983 resultados para Rio de Janeiro (RJ) Carnaval Séc. XX


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Inserida no contexto portugus da segunda metade do século XVIII, cenrio de importantes mudanas culturais e marcado pela presena centralizadora do marqus de Pombal, a Academia Fluviense Mdica, Cirrgica, Botnica e Farmacutica, estabelecida no Rio de Janeiro em 1772 sob a proteo do vice-rei, marqus do Lavradio, e direo da famlia Paiva, constituiu-se ao mesmo tempo como um espao para a discusso e prtica das cincias, produzindo conhecimento de carter utilitrio no mbito da Histria Natural com vistas ao revigoramento e diversificao da agricultura colonial; como tambm um meio para o exerccio da poltica das relaes pessoais do Antigo Regime. Analisando as obras do presidente da Academia, Jos Henriques Ferreira e as de seu irmo, Manoel Joaquim Henriques de Paiva, foi possvel compreender algumas implicaes scio-econmicas e, sobretudo, polticas, associadas forma como se operavam concepes tais como natureza e cincia, que eram fundamentais no setecentos.

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Por um longo perodo o modelo de assistncia em odontologia adotado no pas se voltava apenas para um grupo etrio da populao as crianas e ainda se caracterizava pelo no conservadorismo, com um alto nmero de extraes, j que no existia uma estrutura que possibilitasse o acesso a outros nveis de ateno. Fato este reverberado pela ausncia de polticas especficas de sade bucal na esfera federal, at que em 2004 surge a Poltica Nacional de Sade Bucal - Programa Brasil Sorridente. As diretrizes da poltica propem a ampliao do acesso a todas as faixas etrias e o atendimento integral em todos os nveis, incentivando estados e municpios a criarem os Centros de Especialidades Odontolgicos (CEO), que funcionariam como unidades de referncia de mdia complexidade para as equipes de sade bucal, oferecendo procedimentos mais complexos e conclusivos complementares aos realizados na ateno bsica. O presente estudo analisa essa poltica de incentivo financeiro federal procurando identificar os elementos que possam ter contribudo ou dificultado a implantao dos CEO nos municpios do Estado do Rio de Janeiro no perodo de outubro de 2004 at dezembro de 2008. A anlise foi baseada em documentos oficiais e entrevistas com atores relevantes para a compreenso das disputas deste processo.

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Os norovrus (NV) so uma importante causa de hospitalizao infantil. Crianas internadas por gastroenterite por NV (GENV) so consideradas portadoras de diarreia grave. O objetivo desse estudo, realizado na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, descrever as caractersticas clnicas e a frequncia da diarreia por NV em crianas hospitalizadas, comparando as taxas de deteco de NV em crianas vacinadas e no vacinadas contra rotavrus (Rotarix). Foram coletadas 659 amostras de fezes de igual nmero de crianas e encaminhadas para anlise pela reao em cadeia pela polimerase, precedida de transcrio reversa no perodo de janeiro de 2004 a dezembro de 2009. O percentual de amostras positivas para os NV foi de 27,3% nesse perodo. Das 180 amostras positivas para NV, 55% tiveram origem na comunidade (aqCo) e 45% foram de aquisio nosocomial (aqNo). O percentual de GENV nos dois anos anteriores (2004 e 2005) introduo da vacina Rotarix foi de 28,3%, sendo 11,3% o percentual de amostras aqCo. Nos dois anos posteriores (2008 e 2009), a GENV significou 24,4%, e as amostras aqCo foram 14,9% (p<0,05). Em 647 crianas, 494 no receberam a vacina Rotarix, enquanto 151 crianas receberam, pelo menos, uma dose. O percentual de GENV foi de 23,8% e 39,7%, respectivamente (p<0,05). Apesar do comportamento sazonal dos casos de GENV aqCo, esse fato no teve significncia estatstica. Das 180 crianas, 61,6% tinham peso &#8804; p10 do NCHS, 82,2% tinham idade &#8804; 5anos. As crianas com idade &#8804; 2 anos foram mais acometidas nos casos de aqCo do que quelas de aqNo (p<0,05). Foram observados em 82 crianas: vmitos (73,2%), febre (54,9%), tosse (20,7%), coriza (2,2%), sangue nas fezes (8,5%), erupo cutnea (4,9%) e broncoespasmo (7,3%). Houve significncia estatstica com relao frequncia maior de febre, coriza, tosse e broncoespasmo nas crianas com GENV de aqCo do que naquelas de aqNo (p<0,05). De 69 crianas, 73,9% apresentaram desidratao e, dessas, 76,5% necessitaram de hidratao venosa. Esses dados tiveram significncia estatstica, representada por maiores percentuais nas crianas com GENV de aqCo do que naquelas de aqNo (p<0,05). Esse estudo demonstra que os NV foram um importante agente etiolgico nos casos de gastroenterites em crianas hospitalizadas e responsvel por altas taxas de infeces nosocomiais. Estatisticamente, no foi comprovada uma tendncia de aumento dos casos de GENV no perodo do estudo, como tambm do aumento da frequncia de GENV nos anos posteriores em relao aos anos anteriores introduo da vacina Rotarix no Brasil em 2006. No entanto, houve significncia estatstica quando foi avaliado o percentual de GENV em crianas hospitalizadas vacinadas e no vacinadas contra RV. Um aumento dos casos de GENV em crianas poder vir a acontecer nos prximos anos, quando esperado que um nmero maior de crianas ser vacinado contra RV. Tosse, coriza e broncoespasmo so sintomas que devem ser mais detalhadamente investigados. Estratgias de preveno contra a disseminao dos NV so condutas importantes em unidades de internao. Uma vacina eficaz contra norovrus pode ser um benefcio significativo para reduzir o percentual de crianas hospitalizadas por diarreia.

