62 resultados para Calcinose enzoótica


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FUNDAMENTO: Pacientes em hemodiálise (HD) apresentam risco aumentado de morte cardiovascular. A espessura íntima-média (EIM) e a presença de calcificações arteriais são fatores de risco bem conhecidos para morte cardiovascular em pacientes em HD. OBJETIVO: Avaliar a prevalência de EIM e calcificações em pacientes em HD e correlacionar achados de imagem com dados clínicos e laboratoriais. MÉTODOS: Estudo transversal de 75 pacientes em HD por > 12 meses. Os pacientes foram submetidos à ultrassonografia (US) modo-B para determinação da EIM do terço distal das artérias carótidas comuns. As calcificações arteriais foram avaliadas por US de artérias carótidas, femorais e tibiais e consideradas positivas se calcificações fossem encontradas em qualquer sítio arterial. RESULTADOS: Os pacientes tinham 52 ± 13 anos, 57% eram do sexo masculino e 16% eram diabéticos. EIM > 0,9 mm foi encontrada em 57% dos cases e calcificações arteriais na US em 48%. Envelhecimento (décadas) e tabagismo estavam associados com aumento da EIM (odds ratio ajustado [aOR] = 3,4, p < 0,001; aOR = 4,4, p = 0,045, respectivamente) e presença de calcificações vasculares (aOR = 3,0, p < 0,001; aOR = 6,8, p = 0,011, respectivamente). Altos níveis de hormônio paratireoidiano intacto (iPTH) (por 100 pg/ml) estavam associados de forma significante com aumento na EIM (aOR = 1,7, p = 0,021), mas não com calcificação vascular. Em contraste, diabete e tempo de diálise (anos) foram determinantes significantes para calcificações na US (aOR = 15,0, p = 0,009; aOR = 1,39, p = 0,020), mas não para o aumento da EIM. CONCLUSÃO: EIM aumentada e calcificações à US são achados comuns em pacientes em HD. Envelhecimento e tabagismo são determinantes consistentes para ambas as alterações de imagem. Aumento nos níveis de iPTH está associado com aumento na EIM. Diabete e tempo de diálise aumentam de forma substancial o risco de calcificação arterial.

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FUNDAMENTO: O índice tornozelo-braço (ITB) reduzido, inflamação e distúrbio mineral ósseo (DMO) estão associados com aumento no risco de morte e complicações cardiovasculares em pacientes em hemodiálise (HD), mas a relação entre esses fatores necessita ser elucidada. OBJETIVO: Avaliar a associação entre ITB anormal e DMO com inflamação em pacientes em HD. MÉTODOS: Esta análise transversal avaliou 478 pacientes em HD por pelo menos 1 ano. O ITB foi avaliado através de um Doppler portátil e manômetro de coluna de mercúrio. Os pacientes foram divididos em três grupos, de acordo com o ITB (baixo: <0,9, normal: 0,9 a 1,3, e alto: >1,3). As medidas de proteína C-reativa foram utilizadas como marcador inflamatório, enquanto a DMO foi avaliada através dos níveis de cálcio, fósforo e hormônio paratireoidiano intacto (iPTH). RESULTADOS: Os participantes tinham 54 (18 a 75) anos, 56% eram do sexo masculino, 17% eram diabéticos e estavam em HM por 5 (1 a 35) anos. A prevalência de ITB baixo, normal e alto AAI foi 26,8%, 64,6% e 8,6%, respectivamente. Usando um modelo de regressão logística condicional com procedimento backward, idade (p<0,001), diabetes (p= 0,001), e níveis de proteína C-reativa >6 mg/L (p= 0,006) estavam associados com a presença de ITB baixo, enquanto o sexo masculino (p<0,001), diabetes (p= 0,001) e produto cálcio x fósforo elevado (p= 0,026) estavam associados com ITB alto. CONCLUSÃO: Em pacientes em HD, a presença de diabetes estava associada com ITB alto e baixo. O risco de ter ITB baixo parece aumentar com a idade e inflamação, enquanto a DMO estava associada com ITB alto.

