A educação fisica na roda de capoeira : entre a tradição e a globalização

Universidade Estadual de Campinas . Faculdade de Educação Física

Inter-relações de turistas e moradores : um olhar atraves das manifestações corporais no Carnaval de Ouro Preto

Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação Física

O modelo de atenção a saúde bucal no Médio e Baixo Xingu: parcerias, processos e perspectivas

Este artigo tem por objetivo apresentar as ações desenvolvidas na construção do modelo de atenção em saúde no Distrito Especial Indígena - Xingu (DSEI-Xingu), mais especificamente, na área de saúde bucal, com a efetiva parceria entre a Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP), Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo (FORP-USP) e a Colgate®, que permitiu a construção social da práxis em saúde no Médio e Baixo Xingu. Ao longo da história, o DSEI "Espaço Social" é onde as comunidades se constituem e, por meio do processo social de produção, cria acessos diferenciados aos bens de consumo, além de formar a base para a organização dos serviços de atenção à saúde dos povos indígenas. Para o DSEI-Xingu, são pontos básicos o estabelecimento de parcerias institucionais e a participação efetiva dos povos indígenas na gestão da saúde em seu território. Estruturado no planejamento baseado em problemas sentidos pela população, utiliza-se da construção coletiva de redes explicativas, apontando soluções em vários planos com abordagem intersetorial. É através da observação dos indicadores de saúde que se torna perceptível a assimilação das comunidades indígenas com o recente modelo de atenção básica à saúde bucal, uma vez que constantemente está sendo adaptado à cultura, à tradição e às singularidades desses povos indígenas.

O uso de sondagens dipolo-dipolo em estudos hidrogeológicos e de depósitos de resíduos

Ensaios de sondagem e caminhamento elétrico têm sido realizados globalmente na avaliação de uma grande variedade de problemas em exploração mineral e hidrogeologia, bem como na caracterização de locais com risco de contaminação. A despeito da utilidade de ensaios geoelétricos em estudos hidrogeológicos e na caracterização de depósitos de resíduos desativados, um problema na utilização de sondagens elétricas ocorre em conseqüência da falta de espaço para aquisição de dados nessas áreas. Em áreas urbanas, isto constitui uma limitação importante devido à existência de construções, o que muitas vezes interrompe o desenvolvimento de ensaios de campo com arranjos de comprimentos adequados. Embora investigações rasas tendam a ser eficazes em caracterização geoambiental, a estimativa de parâmetros-chave pode depender da investigação de porções mais profundas. Entretanto, uma profundidade de investigação ligeiramente maior é obtida pelo arranjo dipolo-dipolo em comparação aos arranjos Schlumberger e Wenner de mesmo comprimento. Essa característica do arranjo dipolo-dipolo pode ser observada em vários estudos, mas provavelmente devido à tradição e à relação sinal-ruído, a grande maioria das sondagens elétricas é feita com os arranjos Schlumberger e Wenner.O arranjo dipolo-dipolo é mais utilizado em ensaios 2D. Até onde se sabe, essa maior capacidade de investigação em profundidade do arranjo dipolo-dipolo 1D não foi explorada em estudos geoambientais e nem em estudos hidrogeológicos em áreas urbanas. Este trabalho apresenta resultados de ensaios de campo que ressaltam a utilidade de sondagens dipolo-dipolo na investigação de tais áreas.

Origem e dispersão dos Tupiguarani: o que diz a morfologia craniana?

A origem e a dispersão dos povos Tupiguarani têm sido intensamente debatidas entre arqueólogos e linguistas nas últimas cinco décadas. Em resumo, pode-se dizer que a ideia de que esses povos, que ocuparam grande parte do território brasileiro e parte da Bolívia, do Paraguai, do Uruguai e da Argentina, tiveram sua etnogênese na Amazônia e dali partiram para o leste e para o sul, por volta de 2.500 anos antes do presente, é bastante aceita entre os especialistas, embora uma dispersão no sentido oposto, isto é, do sul para o norte, com origem na bacia do Tietê-Paraná, não seja completamente descartada. Entre os arqueólogos que consideram a Amazônia como berço desses povos, alguns acreditam que esse surgimento se deu na Amazônia central. Outros acreditam que a etnogênese Tupiguarani ocorreu no sudoeste da Amazônia, onde hoje se concentra a maior diversidade linguística do tronco Tupi. Neste trabalho, a morfologia de 19 crânios associados à cerâmica Tupiguarani ou etnograficamente classificados como tais foram comparados a várias séries cranianas pré-históricas e etnográficas brasileiras por meio de estatísticas multivariadas. Duas técnicas multivariadas foram empregadas: Análise de Componentes Principais, aplicada sobre os centróides de cada série, e Distâncias de Mahalanobis, aplicadas aos dados individuais. Os resultados obtidos sugerem uma origem amazônica para os povos Tupiguarani, sobretudo pela forte associação encontrada entre crânios Tupi e Guarani do sudeste e do sul brasileiro e dos Tupi do norte do Brasil, com os espécimes provenientes da ilha de Marajó incluídos no estudo.

