932 resultados para HDE BOP
Resumo:
Background: Barnacles are a type of seafood with worldwide distribution and abundant along the shores of temperate seas. They are particularly appreciated and regularly consumed in Portugal as well as in Spain, France and South America, but barnacle allergy is a rare condition of which there is only one reference in the indexed literature. The molecular allergens and possible cross-reactivity phenomena implicated (namely with mites) have not been established. Objective: To demonstrate the IgE-mediated allergy to barnacle and to identify the proteins implicated as well as possible cross-reactivity phenomena with mites. Methods: We report the clinical and laboratory data of five patients with documented IgE-mediated allergy to barnacle. The diagnosis was based on a suggestive clinical history combined with positive skin prick tests (SPT) to barnacle – prick to prick method. Two barnacle extracts were prepared (raw and cooked barnacle) and sodium dodecylsulphate polyacrylamide gel electrophoresis (SDS-PAGE) and IgE-immunoblotting were performed. An immunoblotting inhibition assay with Dermatophagoides pteronyssinus was also done in order to evaluate cross-reactivity. Results: All patients had mite-related asthma and the allergic rhinoconjunctivitis; they all experienced mucocutaneous symptoms. All of them had positive SPT to barnacle, and the immunoblotting showed several allergenic fractions with a wide molecular weight range (19 – 94 kDa). The D. pteronyssinus extract inhibited several IgE-binding protein fractions in the barnacle extract. Conclusions: We describe five patients with IgE-mediated barnacle allergy. We also describe a group of IgEbinding+ proteins between 30 and 75 kDa as the allergenic fractions of this type of Crustacea. Cross-reactivity with D. pteronyssinus was demonstrated in two cases.
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A esofagite eosinofílica constitui uma doença infl amatória do esófago, mundialmente emergente, caracterizada pela infiltração significativa e isolada da mucosa esofágica por eosinófilos. A sintomatologia de apresentação revela-se bastante variável, mas frequentemente manifesta -se como uma doença de refluxo gastroesofágico que não responde à terapêutica anti-refluxo. O impacto alimentar esofágico e o desenvolvimento de estenoses esofágicas são complicações graves que podem ocorrer, com necessidade de remoção urgente do alimento e dilatação esofágica via endoscópica,respectivamente. A potencial gravidade destes sintomas justifica a importância do reconhecimento e do tratamento da doença, sobretudo tendo em conta que a sua prevalência tem vindo a aumentar na última década. A presente revisão sumariza o actual conhecimento sobre epidemiologia, apresentação clínica, possíveis mecanismos fisiopatológicos, história natural, abordagem diagnóstica e terapêutica desta condição.
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A síndroma ovo -ave é uma entidade clínica rara, em especial em idade pediátrica. Descreve -se o caso de criança de sexo masculino, 5 anos, que habita zona rural, com clínica sugestiva de alergia ao ovo e à carne de frango desde os 7 meses. Aos 2,5 anos apresenta queixas de asma brônquica, rinite alérgica e eczema atópico. Os testes cutâneos foram positivos para extractos de clara e gema de ovo. Dosearam -se IgE específi cas para clara e gema de ovo (>100 kU/L), carne de frango (1,0 kU/L), α -livetina (0,7 kU/L), penas de frango (15,3 kU/L). O estudo de immunoblotting evidenciou ligação de IgE a bandas com peso molecular entre 30-66 kDa e 32-45 kDa para clara e gema, respectivamente, 38/39/42 kDa para carne de frango e 33-45 kDa para penas de frango. Em doentes com alergia a carne de aves, expostos a factores ambientais de risco e sensibilização elevada a gema de ovo, dever -se -á suspeitar da síndroma ovo-ave.
