999 resultados para condições para infecção
Resumo:
Objectivo: A infecção nosocomial é uma complicação importante nos recém-nascidos pré-termo com muito baixo peso ao nascer (RNMBP), internados em Unidades de Cuidados Especiais (UCE). Os autores pretendem avaliar a taxa de incidência de infecção nosocomial assim como a sua associação a dispositivos invasivos em RN com peso ao nascer inferior a 1500g. Métodos: Apresenta-se um estudo retrospectivo sobre a infecção nosocomial em recém-nascidos com peso ao nascer inferior a 1500g, internados na Unidade de Cuidados Intensivos e Intermédios do Serviço de Pediatria da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, no ano de 2003. Foram incluídos todos os recém-nascidos internados em Unidade de Cuidados Especiais (UCE) até aos 28 dias de idade. Os critérios para o diagnóstico de infecção nosocomial neste estudo foram definidos pelo Programa Nacional de Controlo de Infecção. Resultados: No período do estudo estiveram internados em UCE um total de 589 recém-nascidos, dos quais 145 (25%) tinham peso ao nascer inferior a 1500g. A taxa de incidência de infecção nosocomial foi de 25,5% neste grupo de RNMBP, comparativamente a 11,3% no total da população internada no ano de 2003 nas referidas UCE. Esta taxa foi de 47% nos recém-nascidos com peso < 750g e de 41% nos de peso compreendido entre 750g e 999g. A sepsis foi a infecção encontrada em 70% dos casos. A associação da sepsis a cateter venoso central (CVC) é maior em recém-nascidos com peso ao nascer inferior a 1500g. No presente estudo obteve-se uma taxa de 10,8% em recém-nascidos com peso ≤ 1500g e de 6,2% em recém-nascidos com peso > 1500g. Não se encontraram diferenças na associação de pneumonia a tubo endotraqueal (TET), de acordo com o peso ao nascer. Conclusão: A infecção nosocomial é um problema das UCI neonatais e é tanto maior quanto maior é a prematuridade. Há necessidade de estabelecer estratégias de prevenção que visem a modificação de factores de risco, particularmente os factores extrínsecos ao recém-nascido, tais como tempo de permanência nas UCI, tempo de CVC, cuidados de assepsia nos procedimentos invasivos e manipulação do recém-nascido.
Resumo:
O pé diabético é uma complicação major comum da Diabetes mellitus sendo o cirurgião geral o responsável pelo seu diagnóstico e tratamento. A infecção aguda é uma urgência médico-cirúrgica. Este artigo tem como objectivos orientar o cirurgião no diagnóstico e tratamento do pé diabético infectado no serviço de urgência. Antibioterapia de largo espectro, drenagem/ desbridamento cirúrgico no serviço de urgência, internamento, repouso do membro e apósitos adequados são medidas essenciais para o correcto tratamento do pé diabético com infecção moderada-grave. Os desbridamentos devem, sempre que possível, preservar a estrutura e funcionalidade do pé. A intervenção atempada é essencial para reduzir o número de amputações major, a mortalidade e custo social associados.
Resumo:
A Infecção do Local Cirúrgico (ILC) é referida em vários estudos como a mais importante causa de complicações pós-operatórias no utente cirúrgico. A realização de um maior número de cirurgias em ambulatório poderá dificultar o processo de monitorização da ILC, fazendo com que os serviços que não possuam um eficaz programa de vigilância destas infecções, tenham taxas de infecção sub-notificadas. Neste contexto, e durante a frequência do Curso de Especialidade em Enfermagem Médico-Cirúrgica, na Universidade Católica Portuguesa de Lisboa, realizou-se um estágio na Comissão de Controle de Infeção (CCI) do Hospital Santo António dos Capuchos, durante o qual foi desenvolvido um projecto com o objectivo de: “planear um sistema de monitorização da infecção do local cirúrgico após alta hospitalar em cirurgia de ambulatório”. Neste projecto a monitorização das ILC é realizada pelos enfermeiros da Unidade de Cirurgia de Ambulatório, com a colaboração de um cirurgião de referência. A monitorização inclui três fases, sendo que na primeira realiza-se uma colheita de dados no processo dos utentes e na segunda fase é feita uma avaliação/triagem de sinais e sintomas de ILC, através de um contacto telefónico com os utentes ao 7º e 30º dia de pós-operatório e ao 365º dia nas cirurgias em que tenha sido feita colocação de prótese. Na terceira fase faz-se uma análise e discussão dos dados. Sempre que se considerar necessário é feita observação direta do local cirúrgico. Para a recolha de dados foram construídas quatro grelhas com indicadores. No período de 10 de Novembro a 17 Dez de 2011 foram monitorizados 19 utentes, entre os quais 2 desenvolveram sinais e sintomas compatíveis com ILC, com necessidade de se iniciar antibioterapia. Tendo em conta os quatro princípios básicos da profilaxia de infecções do local cirúrgico e pelo confronto com a informação que foi possível aferir ao longo da elaboração do projecto, considerou-se fundamental discutir com a equipa algumas sugestões de melhoria nos cuidados prestados, bem como a discussão de medidas para a implementação de um efectivo “Programa de VE de ILC numa UCA”.
