1000 resultados para Literacias académicas
Resumo:
O objetivo deste estudo foi analisar os custos do curso de graduação em Medicina da Universidade Estadual de Londrina. Foi realizado um estudo de caso, prospectivo, com levantamento das horas de dedicação dos professores às atividades acadêmicas e de gerenciamento do curso e número de docentes equivalentes a regime de tempo integral. No levantamento das informações utilizou-se o Cost Construction Model, e a coleta dos dados foi realizada por meio de análise documental e entrevistas. Esta metodologia permite separar custos instrucionais e custos compartilhados, de maneira a deixar claras eventuais diferenças de custo relacionadas ao desenho curricular. Foi realizada a identificação das despesas totais, alocação nas atividades-base, apoio efins, e distribuição das despesas diretas e indiretas por meio do sistema de absorção. Participaram das atividades do curso 222,2 equivalentes a professores de regime de 40 horas. O total de "horas contato" foi de 52.284. As atividades da primeira à quarta série implicaram um custo geral de R$ 855.586,74 e de R$ 1.629,025.93 para os dois anos de internato. Incluindo-se o custo compartilhado equivalente ao curso de Medicina do hospital universitário, o custo total do curso foi estimado em R$ 15.643.660,89, e o custo aluno/ano foi de R$ 31.162,67, o equivalente a US$ 10,633.86. Este valor, apesar de cenários diversos e metodologias de apuração diferentes, está aquém dos custos estimados em universidades estrangeiras ou mesmo brasileiras.
Resumo:
A importância da saúde mental nas práticas em saúde fez surgir nas escolas médicas a demanda por uma capacitação aprimorada dos graduandos nessa área. Este artigo tem como principal objetivo descrever a experiência da Liga Acadêmica de Saúde Mental (LISM) da Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp como atividade de ensino extracurricular. Relatam-se sua formação, objetivos, dificuldades iniciais, composição, modo de funcionamento e principais atividades desenvolvidas desde 2004. Acredita-se que a LISM tem tido êxito em complementar a formação médica nessa área, pois atua na prevenção e promoção da saúde, incluindo atividades voltadas à saúde mental dos estudantes. Discute-se também criticamente a atuação das Ligas de Saúde Mental nas escolas médicas, incluindo alguns riscos, como o de favorecer a especialização precoce em Psiquiatria, de aumentar a falsa dicotomia entre saúde física e mental ou simplesmente reproduzir atividades acadêmicas oficiais. Tais atividades extracurriculares não devem desmobilizar a comunidade acadêmica na luta pela valorização, integração e inserção sistemática e longitudinal de temas de saúde mental no currículo oficial dos cursos de graduação, indispensáveis à adequada formação dos médicos generalistas.
Resumo:
Em virtude da valorização dos aspectos técnico-científicos no modelo biomédico, aspectos subjetivos da individualidade foram desprezados, tornando a medicina moderna desumanizada e reducionista na abordagem do processo de adoecimento humano. Com o intuito de resgatar a relação médico-paciente e a atenção integral ao indivíduo enfermo, com nítidos reflexos na qualidade e eficácia dos serviços prestados, a preocupação com a humanização da saúde passou a ser uma prioridade dos sistemas públicos, com a implantação de iniciativas nos diversos níveis de atenção. Desta forma, propostas humanísticas estão sendo incorporadas à formação médica nos cursos de graduação em Medicina e na rede de Atenção Básica em Saúde, visando contemplar, entre outros aspectos, "a compreensão dos determinantes sociais, culturais, comportamentais, psicológicos, ecológicos, éticos e legais, nos níveis individual e coletivo do processo saúde-doença". Neste contexto, o modelo homeopático, por aplicar em sua prática clínica diária uma abordagem semiológico-terapêutica individualizante e humanística na compreensão do processo saúde-doença e no tratamento das enfermidades, valorizando os determinantes éticos, filosóficos, antropológicos, psicológicos e socioambientais, poderia contribuir de forma adjuvante e complementar a humanização da formação médica, desde que seus preceitos sejam incorporados de forma regular e gradativa ao processo ensino-aprendizagem das instituições públicas e acadêmicas.
