507 resultados para Estuário Jundiaí Potengi
Resumo:
A ausncia de gerenciamento em bacias hidrogrficas, na regio Amaznica, tem afetado seus recursos hdricos nos ltimos anos. Por esta razo, esta tese visa estudar os aspectos sociais e ambientais de dezoito comunidades rurais ao longo da Bacia Hidrogrfica do Caet, bem como o efeito da descarga de gua residual lanada no estuário do Caet e no rio Cereja, na cidade de Bragana. A metodologia adotada para o levantamento do perfil socioeconmico e das condies de vida e moradia foi baseada na aplicao de questionrios estruturados e semi-estruturados. Em algumas comunidades, a produo domstica de lixo foi estimada e catalogada, em 20% das residncias. Quanto qualidade da gua subterrnea, anlises das variveis fsicoqumicas e microbiolgicas (turbidez, cor real, cor aparente, pH, temperatura, ferro dissolvido, nutrientes dissolvidos, coliformes termotolerantes e coliformes totais) foram realizadas nos principais poos que abastecem as comunidades rurais estudadas. Coletas oceanogrficas (com medidas de variveis hidrolgicas e hidrodinmicas) como tambm anlises microbiolgicas foram realizadas nas reas mais urbanizadas do estuário do Caet e do rio Cereja, para caracterizar a qualidade das guas nos setores estudados. Os principais impactos ambientais foram identificados, georrefernciados, fotografados e mapeados. Diretrizes de gerenciamento foram propostas para minimizar os problemas scio-ambientais encontrados. Os resultados obtidos mostraram que das 2.207 famlias rurais (~9.573 habitantes), a maioria possui baixa-renda, baixo grau de escolaridade e precrias condies de vida e moradia. Os servios e infraestrutura disponveis so ineficientes ou ausentes, como evidenciados pela falta abastecimento de gua potvel, coleta de lixo, coleta de esgoto, escolas, atendimento mdico etc. Por outro lado, a cidade de Bragana tem mais de 72.621 habitantes, vivendo sobre uma rea de aproximadamente 16 km, e uma das mais antigas cidades da regio amaznica. Entretanto, os dois rios estudados recebem influncia da descarga de esgoto por residncias, hospitais, comrcio, fbricas etc. e tem apresentado elevado ndice de coliformes termotolerantes. A falta de polticas pblicas eficazes tem acentuado os problemas ambientais e scio-econmico. Desta forma, os autores sugerem vrias medidas para melhorar a situao atual, incluindo: (i) a regulamentao do uso da terra para reduzir o impacto ambiental do setor econmico; (ii) a implementao de programas de gesto para a explorao sustentvel dos recursos naturais (peixes, caranguejos, argila, madeira); (iii) a instalao de servios pblicos, em especial gua encanada e saneamento e (iv) o controle e penalizao da explorao ilegal dos recursos naturais.
Resumo:
Este trabalho objetivou predizer parmetros da estrutura de associaes macrobentnicas (composio especfica, abundncia, riqueza, diversidade e equitatividade) em estuários do Sul do Brasil, utilizando modelos baseados em dados ambientais (caractersticas dos sedimentos, salinidade, temperaturas do ar e da gua, e profundidade). As amostragens foram realizadas sazonalmente em cinco estuários entre o inverno de 1996 e o vero de 1998. Em cada estuário as amostras foram coletadas em reas no poludas, com caractersticas semelhantes quanto a presena ou ausncia de vegetao, profundidade e distncia da desenbocadura. Para a obteno dos modelos de predio, foram utilizados dois mtodos: o primeiro baseado em Anlise Discriminante Mltipla (ADM) e o segundo em Regresso Linear Mltipla (RLM). Os modelos baseados em ADM apresentaram resultados melhores do que os baseados em regresso linear. Os melhores resultados usando RLM foram obtidos para diversidade e riqueza. possvel ento, concluir que modelos como aqui derivados podem representar ferramentas muito teis em estudos de monitoramento ambiental em estuários.
