1000 resultados para Hanseníase Diagnóstico Teses
Resumo:
A sorologia utilizando o antÃgeno espécie-especÃfico do Mycobacterium leprae, PGL-I, pode ser um marcador de carga bacteriana em pacientes com hansenÃase. Estudos identificaram potencial de uso da sorologia na classificação de pacientes para fins de tratamento, monitoramento de terapia, risco de recidiva e na seleção dos contatos com maior risco de adoecer. Foi realizada uma revisão sistemática e 26 artigos foram incluÃdos na análise comparativa. Avaliamos os resultados do uso da sorologia PGL-I em diferentes situações, suas limitações e possÃveis aplicações. Estudos mostraram eficácia da sorologia PGL-I na classificação de pacientes, monitoramento da terapia, e nas reações hansênicas como teste preditivo. Para diagnóstico precoce e seguimento de população de alto risco, as metodologias utilizadas ainda não demonstraram custo-benefÃcio favorável, porém estudos indicam que a utilização do teste poderá influenciar positivamente nos programas de controle da hansenÃase. Com técnicas simples e robustas, o uso da sorologia PGL-I é viável.
Resumo:
O ML Flow e o ELISA PGL-I são testes sorológicos que detectam anticorpos IgM contra o glicolipÃdio fenólico I especÃfico do Mycobacterium leprae. Para avaliar o comportamento destes testes em áreas endêmica e não endêmica para hansenÃase foram estudados 351 voluntários no Brasil e no Chile, incluindo pacientes com hansenÃase, controles sadios, portadores de outras doenças infecciosas, não infecciosas e dermatoses que fazem diagnóstico diferencial com hansenÃase. O ponto de corte do ELISA foi estabelecido pelo método da Curva ROC (> 0,157). Em área endêmica, o ML Flow apresentou resultados positivos em 70% dos pacientes com hansenÃase; o ELISA foi positivo em 53,3%. Em área não endêmica, o ML Flow foi negativo em todos os voluntários testados; o ELISA foi positivo em 4 voluntários. O ML Flow é um ensaio mais rápido, facilmente aplicável e, portanto, mais adequado para ser utilizado na Atenção Básica; o ELISA necessita, alem de uma infra-estrutura de laboratório adequada, pessoal treinado e especializado em sua execução.
Resumo:
O diagnóstico precoce da hansenÃase, a correta classificação e o estudo dos fatores de risco relacionados à soropositividade, tornam-se importantes para o tratamento do doente e controle da endemia, especialmente, quando a responsabilidade pelo atendimento desses pacientes está sendo absorvida pelos serviços de atenção básica. Estudo descritivo e exploratório utilizando regressão logÃstica avaliou a associação das variáveis: sexo, idade, modo de detecção, número de lesões cutâneas e de nervos acometidos, grau de incapacidade, baciloscopia, com o resultado do teste sorológico ML Flow, em 1.072 casos novos com hansenÃase em 13 municÃpios de Minas Gerais. A soropositividade (50,7%) estava estatisticamente associada aos pacientes com 15 anos ou mais de idade (OR:2,6), mais de cinco lesões cutâneas (OR:7,5), mais de um nervo acometido (OR:2,4) e com baciloscopia positiva (OR:5,5 para IB<2 e OR:191,2 para IB>2), colaborando, assim, com a classificação e o tratamento adequados dos doentes.
Resumo:
A hansenÃase ainda é doença endêmica no Brasil, com cerca de 40.000 novos casos por ano. Devido à dificuldade na realização de exames laboratoriais em campo, classifica-se a forma clÃnica contando-se lesões, o que pode causar subdiagnóstico de casos multibacilares e falha terapêutica. Para avaliar uma nova ferramenta para diagnóstico de hansenÃase multibacilar, o teste ML Flow, foi realizado em 21/77 (27,3%) pacientes com hansenÃase dimorfa (6 DV e 15 DT) não tratados, com até cinco lesões de pele, avaliados de acordo com a classificação de Ridley & Jopling (R&J). O teste ML Flow foi positivo em 14/21 (66,6%) pacientes (4 DV e 10 DT); em 7/21 (33,3%) pacientes (5 DT e 2 DV) o resultado foi negativo. A classificação da hansenÃase baseada somente na contagem de lesões pode falhar em diagnosticar casos MB. O ML Flow é ferramenta útil no diagnóstico de hansenÃase dimorfa com até cinco lesões cutâneas.
