507 resultados para Atestados de Óbito


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Introdução: Em 2008, o baixo nível de atividade física (< 30 min de atividade moderada/vigorosa por dia) foi responsável por 9 por cento da ocorrência de óbito no mundo. Além disso, está associado ao comprometimento de mobilidade em idosos com 80 anos e mais. No entanto, devido a dificuldades metodológicas, poucos são os estudos populacionais que realizaram a associação entre baixo nível de atividade física e comprometimento de mobilidade e risco para óbito, utilizando método objetivo para avaliação da atividade física, e ainda não se tem conhecimento de pesquisas que verificaram essa associação na América Latina. Objetivo: Identificar a prevalência do baixo nível de atividade física e sua associação com o comprometimento da mobilidade e risco para óbito em idosos com 65 anos e mais residentes no município de São Paulo em 2010. Métodos: Estudo exploratório e quantitativo de base populacional, que utilizou a base de dados do Estudo SABE de 2010 e ocorrência de óbito em 2014. Foram avaliados 599 indivíduos em 2010. O nível de atividade física foi analisado de duas maneiras: 1) baixo nível de atividade física (< 30 minutos de atividade moderada e/ou vigorosa por dia) e alto nível de atividade física (> 30 minutos de atividade moderada e/ou vigorosa por dia); e 2) a amostra foi distribuída em tercis, de acordo com as contagens por minuto, e agrupada em dois grupos, sendo os idosos do mais baixo tercil classificados com baixo nível de atividade física e os idosos dos dois outros tercis como intermediário/alto nível de atividade física. A regressão logística hierárquica foi utilizada para: 1) identificar as variáveis associadas ao baixo nível de atividade física; 2) analisar a associação do baixo nível de atividade física no comprometimento da mobilidade; e 3) estimar o risco para óbito em idosos com baixo nível de atividade física. A curva de sobrevida foi analisada com o método de Kaplan-Meier utilizando o teste de log-rank e o risco proporcional foi calculado pelo modelo de risco proporcional de Cox. Resultados: A prevalência de baixo nível de atividade física em idosos foi de 85,4 por cento e as variáveis associadas, após ajuste, foram sexo (feminino), grupo etário (>75 anos), multimorbidade (> 2 doenças crônicas), dor crônica (dor crônica nos últimos 3 meses) e índice de massa corporal (maior valor médio). O baixo nível de atividade física permaneceu significativamente associado ao comprometimento de mobilidade (OR= 3,49; IC95 por cento = 2,00 6,13) e ao risco para (RP= 2,79; IC95 por cento = 1,71 4,57), mesmo após ajuste das variáveis sóciodemográficas e clínicas. Conclusão: A prevalência do baixo nível de atividade física em pessoas idosas residentes no Município de São Paulo é superior aos encontrados na população brasileira, mas se aproxima de outras populações que utilizaram o mesmo método de avaliação da atividade física. O baixo nível de atividade física (< 30 min de atividades moderadas/vigorosas) foi associado com variáveis sociodemográficas (sexo feminino e grupo etário) e clínicas (multimorbidade, dor crônica e índice de massa corporal). O baixo nível de atividade física (menor tercil de contagens por minuto) foi associado ao comprometimento de mobilidade e risco para óbito em quatro anos. Dessa forma, o baixo nível de atividade física pode ser utilizado como uma forma adequada para identificar idosos com maiores chances de apresentar comprometimento da mobilidade e aumento do risco para óbito.