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Os delfindeos possuem um variado repertrio de emisses sonoras, que so produzidos em diferentes contextos comportamentais e so importantes para as relaes entre os indivduos. As emisses sonoras dos delfindeos so predominantemente utilizadas para a comunicao e so divididas em duas categorias: os sons pulsantes e os assobios. O presente estudo apresenta comparaes entre os repertrios de assobios de trs espcies de delfindeos encontrados na costa do Estado do Rio de Janeiro: Stenella frontalis, Steno bredanensis e Sotalia guianensis. Trs sistemas de gravao foram utilizados. Estes foram compostos por hidrofones HTI-96-MIN e C54XRS, e gravadores PMD 671 Marantz, FOSTEX (taxa de amostragem de 96 kHz) e SONY TCD-T8 (taxa de amostragem de 48 kHz). As anlises dos espectrogramas foram realizadas no software Raven 1.4. Os assobios foram classificados em categorias de formas de contorno e 15 parmetros acsticos foram mensurados em cada um destes sinais. A estatstica descritiva foi realizada para os assobios de cada espcie, e estes foram comparados a partir de testes de comparao de mdias e anlise discriminante. Um total de 838 assobios foi analisado. Assobios com forma de contorno ascendente de S. frontalis, S. bredanensis, S. guianensis da Baa de Guanabara, da Baa de Ilha Grande e da Baa de Sepetiba corresponderam a 48,1% (N=63), 40,8% (N=47), 49,8% (N=98), 63,9% (N=126) e 58,1% (N=115) do repertrio de cada grupo, respectivamente. Diferenas foram encontradas em praticamente todos os parmetros entre assobios de S. bredanensis e S. guianensis. O maior nmero de semelhanas ocorreu entre assobios das populaes distintas de S. guianensis. A taxa de classificao correta geral foi de 52,4%. Assobios de S. bredanensis apresentaram a maior classificao correta (84,3%). Assobios de S. frontalis apresentaram taxa de classificao correta de 55,7% e os de S. guianensis da Baa de Guanabara, Baa de Ilha Grande e Baa de Sepetiba apresentaram taxas de 57,9%, 48,7% e 29,8%, respectivamente. A anlise discriminante realizada entre assobios ascendentes resultou em uma taxa de classificao correta menor (49%). As variveis consideradas mais importantes para a discriminao entre espcies foram: FF, 3Q, 1Q, MOD e FM. Por meio de parmetros acsticos foi possvel discriminar grande parte dos assobios de espcies simptricas, apesar de haver ainda sobreposies entre variveis acsticas dos assobios das espcies comparadas neste estudo.