Resumo:
A hansenÃase é um problema de saúde pública no Brasil. As ações de controle estão baseadas no diagnóstico e tratamento dos indivÃduos doentes e na vigilância de seus contatos. Os testes sorológicos permitem identificar, entre os contatos, aqueles com maior risco de desenvolver hansenÃase. O ML Flow foi utilizado em 2.840 contatos intradomiciliares de casos novos de hansenÃase, diagnosticados entre outubro de 2002 e março de 2004, em Minas Gerais. O ML Flow foi positivo em 20,5% dos contatos de hansenÃase, sendo maior nos contatos do sexo masculino (22,4%), nos maiores de 15 anos (21,7%), nos contatos de doentes multibacilares (23,9%). A chance de um contato ser soropositivo foi maior se convivia com caso multibacilar (OR=1,75), idade superior a 15 anos (OR=1,38) e sexo masculino (OR=1,25). O acompanhamento desses contatos permitirá, no futuro, avaliar o risco que a soropositividade representa no desenvolvimento de hansenÃase.
Resumo:
INTRODUÇÃO: A hansenÃase é considerada um grande problema de saúde pública nos paÃses em desenvolvimento. Estima-se que somente 1/3 dos doentes sejam notificados e que, dentre esses, muitos fazem tratamento irregular ou o abandonam, aumentando o impacto da doença. Assim o objetivo desse artigo foi descrever o perfil epidemiológico da população com diagnóstico de hansenÃase, no municÃpio de Uberaba, Estado de Minas Gerais, Brasil, no perÃodo de 2000 a 2006. MÉTODOS: Trata-se de um estudo retrospectivo, que utilizou os dados secundários de notificação de casos hansenÃase do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde do Brasil. RESULTADOS: Foram registrados 455 casos da doença, sendo 55,4% do sexo masculino, a faixa etária dos 34 a 49 anos (31,4 %) foi a mais afetada, houve registro de nove (2%) casos de hansenÃase em menores de 15 anos. A forma clÃnica prevalente foi a dimorfa (69,1%) e a classe operacional foi a multibacilar (87%). Tais achados são preocupantes, considerando-se que são de faixa etária economicamente ativa e potencialmente, os principais disseminadores da doença. CONCLUSÕES: O relato de que a maioria dos casos eram multibacilares, indica diagnósticos tardios, assim, torna-se necessário descentralizar o serviço de hansenÃase e capacitar mais profissionais para possibilitar diagnóstico e tratamentos mais precoces.
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INTRODUÇÃO: O estudo foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a situação da hansenÃase na população adulta do MunicÃpio de Buriticupu, MA. MÉTODOS: Foi empregado o método de busca ativa na identificação de casos novos, no perÃodo de 2005 a 2007. Baciloscopia de raspado intradérmico foi feita em todos os pacientes com lesões de pele compatÃveis com hansenÃase, enquanto exame histopatológico foi feito naqueles em que havia dúvidas na definição da forma clÃnica. RESULTADOS: Participaram do estudo 15.409 indivÃduos, tendo o exame clÃnico definido o diagnóstico de hansenÃase em 62 pacientes, o que representa um coeficiente de detecção de 40,23/10.000. A baciloscopia foi positiva em seis pacientes, sendo predominante a forma clÃnica tuberculóide, em 31 casos, seguida da forma indeterminada em 20, dimorfa em 10 e virchowiana em um. O estudo permitiu, ainda, a identificação de outras doenças da pele, tais como pitirÃase versicolor, dermatofitose, escabiose, vitiligo e carcinoma de pele. CONCLUSÕES: O elevado coeficiente de detecção define o municÃpio como hiperendêmico para a hansenÃase. A busca ativa de casos é um método importante para o controle da doença.