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Como resultado de inspeções feitas à ilha de Marajó o autor assinala: 1º) O mal de cadeiras continua existindo na ilha de Marajó sob a forma enzoótica, ao contrário do que pensavam os criadores, julgando-o extinto. As doenças designadas por estes como "barriga inchada" e "mormo seco", responsaveis pela grande mortalidade dos equinos, foram identificadas pelo autor como tal de cadeiras. 2º) O autor considera indispensável para a pesquisa do trypanosoma o processo de inoculação em animais de laboratório, tendo utilizado para esse fim camondongos e ratos brancos. 3º) Os surtos epizoóticos anuais coincidem com a época das chuvas, ocasião em que surgem os insetos hematófagos, o que faz pensar no papel desses últimos como transmissores. 4º) Os cavalos podem atravessar o ano com trypanosomas no sangue e em estado de saude aparente, constituindo assim depositários do mal de cadeiras. 5º) O extermínio da capivara, em consequência do seu aproveitamento econômico não modificou o carater endêmico da doença na ilha de Marajó. 6º) O autor observou que os trypanosomas no tubo digestivo de Stomoxys e Tabanideos, ao cabo de 8 horas, apresentavam com movimentos diminuidos e em formas arrendondadas, não conseguindo inoculações positivas com esse material. 7º) A saliva de um morcego do gênero Desmodus, que se infectou no laboratório, alimentando-se em animal doente, colhida de modo a evitar lesões da mucosa e consequente contaminação pelos trypanosomas do sangue circulante, mostrou-se incapaz de infectar, por inoculação, animais sensiveis. Este mesmo morcego não transmitiu a doença a um cão, o qual sugou durante 80 dias. Recentemente (1941) empregando um exemplar do gênero Desmodus, também infectado experimentalmente por alimentação em animal de laboratório, conseguimos transmitir o Trypanosoma equinum a uma cobaia normal. Este assunto será ventilado posteriormente.

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OBJETIVO: avaliar a acurácia da mamografia para o diagnóstico de microcalcificações mamárias suspeitas, com as classificações do Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS TM) e Le Gal em comparação com o resultado histopatológico utilizado como padrão-ouro. MÉTODOS: foram selecionados dos arquivos dos blocos cirúrgicos, 130 casos operados com mamografias contendo somente microcalcificações mamárias, inicialmente classificadas como suspeitas sem lesões detectáveis ao exame clínico. Estas foram reclassificadas por dois examinadores, utilizando as classificações de Le Gal e BI-RADS TM, obtendo-se diagnóstico de consenso. As biópsias foram revistas por dois patologistas e foi obtido diagnóstico de consenso. A leitura das mamografias e a revisão das lâminas foram feitas em duplo-cego. As análises estatísticas utilizadas neste estudo foram o teste do chi2, o modelo Fleiss quadrático para VPP e o programa Epi-Info 6.0. RESULTADOS: a correlação entre a análise histopatológica e mamográfica, usando BI-RADS TM e Le Gal, mostrou a mesma sensibilidade de 96,4%, especificidade de 55,9 e 30,3%, valor preditivo positivo (VPP) de 37,5% e 27,5% e acurácia de 64,6 e 44,6%, respectivamente. Quando discriminamos por categorias de BI-RADS TM, obtivemos VPPs: categoria 2, 0%; categoria 3, 1,8%; categoria 4, 31,6% e categoria 5, 60%. Os VPPs pela classificação de Le Gal foram: categoria 2, 3,1%; categoria 3, 18,1 %; categoria 4, 26,4%; categoria 5, 66,7% e não classificável, 5,2%. CONCLUSÕES: observou-se uma maior precisão com a classificação de BI-RADS TM, porém não se conseguiu reduzir a ambigüidade na avaliação das microcalcificações mamárias.