Resumo:
Os profissionais da área de saúde estão expostos a vários tipos de riscos ocupacionais, sendo o de maior impacto o risco biológico, devido ao contato direto com material orgânico potencialmente contaminado. A manutenção da situação vacinal atualizada é uma das ferramentas que devem ser empregadas neste contexto, além da adoção de medidas universais de biossegurança, sendo a educação fundamental neste processo. Avaliamos a situação vacinal e a percepção sobre risco biológico dos discentes da Faculdade de Medicina da UFJF em estudo observacional transversal (n = 136 alunos). Oitenta e nove alunos (65,4%) referiram estar com o cartão vacinal atualizado. Noventa e sete alunos (71,3%) receberam o esquema da hepatite B, e 99 (72,8%) o do tétano. Oitenta e seis 86 alunos (63,2%) declararam ter recebido orientação sobre imunização durante o curso. Setenta e três alunos (53,7%) já foram expostos a material potencialmente contaminado em suas atividades acadêmicas, e 97 deles (71,3%) usam equipamentos de proteção individual (EPI) nestas. Identificamos falhas na imunização (hepatite B e tétano), expondo os discentes a riscos desnecessários. A orientação relativa à imunização se mostrou insuficiente. A significativa taxa de exposição a risco biológico e o insatisfatório uso de EPIs verificados demandam maior atenção, a fim de prevenir acidentes.
Resumo:
O Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Educação, em 2002, criou o Programa de Incentivo a Mudanças Curriculares nos Cursos de Medicina (Promed), com o objetivo de apoiar financeiramente a escola médica que elaborasse e implantasse as mudanças curriculares nos cursos de Medicina na direção proposta pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), sob três eixos: orientação teórica, cenários de práticas e abordagem pedagógica. O objetivo deste estudo é identificar mudanças curriculares ocorridas nas escolas médicas contempladas com o Promed. Foi elaborado e aplicado um questionário aos coordenadores do Promed, sendo os dados submetidos a uma análise descritiva. Observou-se que 12 escolas implantaram um modelo curricular modular como base. A inserção ensino-serviço na atenção primária exige um esforço político gerencial. Também é preciso haver mudanças nas concepções acadêmicas e preparar a rede de saúde como campo de estágio, já que as mudanças nas grandes áreas da atenção básica ainda têm pouca expressão. Está havendo uma mudança de estrutura, embora não se possa dizer que seja significativa no grau que se deseja atingir.
Resumo:
A pesquisa em educação médica vem se desenvolvendo muito nos últimos anos. A participação de estudantes nos processos de mudanças curriculares também é crescente e bastante contributiva. Ainda, a iniciação científica está sendo amplamente defendida por seu impacto positivo na formação profissional. Relatamos um ano de experiência do Núcleo Acadêmico de Pesquisa em Educação Médica (Napem), que integra as propostas de participação discente nas discussões de ensino médico através de trabalhos de iniciação científica em educação médica. O Napem foi fundado em 2008 e foi bem aceito na comunidade acadêmica da Faculdade de Medicina de Botucatu/Universidade Estadual Paulista (FMB/Unesp). Seus projetos de pesquisa atuais investigam: avaliação do curso médico, avaliação do estudante, fatores que influenciam a busca por iniciação científica, Ligas Acadêmicas e interdisciplinaridade. Estão envolvidos 17 estudantes e dez professores. Em um ano, o Napem apresentou trabalhos em congressos, publicou artigo em periódico indexado e está certificado como grupo de pesquisa no CNPq. Dentre seus desafios estão a necessidade de contínua renovação dos estudantes e o avanço nas pesquisas, de modo que os projetos não se encerrem em si mesmos, mas constituam um continuum de investigação à medida que novas informações sejam agregadas ao conhecimento.
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Este trabalho apresenta a síntese dos resultados de uma pesquisa documental sobre o ensino de Bioética na pós-graduação da área da saúde. Seu objetivo principal é caracterizar o perfil acadêmico dos professores desse curso. Para tanto, foi mapeado o perfil acadêmico de professores das disciplinas relacionadas com a Bioética de 163 cursos reconhecidos pela CAPES. Por meio da identificação dos docentes nos programas das disciplinas, efetuou-se uma pesquisa nos currículos disponíveis na Plataforma Lattes do CNPq. Devido à ausência de registros e tendo-se excluído aqueles que aparecem mais de uma vez em outras disciplinas, só foi possível analisar os currículos de 96 professores. Desses, 58 (60,4%) eram do sexo masculino, sendo 45 (46,9%) da área médica; 51 (53,1%) de outras 12 áreas acadêmicas; 36 (37,5%) têm duas ou mais pós-graduações; 2 (2,08%) são graduados em Filosofia; 1 (1,04%) em Linguística; 83 (86,47%) dos currículos não registram formação específica em cursos lato ou stricto sensu em Filosofia, Ética e Bioética; 16 (n = 16,7%) integram Comitês de Ética e em apenas 5 (5,2%) constam que já participaram desse tipo de comitê. O estudo evidenciou que o maior desafio é vencer a carência de profissionais qualificados para o ensino da Bioética em pós-graduação no País.