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Abstract Background: The current obesity epidemic is thought to be partly driven by over-consumption of sugar-sweetened diets and soft drinks. Loss-of-control over eating and addiction to drugs of abuse share overlapping brain mechanisms including changes in motivational drive, such that stimuli that are often no longer ‘liked’ are still intensely ‘wanted’ [7,8]. The neurokinin 1 (NK1) receptor system has been implicated in both learned appetitive behaviors and addiction to alcohol and opioids; however, its role in natural reward seeking remains unknown. Methodology/Principal Findings: We sought to determine whether the NK1-receptor system plays a role in the reinforcing properties of sucrose using a novel selective and clinically safe NK1-receptor antagonist, ezlopitant (CJ-11,974), in three animal models of sucrose consumption and seeking. Furthermore, we compared the effect of ezlopitant on ethanol consumption and seeking in rodents. The NK1-receptor antagonist, ezlopitant decreased appetitive responding for sucrose more potently than for ethanol using an operant self-administration protocol without affecting general locomotor activity. To further evaluate the selectivity of the NK1-receptor antagonist in decreasing consumption of sweetened solutions, we compared the effects of ezlopitant on water, saccharin-, and sodium chloride (NaCl) solution consumption. Ezlopitant decreased intake of saccharin but had no effect on water or salty solution consumption. Conclusions/Significance: The present study indicates that the NK1-receptor may be a part of a common pathway regulating the self-administration, motivational and reinforcing aspects of sweetened solutions, regardless of caloric value, and those of substances of abuse. Additionally, these results indicate that the NK1-receptor system may serve as a therapeutic target for obesity induced by over-consumption of natural reinforcers.

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A major obstacle in the development of new medications for the treatment of alcohol use disorders (AUDs) has been the lack of preclinical, oral ethanol consumption paradigms that elicit high consumption. We have previously shown that rats exposed to 20% ethanol intermittently in a two-bottle choice paradigm will consume two times more ethanol than those given continuous access without the use of water deprivation or sucrose fading (5-6 g/kg every 24 h vs 2-3 g/kg every 24 h, respectively). In this study, we have adapted the model to an operant self-administration paradigm. Long-Evans rats were given access to 20% ethanol in overnight sessions on one of two schedules: (1) intermittent (Monday, Wednesday, and Friday) or (2) daily (Monday through Friday). With the progression of the overnight sessions, both groups showed a steady escalation in drinking (3-6 g/kg every 14 h) without the use of a sucrose-fading procedure. Following the acquisition phase, the 20% ethanol groups consumed significantly more ethanol than did animals trained to consume 10% ethanol with a sucrose fade (1.5 vs 0.7 g/kg every 30 min) and reached significantly higher blood ethanol concentrations. In addition, training history (20% ethanol vs 10% ethanol with sucrose fade) had a significant effect on the subsequent self-administration of higher concentrations of ethanol. Administration of the pharmacological stressor yohimbine following extinction caused a significant reinstatement of ethanol-seeking behavior. Both 20% ethanol models show promise and are amenable to the study of maintenance, motivation, and reinstatement. Furthermore, training animals to lever press for ethanol without the use of sucrose fading removes a potential confound from self-administration studies. © 2010 Nature Publishing Group All rights reserved.

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A major problem in treating alcohol use disorders (AUDs) is the high rate of relapse due to stress and re-exposure to cues or an environment previously associated with alcohol use. Stressors can induce relapse to alcohol-seeking in humans or reinstatement in rodents. Delta opioid peptide receptors (DOP-Rs) play a role in cue-induced reinstatement of ethanol-seeking; however, their role in stress-induced reinstatement of ethanol-seeking is not known. The objective of this study was to determine the role of DOP-Rs in yohimbine-stress-induced reinstatement of ethanol-seeking. Male, Long-Evans rats were trained to self-administer 10% ethanol in daily 30-minute operant self-administration sessions using a FR3 schedule of reinforcement, followed by extinction training. Once extinction criteria were met, we examined the effects of the DOP-R antagonist, SoRI-9409 (0–5 mg/kg, i.p.) on yohimbine (2 mg/kg, i.p.) stress-induced reinstatement. Additionally, DOP-R-stimulated [35S]GTPS binding was measured in brain membranes and plasma levels of corticosterone (CORT) were determined. Pre-treatment with SoRI-9409 decreased yohimbine stress-induced reinstatement of ethanol-seeking but did not affect yohimbine-induced increases in plasma CORT levels. Additionally, yohimbine increased DOP-R-stimulated 35[S]GTPS binding in brain membranes of ethanol-trained rats, an effect that was inhibited by SoRI-9409. This suggests that the DOP-R plays an important role in yohimbine-stress-induced reinstatement of ethanol-seeking behavior, and DOP-R antagonists may be promising candidates for further development as a treatment for AUDs.