Resumo:
Uma revisão da literatura sobre Acitinomyces, revela que este organismo comensal do aparelho genital feminino, continua a ser assunto controverso no que respeita à sua incidência, patogenicidade, associação com D.I.U. e indicações terapêuticas.
Resumo:
Com a finalidade de caracterizar efetivamente a septicemia na salmonelose prolongada, em 6 pacientes, dos quais 2 com resistência antibiótica e quimioterápica, procedeu-se a hemoculturas seriadas, consecutivas ou não, durante um período que oscilou entre 25 e 113 dias. Em cada paciente, numa média de 7 hemoculturas, foram isoladas, respectivamente, as seguintes salmonelas: S. typhi, S. paratyphi C, S. panamá, S. cholerae-suis var. Kunzendorf e S. paratyphi A. No caso em que se isolou a S. paratyphi A, em uma das hemoculturas isolou-se, também, a S. montevideo. A duração média da septicemia nos 6 pacientes foi de 73 dias. A se considerarem procedentes os informes dos pacientes quanto ao início da doença, a septicemia, com tôda a probabilidade, deve ter tido a duração média de 4 meses. Por outro lado, tomando por base a identidade do quadro clínico e a coincidência fisiopatológica dos casos estudados, é possível admitir-se a ocorrência de septicemias de longa duração nos demais 31 casos pelas seguintes salmonelas: S. newport, S. dublin, S. cholerae-suis, S. typhimurium, S. anatum, S. derby, e Salmonellas sp (não sorològicamente identificadas). Com base nestes achados, o A. acredita não ser possível admitir-se, na salmonelose em estudo, a diferença fundamental entre salmonelas adaptadas ou não à espécie humana, conforme preceitua a Doutrina de Kiel; considera, também, limitadas as restrições preconizadas pela Doutrina de Montevidéu aos conceitos fisiopatogenéticos da escola alemã. De fato, salmonelas do grupo tifiparatifi e outras consideradas adaptadas aos animais têm produzido, indistintamente em crianças e em adultos, quadros clínicos indistinguíveis, nos quais transcende a septicemia de longa duração e tornam-se manifestas a disproteinemia marcante e a hiperplasia do S.R.E. Finalmente, discute-se no trabalho o papel representado por uma série de fatores que podem atuar, acarretando alterações no organismo parasitado e criando condições à multiplicação das salmonelas e à manutenção da infecção. Dentre êles foram ressaltados: a associação parasitária, especialmente a esquistossomose mansoni; a desnutrição crônica; a disproteinemia marcante, seja devida à deficiência de prótides, seja em decorrência ao estado reacional do S.R.E., seletivamente agredido pelas salmonelas; modificações do estado imunitário, quer por inibição da anticorpogênese e da fagocitose, quer devida à inadequada propriedade imunológica das globulinas, extraordinariamente aumentadas na doença.