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A Estratgia Sade da Famlia na Cidade do Rio de Janeiro no pode ser pensada como um instrumento isolado no contexto de sade local. A sua interao com a rede de sade da cidade precisa ser considerada para que ocorra um fluxo de pacientes entre os nveis de ateno. O Rio de Janeiro dividido em dez reas Programticas com coordenaes de sade prprias. O tamanho e a diversidade das regies da cidade do Rio de Janeiro faz com que estas reas tenham necessidades particulares e, consequentemente exijam respostas diferenciadas para as questes de sade. A rea em foco neste estudo a 3.1 onde se localiza o Complexo do Alemo. O Complexo marcado pela pobreza, violncia e excluso social. No ano 2000 tinha o ndice Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,474, um dos piores entre os bairros do Rio de Janeiro. O cenrio de vulnerabilidade foi determinante para que o Complexo fosse uma das primeiras reas a ter intervenes do Programa de Agentes Comunitrios de Sade e do Programa Sade da Famlia na cidade do Rio de Janeiro. Este estudo procura relacionar as caractersticas da Estratgia Sade da Famlia na Cidade do Rio de Janeiro com as caractersticas do modelo implantado no Complexo do Alemo, a partir de dados dos sistemas de informao e de busca bibliogrfica sobre a regio. H caractersticas que so comuns ao Rio de Janeiro e ao Complexo do Alemo, como por exemplo, a falta de uma programao de referncia e contra-referncia para atender a demanda dos pacientes da Estratgia Sade da Famlia nos nveis secundrio e tercirio de cuidados. Existem tambm caractersticas que so prprias do Complexo do Alemo, como por exemplo, a quantidade de equipes compatvel com a populao segundo as diretrizes do Ministrio da Sade, o que contrasta com a cidade como um todo que tem uma quantidade de equipes ainda pequena em relao populao.

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As restingas do Estado do Rio de Janeiro so reas de sedimentao predominantemente quaternria, descontnuas geograficamente, formadas em funo das mudanas paleoclimticas, flutuaes do nvel do mar e transporte longitudinal de sedimentos. A diversidade e a estrutura da vegetao halfila-psamfila presente nestas restingas so os principais focos deste estudo, onde foram analisadas a similaridade florstica, as formas de vida e sndrome de disperso, o padro de riqueza e diversidade, a distribuio das espcies e os parmetros de cobertura vegetal, serrapilheira, solo desnudo e salinidade da gua do mar. Foram amostradas nove reas de restinga, a saber, Praia do Sul, Marambaia, Grumari, Marapendi, Maric, Massambaba, Barra de So Joo, Jurubatiba e So Joo da Barra. Foram encontradas 90 espcies, distribudas em 33 famlias, 69 gneros, sendo as famlias de maior riqueza especfica: Asteraceae (10), Poaceae (9 espcies), Fabaceae (9) e Rubiaceae (6). Foi registrada uma baixa riqueza de espcies nas reas avaliadas, variando de 25 a 48. Somente 11 espcies ocorreram em todas as reas (Alternanthera maritima, Blutaparon portulacoides, Canavalia rosea, Cereus fernambucensis, Euphorbia hyssopifolia, Ipomoea imperati, Ipomoea pes-caprae, Panicum racemosum, Remirea maritima, Sporobolus virginicus, Stenotaphrum secundatum), e 12 so dominantes, em uma ou mais reas (Allagoptera arenaria, Alternanthera maritima, Blutaparon portulacoides, Canavalia rosea, Ipomoea imperati, Ipomoea pes-caprae, Mollugo verticillata, Panicum racemosum, Remirea maritima, Spermacoce capitata, Sporobolus virginicus, Stenotaphrum secundatum), existindo um grande nmero de espcies raras. O ndice de diversidade de Shannon variou de 1,49 a 2,40, e a equabilidade de Pielou de 0,82 a 0,60. O agrupamento formou dois grandes grupos, sendo o primeiro constitudo por Barra de So Joo, Praia do Sul, Marambaia, Grumari e Marapendi, e o segundo por Jurubatiba, So Joo da Barra, Maric e Massambaba. As reas mais similares floristicamente foram Maric e Massambaba (58%), Grumari e Marapendi (56%), e Barra de So Joo e Praia do Sul (50%). A vegetao apresenta uma flora caracterstica, com diferena na composio entre as reas, e similaridade entre reas geograficamente mais prximas. Um tero das espcies identificadas so camfitos (34,56%), seguida por fanerfitos (20,98%), gefitos (16,04%), hemicriptfitos (12,34%), terfitos (13,58%) e duas lianas. Na disperso predomina a autocoria (41,97%), anemocoria (33,33%) e zoocoria (24,69%). O tamanho das reas perpendicularmente ao mar no est relacionado com aumento da riqueza, nem apresenta o padro de aumento com o distanciamento do mar. Existem diferenas da riqueza e da diversidade entre as reas, no havendo uma homogeneidade ao longo do litoral. H uma zonao, com espcies distribudas prximas ao mar (Allagoptera arenaria, Alternanthera maritima, Blutaparon portulacoides, Canavalia rosea, Cassytha filiformis, Cereus fernambucensis, Hydrocotyle bonariensis, Ipomoea pes-caprae, Schinus terebinthifolia, Sophora tomentosa, Stenotaphrum secundatum, Cyrtocymura scorpioides), e ao longo do gradiente perpendicular ao mar (Chamaecrista flexuosa, Euphorbia hyssopifolia, Ipomoea imperati, Mollugo verticillata, Panicum racemosum, Paspalum maritimum, Remirea maritima, Sporobolus virginicus). O modelo de srie logartmica o que melhor representa a vegetao, independente da diversidade ou riqueza. A cobertura vegetal variou entre as reas. A serrapilheira e o solo desnudo esto estreitamente relacionados com a cobertura vegetal, havendo variao entre as reas.