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Recent studies have implicated the hypocretin/orexinergic system in reward-seeking behavior. Almorexant, a dual orexin/hypocretin R1 and R2 receptor antagonist, has proven effective in preclinical studies in promoting sleep in animal models and was in Phase III clinical trials for sleep disorders. The present study combines behavioral assays with in vitro biochemical and electrophysiological techniques to elucidate the role of almorexant in ethanol and sucrose intake. Using an operant self-administration paradigm, we demonstrate that systemic administration of almorexant decreased operant selfadministration of both 20% ethanol and 5% sucrose. We further demonstrate that intraventral tegmental area (VTA) infusions, but not intra substantia nigra infusions, of almorexant reduced ethanol self-administration. Extracellular recordings performed in VTA neurons revealed that orexin-A increased firing and this enhancement of firing was blocked by almorexant. The results demonstrate that orexin/hypocretin receptors in distinct brain regions regulate ethanol and sucrose mediated behaviors.

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Chronic ethanol exposure leads to dysregulation of the hypothalamic-pituitary-adrenal axis, leading to changes in glucocorticoid release and function that have been proposed to maintain pathological alcohol consumption and increase vulnerability to relapse during abstinence. The objective of this study was to determine whether mifepristone, a glucocorticoid receptor antagonist, plays a role in ethanol self-administration and reinstatement. Male, Long-Evans rats were trained to self-administer either ethanol or sucrose in daily 30 min operant self-administration sessions using a fixed ratio 3 schedule of reinforcement. Following establishment of stable baseline responding, we examined the effects of mifepristone on maintained responding and yohimbine-induced increases in responding for ethanol and sucrose. Lever responding was extinguished in separate groups of rats and animals were tested for yohimbine-induced reinstatement and corticosterone release. We also investigated the effects of local mifepristone infusions into the central amygdala (CeA) on yohimbine-induced reinstatement of ethanol- and sucrose-seeking. In addition, we infused mifepristone into the basolateral amygdala (BLA) in ethanol-seeking animals as an anatomical control. We show that both systemic and intra-CeA (but not BLA) mifepristone administration suppressed yohimbine-induced reinstatement of ethanol-seeking, while only systemic injections attenuated sucrose-seeking. In contrast, baseline consumption, yohimbine-induced increases in responding, and circulating CORT levels were unaffected. The data indicate that the CeA plays an important role in the effects of mifepristone on yohimbine-induced reinstatement of ethanol-seeking. Mifepristone may be a valuable pharmacotherapeutic strategy for preventing relapse to alcohol use disorders and, as it is FDA approved, may be a candidate for clinical trials in the near future.

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The 20% ethanol intermittent-access (IAE) two-bottle-choice drinking procedure has been shown to produce high voluntary ethanol consumption in a number of rat strains. For this study, we applied this procedure to male Fischer (F344) rats, a strain previously reported to exhibit low levels of ethanol consumption. We also subjected these animals to a two-week ethanoldeprivation- period to see if they would exhibit an alcohol deprivation effect (ADE) signified by a transient increase in alcohol consumption following deprivation. Our data show a separation between high and low consuming animals within this strain, with high-consumers exhibiting an escalation in consumption. In contrast, Fischer rats did not show a significant separation between high and low consumers or any significant escalation in consumption, using the 20% ethanol continuous-access two-bottle-choice drinking protocol. Following the two-week deprivation period, animals in the high (but not the low) IAE group exhibited the transient increase in ethanol consumption and preference typically associated with an ADE. Together, the data suggest that the intermittent access protocol is a useful protocol for increasing ethanol consumption.

