52 resultados para Intelectualidade
Resumo:
Este artigo analisa os debates historiográficos travados em 1923 por ocasião das comemorações da adesão do Pará à Independência do Brasil. Para isso, retoma os usos, pela intelectualidade paraense da época, dos mitos políticos da Antiguidade clássica, como as Guerras Púnicas, e de uma série de conceitos veiculados internacionalmente nos anos de 1910 e 1920, em obras políticas e literárias: "paz cartaginesa" em Keynes (1919), "terra desolada" em Elliot (1922) e ainda as imagens de Cartago na obra de Flaubert (1862). Mais do que um exercício de erudição, esse repertório analítico significou um longo e atribulado processo de construção da "moderna" identidade nacional na Amazônia.
Resumo:
A presente dissertação trata da atuação de intelectuais (poetas, jornalistas, militantes, estudantes, folcloristas, antropólogos) e artistas populares na formação da chamada “MPB”, Música Popular Brasileira, no Pará. Entre meados da década de 1960 e de 1970, setores intelectualizados da classe média paraense iniciaram uma grande mobilização no sentido de atualizarem a música popular produzida em Belém aos debates políticos e estéticos que a MPB realizava no restante do país. Festivais foram realizados, grupos de poesia e música surgiram, atuações políticas se misturavam com posturas boemias e grande atividade artística. A nova intelectualidade buscava ao mesmo tempo fazer uma música moderna, mas pautada em elementos da cultura popular paraense ou amazônida. Em meio a novos artistas advindos destes setores da sociedade uma revisão da memória da música popular se fazia e antigos nomes eram incorporados a uma tradição. Concomitantemente a isso, o carimbó, que até então estava restrito às cidades e comunidades interioranas, surge em Belém como uma explosão musical e torna-se música consumida pelas rádios, TVs e indústria do disco. A urbanização deste gênero do folclore regional leva a um amplo debate sobre autenticidade, mercado e identidade cultural da região amazônica e do Pará em particular. Neste processo, artistas de extratos populares entram em cena dando sua contribuição à música popular do Norte. O amplo debate nos jornais sobre o carimbó (sua autenticidade ou sua degeneração frente ao mercado) se soma as atuações da jovem intelectualidade. Neste complexo contexto de múltiplas atuações surge uma MPB de feições regionais.
Resumo:
Do final do século XIX até durante as primeiras décadas do século XX, os engenheiros estiveram entre os principais nomes da produção da historiografia paraense. Esta dissertação tem como objetivo examinar a conformação de uma tradição historiográfica marcada pelo diálogo estreito com o pensamento geográfico. A proximidade entre história e geografia foi articulada tanto entorno de uma percepção datada a respeito da função social que cabia a cada uma delas, quanto entorno de um projeto político pensado para a Amazônia. Em busca de redefinir, agora sob o olhar republicano, as bases da identidade regional, cabia à história rever e reaver o passado amazônico inserindo a região numa longa tradição marcada pelo desenvolvimento progressivo da civilização. Já à geografia cumpria estabelecer as bases do conhecimento espacial necessário à identidade local, e fundamental à ação do Estado. Tomo como objeto os engenheiros João de Palma Muniz, Henrique Santa Rosa e Ignácio Baptista de Moura. Entre produção historiográfica, celebrações de efemérides cívicas e a fundação de instituições, o projeto político desses três engenheiros fez parte de um movimento mais amplo da intelectualidade paraense. Em outras palavras, os engenheiros-historiadores foram parte especial de um amplo exercício de compreensão da construção da identidade da região amazônica a partir da ótica do poder do Estado-Nação.
Resumo:
Nosso trabalho está centrado no debate sobre a violência “revolucionária”travado por Marcuse, expoente significativo da intelectualidade que vivenciou e pensou os anos 60. Há a retomada, então, das utopias anticapitalistas do século XIX – particularmente a marxista. Marcuse aponta também para a urgência do combate ao imperialismo norte-americano – bandeira de luta carregada pelos movimentos de protesto neste período – argumentando que a violência é inerente ao sistema político-econômico, e que deve ser combatida através da violência “revolucionária” pela oposição.
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O estágio da pesquisa ora em andamento tem como foco principal apresentar e discutir dois conjuntos de fontes utilizados como auxiliares no estudo, em particular, da trajetória do pensador católico brasileiro Alceu Amoroso Lima, e também dos intelectuais que faziam parte do seu grupo. Os conjuntos são: uma seleção de obras de pensadores dos séculos XVIII-XIX (Edmund Burke, Louis-Ambroise De Bonald, Joseph De Maistre e Juan Donoso Cortés); a revista A Ordem, publicação de orientação católica criada nos anos 20 e que era o principal meio de expressão da intelectualidade católica laica. Certamente, o primeiro conjunto de fontes nos fornece elementos para pensar a produção de artigos de intelectuais católicos publicados na revista A Ordem, no Brasil dos anos 1930 e 1940, e particularmente por Alceu Amoroso Lima, o intelectual líder do grupo pessoas que escreviam nessas páginas.
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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
Resumo:
Pós-graduação em História - FCHS
Resumo:
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
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Pós-graduação em Estudos Literários - FCLAR
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Pós-graduação em História - FCLAS
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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
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This article proposes to engage in dialogue with the work and the trajectory of Caio Prado Júnior, one of the most influential historians and Marxist intellectuals of Brazil. The intention is not to evaluate his production in detail, nor follow the relationships she had with the Brazilian society and the historian’s political options, something already conducted by several researchers. Instead, its intention is to “use” his trajectory and style to freely reflect on some traces of Marxism in Brazil and especially on certain dilemmas inherent in the performance of the Marxist intellectuality. Caio Prado Jr. will, therefore, be treated here as a parameter for a broader reflection on the intellectuals.
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This article aims to discuss the attempts of the authorities in Rio de Janeiro to regulate Carnival festivities and discipline the revelers. Some of the ways to do this in the late nineteenth and early twentieth centuries, are connected to the prohibition of Shrovetide and of the wearing of some costumes by individual masked men, such as Indian and imp costumes, which are associated with backwardness and barbarism, and, therefore, with a period of history that part of the intelligentsia of Rio de Janeiro wanted to forget. Such manifestations were at odds with political, social and cultural transformations, and with the image of modernity that the city of Rio de Janeiro wanted to consolidate in that period.
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This paper aims at rescuing some critical appraisals found in the high school anthology Autores Contemporâneos (1931), by the critic, philologist and writer João Ribeiro, one of the main Brazilian intellectual representatives of the first decades of the twentieth century. João Ribeiro, along with Coelho Neto and, Laudelino Freire, among others, took part in of the panel which compiled, in 1921, the Dicionário da Academia Brasileira de Letras. Therefore, we find the analytical process João Ribeiro, their theoretical observations, concepts and dilemmas which are appointed by him in literary history and criticism of the early twentieth century.
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This paper proposes a new reading of how the defeat of France and its occupation by Nazi forces were analyzed by the collaborators of the Revista do Brasil (RJ, 1938-1943). This cultural and literary magazine was one of the most important in Brazil and brought together a significant part of the Brazilian intelligentsia of the time.