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A hiptese de doutoramento aqui proposta consiste na necessidade terica de repensar o conceito de irresponsabilidade organizada, oriundo da obra do socilogo alemo Ulrich Beck, a partir da realidade do Municpio de Terespolis, localizado na Regio Serrana do Estado do Rio de Janeiro, cenrio de uma tragdia ocorrida em janeiro de 2011. Sero ainda considerados os debates envolvendo a revogao do segundo Cdigo Florestal pela Lei 12.651/2012, especialmente os relativos s reas de preservao permanente nos topos de morro, faixas marginais de proteo e encostas com declividade superior a 45 graus. A hiptese da presente tese que o conceito de irresponsabilidade organizada seja repensado diante da necessidade de explicar a organizao jurdica de riscos reconhecidos a partir de processos polticos. Inclui-se na hiptese a anlise de situaes nas quais, mesmo ante a existncia de normas jurdicas validamente editadas e aplicveis, persiste a omisso na gerncia dos riscos por elas disciplinados. A pesquisa trabalhar com a anlise crtica da teoria da sociedade de risco e do conceito em questo, considerando estudos, relatrios e demais documentos referentes tragdia teresopolitana e edio da atual legislao florestal.

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Este trabalho busca investigar as condies de produo dos saberes psicolgicos contidos nas teses de doutoramento da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro no século XIX. Tal meta visa, a partir de conceitos diversos, obter os princpios norteadores das obras dos futuros doutores, tomando como ponto de partida o seu contexto scio-cultural. Dois conceitos, no entanto, sero privilegiados: os de paixo e afeto. Estes so conceitos que surgem em diversas teses, principalmente naquelas da primeira metade do sulo XIX perodo da maior parte das teses selecionadas nesta ocasio. Uma das principais questes levantadas diz respeito maneira como os autores das teses elaboram seus trabalhos: utilizam-se das mais diversas referncias para que possam corroborar aquilo que propem em seus trabalhos. Assim, freqentemente recorrem a textos de autores consagrados mesmo que, por vezes, no haja concordncia entre os autores escolhidos. Os contedos utilizados so dspares, mas, como so aparentemente concordantes com o que os mdicos produzem, so apropriados por estes. Esta apropriao vem a ser discutida a partir do trabalho de Michel de Certeau. Tambm vemos alguns elementos das teses sofrerem transformaes, num trabalho de bricolagem, tal como prope Claude Lvi-Strauss. inegvel que a apropriao e a bricolagem vo alm do que se verifica nas obras de Certeau e Lvi-Strauss: estes se referem cultura popular quando tratam daqueles temas, mas ao fazer uma incurso pelos escritos das teses, pode-se perceber que os mesmos fenmenos so caractersticos tambm de materiais que esto alm do que geralmente se chama de cultura popular, haja vista que teses de medicina no poderiam ser interpretadas como tal. Sendo o perodo pesquisado uma poca em que a psicologia ainda no se constituiu como cincia, os trabalhos mdicos tornam-se instrumentos privilegiados de difuso de saberes psicolgicos. Fazem parte de um material que impulsiona a produo de conhecimento sobre o homem em seus aspectos individuais, culturais, sociais, psicolgicos, indo alm das discusses fisiolgicas e orgnicas. Embora estas estejam presentes, formam um conjunto com o qual os autores das teses buscam verificar as vicissitudes humanas. Para realizar este estudo foi necessria uma pesquisa documental, onde as teses servem como fontes primrias para a execuo do trabalho. Atravs da anlise dos temas e termos constantes das teses, pretende-se constituir um mapa sobre o qual torna-se possvel articular as idias veiculadas nas teses com o contexto scio-cultural em que so produzidos os materiais dos escritos dos mdicos