Resumo:
Foi praticada a esplenoportografia em 10 pacientes portadores de malária, sendo a infecção causada pelo P. falciparum em 5 casos, pelo P. vivax em 3 casos e pela associação de ambos os plasmódios em outros 2 casos. Em 2 dêsses 10 casos, havia associação da malária com a esquistossomose mansoni. Os resultados obtidos demonstraram: 1) tortuosidade da veia esplênica em 4 casos. Êste fato é explicado pela hepatoesplenomegalia, restringindo a distância entre os hilos dos dois órgãos e portanto causando uma retração da veia esplênica em seu sentido longitudinal; 2) discreta pobreza das ramificações portais intrahepálicas, representada pela ausência ou deficiência de contrastação dos ramos aicotômicos portais mais finos. Esta imagem foi encontrada em 7 casos, e pode ser explicada pela vasoconstricção das ramificações portais, relatadas por Skirrow em Macacus rhesus infectados pelo P. knowlesi (19, 20). Outra explicação mais simplista para êste fato está relacionada com a grande diluição do contraste ao atingir os ramos portais mais finos, tendo em vista a ampliação do leito vascular, em virtude da grande hepatoesplenomegalia - sendo de nocar-se que a hepatomegalia era proeminente em 6 dos casos; 3) o hepatograma, além dos aspectos mencionados, mostrou um aumento apreciável e universal do fígado em 6 casos cujos limites podiam ser apreciados em todos os sentidos, contrastando de certo modo com o hepatograma de esquistossomose hepatoesplênica, em que predominam alterações vasculares intrahepáticas, com aspectos sugestivos de peripileflebite esquistossomótica. Parece que êsses resultados não foram influenciados pela espécie do plasmódio em causa, isto ê, o falciparum ou o vivax. Nove dos dez pacientes foram submetidos à punção biópsia hepática, sendo que as alterações histopatológicas observadas foram bastante discretas, estando portanto em acordo com as pequenas modificações evidenciadas no esplenoportograma. Apenas em um dos dois casos de esquistossomose mansoni associada, na qual foi praticada a biópsia, havia fibrose interlobular com a presença de granuloma esquistcssomótico. Neste mesmo caso, a esplenoportografia demonstrou imagens de ncoformação vascular em tôrno dos ramos dicotômicos do sistema porta intrahepático, com seu aspecto musgoso descrito por Bogliolo, considerado característico da esquistossomose mansoni.
Resumo:
Os autores fazem breve revisão sôbre o período de duração da infecção pelo P. falciparum, citando casos em que êsse período atingiu até 3 anos, sob forma latente. Referem-se ao risco que êsse fato representa através transfusões de sangue e finalmente relatam 3 casos em que julgam ter ocorrido essa situação que poderá ter conseqüências gravíssimas: 1. Pela possibilidade de ser transfundida uma raça de P. falciparum resistente aos diferentes anti-maláricos. 2. Pelo fato de serem as transfusões de sangue feitas de um modo geral em pacientes com condições áébilitantes as mais diversas. 3. Pela dificuldade com que se defrontam os técnicos em transfusão na detectação do parasito resistente ou não em casos assintomáticos. 4. Pela difusão relativamente significativa de raças de P. falciparum resistentes, a vários pontos do território nacional.
Resumo:
Os autores relatam o caso de uma paciente por êles acompanhada desde o período inicial da infecção chagásica até o óbito, num período de cinco anos. Apresentou, durante o período inicial, manifestações radiológicas e eletrocardiográficas de comprometimento cardíaco, espontaneamente reversíveis, não mais sendo observadas ao fim de 16 meses. Posteriormente, desenvolveu a forma digestiva da doença, tendo os sintomas de averistalsis do esôfago se iniciado cêrca de quatro meses após o período inicial da infecção, e os de megacolo, cêrca de quatro e meio anos. Faleceu no pós-operatório de retossigmoidectomia. Os principais dados de necropsia consistiram em dilatação do esôfago e do colo sigmóide, infiltrado inflamatório ao nível da musculatura do esôfago, jejuno, íleo, sigmóide e coração, bem como acentuada diminuição do número de neurônios ao nível da musculatura esofagiana. Não foram encontrados ninhos de leishmânias.
Resumo:
Os autores determinaram, o número de cercárias provenientes de cepas diferentes de S. mansoni que conseguem penetrar em camundongos de laboratório. Concluem pelo maior poder de penetração de uma das linhagens estudadas.
