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Resumo:
Trata-se essencialmente neste ensaio de desenvolver uma aproximação epistemolôgica à história da comunicação e dos media, o que significa que se pretende reflectir em tomo de uma teoria do conhecimento, isto é, da constmção de uma teoria em que não nos sentimos Hmitados aos "objectos" de comunicação em si, mas antes aos diversos modos de conhecimento desses mesmos objectos. No fundo, um quadro de síntese da teoria da história e da epistemologia da comunicação conducentes a uma epistemologia da história dos media e da comunicação. Por outro lado, pretende-se desenvolver uma reflexão em tomo da genealogia de estmturas historico-comunicacionais, das respectivas mediações simbólicas e tecnológicas e da emergência do campo dos media, reflexão ancorada num modelo de análise filiado na descrição intrínseca, arqueológica, dos documentos. Do mesmo modo se fará a de produção histórica do real comunicacional e da lei que orienta e suporta o aparecimento de enunciados como acontecimentos ou sistemas singulares.
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Ficou célebre a frase de Marx segundo a qual a História, se se repete duas vezes, a primeira é como tragédia e a segunda como comédia. Interroguemo-nos sobre isto e tomemo-lo como ponto de partida para uma reflexão sobre a repetição na história e no tempo. Qual será então a significação da frase de Marx ? trata-se de um afirmação ou de uma negação da repetição na história? 1.^ hipótese: afirmação da repetição na História; há dois acontecimentos (1.° e 2.°) que se sucedem no tempo e que são a repetição um do outro. Significará isso que alguma semelhança ou identidade haverá entre eles para se poder falar de repetição: se nada os une ou aproxima, não se poderia falar de repetição. Seria cada um deles um acontecimento único e portanto irrepetível. 2.^ hipótese: Marx pretende negar a possibilidade de repetição na História. A repetição não existe porque os dois acontecimentos, ao se sucederem no tempo, essa mesma temporalidade introduz uma diferença que coloca cada um dos acontecimentos em pólos opostos de uma escala que vai da seriedade da tragédia ao riso da comédia. IncUno-me mais para aderir à segunda hipótese. Há alguma ironia na frase de Marx ao invocar a mesquinhez da comédia depois da grandiosidade da tragédia.
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Nas vésperas dos milênios todas as retrospectivas são legítimas, da mesma forma que a futurologia cria adeptos.Vive-se um tempo verdadeiramente intermédio, entre um certo passado mitificado e um futuro imaginário, mais ou menos aterrorizador, desvalorizando afinal o "nosso tempo" - aquele de que deverá nascer o real futuro, para o bem e para o mal. E com isto pretende-se apenas dizer duas coisas muito simples: 1ª questão: em todos os tempos houve quem imaginasse, desenhasse e implementasse o futuro - um futuro que, afinal, é o nosso passado; 2ª questão, decorrente da anterior: todos os dias estamos a estabelecer os alicerces do futuro, a criar (ou a negar) as condições para um evoluir, para um acertar de agulhas, para um ajuste entre instituições e sociedade, numa tendencial aproximação ao futuro, seja ele constmído em espiral, como querem algumas escolas, ou revele retrocessos, como o nosso próprio século mostrou que podem existir. Porque a história é uma ciência complexa, poderemos fixar uns tantos pontos de partida, isto é, deveremos estabelecer rigores metodológicos que balizem o nosso trabalho
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A questão do tempo é tão antiga como a Filosofia. Ela surge já nos pre-socráticos intimamente associada à relação ontológica fundamental Ser/Devir, é retomada dentro da filosofia platônica principalmente no "Timeu" e posteriormente na "Física" de Aristóteles. Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino não deixam também de reflectir sobre o tempo, sendo a contribuição do primeiro tão notável que ainda continua a influenciar o pensamento contemporâneo. O espírito da modernidade, sob a influência de Galileu, Descartes e Newton retoma a questão propondo um tempo abstracto, matemático e mecanicista que passou a designar-se por Tempo Absoluto e dominou o pensamento ocidental por cerca de duzentos anos. Porém, este tempo é um tempo reversível totalmente inadequado às ciências da vida que foram surgindo durante o Sec.XIX. A Teoria da Relatividade recusa o Tempo Absoluto e propõe um Tempo Relativo, mas este ainda é reversível. A Biologia e a Sistêmica contemporâneas, além da Mecânica Estatística, insistem numa Flecha do Tempo sem a qual os fenômenos essenciais da ciência de hoje seriam inexplicáveis. É neste quadro de reflexão que a proposta do super-tempo eónico feita pela ontóloga e fenomenôloga Hedwig Conrad-Martius, de Munique, tem o maior interesse.