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A unio estvel uma forma de relao conjugal presente, como concubinato, em diversas sociedades desde a antiguidade, constituindo uma opo de vida conjugal que tem se tornado cada vez mais freqente na atualidade. O novo Cdigo Civil (2002), em coerncia com as mudanas introduzidas pela Constituio de 1988, confere a esse tipo de vnculo o ttulo de entidade familiar, passando ele a compor o Livro de Famlia deste diploma legal. O tratamento jurdico fez dessa forma de relao antiga um novo arranjo conjugal, fato com inmeras implicaes no mbito da vida privada. Como fato novo, a unio estvel gera estranhamentos, provocando um processo de familiarizao social atravs da sua ancoragem em forma de relaes conjugais j existentes: o casamento ou o concubinato. A partir desse entendimento, o presente trabalho teve por objetivo descrever, analisar e comparar as representaes sociais a respeito da unio estvel produzidas por homens e mulheres, em quatro condies distintas: casados, solteiros, em unio estvel, separados. A amostra da pesquisa emprica foi composta de 304 sujeitos, com 76 em cada situao conjugal considerada, sendo metade homens e metade mulheres. O instrumento utilizado foi um questionrio composto de 41 questes, sendo 21 fechadas e 19 abertas. Dentre elas, 40 so questes substantivas relativas unio estvel, com vistas obteno de dados que configurem circunstancialmente as representaes sociais. O questionrio iniciado por uma questo especfica de evocao livre descrio de uma relao conjugal do tipo unio estvel, para identificao dos contedos temticos bsicos e da estrutura das representaes, de modo a permitir sua comparao. Finalmente, uma questo, desmembrada em 6 itens, visa caracterizao scio-demogrfica do conjunto dos sujeitos. As evocaes foram analisadas atravs do software EVOC, permitindo identificar a estrutura das representaes sociais. As respostas s perguntas fechadas e abertas, estas aps sua categorizao, foram objeto de um tratamento estatstico descritivo simples. Os resultados demonstraram que o ncleo central das representaes sociais dos quatro grupos investigados compe-se basicamente pelos sentimentos de amor e respeito. Observou-se tambm um alto grau de informao a respeito da unio estvel e posicionamentos predominantemente favorveis tanto a respeito da legalizao quanto em relao a alguns de seus aspectos jurdicos considerados polmicos, como a converso da unio estvel em casamento. Este estudo evidenciou ainda que a representao social da unio estvel procede basicamente de uma ancoragem no casamento, embora se tenha observado tambm a perpetuao da crena existente no senso comum de que mais fcil se separar na unio estvel do que casamento

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Esta dissertao analisa o significado das Unidades de Polcia Pacificadora (UPP) enquanto tcnica de controle incorporada ao espao, usando como pano de fundo a fragmentao do tecido sociopoltico-espacial em curso na cidade do Rio de Janeiro que, junto com o biopoder Foucaultiano, propicia a formao das UPPs como novos dispositivos de segurana protetores da Raa Pura e assim, possam legitimar o poder do Estado. Alm disso, a presente dissertao observa o significado da favela para a cidade do Rio de Janeiro e a regulao de poder dentro dela no perodo Ps-UPP, em especial, a forma de atuao dos principais agentes reguladores desse poder: traficantes de drogas armados; moradores e policiais. Finalmente, mede o grau de violncia na Santa Marta antes e depois da UPP, usando os dados do Instituto de Segurana Pblica (ISP) e entrevistas realizadas durante a pesquisa alm de estabelecer alguns limites e possibilidades dessa nova poltica no que tange a preveno da violncia, usando trs categorias de anlise: redistributiva; institucionalista e culturalista.