Resumo:
O erisipelóide de Baker-Rosenbach, embora assinalado no Brasil há 23, anos, por Sebastião Sampaio, seguido de nove casos estudados em 1951 por Lacaz e Ancona Lopes, não tem sido motivo de publicações posteriores. O A. teve ocasião de estudar seis casos, senão que três foram motivo de trabalho anterior e foram observados em 1953. Os três restantes, um de 1965 e dois de 1967, são aqui relatados. Assinala o A. a ubiquidade do germe, o Erysipelotrix rhusiopathiae e a variedade de condições em que o homem pode infectar-se, especialmente no exercício de determinadas profissões, o que dá à doença, caráter típico de doença profissional. São os operários de fábricas de botões ou em geral os que lidam com ossos, especialmente de porco ou carneiro, os açougueiros, magarefes, salsicheiros etc. São particularmente vulneráveis os que tratam com produtos do mar, pescadores, mercadores de siris, camarões, crustáceos, peixes em geral, pela facilidade com que se podem ferir e adquirir a infecção por picada ocasional. A doença atinge numerosos animais domésticos ou não, com formas clínicas bem definidas no porco (erisipela dos porcos), no carneiro (poliartrite dos carneiros), em animais de corte e de tração, em aves domésticas ou de rapina, ratos e camundongos, além de outros numerosos roedores. Moscas hematófagas e outros insetos têm sido encontrados infectados. Nunca é demais frisar que os produtos do mar são grande fonte de infecção humana. No homem, tem a dcença em geral, caráter benigno e localizado (erisipelóide), podendo em certas circunstâncias assumir característica septicêmica como no porco, produzir endocardite, como no carneiro além de outras formas clínicas e complicações. São resumidos no texto os três casos anteriormente apresentados e bem descritos os três inéditos, que têm história clínica e evolução típicas de erisipelóide. Tratando-se de doença com características tipicamente profissional, há que ser considerada como tal, com respeito às dispensas de serviço ou outras implicações previdenciárias, razão porque mais avulta a necessidade de seu diagnóstico exato e bem documentado, tanto mais que determinadas formas clínicas podem levar à morte. O uso indiscriminado de antibióticos, antes de chegar-se ao diagnóstico, é hábito que deve ser combatido a fim de que se possa melhor avaliar da incidência, em nosso meio.
Avaliação terapêutica do hycanthone em pacientes com período de infecção esquistossomótica conhecido
Resumo:
Neste trabalho são estudados 28 pacientes com período de infecção esquistossomótica conhecido, e que foram tratados com hycanthone, (2,5 mg/kg, dose única, i.m.) em diferentes épocas após o contágio. Através do exame coprológico quantitativo (método de Kato), demonstra-se que a cura parasitológica é menor nos pacientes com infecção recente. De fato, de 15 pacientes tratados, 2 a 8 meses após o contágio, apenas 6 (40,0%) curaram-se. Enquanto que nos pacientes com infecção em tôrno de 1 ano, 84,7% deixaram de eliminar ovos pelas fezes. Mesmo assim, nos pacientes com infecção recente, o tratamento produziu uma acentuada redução no número de ovos de S. mansoni.
Resumo:
Os autores, após uma revisão dos achados de roedores da família Cricetidae e do gênero Oryzomys infectados pelo T. cruzi, assinalam a infecção de um exemplar do rato, Oryzomys nigripes (Desmarest, 1819), capturado no Bairro da Ilha, município de Salto de Pirapora, Estado de São Paulo, Brasil, e cuja amostra de T. cruzi foi isolada através do xenodiagnóstico. O tripanossomo em estudo mostrou-se patogênico para ratos Wistar e camundongos brancos jovens, infectando 100,0% dos animais inoculados. As formas sanguícolas nos camundongos têm 24,25μ. de comprimento total médio e 1,27μ, de índice nuclear médio. Nos animais sacrificados durante a fase aguda da infecção ninhos de leishmânias foram observados, em fibras cardíacas. A infecção experimental de camundongos inoculados com sangue parasitado é leve, com período prepatente relativamente longo (média de 7,1 dias), com baixa parasitemia, e duração da fase aguda variando de 55 a 64 dias. Provas de proteção mostraram que a amostra em estudo confere aos camundongos que sobreviveram alto grau de resistência contra reinfecções pela amostra Y. O tripanossomo cultiva-se bem em meio de Mac Neal - Novy e em meio líquido de Warren. Infecta regularmente triatomíneos, dando os seguintes índices de infecção: P. megistus - 100,0%, T. infestans - 76,7%, T. sórdida - 86,7%o e R. neglectus - 100,0%.