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A Geografia considera o tempo como uma dimensão importante do espaço, vendo as duas categorias como distintas mas em interacção. Existirá um tempo sem um dado espaço? e o espaço sem as temporalidades que sobre ele actuam ? Haverá um espaço-tempo em vez de um tempo e um espaço? Os desenvolvimentos actuais da ciência defendem esta integração, havendo muitas teorias que a pressupõem. A junção dos dois conceitos leva à aproximação da Geografia e da História. A ligação destas duas ciências fraduz-se noufra área cientiTica que, em França, já tem raízes profundas mas, no caso português, continua a ser um campo com muitas potencialidades por explorar. No Ensino Básico actual existe a disciplina História e Geografia de Portugal que pretende materializar essa integração embora a razão alegada para a sua infrodução tivesse sido a necessidade da menor dispersão temática (era também o resultado de interesses corporativistas de que a Geografia sairia subaltemizada pois, por circunstâncias várias, o ensino ficaria enfregue à História, de forma quase exclusiva). Acções de formação pontuais têm tentado ajustar a visão da História à Geografia mas, talvez porque os professores de Geografia a leccionar essa discipUna são em número muito reduzido, não houve a preocupação de aproximar a visão da Geografia à História.
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Esta comunicação tem como objectivo discutir a validade da Hipótese da Transição da MobiUdade Territorial de Zelinski no mundo globalizado actual. Nas últimas décadas, poucos têm sido os contiibutos conceptuais e teóricos para a problemática da mobilidade territorial. A Hipótese da Transição da Mobilidade Territorial do geógrafo americano Wilbur Zelinski publicada na Geographical Review, em 1971, continua a ser uma grande contiibuição nesse sentido. Merece, assim, atenção especial dos cientistas sociais empenhados na teorização e conceptualização da mobilidade espacial. Zelinski (1971: 221-222) resumiu a sua Hipótese na seguinte sentença: Há regularidades bem definidas e padronizadas no crescimento da mobilidade pessoal através do espaço-tempo nos períodos recentes da História e essas regularidades são um componente fundamental do processo de modernização.
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A História implica o tempo, tal como as diversas formas de "fazer história" frazem consigo diversas concepções e diversas imagens de tempo. Uma coisa é o acontecer, oufra é o discurso sobre o acontecer. Uma coisa é o tempo "indefinido do cosmos", outra é o tempo finito do homem e do seu discurso. "Les hommes ne se contentent pas de vivre, ils se racontent Ia vie, s'inventent des histoires, mettent en scène le monde. Ils s'exclament et interpellent. Ils donnent et exécutent des ordres, adressent des prières aux dieux qu'ils invoquent, font des serments. Ils questionnent aussi et donnent des repouses, débattent, se contredisent. Leur univers, c'est Tunivers du discours" (Hesbois, p. 10). Neste sentido "fazer história" é escrever sobre o acontecer, interiigando num mesmo processo o actor e o autor, a História e o historiador, o passado e o presente. Daqui a variedade de objecto e objectivos, de métodos e de metodologias, que dão origem a sub-divisões no âmbito epistemolôgico da História, classificando, segundo eles, os historiadores. Daqui também as diversas concepções de tempo, resultantes do objecto do discurso (o historiado) e do autor do mesmo (o historiador). Considerando como formas extremas de fazer história, tendo em conta o seu objecto, o discurso sobre os acontecimentos e o discurso sobre o pensamento, participando a História das Idéias de ambas, as concepções de tempo presentes em cada um integram-se, também, na ordem cronológica e sequencial (passado, presente e futuro), em si mesmo universal, porque historicamente abrangente.
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Os Mesopotâmios revelavam um interesse muito grande pelos acontecimentos passados. Esse interesse manifestava-se, designadamente, afravés da recoUia, do registo e da cópia de documentos de reinados e de séculos anteriores, para já não falarmos de textos clássicos que continuavam a ser recebidos^ ao longo de várias gerações. Chegaram até nós as listas cronológicas e genealôgicas, as listas dinásticas e as de epônimos; copiaram-se os textos clássicos, como os mitos cosmogônicos, os textos sapienciais, os hinos e as orações, e oufros; coleccionaram oráculos de adivinhação e oráculos proféticos; nas escolas, os aprendizes da arte do escriba copiavam e utilizavam na sua instmção cartas reais, guardadas nos arquivos do palácio ou do templo; as inscrições reais e o gênero analístico registavam os mais notáveis feitos militares e os actos políticos mais decisivos dos soberanos, manipulando a história de acordo com a ideologia dominante2. Esta devoção pelo passado ia desde o registo de acontecimentos históricos à compilação dos oráculos de adivinhação e proféticos que, embora revelando o futuro, eram agora um testemunho da dialéctica permanente enfre o mundo divino e o terreno, procurando conferir tranquilidade e lógica ao entendimento que o homem mesopotâmico tinha sobre o fluxo do tempo e da história. Finalmente, a recepção e actualização dos textos reügiosos mais importantes, sobretudo os mitos cosmogônicos clássicos, adaptados às teologias locais, estendiam este desejo de compreender o tempo e o devir histórico até às próprias origens e criação.