Resumo:
Em 1968 foram descritos sintomas autolimitados que surgiam até 30 minutos após refeição em restaurante chinês. Esta síndrome tem sido atribuída ao consumo de glutamato monossódico (GMS), sendo designada por “complexo de sintomas associado ao GMS”. Foi objectivo deste estudo avaliar a resposta ao GMS em dois adultos com história sugestiva de reacção adversa a este aditivo alimentar. Em ocultação simples, foram administrados oralmente, em jejum e em dias diferentes, placebo ou doses crescentes de GMS, até à dose cumulativa de 5 gramas, sendo a prova considerada positiva caso surgissem pelo menos dois sintomas de vinte descritos na literatura. Apenas a prova com GMS foi positiva num doente, que referiu mal-estar geral, astenia e hipersudorese, na dose máxima. À semelhança de outros estudos, os resultados sugerem que doses elevadas de GMS, administradas sem alimentos, podem provocar sintomas em indivíduos com história suspeita de “complexo de sintomas associado a GMS”.
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Introdução: A anafilaxia induzida pelo exercício (AIE) é uma forma rara de alergia física que ocorre na sequência de esforços físicos. A verdadeira incidência e prevalência da AIE permanecem por esclarecer, não existindo até à data dados publicados a nível nacional. Objectivos: Estimar a frequência da AIE no ambulatório de um serviço de Imunoalergologia e incrementar o conhecimento em relação a esta patologia. Métodos: De 7699 doentes observados na consulta de Imunoalergologia durante o período de um ano, incluímos os correspondentes a quadros de anafilaxia notificados pelo corpo clínico (“pelo menos um episódio de reacção sistémica grave”). Resultados: A AIE foi reportada em 5 de 103 doentes com história de anafilaxia; correspondendo a uma frequência de 0,06% na população observada na consulta. A média etária destes doentes era de 20,2 ± 10,3 anos (entre 10 e 37 anos) e a distribuição por sexo masculino/feminino de 4:1. Todos tinham história pessoal de atopia e de rinite alérgica; dois doentes (40%) tinham asma. As actividades desencadeantes das crises foram a corrida, o futebol, a natação e a dança. Todos os doentes tinham sintomas com o exercício dependente da ingestão prévia de alimentos: cereais em três doentes (trigo – dois, cevada – um), leguminosas em dois (amendoim – um, feijão -frade e feijão -verde – um); com teste cutâneo por picada positivo para os referidos alimentos. Conclusões: A AIE representa 5% dos casos de anafi laxia reportados. Todos os casos identifi cados apresentavam AIE dependente de alimentos, encontrando-se os doentes controlados com a evicção dos alimentos referidos 6 horas antes da prática de exercício e sendo portadores de dispositivo para autoadministração de adrenalina.
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A alergia alimentar tem expressão e gravidade crescentes em idade pediátrica. Estando documentada maior incidência familiar, têm sido tentadas medidas de prevenção primária, cuja efi cácia permanece controversa. Descreve-se o caso de uma criança de alto risco que fez prevenção primária de alergia alimentar. Apresentou, no entanto, desde os 2 meses, eczema atópico e, aos 12 meses, reacção anafiláctica após ingestão acidental de peixe. Testes cutâneos por picada e IgE específicas positivos para diversos peixes e ovo. Apesar da evicção prescrita, aos 22 meses ocorreu nova reacção anafiláctica, no infantário, após inalação de vapores de peixe e, aos 42 meses, vómitos após ingestão acidental de alimento contendo ovo. A prevenção primária da alergia ao leite de vaca foi eficaz. Este caso salienta a complexidade da abordagem preventiva da alergia alimentar e destaca a necessidade do envolvimento da família e da escola na prevenção e na actuação rápida e eficaz na anafilaxia alimentar.