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OBJETIVO:Avaliar a presença de calcificações arteriais em mamografias de mulheres menopausadas e a sua associação com fatores de risco para doenças cardiovasculares.MÉTODOS:Trata-se de um estudo de corte transversal e retrospectivo, em que foram analisados as mamografias e os prontuários médicos de 197 pacientes atendidas no período entre 2004 e 2005. As variáveis do estudo foram: calcificação arterial mamária, acidente vascular cerebral, síndrome coronariana aguda, idade, obesidade, diabetes mellitus, tabagismo e hipertensão arterial sistêmica. Para a análise estatística dos dados, utilizaram-se os testes de Mann-Whitney, χ2 e Cochran-Armitage, sendo também avaliadas as razões de prevalência entre as variáveis descritas e calcificação arterial mamária. Os dados foram analisados com o software SAS, versão 9.1.RESULTADOS:Dos 197 exames e prontuários analisados, observou-se a prevalência de 36,6% para calcificações arteriais nas mamografias. Entre os fatores de risco para doença cardiovascular avaliados, os mais frequentes foram: hipertensão (56,4%), obesidade (31,9%), tabagismo (15,2%) e diabetes (14,7%). A síndrome coronariana aguda e o acidente vascular cerebral tiveram prevalências de 5,6 e 2,0% respectivamente. Entre as mamografias de mulheres diabéticas, a maior ocorrência foi de calcificação arterial mamária com razão de prevalência de 2,1 (IC95%1,0-4,1) e valor p de 0,02. Por outro lado, nas mamografias de pacientes fumantes, foi menor a ocorrência de calcificação arterial mamária com razão de prevalência de 0,3 (IC95% 0,1-0,8). Hipertensão arterial sistêmica, obesidade, diabetes mellitus, acidente vascular cerebral e síndrome coronariana aguda não apresentaram associação significativa com calcificações mamárias.CONCLUSÃO:A ocorrência de calcificação arterial mamária foi associada ao diabetes mellitus e mostrou associação negativa com o tabagismo. A presença de calcificação revelou-se independente dos demais fatores de risco para doença cardiovascular analisados.

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O presente trabalho constitui uma continuação da publicação dos resultados dos estudos sobre deficiências minerais em bovinos e ovinos obtidos nos últimos 25 anos e que vem sendo realizados pelos autores desde a década de 50. Esses estudos consistiram na obtenção de históricos de doenças possivelmente causadas por deficiências minerais, observações de campo e exames clínicos de bovinos e ovinos afetados por essas doenças, realização de necropsias com coleta de material para exames histopatológicos e dosagens químicas de cobre, cobalto, zinco, manganês, selênio e ferro em amostras de fígado. Para alcançar também as deficiências minerais mais leves, que não provocam quadros clínico-patológicos característicos, foram coletadas amostras de fígado para análises de microelementos também no decurso do estudo de doenças de outra natureza, sobretudo das causadas por plantas tóxicas. Na interpretação, os dados analíticos foram avaliados sempre em contexto com o histórico e o quadro clínico-patológico dos animais. Deficiência de cobre foi revelada nos municípios de Barra do Bugres (Mato Grosso), Parintins (Amazonas) e Carolina (Maranhão), no nordeste de Minas Gerais, na parte sul do Estado do Rio de Janeiro, e nos municípios de Itaquí e Uruguaiana (Rio Grande do Sul). Valores baixos de cobre foram encontrados também em bovinos afetados pela doença conhecida por "ronca", de etiologia ainda não esclarecida, no município de Aquidauana (Mato Grosso do Sul). Deficiência de cobalto foi diagnosticada nos municípios de Barra dos Bugres e Diamantina (Mato Grosso), Boa Vista (Roraima), Manaus e Itacoatiara (Amazonas), no nordeste de Minas Gerais e nos municípios de Luiz Antonio (São Paulo) e Seropédica (Rio de Janeiro). Valores baixos de cobalto também foram encontrados em bovinos afetados pela "doença do peito inchado", de etiologia ainda não esclarecida, que ocorre no leste de Santa Catarina. Valores de zinco indicando deficiência foram verificados no município de Seropédica (Rio de Janeiro). Valores baixos de manganês foram encontrados no nordeste de Minas Gerais e em bovinos afetados pela "doença do peito inchado". Valores altos de manganês foram obtidos nos municípios de Cacequí, Itaquí e Uruguaiana (Rio Grande do Sul). Valores baixos de selênio foram verificados em amostras coletadas em Mato Grosso do Sul nos municípios de Corumbá e Aquidauana. Valores elevados de selênio foram obtidos no município de Boa Vista (Roraima). Os valores de ferro obtidos em grande parte das amostras de todos os Estados são elevados, sobretudo naquelas com baixos valores de cobre; nos animais afetados pelo "ronca" e pela "doença do peito inchado", os valores de ferro são particularmente altos. Valores baixos de ferro foram constatados em bovinos afetados pela hematúria enzoótica.