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Vamos tecer algumas considerações sobre o Diálogo da Ressureição de Gil Vicente. Esta peça, certamente a mais curta do autor (316 versos), prolonga o Breve Sumário da História de Deus (1044 versos); as duas em conjunto formam um ciclo completo da Paixão - "o Diálogo fecha este fresco", diz-nos Paul Teyssier2. ^ obra em estudo pertence ao gênero farsa enquanto a História de Deus retira as suas personagens e os seus temas do texto bíblico. Nenhuma peça religiosa de Gil Vicente está tão perto dos mistérios representados na mesma época na Europa, nomeadamente em França. A representação da Ressureição tem uma longa história. O mais antigo texto descrevendo uma Visitado sepulchri provém certamente da Regularis concórdia anglicae nationis monachomm sanctimonaliumque, redigida enfre 965 e 975, que explicita emprestar esta prática à abadia de Fleury.
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No princípio, porque de um escritor se frata, devia estar o verbo. Lamento dizê-lo, mas no meu caso está a imagem: José Cardoso Pires, vestido casualmente, casacão grosso, cigarro pensativo, pela praia despida. Isto foi, salvo erro, por ocasião do lançamento de Balada da Praia dos Cães, em 1982. Na altura, ainda não era muito um cUchê, esta imagem do escritor, não em Portugal, pelo menos. O escritor solitário, fumegante, maciço, caminhando pelo areai desolado, o horizonte recortado a preto e branco, preto no branco, ao fundo e em fundo. A imagem ainda não estava gasta pelo uso, e Cardoso Pires encamava-a à perfeição. O lobo soUtário, lutando com as palavras, fazendo longos passeios - solitários, pois então - por uma praia invemil. O tempo, a época do ano é aqui fundamental: se fosse no verão, a fotografia seria um fiasco: a roupa inapropriada, e a areia branca estaria decerto pejada de corpos adolescentes, namorando o bronze. A praia só é do escritor quando enfregue a si própria.
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Nos primeiros séculos do cristianismo, quer consideremos a arquitectura quer as artes decorativas, enconframos testemunhos de representações às quais o número oito está subjacente ou como octôgono ou como dois quadrados secantes ou como forma radial. A unidade de oito elementos manifestada nas formas estará relacionada com o conceito e o simbolismo que os Padres da Igreja atribuíram à ogdóade.' É a partir do número oito que alguns exegetas da Bíblia chegam, por exemplo, ao número 666 da Besta do Apocalipse, usando o designado método dos números triangulares que consiste na adição de todos os algarismos que vão da unidade ao número que se pretende considerar. Assim, o tiiangular de 8 (1-1-2-1-3...) é 36 e o tiiangular de 36 é 666.2 Oufras complicadas aritméticas foram usadas pelos primeiros pensadores cristãos para interpretar muitos dos números referidos no Antigo e no Novo Testamentos, atiibuindo-lhes significados que fundamentam nos próprios textos das Sagradas Escrituras.
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Cognição e Linguagem são importantes em Geografia, desde as origens, perante a pertinente interrogação sobre a superfície da Terra e a localização relativa, suscitando uma linguagem por palavras ou descrições escritas e mapas esboçados, como linguagem específica da Geografia acerca das configurações da superfície terrestre. Cognição e Linguagem expressa por palavras e mapas suscitaram controvérsia que foi acentuada pela Revolução Copemiana. Com a Renascença, as idéias de Humanismo e Utopia infiuenciaram a configuração de mapas sobre espaços e territórios, em que se sobrepunha a linguagem e representação num só plano sem diferenciações de distâncias e contrastes. Ao mesmo tempo, alargava-se o conhecimento sobre o Mundo, assim como a representação e linguagem pelos portulanos e mapas, até que no século XVII o périplo mun-, dial foi completado.