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O objetivo principal do presente estudo foi descrever, a partir da ambincia das academias de ginstica, o fenmeno do culto ao corpo na sociedade contempornea. A ambincia, considerada uma categoria no campo do imaginrio social, compreende o espao como um lugar que , ao mesmo tempo, produto e produtor de relaes simblicas e de sentidos. Aps a reviso de literatura acerca da temtica proposta, realizou-se um estudo etnogrfico mediado por observao participante e anlise de discurso (escola francesa) em uma academia de grande porte situada na zona sul da cidade do Rio de Janeiro. Os resultados da pesquisa de campo apontaram para trs categorias de anlise da ambincia: 1) a casa dos espelhos: a motivao das imagens, dos objetos e das formas; 2) a motivao humana: o profissional de educao fsica; e 3) o smbolo da tribo: o corpo. Pode-se considerar que a ambincia contribui significativamente para a emergncia do culto ao corpo desenvolvido nas academias e, proliferado em outras esferas da vida social, sendo aparentemente excludente queles que no abarcam o fenmeno em questo. Nesse sentido, possvel estabelecer uma analogia da descrio da ambincia com a seguinte ponderao: do hedonismo Dionisaco disciplina Apolnea prevalece a imagem de Narciso. Por fim, o mapeamento da ambincia da academia uma fonte interessante para se pensar algumas das relaes sociais da contemporaneidade que, quando comparadas a outros perodos histricos, mantiveram-se, modificaram-se ou que estariam em processo de transio. O fenmeno do culto ao corpo e a forma com que as relaes se estabelecem em funo da busca pela esttica, decerto, representam o momento transitrio ao qual as sociedades complexas esto submetidas.

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A presente pesquisa que ora se apresenta trata das representaes sociais da comunidade cabo-verdiana residente no Rio de Janeiro sobre diversos objetos que esto implicados no processo de construo de suas identidades, no entrecruzamento das culturas e identidades cabo-verdianas e brasileiras. Nesse sentido, realizou-se um estudo comparativo entre trs grupos de cabo-verdianos residentes no Rio de Janeiro. As entrevistas realizadas com 20 estudantes, 20 imigrantes e 10 brasileiros filhos de cabo-verdianos residentes no Brasil permitiram identificar contedos mais especficos, diversificados e detalhados das representaes formadas por eles acerca do Brasil e do povo brasileiro, bem como das suas prprias relaes com os pases de origem e de acolhimento, bem como com os seus respectivos povos, o que, em ltima anlise, consubstancia as identidades sociais prprias que tero reconstrudo durante a sua permanncia aqum do ou melhor, de parte do Oceano Atlntico. A teoria das Representaes Sociais, desenvolvida por Serge Moscovici (1961) se constituiu em uma valiosa sustentao terica para o presente estudo. Por meio da pesquisa comparativa das representaes sociais dos distintos grupos de cabo-verdianos no Rio de Janeiro acerca de variados aspectos dos seus contextos scio-culturais de origem e de acolhimento, foi possvel compreender o complexo processo de construo, reconstruo e atualizao das suas respectivas identidades. isso que se acredita ter aqui demonstrado no que se refere s trajetrias dos estudantes e imigrantes cabo-verdianos, bem como s histrias de vida dos filhos destes, no Brasil e, em especial, no Rio de Janeiro. nessa perspectiva que os cabo-verdianos no Rio de Janeiro tomados tanto como sujeitos quanto como objetos de representao, na presente pesquisa tm construdo um conhecimento ao mesmo tempo, prtico e reflexivo da sua insero nos contextos brasileiro e carioca, atravs do contato face a face com a sociedade receptora e, no caso de dois desses grupos (estudantes e imigrantes), a partir das representaes que j haviam elaborado no pas de origem, sob a influncia dos meios de comunicao de massa. Assim, com base na hibridizao cultural e identitria dos cabo-verdianos, procurou-se compreender de forma mais ampla e circunstanciada o processo de (re) construo das identidades dos estudantes, imigrantes e dos descendentes destes no Rio de Janeiro. Tais mudanas mostraram-se mais visveis nos convvios sociais em que os grupos cabo-verdianos participam em diferentes espaos sociais desta cidade, nas prprias residncias, nas sedes de associaes, as quais participam, no s cabo-verdianos, mas, tambm, alguns brasileiros e outros africanos. Nestes convvios, notam-se diferenas de relacionamento entre eles, estruturam-se em pequenos grupos, ocorrendo uma intensificao das aproximaes identitrias e representacionais. As mudanas que foram observadas superficialmente entre os estudantes so, por conseguinte, mais intensas entre os cabo-verdianos imigrantes, em virtude do maior tempo e freqncia cotidiana da comunicao e da troca de experincias com mais variados estratos da populao brasileira, o que se aproxima a uma autntica fuso cultural. No obstante, constatou-se que, nesse processo, a comunidade imigrante perdeu alguns elementos importantes da cultura cabo-verdiana, o principal dos quais foi a lngua crioula. A perda do crioulo representa uma descontinuidade na reproduo da identidade cabo-verdiana pelos imigrantes no Brasil. Nesse sentido, os brasileiros filhos de pais cabo-verdianos no tiveram acesso a esse poderoso instrumento de comunicao e de preservao da cultura cabo-verdiana. Esses cabo-verdianos imigrantes consideram-se bem sucedidos e avaliam positivamente a sua trajetria de vida enquanto imigrantes no Brasil. De igual modo, os estudantes se consideram realizados, devido oportunidade de estudar no Brasil, o que representa a concretizao de um desejo coletivo, uma vez que a instruo escolar amplamente valorizada no pas de origem.