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É apresentada uma revisão dos estudos realizados no Brasil sobre distúrbios no metabolismo mineral em bovinos, sobretudo deficiências minerais, no período de 1987-1998. Esta revisão foi feita em continuação de duas revisões prévias sobre o assunto, que abrangeram os períodos de 1943-1976 e 1976-1987. Nessas revisões são omitidos os estudos realizados apenas através de dosagens químicas de amostras de pastagem e de solo, sendo referidos aqueles baseados em análises de amostras de fígado ou outros tecidos ou fluidos dos animais e/ou experimentação, complementados ou não por análises químicas de pastagem e de solo. Em relação aos macroelementos, destacam-se os estudos sobre a deficiência de fósforo, já estabelecida anteriormente como a deficiência mineral mais importante no Brasil. Valores baixos de ferro em amostras de fígado foram constatados em bovinos afetados pela hematúria enzoótica, o que é compreensível, já que os animais apresentam marcada anemia devido a perda contínua de sangue. Destacaram-se, por outro lado, os valores elevados de ferro em diversas regiões; em algumas delas foi demonstrado que os níveis desse elemento estavam associados a valores baixos de cobre. As deficiências de cobre e cobalto foram as mais frequentes entre as de microelementos. Diversas ocorrências de intoxicação por cobre em ovinos foram comunicadas. A deficiência subclínica de zinco tem sido verificada com bastante frequência. A deficiência subclínica de manganês foi raramente constatada; ao contrário, houve verificações de valores elevados deste elemento. Em relação ao selênio, os dados continuam escassos, insuficientes para se saber qual a importância da deficiência desse elemento em bovinos e ovinos no Brasil; a miopatia nutricional em bezerros foi diagnosticada uma única vez. Entre os estudos realizados neste último período devem ser mencionados, especialmente, aqueles que abordam duas doenças cuja etiologia ainda não foi estabelecida, vulgarmente conhecidas como "ronca" e "doença do peito inchado", ambas de evolução crônica, afetando bovinos adultos. Na enfermidade conhecida como "ronca", os valores hepáticos de cobre são muito baixos e os de ferrro extremamente altos; deve-se considerar a hipótese de que os níveis hepáticos de ferro estão muito elevados em decorrência da sua não-utilização em função da deficiência de cobre. Na "doença do peito inchado", os valores hepáticos de manganês e de cobalto são baixos e os de ferro são muito elevados; é possível que as alterações nos níveis hepáticos de ferro sejam apenas o reflexo do acúmulo de sangue no fígado, uma vez que essa enfermidade é caracterizada por insuficiência cardíaca crônica que cursa com acentuada congestão hepática. Ainda deve ser destacada, no Rio Grande do Sul, a ocorrência de "morte súbita" em bovinos, cujos valores hepáticos para cobre foram muito baixos; nenhuma planta tóxica pode ser responsabilizada por essas ocorrências. Nesta mesma área, a hipomielinogênese congênita em bovinos foi diagnosticada. A ocorrência das deficiências minerais diagnosticadas durante o período correspondente a esta revisão foram lançadas em um mapa, com as respectivas referências bibliográficas.