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Para melhor compreender a adesão dos alunos a um Programa de Mentoring, o Programa Tutores FMUSP, este estudo qualitativo explorou as razões apresentadas pelos estudantes em relação ao seu envolvimento com a atividade, no período 2004-2005, antes e depois de mudanças estruturais no programa (inserção da atividade na grade horária). Os estudantes avaliam anualmente o programa por meio de um questionário estruturado - "O Tutorando". Nele, uma questão específica sobre adesão é apresentada e foi analisada neste estudo. A análise dos resultados mostra que a troca de experiência entre alunos de diferentes anos, mediada por um tutor habilidoso, promove uma visão ampliada do curso e da profissão e motiva os alunos a participarem mais do programa. Tutores que se desligam do programa, agendamento irregular dos encontros, comunicação não efetiva, discussão de temas desinteressantes contribuem para uma baixa adesão. A inserção do programa na grade horária oficial resolveu importantes problemas, mas muitos alunos ainda preferem usar o tempo do Mentoring para outras atividades acadêmicas ou necessidades pessoais. O mentoring informal e grupos com uma dinâmica ruim também justificam, para os alunos, uma menor adesão. O sucesso de um Programa de Mentoring, no que diz respeito à adesão dos alunos, mostra estar vinculado não apenas a uma estrutura adequada, mas também às características pessoais e valores dos participantes.
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Pesquisa descritiva de abordagem qualitativa. O objetivo do estudo é identificar o cuidado com o paciente cirúrgico dispensado pelo residente de anestesiologia e o compartilhamento deste cuidado com a equipe cirúrgica, bem como as percepções desse residente sobre o autocuidado. A análise dos discursos dos nove residentes entrevistados resultou na construção de seis categorias: (a) escolha da especialidade: proximidade com o intensivista, imediatismo das ações e analgesia; (b) cuidados com o paciente cirúrgico: apresentação de ações de rotina e da técnica anestésica empregada; (c) compartilhamento do cuidado com os outros profissionais: o residente compreende sua importância, mas compartilha pouco; (d) preceptoria médica: existe uma ambivalência de sentimentos − satisfação pela proximidade com o docente, pela orientação e resolução de problemas, e insatisfação pelo pouco tempo dedicado às atividades acadêmicas e despreparo docente; (e) autocuidado: os residentes negligenciam o autocuidado, devido principalmente à extensa carga horária. As repercussões desta postura são relatadas como nervosismo, impaciência, diminuição da criatividade e do humor, e propensão a erros.
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O objetivo do presente estudo foi descrever as experiências das acadêmicas de enfermagem monitoras do PET-Saúde Enfermagem da Ufal, em 2009/2010, na realização de ações de educação em saúde para gestantes em sala de espera. As ações foram realizadas regularmente na Unidade de Saúde, enquanto as gestantes aguardavam atendimento médico e de enfermagem do pré-natal. Vários temas de interesse para a gestante foram abordados, sempre utilizando métodos criativos e participativos de educação em saúde. Com essas ações, as estudantes aprenderam sobre a dura realidade dessas mulheres e sobre o papel da enfermagem na saúde coletiva, efetivando o cuidar através da educação participativa, em que usuários, familiares e profissionais trabalham juntos para proteger, promover e recuperar a saúde.
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INTRODUÇÃO: A monitoria de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental (Toce) da Faculdade de Medicina da Bahia (UFBA) é uma atividade extracurricular com a finalidade de aprofundar o aluno nos fundamentos teóricos e práticos da Toce. Em 2009, a monitoria passou por modificações em sua estrutura e dinâmica de funcionamento. OBJETIVO: Demonstrar a evolução da monitoria por intermédio da visão dos monitores que passaram pela estrutura antiga e pelas estruturas novas em curso desde 2009. METODOLOGIA: Foram aplicados questionários padronizados a todos os monitores, divididos em três grupos: aqueles que passaram pelas estruturas antiga e nova (9 estudantes); os que passaram pelo primeiro modelo de estrutura nova (20 estudantes); e os que passaram pelo segundo modelo de estrutura nova (15 estudantes). RESULTADOS: A maioria dos estudantes nos três grupos relatou alcance total ou parcial dos objetivos iniciais, tendo 81% deles considerado que os conhecimentos e experiências adquiridos foram ou serão úteis para a prática médica. CONCLUSÃO: A monitoria de Toce da FMB-UFBA tem evoluído positivamente na visão dos estudantes, consolidando-se como um instrumento válido no processo de educação médica.