O rap, o hip-hop e o funk: a "eróptica" da arte juvenil invade a cena das escolas públicas nas metrópoles brasileiras

A irreverência e a criticidade de alguns rappers e o gingar alegre do corpo erótico proposto pelo funk sugerem um novo cenário para as metrópoles do país, em que a pluralidade da arte juvenil surge como forma de enfrentamento das marcas deixadas por fraturas sociais profundas. Os conceitos de "visão dionisíaca de mundo", "estética extrema" e "transvaloração dos valores", de Nietzsche, e o "erotismo", segundo Bataille, nortearam o método de ruptura de campo, concebido por Herrmann. Este, essencial para se repensar as noções de autoridade e tradição na sociedade contemporânea a partir das ideias veiculadas pelo rap e pelo funk. Consideramos que somente uma etnografia do olhar que apanhe a dimensão erótica e irreverente - a "eróptica", segundo Canevacci - destas manifestações poderia nelas identificar uma estética afirmativa e crítica, como diria Nietzsche, capaz de produzir uma verdadeira reversão dos valores em nossa sociedade e, no caso, no interior da própria escola.

Religiosidade, juventude e sexualidade: entre a autonomia e a rigidez

Este artigo descreve como jovens religiosos e autoridades religiosas das respectivas comunidades compreendem a sexualidade, considerando suas experiências pessoais e como membros de comunidades religiosas. A análise pretende contribuir para que políticas públicas dedicadas à promoção da saúde sexual da juventude considerem a religiosidade no contexto de um Estado laico e da promoção do direito à prevenção. Foram realizadas 26 entrevistas abertas e semidirigidas em diferentes comunidades da região metropolitana da cidade de São Paulo (comunidade Católica, de Umbanda, do Candomblé e de diferentes denominações Evangélicas) sobre iniciação sexual, casamento, gravidez, contracepção e prevenção das DSTs/aids, homossexualidade, aborto e direitos humanos. Observou-se como jovens e autoridades religiosas convivem com a tensão entre tradição e modernidade e os distintos discursos sobre a sexualidade. Como sujeitos religiosos (do discurso religioso) e sujeitos sexuais (de discursos sobre sexualidade), devem ser incorporados pelos programas como sujeitos de direito nos termos de sua religiosidade.

The Last Missionary to Leave the Temple Should Turn Off the Light Sociological Remarks on the Decline of Japanese ""Immigrant"" Buddhism in Brazil

Empirical data indicate that the so-called ""Buddhism of yellow color"" that is predominantly associated with Japanese ""immigrant"" Buddhism, is constantly in decline in terms of ""explicit"" adherents. After some methodological observations, this article gives an overview of the relevant statistical data. The last part discusses possible reasons for these negative dynamics, referring to causes within Buddhist institutions, the ethnic community, and at the level of the individual.

There is no subjunctive in English

The western classical tradition identifies three moods: indicative, subjunctive, imperative. Protagoras split the indicative into interrogative and declarative. Palmer 2001, 2003 argues for only two: indicative and subjunctive. Given any of these classifications of mood, English has no category of mood and so has no subjunctive. Instead it has certain clause-types which express hypotheticality and which can be subsumed to the irrealis branch of the apparently universal category realis~irrealis; to which subjunctives, optatives, jussives and the like can also be subsumed.

(FAB01_091) Book reviews

Leon Battista Alberti, 'On the Art of Building in Ten Books' Translated by Joseph Rykwert, Neil Leach and Robert Tavemor L. A. Zhadova (ed.), 'Tatlin' (Budapest 1984). English translation Helen Ross, 'Just For Living, Aboriginal Perceptions of Housing in North West Australia' Tony Fry, 'Design History Australia: A Source Text in Methods and Resources' Phillip Cox and David Moore, 'The Australian Functional Tradition' Lenore Coltheart and Don Fraser (eds.), 'Lamdmarks in Public Works, Engineers and Their Works in New South Wales 1884-1914' Peter Bridges and Don MacDonald, 'James Barnet, Colonial Architect' Don Watson and Judith McKay, 'A Directory of Queensland Architects to 1940' Russell Walden, 'Voices of Silence: New Zealand's Chapel of Futuna' Jeremy Salmond, 'Old New Zealand Houses 1800-1940' Victoria Middleton, 'The Legend of Green Valley' Dyranda Prevost and Ann Rado, 'Living Places' Mark Jackson and Mark Stiles (directors), 'Universal Provider' Lars Lerup, 'Planned Assaults'

Research, knowledge and design

The discussion about relations between research and design has a number of strands, and presumably motivations. Putting aside the question whether or not design or “creative endeavour” should be counted as research, for reasons to do with institutional recognition or reward, the question remains how, if at all, is design research? This question is unlikely to have attracted much interest but for matters external to Architecture within the modern university. But Architecture as a discipline now needs to understand research much better than in the past when ‘research’ was whatever went on in building science, history or people/environment studies. In this paper, I begin with some common assumptions about design, considered in relation to research, and suggest how the former can constitute or be a mode of the latter. Central to this consideration is an understanding of research as the production of publicly available knowledge. The method is that of conceptual analysis which is much more fruitful than is usually appreciated. This work is part of a larger project in philosophy of design, in roughly the analytical tradition.