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Investigou-se a soroprevalência de anticorpos anti Babesia bigemina em bovinos de nove municípios na mesorregião Norte Fluminense, estado do Rio de Janeiro. Realizou-se o ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA) indireto em 532 amostras de soro de bovinos. A análise soroepidemiológica revelou que 371 (69,74%) foram reagentes positivos ao ELISA indireto, dos quais: 32,33% com título de 1:500, 22,56% com título de 1:1000, 10,90% com título de 1:2000, 3,38% com título de 1:4000, 0,38% com título de 1:8000, 0,19% com título de 1:16000 e 30,26% foram negativos. A análise da prevalência segundo a faixa etária foi realizada dividindo-se em três grupos etários: 1 a 3 anos (n= 110), 3 a 6 anos (n= 241) e maior que 6 anos (n= 181), onde 73,64%, 69,30% e 67,95% dos animais foram positivos, respectivamente. Segundo a aptidão zootécnica 68,47% dos bovinos com aptidão para corte (n= 444) e 76,14% dos bovinos com aptidão para leite (n= 88) foram positivos. Em relação ao sexo, 69,82% das fêmeas (n= 497) e 68,57% dos machos (n= 35) foram positivos. Não houve diferença significativa entre os grupos etários, entre as aptidões e entre os sexos (P>0,05). A prevalência entre os municípios diferiu significativamente (P<0,0001), demonstrando que a infecção por B. bigemina em bovinos não é homogênea na mesorregião. A soroprevalência encontrada caracteriza esta mesorregião como uma área de instabilidade enzoótica. Nesta circunstância epidemiológica justifica-se o controle da enfermidade com o acompanhamento sorológico para identificação dos animais expostos a condição de risco.

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Estudou-se a soroprevalência de anticorpos anti Babesia bovis em bovinos de nove municípios na mesorregião Norte Fluminense do estado do Rio de Janeiro. Realizou-se o ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA) indireto em 532 amostras de soro de bovinos. A análise soroepidemiológica revelou 484 (90,98%) animais reagentes positivos ao ELISA indireto, dos quais: 20,30% com título de 1:500, 35,72% com título de 1:1000, 20,87% com título de 1:2000, 7,33% com título de 1:4000, 2,82% com título de 1:8000, 2,63% com título de 1:16000, 0,56% com título de 1:32000, 0,75% com título de 1:64000 e 9,02% foram negativos. A análise da prevalência segundo a faixa etária foi realizada dividindo-se em três grupos etários: 1 a 3 anos (n= 110), 3 a 6 anos (n= 241) e maior que 6 anos (n= 181), onde 98,18%, 90,87% e 86,74% dos animais foram positivos, respectivamente. Houve diferença significativa (P<0,05) do grupo etário de 1 a 3 anos com os demais grupos, caracterizando que os animais jovens são menos susceptíveis à doença clínica que os animais mais velhos. Segundo a aptidão zootécnica 91,44% dos bovinos com aptidão para corte (n= 444) e 88,64% dos bovinos com aptidão para leite (n= 88) foram positivos. Em relação ao sexo, 90,54% das fêmeas (n= 497) e 97,14% dos machos (n= 35) foram positivos. Não houve diferença significativa entre as aptidões zootécnicas e entre os sexos (P>0,05). A prevalência entre os municípios diferiu significativamente (P<0,0001), demonstrando que a infecção por B. bovis em bovinos não é homogênea na mesorregião. A soroprevalência encontrada caracteriza esta mesorregião como uma área de estabilidade enzoótica para B. bovis. Nesta circunstância epidemiológia faz-se necessário a imunização, apenas, de animais importados de outras áreas para esta mesorregião.