Resumo:
Trata-se de estudo observacional de corte transversal que teve por objetivo conhecer a percepção sobre qualidade de vida de 84 estudantes de graduação em Medicina da Universidade de Brasília. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário específico - aspectos sociodemográficos, acadêmicos e de saúde - e do instrumento de avaliação de qualidade de vida Whoqol-bref. Foram realizadas análises estatísticas descritivas de frequência, tendência central e dispersão e análise inferencial de comparação entre os domínios. A percepção sobre qualidade de vida demonstrou que o domínio mais bem avaliado diz respeito às relações sociais e que o domínio com pior escore de avaliação foi o psicológico. As facetas capacidade de concentração, sono, grau de energia, capacidade para realizar atividades do dia a dia e do trabalho, oportunidades de lazer e sentimentos negativos (mau humor, desespero, ansiedade e depressão) influenciaram negativamente a qualidade de vida dos entrevistados. Estas estão intimamente ligadas ao desempenho no processo de formação e na realização das atividades acadêmicas.
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Objetivos: Avaliar a Dimensão Psicológica da Qualidade de Vida (DPQV) dos estudantes de Medicina da Universidade Federal da Bahia, caracterizar a população segundo variáveis sociodemográficas e epidemiológicas, e identificar possíveis fatores associados. Método: Estudo transversal baseado em questionário autoaplicável com questões da DPQV propostas pela OMS, aplicado aos estudantes do primeiro ao oitavo semestre. Resultados: Os fatores relevantes de aumento da prevalência de baixa DPQV foram: estar cursando o segundo ano; ser do sexo feminino; ser casado(a); morar com os pais versus morar sozinho ou com outras pessoas; renda familiar menor que 15 salários mínimos ou não saber a renda familiar versus renda de mais de 15 salários mínimos; ter escolhido cursar Medicina por motivos não relacionados à aptidão; não dispor de dinheiro suficiente para as necessidades cotidianas; não ter atividades extra-acadêmicas prazerosas; insatisfação com o custo das refeições, a qualidade dos livros na biblioteca e a segurança no ambiente da faculdade; alimentação não saudável; ingerir álcool versus nenhuma ingestão; e fazer ou ter feito uso de drogas ilícitas. Conclusão: Os resultados sugerem influência do curso de Medicina na DPQV.
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O ensino médico vem enfrentando desafios para modificar suas práticas pedagógicas e estrutura curricular. As tecnologias de informação e comunicação (TICs) podem auxiliar no enfrentamento de muitos desses desafios. Tendo em vista esse cenário, este estudo tem como objetivo caracterizar as formas de apropriação de uma Ferramenta de Autoria de cursos na Internet em processos formativos semipresenciais de graduação, pós-graduação, educação continuada e extensão na área médica, no contexto da UFRJ. Com base nas análises, foi possível identificar o perfil de utilização das TICs e discutir os resultados, a partir dos ambientes virtuais de aprendizagem construídos pelos professores, de acordo com as seguintes categorias: unidades acadêmicas de origem; disciplinas e níveis de ensino envolvidos; configuração de áreas de conhecimento dos cursos semipresenciais; conformação das equipes docentes dos cursos; recursos de conteúdo e de comunicação utilizados; e atividades pedagógicas adotadas.
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Pesquisa qualitativa com o objetivo de identificar as contribuições, limites e sugestões indicados para o aperfeiçoamento da integração ensino-serviço entre a Faculdade de Medicina de Marília e a Secretaria Municipal de Saúde de Marília, para a formação de enfermeiros e médicos. Realizada com base nas narrativas de docentes, estudantes e profissionais dos serviços, a análise pautou-se no método hermenêutico-dialético. Verificou-se que a integração ensino-serviço possibilita a inserção precoce do estudante no mundo do trabalho, a construção do conhecimento pautado na prática, a troca de informação com os profissionais dos serviços e a ampliação das ações junto à coletividade. Como limite, foi identificada a falta de reconhecimento do papel do estudante, falta de suporte da gestão e indefinição de papéis da academia e do serviço. Sugerem-se ampliação da inserção do professor colaborador nas atividades acadêmicas, melhorias na gestão da Atenção Básica e revisão do contrato de parceria, como parte da necessidade de corresponsabilização nos processos de ensino-serviço.