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O objetivo deste trabalho é determinar o tempo decorrido e fatores relacionados a sobrevida, a partir do diagnóstico da AIDS dos pacientes atendidos no Centro de Pesquisa Hospital Evandro Chagas (CPqHEC). Comparar a sobrevida segundo os critérios definição de caso de AIDS estabelecidos pelo Centro de controle de doenças e prevenção dos EUA (CDC) em 1987 e 1993 e pelo Ministério da Saúde Brasil em 1998. De um total de 1591 indivíduos com sorologia positiva para HIV, cadastrados entre 1986 a 1999, foi selecionada uma amostra aleatória sistemática com 392 indivíduos, sendo identificados 193 casos de AIDS pelo critério CDC 1993. A sobrevida foi considerada como o tempo decorrido da data do diagnóstico da AIDS ao óbito (falha), sendo a censura definida para os pacientes com perda de seguimento ou que permaneceram vivos até dezembro de 2000, com a data da censura igual a data do último atendimento. A duração da sobrevida foi descrita através do método de Kaplan-Meier, sendo comparadas as funções de sobrevida das categorias das variáveis pelo teste log-rank. Um modelo com os co-fatores de maior relevância na sobrevida foi ajustado, utilizando-se o modelo dos riscos proporcionais de Cox. Dos 193 pacientes com AIDS, 92 (47,7%) morreram, 21 (10,9%) abandonaram o tratamento, e 80 (41,7%) permaneceram vivos até o fim do estudo. Encontramos sobrevida relativamente alta nos três critérios de definição de caso avaliados, em parte explicada pelos casos serem procedentes de um único hospital de pesquisa, com alto grau de conhecimento na condução da doença. A profilaxia primária para PPC foi preditor de melhor sobrevida. Casos com AIDS definida por herpes zoster apresentaram melhor prognóstico e os definidos por duas doenças o pior prognóstico.

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A relação da qualidade da prática médica assistencial com os indicadores de saúde tem sido objeto de controvérsia. A possibilidade de avaliar o estado de saúde do recém-nascido em função do cuidado recebido, facilita o estudo desta relação, principalmente na área perinatal onde a expectativa é o nascimento de um bebê saudável ao final de uma gestação sem fatores de riscos acompanhados segundo as normas obstétricas vigentes. Neste estudo, examina-se a adequação do acompanhamento do trabalho de parto em uma maternidade pública do Estado do Rio de Janeiro, sob a ótica de avaliação de qualidade pela abordagem de processos e resultados através de critérios explícitos supondo que os fatores selecionados como componentes do processo de assistência ao trabalho de parto determinariam o resultado. Observa-se tais relações através da metodologia epidemiológica optando por um estudo caso-referente ou um estudo caso-controle, com definição primária da base. Selecionou-se como determinantes da qualidade da prática obstétrica intraparto a duração do trabalho de parto, percepção de alterações durante o trabalho de parto, prontidão para intervenção, número de exames realizados e intervalo entre o último exame e hora do parto. O resultado neonatal adverso caracterizou-se por óbito intra-útero, óbito neonatal e presença de um conjunto de sinais clínicos anormais no período neonatal imediato, com alto valor preditivo para o futuro dano neurológico. O risco de um resultado adverso foi estimado pela razão dos produtos cruzados aodds ratio (OR) numa população de 34 casos e 124 controles. A duração do trabalho de parto maior que doze horas esteve associada a um OR igual a 3,48 (1,28-9,43), idade da gestante, dilatação cervical do colo uterino à admissão e peso ao nascer modificaram o efeito desta associação, que também foi confundida pela paridade e pelo uso da ocitocina contrariando hipótese inicial. A percepção de alterações resultou num OR= 14,73 (4.24-54,27) e, à medida que o tempo de intervenção se prolongava os riscos aumentavam obedecendo a uma tendência linear. Discutem-se as dificuldades de aplicação metodologia epidemiológica ao campo da avaliação da qualidade, essencialmente no que se refere as exigências quantitativas, para garantir precisão e confiabilidade. A observação da interação e o controle do confundimento apontam o cuidado necessário nos trabalhos desta natureza para alcançar consistência e validade.

