico dos caracteres, entendidos como manifestação de uma espécie literária - o retrato satírico - com função, regras, características e história muito específicas
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La problématique critique autour de la permanence du picaresque à l’époque contemporaine révèle, à partir des années soixante, une controverse qui n’est pas parvenue à en donner une vision homogène. L’oscillation entre une conception historique close et une conception a-historique ouverte ne permet pas de saisir les données essentielles d’une présence très riche et qui n’a pas du tout disparu. Pour le démontrer, on a pris en considération deux ensembles d’œuvres des XXe et XXIe siècles qui présentent un caractère bien distinct : d’un côté, un corpus restreint, composé par des réécritures ou des adaptations des textes canoniques espagnols ; de l’autre, un deuxième corpus plus riche en termes quantitatifs, qui ne représente pas forcement une réélaboration du canon du genre picaresque. Pour aborder l’analyse du corpus, on a évidemment essayé d’identifier des caractéristiques spécifiques qui ont survécu, tout en subissant parfois des transformations, au cours des XXe et XXIe siècles : plus particulièrement, on a pris en considération le narrateur, le motif de la naissance ignoble, la marginalisation du héros et son statut dynamique, aussi bien que la conclusion du récit. D’une tel analyse, il émerge en définitive que la réactivation du genre picaresque ne se borne pas à une réécriture contemporaine, mais aussi qu’il constitue un genre dont la survivance ne peut être mise en question, et dont la diffusion est assez ample. L’analyse d’une telle permanence dans la littérature contemporaine permet de comprendre que ce genre n’est pas lié exclusivement à une société particulière et à un moment historique précis, mais qu’il relève d’une structure plus profonde qui réussit à s’incarner, au cours de l’histoire, dans l’écriture et dans la tradition littéraire.