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Avaliou-se a soroprevalência de Anaplasma marginale em bovinos de nove municípios na mesorregião Norte Fluminense do estado do Rio de Janeiro através do ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA) indireto. 532 amostras de soro de bovinos foram analisadas; dos quais, 497 eram fêmeas e 35 eram machos; e destes, 444 animais com aptidão zootécnica para corte e 88 com aptidão para leite. A avaliação sorológica revelou que 485 (91,16%) foram positivas, dos quais: 55,45% com título de 1:500, 22,18% com título de 1:1000, 6,77% com título de 1:2000, 3,01% com título de 1:4000, 1,50% com título de 1:8000, 0,94% com título de 1:16000, 0,75% com título de 1:32000, 0,56% com título de 1:64000 e 8,84% foram negativos. A análise da prevalência segundo a faixa etária foi realizada dividindo-se em três grupos etários: 1 a 3 anos (n= 110), 3 a 6 anos (n= 241) e > 6 anos (n= 181), onde 91,82%, 92,95% e 88,95% dos animais foram positivos, respectivamente. Segundo a aptidão zootécnica, 91,22% dos bovinos com aptidão para corte e 90,91% dos bovinos com aptidão para leite foram positivos. Em relação ao sexo, 91,35% das fêmeas e 88,57% dos machos foram positivos. Não houve diferença significativa (P>0,05) entre os grupos etários, entre os sexos e entre as aptidões zootécnicas. A prevalência entre os municípios não diferiu significativamente (P>0,000), demonstrando que a infecção por A. marginale em bovinos é alta e homogênea entre os municípios. A mesorregião estudada foi caracterizada como uma área de estabilidade enzoótica.

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Um ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA) baseado em antígeno bruto foi avaliado na detecção de anticorpos contra Babesia bigemina. A sensibilidade e a especificidade do teste foram de 98,0% e 99,0%, respectivamente. Concordando com a alta especificidade do teste, não foram verificadas reações cruzadas com soros de bezerros inoculados três vezes com 10(7) merozoítos de Babesia bovis. Com relação à comparação do ELISA com a imunofluorescência indireta (IFAT) na detecção de anticorpos contra B. bigemina em bezerros experimentalmente infectados com cinco isolados brasileiros geograficamente distintos deste hemoparasito, o IFAT foi capaz de detectar anticorpos um dia antes do ELISA na maioria dos soros dos animais. Houve uma boa concordância entre os resultados encontrados no ELISA e no IFAT com soros de bovinos de região de estabilidade enzoótica (k=0.61). No entanto, não houve concordância entre os testes sorológicos com soros de animais de área de instabilidade enzoótica (k=0.33). O ELISA foi empregado em um inquérito epidemiológico com 1.367 soros de quatro municípios do Pantanal de Mato Grosso do Sul e caracterizou esta região como uma área de estabilidade enzoótica, uma vez que as prevalências variaram de 87,7 a 98,9%. Dessa forma, este ELISA, que apresentou alta sensibilidade, especificidade e desempenho similar ao IFAT, pode ser utilizado no diagnóstico sorológico de B. bigemina.

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Por meio de revisão da literatura pertinente foram coligidos e são apresentados os principais dados relativos aos aspectos epidemiológicos, toxicológicos, clínicos, anátomo e histopatológicos observados nos casos de intoxicação pelo princípio radiomimético de Pteridium aquilinum (L.) Kuhn. São abordados a Hematúria Enzoótica Bovina (HEB), os Carcinomas das Vias Digestivas Superiores (CVDS), a Diátese Hemorrágica (DH), os Tumores Intestinais (TI) e a Degeneração Progressiva da Retina (DPR), com ênfase proporcional à importância de cada entidade. Esse estudo objetiva chamar a atenção para o especial significado dessa planta para a pecuária, em função dos prejuízos econômicos por ela determinados e, também, pelo provável risco que ela representa para a saúde humana.