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As doenças infecto-parasitárias, ainda hoje, em pleno século XXI são responsáveis por uma quantidade generosa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo. Muitas delas são amplamente influenciadas pelas mudanças climáticas que estão ocorrendo em todo o planeta fazendo com que sua incidência e distribuição geográfica aumentem. A dengue é considerada a principal doença reemergente nos países tropicais e subtropicais. A malária tem forte incidência nos países ao sul do deserto do Saara na África, ocorrendo também em vários países da América do Sul que possuem parte da região Amazônica em seu território. Várias doenças voltam a assolar a população de vários locais como as leishmanioses, a Doença de Lyme, erlichioses entre outras. Em março de 2009 começam a ocorrer os primeiros casos de uma nova doença inicialmente denominada Influenza suína, a qual, levou alguns indivíduos a óbito em Oaxaca, uma cidade mexicana localizada a 400 quilômetros da capital. Rapidamente, a doença se espalhou pelo país e posteriormente, no começo do mês de abril de 2009 já, existiam relatos de casos em vários países. O objetivo geral desta pesquisa é verificar em que medida o cuidado de enfermagem realizado expressou um maior ou menor grau de controle do enfermeiro sobre seu trabalho, apontando para os potenciais riscos (biológicos) de adoecimento e impactos negativos na saúde deste trabalhador. O presente estudo foi desenvolvido por meio de uma abordagem quantitativa com desenho longitudinal e observacional, delineamento de pesquisa não experimental e caráter descritivo. Foi feita a análise observacional nas tendas quanto a sua infraestrutura e posteriormente foi passado um questionário aos enfermeiros pautado em questões sobre o risco biológico que estes estavam sendo submetidos. Faz-se necessário que a cultura do improviso acabe e comece a se pensar em uma nova realidade: as doenças transmissíveis são uma realidade, elas existem e há de ser feito um adequamento de tudo que esteja ligado à área de saúde pensando em um novo contexto. É imperioso que tanto as autoridades como os profissionais revejam e reflitam sobre o que aconteceu, para que os erros do passado possam ficar para trás e não se repitam.

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O câncer de pulmão é atualmente a neoplasia mais frequentemente diagnosticada, considerando ambos os sexos, e a principal causa de óbito por câncer em todo o mundo. A incidência e a mortalidade do câncer de pulmão vêm sendo influenciadas ao longo do tempo pela história do tabagismo e seus aspectos sócio-demográficos. Este estudo tem como objetivo analisar a sobrevida e fatores prognósticos em mulheres com câncer de pulmão assistidas em uma clínica especializada no Rio de Janeiro no período de 2000 a 2009. Foram analisadas 193 mulheres com diagnóstico de câncer de pulmão confirmado por exame histopatológico. Os dados foram obtidos diretamente do sistema informatizado de registros médicos do referido serviço. A idade do diagnóstico foi categorizada em quatro faixas etárias: até 49 anos, 50 a 59 anos, 60 a 69 anos e maior de 70anos. O tabagismo foi categorizado como não fumante, ex-fumante, fumante e fumante passiva. O estado nutricional foi avaliado pelo Índice de Massa Corpórea (IMC). A classificação histológica seguiu a divisão entre tumores de células não-pequenas (CPCNP) e tumores de pequenas células (CPCP). O estadiamento clínico se baseou na classificação do American Joint Committee on Cancer (AJCC) e Veterans Administration Lung Cancer Study Group (VALCSG) para os tumores de células não-pequenas e tumores de células pequenas, respectivamente. A modalidade de tratamento foi categorizada pela intenção da abordagem terapêutica em quatro grupos: controle, neoadjuvância, adjuvância e paliativa. Foram calculadas funções de sobrevida pelo método de Kaplan-Meier. Para os fatores prognósticos de risco, foram calculados os hazards ratios brutos e ajustados com intervalos de confiança de 95%, através do modelo de riscos proporcionais de Cox. A idade média das pacientes foi de 63 anos. Destas, 47,7% eram fumantes, 26,9% não fumantes, 19,7% ex-fumantes e 3,6% fumantes passivas. Em relação ao estado nutricional, 2,6% das pacientes apresentavam IMC baixo peso, 52,8% normal, 29,5% sobrepeso e 15% obesidade. A maioria dos casos, 169 (87,6%) pacientes, foi classificado como câncer de pulmão de células não-pequenas (CPCNP). Apenas 24 casos (12,4%) foram de câncer de pequenas células (CPCP). Durante o período estudado ocorreram 132 óbitos; 114 por CPCNP e 18 por CPCP. O tempo mediano de sobrevida para toda a coorte foi de 23,2 meses (IC95%: 16,9-33,5). Quando os dados foram estratificados por classificação tumoral, a sobrevida mediana nas pacientes com diagnóstico de CPCNP foi de 18,2 meses (IC95%: 15,6-25,5) e para aquelas com CPCP foi de 10,3 meses (IC95%: 8,4-19,3). A sobrevida encontrada em 24 meses foi de 49% (IC95%: 42,25-56,9), sendo 22,95 (IC95%: 0,6-49,3) para os tumores de pequenas células e 50,29% (IC95%: 43,1-58,7) para os tumores de células não- pequenas. Para o total das pacientes, as curvas de sobrevida estratificadas pelas variáveis selecionadas mostraram diferenças em relação à idade do diagnóstico (p=0,0023) nas faixas etárias intermediárias de 50-59 anos e 60-69 anos, se comparadas com os limites extremos (as mais idosas e as mais jovens). Não houve diferenças para o status de tabagismo (p=0,1484) nem para o IMC (p=0,6230). Na análise multivariada para todos os tumores, nenhum fator prognóstico influenciou no risco de morte. A idade nas categorias intermediárias (50-59 anos e 60-69 anos) e o IMC na categoria sobrepeso mostraram uma tendência à proteção, porém, não houve significância estatística. Para o grupo de mulheres com CPCNP, o modelo de riscos proporcionais apontou diferença em relação ao estadiamento clínico, especificamente o estádio IV (HR=3,36, IC95%: 1,66-6,8; p=0,001). As pacientes com idade entre 50-59 anos e sobrepeso mostraram uma tendência à diminuição do risco, embora sem significância estatística. Esses resultados mostram a necessidade de conhecer melhor o perfil das mulheres que desenvolvem câncer de pulmão e de realizar pesquisas que investiguem de forma mais aprofundada as condições que influenciam a evolução clínica dos casos e assim contribuir para o aprimoramento da abordagem terapêutica.