Hydraulic engineering in the 21st century: Where to?

For centuries, hydraulic engineers were at the forefront of science. The last forty years marked a change of perception in our society with a focus on environmental sustainability and management, particularly in developed countries. Herein, the writer illustrates his strong belief that the future of hydraulic engineering lies upon a combination of innovative engineering, research excellence and higher education of quality. This drive continues a long tradition established by eminent scholars like Arthur Thomas IPPEN, John Fisher KENNEDY and Hunter ROUSE.

Evolution of three-dimensional folds for a non-Newtonian plate in a viscous medium

We derive analytical solutions for the three-dimensional time-dependent buckling of a non-Newtonian viscous plate in a less viscous medium. For the plate we assume a power-law rheology. The principal, axes of the stretching D-ij in the homogeneously deformed ground state are parallel and orthogonal to the bounding surfaces of the plate in the flat state. In the model formulation the action of the less viscous medium is replaced by equivalent reaction forces. The reaction forces are assumed to be parallel to the normal vector of the deformed plate surfaces. As a consequence, the buckling process is driven by the differences between the in-plane stresses and out of plane stress, and not by the in-plane stresses alone as assumed in previous models. The governing differential equation is essentially an orthotropic plate equation for rate dependent material, under biaxial pre-stress, supported by a viscous medium. The differential problem is solved by means of Fourier transformation and largest growth coefficients and corresponding wavenumbers are evaluated. We discuss in detail fold evolutions for isotropic in-plane stretching (D-11 = D-22), uniaxial plane straining (D-22 = 0) and in-plane flattening (D-11 = -2D(22)). Three-dimensional plots illustrate the stages of fold evolution for random initial perturbations or initial embryonic folds with axes non-parallel to the maximum compression axis. For all situations, one dominant set of folds develops normal to D-11, although the dominant wavelength differs from the Biot dominant wavelength except when the plate has a purely Newtonian viscosity. However, in the direction parallel to D-22, there exist infinitely many modes in the vicinity of the dominant wavelength which grow only marginally slower than the one corresponding to the dominant wavelength. This means that, except for very special initial conditions, the appearance of a three-dimensional fold will always be governed by at least two wavelengths. The wavelength in the direction parallel to D-11 is the dominant wavelength, and the wavelength(s) in the direction parallel to D-22 is determined essentially by the statistics of the initial state. A comparable sensitivity to the initial geometry does not exist in the classic two-dimensional folding models. In conformity with tradition we have applied Kirchhoff's hypothesis to constrain the cross-sectional rotations of the plate. We investigate the validity of this hypothesis within the framework of Reissner's plate theory. We also include a discussion of the effects of adding elasticity into the constitutive relations and show that there exist critical ratios of the relaxation times of the plate and the embedding medium for which two dominant wavelengths develop, one at ca. 2.5 of the classical Biot dominant wavelength and the other at ca. 0.45 of this wavelength. We propose that herein lies the origin of parasitic folds well known in natural examples.

Democracy versus Republic: Inclusion and Desire in Social Struggles

This paper argues that the idea of inclusion is linked to the democratic tradition rather than to the republican one. By analyzing the origins and meaning of these two concepts, the author holds that democracy is rather linked to desire and republic to will (and to the expression of desire), and concludes that, since North Atlantic political tradition has not given a key role to desire, democracy, in order to overcome the difficulties it has been encountering in all parts of the world, should take more account of desire and of the social struggles it brings to the fore.

Accumulation and Gaps in the Research on Argentine Rock

Based on a comprehensive study in research centers and libraries, a panorama of the critical response to Argentine rock in academic circles has been traced in various fields of knowledge. Research works including books, trade magazines, and academic papers on this musical movement spanning four decades have been consulted. The results show that the criticism has generated a ""developing tradition"" around the movement, mainly in the Social and Communication Sciences, and it has presented the following predominant traits: approaching rock essentially as a determinant of ""social identities""; periodization in the genre according to political regime: and analysis of the lyrics based solely on content. These traits contribute to a delimitation of rock as an exclusive phenomenon of the mass media, which relegates to secondary importance its aesthetic function and its relationship with other artistic series. Furthermore, we have observed a scarcity of approaches to rock lyrics as a linguistic-discursive surface.