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A resposta imunológica de uma população frente a um agente infeccioso pode variar entre as raças e o manejo dessa população. Dessa maneira, torna-se relevante a pesquisa regional, visando o conhecimento da inter-relação do agente com seu hospedeiro. Partindo desses pressupostos, investigou-se a ocorrência de imunoglobulinas da classe IgG, anti-Babesia bovis e anti-B. bigemina nas raças Nelore (Bos indicus) e Holandesa (Bos taurus), em duas regiões do Estado de São Paulo, distantes a 300 km. Pelo método de ELISA indireto, foram testadas 1.161 amostras de soro de bovinos. As freqüências médias de anticorpos mostraram que ambas as regiões se encontram em situação de estabilidade enzoótica para B. bovis para ambas as raças estudadas, embora haja tendência para área marginal na região de Presidente Prudente para raça Nelore. No referente a B. bigemina ambas as regiões são de estabilidade enzoótica para a raça Holandesa e de instabilidade enzoótica para a raça Nelore. Essa constatação é um alerta sanitário, pois casos agudos da doença ou surtos específicos de B. bigemina na raça Nelore podem ocorrer nessas regiões.

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O conhecimento das doenças dos animais domésticos, nas diferentes regiões do Brasil é importante para determinar formas eficientes de profilaxia e controle. Este trabalho tem como objetivo descrever a epidemiologia, sinais clínicos e patologia das enfermidades do sistema nervoso central (SNC) de caprinos e ovinos, que ocorreram de janeiro de 2000 a maio de 2006 no semi-árido, principalmente do estado da Paraíba. Durante o período, 365 casos ou surtos foram diagnosticados em caprinos e 270 em ovinos. Desses, 63 (9,92%) eram doenças do SNC, sendo 34 (9,31%) em caprinos e 29 (10,7%) em ovinos. As principais enfermidades foram abscessos (19,04%), tétano (15,9%), raiva (9,52%) intoxicação por Ipomoea asarifolia (7,93%), listeriose (6,34%), trauma (6,34%), polioencefalomalacia (4,77%), toxemia da prenhez (3,17%), ataxia enzoótica (3,17%) e meningite (3,17%). Outras doenças diagnosticadas numa única oportunidade (1,59%) foram intoxicações por Crotalaria retusa, Ipomoea carnea, Ipomoea sericophylla e Prosopis juliflora, otite com encefalite, malformação, linfossarcoma linfoblástico, meduloblastoma e necrose simétrica focal. Em 6,34% dos casos o diagnóstico foi inconclusivo.

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Descrevem-se dois surtos de tripanossomíase por Trypanosoma vivax em bovinos, ocorridos em dois estabelecimentos do alto sertão da Paraíba. Os sinais clínicos, a patologia e a epidemiologia da doença foram estudados no período de maio de 2005 a novembro de 2006.T. vivax foi identificado em esfregaços da capa leucocitária e mediante a reação em cadeia da polimerase (PCR). Os animais afetados apresentaram anorexia, depressão, febre, anemia, perda de peso, redução da produção leiteira, cegueira transitória, aborto e sinais nervosos caracterizados por incoordenação motora, salivação, opistótono, nistagno, tetania e bruxismo. Todos os animais que apresentaram sintomatologia nervosa morreram. As alterações macroscópicas observadas em um bovino submetido à necropsia foram aumento de volume dos linfonodos, atrofia serosa dos depósitos de gordura, aumento de volume do baço com evidência da polpa branca, hidropericárdio, além de petéquias e equimoses no epicárdio. Histologicamente havia meningoencefalite. O controle da doença na propriedade com tratamento específico dos casos clínicos com aceturato de diminazene foi eficiente, pois após o tratamento não se verificou mais a presença do parasita em esfregaços sanguíneos nem evidência clínica da enfermidade em até 2 meses após o início do surto. Os fatores epidemiológicos favoráveis à ocorrência dos surtos foram a abundância de vetores mecânicos, como tabanídeos e Stomozys spp., e a entrada, no rebanho, de animais oriundos de propriedades onde ocorreu a doença em questão. Sugere-se que o semi-árido do Nordeste, devido a períodos prolongados de secas e altas temperaturas, é região de instabilidade enzoótica para a tripanossomíase, em conseqüência, provavelmente, ao ambiente desfavorável para o desenvolvimento de vetores durante a maior parte do ano.