200 resultados para Angústia
Resumo:
O presente trabalho aborda as dificuldades sentidas pelos profissionais de saúde perante os doentes em fase terminal. É importante percebermos como é que os profissionais de saúde se preparam psicologicamente para tratar dos pacientes com o profissionalismo que lhes é pedido. O trabalho recai, na tentativa de verificar, a forma como conseguem “escapar” a esta ligação directa com a morte. Participaram neste estudo do tipo exploratório, 4 enfermeiras e 1 médica da Unidade da Dor do Hospital Garcia de Orta, que através de entrevistas semi-directivas, descreviam as suas experiências. Abordámos o percurso profissional, as dificuldades no dia-a-dia, as situações mais gratificantes, a função da equipa e o processo de luto. Nos resultados obtidos, utilizámos como método a análise de conteúdo. Os resultados destacaram a identificação, como a maior dificuldade, lembrando desta forma que os profissionais de saúde, também sofrem com a perda dos doentes, como se de alguém próximo se tratasse, complicando a relação profissional e levando a que normalmente se usem mecanismos do evitamento. Concluímos que é indispensável o apoio da equipa multidisciplinar, de forma a acolher todos os acontecimentos que provocam desconforto e angústia em relação à morte, por mais mecanismos utilizados é impossível dissociar a relação profissional da pessoal.
Resumo:
Académico - Licenciaturas
Resumo:
O objetivo da dissertação é abordar a teoria causal do mental de Freud e seu uso na explicação do conflito psíquico. É destacada a dupla dimensão da causalidade psíquica freudiana que oscila de uma causalidade mecanicista a uma causalidade intencional. Considera-se que a forma mais coerente de defender a tese da causalidade psíquica é descrevê-la como intencional, usando o vocabulário psicológico. Para dar suporte a essa idéia, a concepção estrita da causalidade sustentada por Wittgenstein é dispensada, e a idéia de causa mental em Davidson é endossada como aquela que pode ser mais facilmente articulável às hipóteses freudianas. A questão é analisada em três momentos da obra freudiana. Na primeira tópica, Freud usa um vocabulário híbrido, descrevendo o psiquismo tanto em termos de causa racionais quanto em termos de causas intencionais. Na segunda tópica, o psiquismo assume, cada vez mais, uma descrição intencional, e a causa a-racional da energia pulsional, inicialmente apresentada como um motor do psiquismo, dá um lugar a angústia como um afeto intencional que obriga o eu a encontrar uma solução para os conflitos psíquicos.
Resumo:
O tema Transtorno Alimentar vem recebendo nas últimas décadas uma atenção especial tanto da comunidade científica quanto dos meios de comunicação de massa. Assistimos a um aumento no número de publicações nas revistas especializadas na área da psiquiatria, a formação de centros de atendimento e pesquisa no eixo Rio-SãoPaulo, concomitante a certa efervescência nas publicações da imprensa leiga. Todo esse interesse parece indicar que estamos diante de um novo fenômeno. Entretanto nesse trabalho procuramos desenvolver uma linha de pesquisa que pretende explorar a hipótese na qual casos graves de anorexia nervosa poderiam ser entendidos, a partir do ponto de vista psicodinâmico, como similares as histerias de conversão do final do século XIX Grande Hysterie. Para sustentar tal hipótese faremos um recuo no tempo investigando a história da evolução dos conceitos tanto da anorexia nervosa como da histeria e seus respectivos desdobramentos. Durante a realização desse percurso teórico percebemos que na verdade estávamos lidando com velhos dramas, ou seja, que no pano de fundo dessa questão encontrava-se a feminilidade e seus percalços. Assim sendo, nossa proposta toma um outro rumo: alicerçada na perspectiva freudiana do tornar-se mulher, nos indagarmos se a anorexia nervosa não seria uma recusa do feminino capaz de assumir máscaras diversas. Recuperamos então o conceito de feminilidade da teoria psicanalítica, considerando a anorexia nervosa como uma possibilidade de recusa articulada, ora a histeria, ora a perversão. Verificamos na prática clínica um desaparecimento, sobretudo nas camadas mais elitizadas da população, dos fenômenos conversivos francos ou floridos. Entretanto, nos prontos-socorros do serviço público e nas grandes emergências psiquiátricas, a histeria sobrevive com toda a exuberância de sua sintomatologia. Nos indagamos se a essas moças de classe média ou classe média alta restou apenas a possibilidade de implodir toda essa angústia psíquica, sob a forma de um controle alimentar tão rígido e uma tal distorção da imagem corporal que são capazes de aproximá-las de um quadro de falência psíquica.