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O estado do Amap apresenta-se com 70 % dos seus 14.281.458,5 ha de extenso transformados em reas protegidas, entres as vrias categorias de Unidades de Conservao e terras indgenas, por sua vez, muitas dessas reas adentras as guas litorneas do atlntico, ora pelos seus limites, ora pelos seus entornos (rea circundante), tornando conflitante a atividade pesqueira na linha da costa amapaense. O Acordo de Pesca assinado em 2007 entre pescadores do municpio do Oiapoque e gerencia do Parque Nacional do Cabo Orange (ICMBIO) busca o controle das pescarias pela frota do Oiapoque e diminuir conflito na faixa de 20 km em guas marinhas, que pertencem ao seu limite e rea circundante. Este estudo investigou as caractersticas da pesca na regio do estuário do rio Oiapoque, faixa marinha do Parque e sua rea circundante. A metodologia contemplou entrevistas formais e informais de vrios atores do setor pesqueiro no Oiapoque, monitoramento de 488 desembarques e viagens aos locais de pescarias. Foram obtidas as CPUEs em funo do rendimento por dia de pesca por pescador (Kg/dia/pesca para cada tipo de embarcao). Foram mapeados os pesqueiros considerados importantes e tradicionalmente explorados pela frota do Oiapoque, dentro dos limites do Parque Nacional do Cabo Orange e em sua rea circundante. Os pescadores do municpio realizam pescarias de subsistncia, artesanal de menor e maior escala. Por sua vez, so as pescarias artesanais de menor escala que predominam na rea do parque particularmente as embarcaes do tipo barco de pequeno porte (BPP), que se destacaram em nmero, cerca de 60 % das cadastradas na colnia. O volume de pescado desembarcado no municpio do Oiapoque foi 766 toneladas no ano de 2008. So principalmente alvo das pescarias a corvina (Cynoscion virescens) e a pescada branca (Plagioscion spp), desta capturada de pescarias de menor escala, principalmente em embarcaes de capacidade at 1 tonelada do tipo barco motorizado (BOM). A produo comercializada diretamente dos pescadores para intermedirios (balanceiros) que por sua vez, vendem para o mercado local, os dois grandes centros consumidores do Amap (Macap e Santana) e para outros estados (Par, So Paulo etc).
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Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo (FAPESP)
Resumo:
A distribuio espacial e temporal da densidade e biomassa dos coppodos planctnicos Pseudodiaptomus richardi e P. acutus, ao longo de um gradiente de salinidade, foi estudada no Estuário do Rio Caet (Norte do Brasil) durante os meses de junho e dezembro de 1998 (estao seca) e fevereiro e maio de 1999 (estao chuvosa). A biomassa dos coppodos foi estimada a partir de parmetros da regresso baseada na relao entre o peso seco e o comprimento do corpo (prossoma) de organismos adultos. O Estuário do Rio Caet caracterizou-se por uma grande variao espacial e sazonal na salinidade (0,8-37,2). A relao peso-comprimento para ambas as espcies de Pseudodiaptomus foi do tipo exponencial. Os valores de densidade e biomassa oscilaram entre 0,28-46,18 ind. m<sup>-3</sup> e 0,0022-0,3507 mg DW. m<sup>-3</sup> para P. richardi; e entre 0,01-17,02 ind. m<sup>-3</sup> e 0,0005-0,7181 mg DW. m<sup>-3</sup> para P. acutus. Os resultados revelaram que a contribuio de P. richardi para a produo secundria no Estuário do Rio Caet mais importante na zona limintica que em outras zonas onde foram dominantes os regimes eurihalino-polihalino. Contudo, para P. acutus no foi possvel observar de forma clara um padro de distribuio espacial e temporal para a rea estudada.
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A situao socioeconmica de Bragana depende principalmente dos recursos biolgicos estuarinos e marinhos, que so influenciados pelos ciclos de mars e climatologia. Coletas oceanogrficas (com medidas de variveis hidrolgicas, hidro-dinmicas e microbiolgicas) foram realizadas na rea mais urbanizada do estuário do Caet, para caracterizar a qualidade das guas no setor estudado. Durante o perodo seco, o estuário foi mais eutrfico e apresentou os maiores valores de temperatura (30,5C em Out./06), salinidade (17 psu em Fev./07), pH (8,24 em Fev./07) e coliformes fecais (>1000 MNP/ 100 ml em Dez./06 e Fev./07). As espcies fitoplanct-nicas Cyclotella meneghiniana, Coscinodiscus centralis e outras espcies r-estrategistas tambm foram observadas. A falta de saneamento bsico foi responsvel pela contaminao local, especialmente durante o perodo seco, quando o esgoto foi lanado mais concentrado no estuário, mostrando a influncia humana na reduo da qualidade da gua estuarina estudada. A pesca considerada uma das principais atividades econmicas do municpio de Bragana e, portanto, esta contaminao poder afetar negativamente a qualidade ambiental deste ecossistema amaznico.