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As provas de função respiratória são instrumentos de quantificação objectiva do compromisso pulmonar utilizadas na confirmação diagnóstica, monitorização após terapêutica e avaliação do prognóstico de diversas patologias. Tem sido possível nos últimos anos a sua aplicação em crianças mais jovens, com benefícios evidentes, pela possibilidade de atempadamente monitorizar e alterar o curso natural de certas doenças. As provas de função respiratória no lactente e em idade pré-escolar revestem-se de particularidades metodológicas, tendo ocorrido recentemente um grande interesse da comunidade científica neste âmbito, com grandes progressos nesta área. Pretende-se no presente artigo enumerar as técnicas de função respiratória disponíveis em idade precoce, explicitando a sua fundamentação teórica, metodologia e aplicabilidade. Será dado particular destaque às técnicas mais inovadoras aplicadas no lactente – técnicas de compressão torácica rápida em volume corrente e volume aumentado, bem como em idade pré-escolar – pletismografia sem oclusão e espirometria animada. Embora as provas funcionais do lactente permaneçam no domínio da investigação, pela sua controversa aplicabilidade individual, as provas de função respiratória em idade pré-escolar são muito promissoras para o futuro.
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Introdução: A actividade científica faz parte do desempenho de um clínico da carreira médica hospitalar e os hospitais centrais devem ser a sede privilegiada da investigação clínica hospitalar. O objectivo do presente trabalho é o de avaliar retrospectivamente a actividade científica e de investigação de um hospital central, o Hospital de Dona Estefânia. Métodos: Foram avaliados, de 1993 a 2002 (dez anos), os resumos do Anuário do Hospital de Dona Estefânia, publicação anual que colige os trabalhos realizados pelo seu corpo clínico. O estudo incluiu a análise do tipo de trabalhos, a sua forma de divulgação e a produção científica, por intermédio da taxa de trabalhos por médico e por área de assistência. Resultados: Nos dez anos em análise foram incluídos 1821 trabalhos científicos, sendo 49.7% de investigação; a produção média anual do Hospital foi de 182 trabalhos, 165 comunicações e 24.5 publicações. Em 2002 foram considerados 312 médicos em 24 áreas de assistência, calculando-se uma razão por médico de 0.73 trabalhos científicos, dos quais 0.29 trabalhos de investigação. Discussão: O Anuário constituiu um excelente instrumento para medição directa da actividade científica e de investigação, abrangendo não só trabalhos publicados, mas também os não publicados. Embora não haja dados nacionais similares para comparação, seria de esperar uma maior produção científica do que a que consta no Anuário, tratando-se de um hospital central. Para tal facto podem ter contribuído a sobrecarga assistencial e o valor exíguo atribuído à actividade científica e, particularmente à investigação, na legislação que regula a contratação do corpo clínico nos hospitais portugueses.
Resumo:
Nesta revisão é actualizado o primeiro Consenso Nacional sobre Nutrição Parentérica no Recém-Nascido, publicado em 2004, com especial relevância para as indicações, contra-indicações e limitações, formulação das misturas e armazenamento, suprimento recomendado de líquidos, energia, macronutrientes e micronutrientes, nutrição parentérica em situações particulares, suas principais complicações, estimativa da osmolaridade das soluções, vias de administração, controlo clínico e laboratorial.
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Objective: To compare measurements of the upper arm cross-sectional areas (total arm area,arm muscle area, and arm fat area of healthy neonates) as calculated using anthropometry with the values obtained by ultrasonography. Materials and methods: This study was performed on 60 consecutively born healthy neonates: gestational age (mean6SD) 39.661.2 weeks, birth weight 3287.16307.7 g, 27 males (45%) and 33 females (55%). Mid-arm circumference and tricipital skinfold thickness measurements were taken on the left upper mid-arm according to the conventional anthropometric method to calculate total arm area, arm muscle area and arm fat area. The ultrasound evaluation was performed at the same arm location using a Toshiba sonolayer SSA-250AÒ, which allows the calculation of the total arm area, arm muscle area and arm fat area by the number of pixels enclosed in the plotted areas. Statistical analysis: whenever appropriate, parametric and non-parametric tests were used in order to compare measurements of paired samples and of groups of samples. Results: No significant differences between males and females were found in any evaluated measurements, estimated either by anthropometry or by ultrasound. Also the median of total arm area did not differ significantly with either method (P50.337). Although there is evidence of concordance of the total arm area measurements (r50.68, 95% CI: 0.55–0.77) the two methods of measurement differed for arm muscle area and arm fat area. The estimated median of measurements by ultrasound for arm muscle area were significantly lower than those estimated by the anthropometric method, which differed by as much as 111% (P,0.001). The estimated median ultrasound measurement of the arm fat was higher than the anthropometric arm fat area by as much as 31% (P,0.001). Conclusion: Compared with ultrasound measurements using skinfold measurements and mid-arm circumference without further correction may lead to overestimation of the cross-sectional area of muscle and underestimation of the cross-sectional fat area. The correlation between the two methods could be interpreted as an indication for further search of correction factors in the equations.