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O objetivo dessa pesquisa foi analisar como se do as relaes afetivas atravs da socializao de jovens cariocas de classe mdia da zona sul do Rio de Janeiro, estabelecidas atravs do contato por telefonia celular. Com isso, foi possvel verificar as novas dinmicas na subjetividade contempornea, pautadas na cultura de consumo, a partir da apropriao desse conjunto de tecnologias da comunicao, nas relaes sociais e afetivas, em especial na ficao, alm das relaes entre amigos e namorados. Parto do pressuposto de que os indivduos contemporneos esto se apropriando, em larga escala, das tecnologias de comunicao, tornando cotidiana e corriqueira a efetuao de contatos sociais intermediados por tais artefatos tecnolgicos. Para este estudo, utilizei como metodologia uma compilao de etnografias (visto que cada antroplogo organiza no campo a sua etnografia), para que fosse possvel o acesso de diversas nuanas das relaes afetivas em territrios privados e ntimos dos jovens que participaram deste estudo atravs de entrevistas e observao participante. Constatei que eles se apropriaram do celular como conjunto de tecnologias de comunicao pessoal portteis e, em especial, das mensagens de texto como uma forma de manuteno e ampliao das relaes afetivas atravs de estratgias de performance que possibilitam: seduzir concomitantemente diversas pessoas com mnimo investimento afetivo e exposio e mximo aproveitamento no tocante a estmulos de seduo; manter registros afetivos regulares entre namorados, independente de onde e do que estejam fazendo, visto que as mensagens podem ficar armazenadas e serem acessadas com discrio mesmo em lugares e situaes em que seria inapropriado falar por telefone; registrar memrias afetivas, em virtude de no celular poder ser armazenado e revisto um grande nmero de dados que se tornam marcos de referncia de situaes amorosas; estimular recordaes de emoes vivenciadas em cada situao e; marcar encontros de sociabilizao entre amigos com o mnimo investimento de tempo e baixo custo de comunicao e mxima eficincia na recepo do contedo informacional. Dentro deste cenrio, verifiquei que a dinmica social gerada possivelmente reflete em mudanas nas formas com que os relacionamentos afetivos so mantidos e ampliados, favorecendo com isso a constituio de novas subjetividades.