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A despeito de suas limitações, os dados do SIHSUS são os mais sistemáticos e abrangentes sobre as Reações Adversas e Intoxicações a medicamentos que provocam hospitalização. Eles demonstram a importância das ações de educação e investigação de casos do Programa Nacional de Farmacovigilância para possibilitar o diagnóstico mais acurado e superação do quadro atual de ocorrência desses agravos, além da possibilidade de o SIH/SUS ser utilizado sistematicamente como fonte de dados na detecção e análise dos problemas relacionados a medicamentos. No período de 1999 a 2007, foram emitidas 6.670.609 AIH (tipo 1), entre as quais 3.611 foram classificadas como internações devidas a RAM e 4.675 como Intoxicações, correspondendo, respectivamente, às taxas médias de 5,41 casos por 104 AIH e 7,2 casos por 104 AIH. Ocorreram 137 óbitos (3,79% das AIH) por RAM e 207 (4,43% das AIH) por Intoxicações na população internada. Tanto as RAM como as Intoxicações tiveram menor chance de levar ao óbito quando comparados às outras causas. Uma característica da distribuição dos RAM foi concentrar 62% das AIH nas faixas etárias de 20 a 59 anos de idade (grupo adulto). Nas Intoxicações merece destaque a elevada proporção de AIH na faixa etária de 0-4 anos (14,29%). As AIH registradas com causas básicas relacionados a RAM foram principalmente de pacientes do sexo masculino, já as Intoxicações foram principalmente de pacientes do sexo feminino. Em ambos tipos de agravos estes pacientes foram internados em hospitais que não faziam parte da Rede de Hospitais Sentinelas do Programa Nacional de Farmacovigilância. No entanto, a probabilidade destes hospitais registrarem as AIH com códigos CID-10 referentes às RAM é maior, o que ocorre provavelmente por estarem mais capacitados em diagnosticar este tipo de agravo. Porém este fato não foi observado para as Intoxicações. Os fármacos que causaram os agravos estudados são psicoativos. Este estudo apresentou algumas evidências sobre a distribuição da morbi-mortalidade provocada por medicamentos entre pacientes internados em hospitais conveniados ao SUS no período de 1999-2007, baseadas nas informações das AIH, que podem ser úteis ao Programa de Farmacovigilância no Estado do Rio de Janeiro.