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A influência do sistema nervoso autónomo (SNA) na génese da fibrilhac¸ão auricular (FA) envolve múltiplos mecanismos complexos com impacto nas propriedades eletrofisiológicas cardíacas. A importância dos efeitos da estimulac¸ão autonómica no substrato elétrico auricular e das veias pulmonares (VP) e na vulnerabilidade para FA requer melhor compreensão. Objetivo: Avaliar os efeitos da estimulac¸ão vagal (estim vag) e simpática (estim simp) aguda na condução e refratariedade das aurículas e VP e na indutibilidade de FA no coração de coelho in vivo com inervação autonómica preservada. Métodos: Estudámos 17 coelhos New Zealand de ambos os sexos. Para abordagem de «toráxaberto» procedeu-se a anestesia, entubação e ventilação após bloqueio neuro-muscular. O ECG foi obtido a partir de 3 derivações dos membros. Os eletrogramas foram registados com 4 elétrodos monopolares colocados na superfície epicárdica, distribuídos ao longo das aurículas e com um elétrodo circular adaptado à porção proximal das VP. Estimulou-se o nervo vago cervical direito e o tronco simpático torácico com elétrodos bipolares de platina. Estudámos os períodos refratários efetivos (PRE) e a condução elétrica auricular, entre a aurícula direita lateral-alta (AD) e a aurícula esquerda lateral-alta (AE), e entre AD e VP, em condições basais e durante estim vag, estim simp e estimulação autonómica combinada (dual estim). Para indução de FA, procedeu-se a pacing rápido (50 Hz, 10 s, isolado ou com estim vag, estim simp ou dual estim) com elétrodo bipolar no apêndice auricular direito (AAD), apêndice auricular esquerdo (AAE) e VP. Resultados: Em condições basais: os PRE eram maiores no AAE e registou-se um atraso na ativação da AD para as VP, comparando com a condução interauricular. Durante estim vag ou dual estim: os PRE encurtaram significativamente em todos os locais, o intervalo de condução interauricular variou de 20 ± 4 ms para 30 ± 10 ms (p < 0,05) e 31 ± 11 ms (p < 0,05),respetivamente. Com estim simp obteve-se uma redução significativa dos PRE no AAE e do tempo de condução interauricular para 16 ± 11 ms (p < 0,05). Induziu-se FA em 35 a 53% dos animais com 50 Hz, 65 a 76% com estim vagal ou estim simp, e 75 a 100% com dual estim (p < 0,05). A duração da FA aumentou significativamente durante estim vagal e/ou estim simp. Em 2/3 dos animais com indução de FA com duração >10 s a arritmia terminou imediatamente após interrupção da estim vagal. Conclusões: No coração de coelho inervado in vivo, a estimulação autonómica aguda encurta a refratariedade auricular e das VP, e modifica a velocidade de condução auricular, potenciando a indução e duração de FA. Os resultados sugerem que as variações agudas e a interação da atividade autonómica podem desempenhar um papel importante na fisiopatologia da FA.
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Objectivos: Numerosas séries têm sido publicadas documentando a experiência em nefrectomias por via transperitoneal e retroperitoneal. Este artigo pretende documentar as primeiras 10 nefrectomias e nefroureterectomias laparoscópicas via transperitoneal realizadas no Hospital D. Estefânia. Material e Métodos: Revisão retrospectiva de cinco nefrectomias e cinco nefroureterectomias laparoscópicas realizadas no período de Fevereiro a Setembro de 2010 em crianças com idades compreendidas entre os 2 e os 18 anos. Todos os doentes foram referenciados por complicações de rins não funcionantes. Os procedimentos, via transperitoneal, foram unilaterais, com recurso a 3 portas. Foi igualmente efectuada a análise da duração da cirurgia, taxa de conversão, tempo de internamento e complicações associadas à técnica. Resultados: Todos os rins foram removidos com sucesso por via laparoscópica, sem necessidade de conversão em nenhum dos casos. O tempo operatório médio foi de 103 minutos. Cinco doentes tiveram alta ao 2º dia de pós-operatório, três doentes ao 3º dia de pós-operatório e dois doentes, pela complexidade médico-cirúrgica inerente tiveram internamentos mais prolongados. Não se verificaram complicaçõesno per- ou pós-operatório, com retoma precoce da actividade normal em todos os doentes. Conclusão: A nefrectomia laparoscópica na criança parece ser uma alternativa viável e segura à cirurgia aberta. Consideramos necessário a aquisição de mais experiência para reduzir os tempos operatórios e definir a sua verdadeira eficácia. A experiência adquirida com outros procedimentos laparoscópicos transperitoneais foi determinante na opção por esta via (versus retroperitoneal).