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Esta dissertao tem como objeto de estudo a poltica de combate pobreza brasileira o Programa Bolsa Famlia e adota como estratgia para discusso do tema uma postura qualitativa. O PBF uma poltica de transferncia condicionada de renda que se insere no cenrio internacional, em um momento de expanso da utilizao da renda mnima, e no contexto nacional, no movimento de reformulao nas polticas de combate pobreza brasileiras. Como principais caractersticas desta poltica se destacam a unificao de programas anteriores, a focalizao como princpio, a abrangncia nacional, e a contrapartida como via de acesso a direitos sociais bsicos. O objetivo do estudo reside em discutir criticamente o Programa Bolsa Famlia do Governo Federal, buscando identificar algumas das possibilidades e contradies nele existentes, a partir das percepes de seus beneficirios freqentadores de unidades de sade do municpio do Rio de Janeiro, sobre o PBF e suas condicionalidades de sade. Para tal, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com estes beneficirios, alm de observao participante nas unidades de sade onde foi realizada a construo do material da pesquisa. Os dois principais eixos de anlise giraram em torno das representaes sociais dos entrevistados sobre o programa em si e suas condicionalidades de sade. Levantamos como principais categorias tericas/analticas para trabalhar o material da pesquisa: a contradio, o consenso e as representaes sociais. J a partir da anlise do material, elencamos como categorias de contedo a ajuda enquanto dimenso do benefcio, a organizao dos servios de sade e a relao construda com as condicionalidades. Foi percebido diante de vrios elementos do programa que um dos pontos frgeis desta poltica reside na concretizao da dimenso estruturante prevista por ela. Identifica-se que preciso reestruturar modelos de construo das propostas se a proviso de polticas de cunho estruturante um objetivo mais amplo desta poltica de transferncia de renda.

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Resumo:

A elevada frequncia de bitos por causas mal definidas e por diagnsticos incompletos compromete a validade de indicadores de mortalidade por causas, constituindo obstculo para a alocao racional dos recursos de sade com base em perfil epidemiolgico. O presente trabalho avalia a qualidade da informao da causa bsica de morte na regio do Mdio Paraba, estado do Rio de Janeiro, Brasil, nos anos de 2005 a 2009 para toda a populao. Os dados provieram do Sistema de Informaes sobre Mortalidade (SIM) disponibilizados pelo DATASUS/MS. A anlise baseou-se em dois indicadores de mortalidade proporcional, por causas mal definidas (CMD - todos os bitos cuja causa bsica esteja includa no captulo XVIII da CID-10) e por diagnsticos incompletos (DI), segundo classificao apresentada no Projeto Carga de Doena do Brasil, 2002. As associaes entre a qualidade da informao e variveis demogrficas, socioeconmicas e relacionadas ocorrncia do bito foram investigadas por meio do clculo das razes de chances de mortes por CMD e por DI, em relao s demais causas de morte. Observou-se na regio do Mdio Paraba uma proporo de CMD de 4,54% no perodo de 2005 a 2009. A proporo de diagnsticos incompletos na regio do Mdio Paraba no mesmo perodo mostrou-se elevada (20,59%). Somados os bitos por CMD e DI na regio do Mdio Paraba no quinqunio avaliado, chega-se a uma proporo de causas inadequadamente definidas (25,13%) bem acima do valor mediano de 12% estimado para a populao mundial. As chances de CMD e DI decrescem quanto maior o grau de instruo. Quanto varivel raa, os bitos de indivduos da raa negra apresentaram maiores chances de ter CMD. Entre os bitos de indivduos de cor branca observaram-se maiores chances de constar um DI como causa bsica. Nos bitos sem assistncia mdica as chances de CMD e DI foram superiores em relao aos bitos com assistncia. Os bitos em unidade hospitalar apresentaram menores chances de CMD e maiores chances de DI. As variveis ignoradas ou no informadas apresentaram-se associadas a maiores chances de CMD e DI. Os resultados sugerem que na regio do Mdio Paraba a qualidade dos dados de mortalidade no que concerne CMD est bem superior nacional, assemelhando-se aos valores dos pases desenvolvidos. Ainda assim, a proporo de causas residuais encontra-se bastante elevada, evidenciando que no obstante a expressiva melhora do SIM, persistem limitaes que restringem a utilizao mais ampla do sistema e impedem que os avanos nas polticas e programas na rea da sade sejam maiores.