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Background: Upper arm anthropometry has been used in the nutritional assessment of small infants, but it has not yet been validated as a predictor of regional body composition in this population. Objective: Validation of measured and derived upper arm anthropometry as a predictor of arm fat and fat-free compartments in preterm infants. Methods: Upper arm anthropometry, including the upper arm cross-sectional areas, was compared individually or in combination with other anthropometric measurements, with the cross-sectional arm areas measured by magnetic resonance imaging, in a cohort of consecutive preterm appropriate-for-gestationalage neonates, just before discharge. Results: Thirty infants born with (mean 8 SD) a gestational age of 30.7 8 1.9 weeks and birth weight of 1,380 8 325 g, were assessed at 35.4 8 1.1 weeks of corrected gestational age, weighing 1,785 8 93 g. None of the anthropometric measurements are reliable predictors (r 2 ! 0.56) of the measurements obtained by magnetic resonance imaging, individually or in combination with other anthropometric measurements. Conclusion: Both measured anthropometry and derived upper arm anthropometry are inaccurate predictors of regional body composition in preterm appropriate-for-gestational-age infants.
Resumo:
Introdução: A apendicite aguda continua a ser um dos principais diagnósticos nos Serviços de Cirurgia Pediátrica. A taxa de apendicectomia negativa (apendicectomia sem evidência histológica de patologia), frequentemente utilizada como índice de qualidade hospitalar, permanece alta, apesar dos esforços para a reduzir, especialmente em crianças com menos de 6 anos. Objectivos: os objectivos primários foram: o cálculo da taxa de apendicectomia negativa, da concordância entre diagnóstico clínico (pós-operatório) e diagnóstico histológico e a caracterização da discordância diagnóstica por tipo de apendicite (fleimonosa, gangrenada, perfurada). A caracterização dos grupos apendicectomia negativa (A) e apendicites perfuradas (B), bem como a relação entre estes dois grupos ao longo dos anos, constituíram objectivos secundários. Material e Método: Estudo retrospectivo dos dados clínicos de 1000 doentes consecutivamente operados com o diagnóstico clínico de apendicite aguda, no Hospital de Dona Estefânia, no período de 1 de Janeiro 2003 – 30 de Setembro 2007, procedendo-se à consulta da folha de requisição de exame histo-patológico enviada para o Serviço de Anatomia Patológica. Foram revistos os dados epidemiológicos, a qualidade da informação da referida folha de requisição e calculada a taxa de apendicectomia negativa nesta amostra. Resultados: O diagnóstico clínico pós-operatório foi concordante com o diagnóstico histológico em cerca de 60% casos, sendo subvalorizado ou sobrevalorizado nos restantes casos. A taxa de apendicectomia negativa observada foi de 5,5%, o que está abaixo dos valores apresentados na literatura. Conclusões: As apendicectomias negativas devem ser um “mal menor” em relação às apendicites perfuradas. A discordância clínico-histológica pode ter implicações médico-legais e tem seguramente implicações clínicas e económicas pelo que urge reavaliar o modelo de abordagem desta patologia tão frequente.