Resumo:
O presente estudo teve como objetivo principal avaliar a variao sazonal na estrutura da comunidade dos coppodos durante os meses de julho, setembro e novembro de 2003 (perodo seco) e janeiro, maro e maio de 2004 (perodo chuvoso) no estuário do Curu, Norte do Brasil. As amostras foram coletadas nas mars de quadratura com auxlio de uma rede de plncton com 200m de abertura de malha, rebocada por meio de uma pequena embarcao a motor. As medidas de condutividade da gua foram realizadas in situ utilizando-se um condutivmetro eletrnico e a salinidade foi posteriormente obtida atravs da transformao dos valores de condutividade. Os valores de salinidade variaram sazonalmente de 7, 2 0, 1a 39, 2 1, 8 (mdia desvio padro), tendo sido principalmente influenciados pelas diferenas nas taxas de precipitao entre os perodos de amostragem estudados. Foram identificados no total 30 txons, com Acartia tonsa constituindo a espcie mais representativa durante todo o perodo de estudo,seguida por Acartia lilljeborgii, Subeucalanus pileatus e Paracalanus quasimodo. Durante este trabalho, os valores de densidade, ndices ecolgicos e dominncia das espcies de coppodos apresentaram um padro sazonal claro, mostrando que a rea estudada pode ser considerada sazonalmente heterognea em relao a estes parmetros investigados.
Resumo:
Este trabalho tem por objetivo identificar e discutir as unidades de relevo dos municpios de Colares e Santo Antnio do Tau, Estado do Par, Brasil. Apresenta como objeto de estudo a compartimentao do relevo. A rea de estudada se localiza na parte oriental do Golfo Marajoara, poro nordeste da baa de Maraj, em um trecho tipicamente estuarino da zona costeira. A pesquisa foi realizada com base em reviso de literatura, levantamento cartogrfico, tratamento, interpretao e vetorizao de imagens orbitais e trabalhos de campo. Duas escalas de anlise foram trabalhadas. A primeira escala referiu-se Zona Costeira Amaznica (ZCA), caracterizada por ser uma costa baixa, predominantemente sedimentar, sujeita a regime de macromars em sua maior parte e fortemente influenciada pelas descargas fluviais condicionadas pelo clima mido. A formao regional desta costa deve-se s flutuaes do nvel relativo do mar, oscilaes climticas e neotectnica, atuantes ao longo do Cenozico Superior. A poro oriental do Golfo Marajoara constituda pelo estuário do rio Par, que se comporta como um tidal river ou estuário dominado por correntes fluviais, apesar da influncia das mars. As descargas fluviais so o fator principal da hidrodinmica estuarina, constituio sedimentar e organizao da biota. Trata-se de um ambiente costeiro mais protegido da ao de ondas e da deriva litornea, em comparao com o litoral atlntico do Nordeste do Par. Na segunda escala de trabalho foram identificadas 8 unidades de relevo: leito estuarino arenoso; banco lamoso de intermar; plancie de mar lamosa; praia estuarina; cordo arenoso; plancie aluvial sob influncia de mar; plancie aluvial; tabuleiro. Apenas a unidade do tabuleiro considerada como relevo erosivo. A seguir, discutiu-se a distribuio espacial das unidades de relevo, que mostrou a presena de dois setores especficos. O setor 1, situado a oeste, amplamente influenciado por mars, e nele predominam formas de relevo de acumulao, com destaque para as plancies aluviais sob influncia de mar, que ocupam maior rea, fato que revela um esquema de transio entre o domnio marinho e o flviocontinental. As vrzeas sucedem os mangues para o interior, medida que diminui a influncia da gua salgada. O esquema bsico de distribuio sedimentar representado por areias de fundo de canal e lamas depositadas nas margens durante a mar baixa. As praias so reduzidas, o que se explica pela menor atuao de ondas, e pelo papel decisivo das correntes de mar e das vazantes na dinmica costeira. Cordes arenosos localizados no interior da plancie costeira so o testemunho da progradao da linha de costa. Neste setor, os tabuleiros encontramse muito fragmentados, em consequncia da eroso e sedimentao por mars, canais e guas das chuvas. O setor 2, a leste, no sofre influncia de mars, e apresenta um relevo menos compartimentado, com tabuleiros seccionados pela rede de drenagem. A dissecao fluvial forma vales com estreitas plancies aluviais, fato que revela uma superfcie erosiva mais ampla.