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INTRODUÇÃO: A hansenÃase é uma das doenças mais antigas da humanidade e persiste como problema de saúde pública. O Brasil ocupa o primeiro lugar na incidência e o segundo na prevalência mundial, e nas Américas representa 93% dos casos, conforme dados da Organização Mundial de Saúde de 2008. O objetivo deste estudo é conhecer o perfil dos pacientes com hansenÃase nos municÃpios da Associação dos MunicÃpios da Região CarbonÃfera (AMREC), no perÃodo de 01/01/2001 a 31/12/2007. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal e retrospectivo realizado na região da AMREC em Santa Catarina, Brasil. A amostra foi do tipo censitária, em que todos os pacientes notificados foram analisados. RESULTADOS: A população foi de 54 pacientes: 57,4% do sexo feminino e 42,6% do sexo masculino. A faixa etária prevalente foi de 30 a 39 anos (31,5%), a raça branca representou 79,6%. A ocupação foi ignorada em 51 casos, e a baciloscopia em 98%. As formas tuberculóide e virchoviana apresentaram frequência de 27,8% cada e na classificação operacional 50% eram multibacilares. O coeficiente de detecção das cidades variou de baixo a muito alto. CONCLUSÕES: Na análise não há predomÃnio de multi ou paucibacilares, nem de uma forma clinica especÃfica, contudo sabemos que o diagnóstico está ocorrendo tardiamente pela menor porcentagem de casos indeterminados e com predomÃnio do sexo feminino. Soma-se a isso o fato de haver escassez dos dados nas fichas de notificação, o que impossibilita-nos de mostrar a realidade da população estudada.
Resumo:
INTRODUÇÃO: O lupus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica que acomete múltiplos órgãos ou sistemas, não apresenta manifestação clÃnica patognomônica ou teste laboratorial sensÃvel e especÃfico o suficiente para um diagnóstico especÃfico. Para o diagnóstico, são utilizados os critérios propostos pelo Colégio Americano de Reumatologia (ACR), modificados em 1997. A presença de quatro ou mais critérios tem sensibilidade e especificidade de 96%. Porém, esses critérios para o LES podem ter especificidade mais baixa em regiões endêmicas para doenças infecciosas crônicas, como o Brasil, endêmico para hansenÃase, que pode apresentar manifestações clÃnico-laboratoriais semelhantes. MÉTODOS: Foi realizado um estudo de prevalência, onde foram aplicados os critérios de LES, nos pacientes com diagnóstico recente de hansenÃase multibacilar, que deram entrada no ambulatório de hansenÃase da ClÃnica Dermatológica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) durante o perÃodo da coleta de dados, além de calculada a especificidade e o número de falso-positivos nesse grupo. RESULTADOS: Foram incluÃdos 100 pacientes. As prevalências de alguns dos critérios de LES foram elevadas. Os critérios com maior prevalência foram o eritema malar (44%), a artrite (23%), a fotossensibilidade (29%), a linfopenia (19%) e a presença dos anticorpos antifosfolÃpides, incluÃdos no critério imunológico (20%). A especificidade encontrada (84%) foi menor do que a atribuÃda aos critérios em 1997 pelo ACR. CONCLUSÕES: Doenças presentes em nosso meio, como a hansenÃase nas formas multibacilares, mimetizam o quadro clÃnico-laboratorial do LES, o que deve deixar o médico atento à realidade das doenças infecciosas locais antes de afirmar um diagnóstico definitivo de LES.
Resumo:
O presente estudo teve como objetivo identificar nos pacientes com hansenÃase alguns problemas psicossociais, como preocupações e mudanças ocorridas em relação à famÃlia, aos amigos, ao emprego e a si próprio, após terem sido informados do diagnóstico da doença. Na metodologia foram utilizados alguns recursos da informática, como o programa KARDS , gerenciador da base de dados, e o software JARGÃO, que possibilitou a tarefa de analisar em linguagem natural os depoimentos dos pacientes, obtidos por meio de entrevista composta por duas perguntas abertas. Os resultados encontrados evidenciaram que após o diagnóstico da doença a maioria dos pacientes estudados apresentava preocupações e manifestava algum tipo de mudança em relação à famÃlia, aos amigos, ao emprego e a si próprios. As preocupações estavam relacionadas principalmente à possibilidade de transmitir a doença, especialmente para os familiares, e à incerteza da cura. As mudanças diziam respeito especialmente ao aparecimento de sintomas que, segundo os pacientes, poderiam provocar reações discriminatórias por parte de outras pessoas. Esses fatos levavam os pacientes a não contar aos amigos sobre sua doença.