Resumo:
Os ambientes marinho e costeiro do Brasil vm sofrendo nos ltimos anos um considervel processo de degradao ambiental, gerado pela crescente presso sobre os recursos naturais marinhos e continentais e pela capacidade limitada desses ecossistemas absorverem os impactos resultantes. No caso especfico da Baa do Guajar, situada no Estuário Guajar, na regio delimitada pela Baa do Maraj e pelos rios Par e Guam, estes riscos esto associados principalmente poluio oriunda da cidade de Belm e s operaes de transporte de derivados de petrleo. No caso da Baa do Guajar, sabe-se que ocorre o despejo de esgoto periodicamente, de acordo com a mar. Desta forma, pouco tem sido feito para amenizar os efeitos do problema. Os modelos numricos, por considerarem a complexidade dos fenmenos fsicos que governam o funcionamento dos ambientes costeiros, vm sendo utilizados como ferramentas em simulao hidrodinmica, com reconhecida importncia no gerenciamento costeiro. Sua aplicao pode dar suporte a estudos diversos, como no entendimento dos processos dispersivos de poluentes, implantao de sistemas de monitoramento de qualidade de gua, planejamento de aes em casos de derrame de leo, e avaliar as conseqncias de alteraes na geometria de canais e baas e estuários. Este trabalho tem como objetivo esclarecer essas questes e descreve as etapas necessrias para a construo de um modelo numrico de disperso na Baa do Guajar usando as ferramentas de Sistemas de Informao Geogrfica e o Mtodo de Elementos Finitos.
Resumo:
A Amaznia tem imensos recursos florestais, abrigando um tero das florestas tropicais do mundo. A Amaznia brasileira compreende uma rea maior que 5 milhes de km<sup>2</sup>, o que corresponde a 61 % do territrio brasileiro. A regio norte produz 72,45% da madeira em tora do Brasil, o estado do Par contribui com 55,47% de acordo com IBMA (2007). A explorao madeireira na Amaznia caracterizada como garimpagem florestal, ou seja, os exploradores entram na floresta selecionam as toras de valor comercial e a retiram. Passando-se certo tempo, eles voltam novamente a essa rea e a exploram, esse processo de explorao est acontecendo em um intervalo de tempo cada vez menor. A Amaznia legal abrigava 833 serrarias circulares em 1998. Essas serrarias estavam localizadas principalmente no estuário amaznico (71%) nos furos e tributrios dos rios Amazonas, Xingu, Tocantins e Par. Essas processadoras familiares consumiram conjuntamente 1,3 milhes de metros cbicos de madeira em tora (5% da produo da Amaznia). Neste trabalho estimou-se o balano de carbono em serrarias do estuário do rio Amazonas e foi desenvolvido o ciclo de vida do carbono para uma serraria no estuarino amaznico. Foi identificado que no processo produtivo da comunidade h um caminho bem definido do recurso natural (biomassa/madeira): explorao florestal, transporte de biomassa, transformao (empresas madeireiras) / processos produtivos, gerao e utilizao de resduos, transporte de madeira processada, comercializao/mercado. O objetivo deste trabalho foi avaliar os recursos energticos atravs do fluxo (inputs e outputs) da madeira e da energia no processo. Para isso, desenvolveu um modelo que simulou os fluxos de carbono, da madeira e a rea afetada pela explorao. Neste trabalho criou-se um modelo especfico onde se avaliou o fluxo de carbono para o cenrio estudado; a avaliao do impacto ambiental foi alcanada, onde obteve um valor positivo, uma captura de carbono cerca de 55 tCO<sub>2</sub>/ms, mesmo com a baixa eficincia do sistema produtivo, em torno de 36% conclui-se que o sistema atual de explorao no polui mas poderia ser melhorado a fim de alcanar uma maior eficincia do processo produtivo. Enquanto ao resduo gerado aproximadamente 64% do volume de madeira que entra na serraria conseguira gerar aproximadamente 1240 kW de energia eltrica mensal.
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No presente estudo, o cestide Pterobothrium crassicolle Diesing, 1850 (Trypanorhyncha) descrito parasitando espcimes do Peixe-drago (Gobioides broussonnetii Lacepde, 1800), coletados no estuário do rio Paracauari na Ilha de Maraj no Norte do Estado do Par, entre janeiro de 2009 e dezembro de 2010. Amostras de tecidos foram analisadas e blastocistos contendo larvas plerocercides foram identificados. Estas larvas foram processadas para microscopia eletrnica de varredura. Sessenta espcimes de G. broussonnetii foram analisados, e P. crassicolle foi encontrado em 48 indivduos (80%). Este o primeiro registro de P. crassicolle parasitando o Peixe-drago, G. broussonnetii.
Resumo:
A grande importncia dos recursos pesqueiros para a Amaznia, aliada necessidade de ampliar os conhecimentos bsicos sobre identificao das larvas de peixes (coletadas em ambiente natural), justifica o desenvolvimento deste trabalho, que tem como objetivo expandir as informaes sobre o ictioplncton, relacionando as com as tendncias de variao diria e entre mars, do complexo estuarino do rio Amazonas PA. As coletas foram realizadas durante o perodo diurno e noturno, no segundo semestre de 2007, pelo Projeto PIATAM mar II, sob ponto fixo na subrea 1 (estuário do rio Paracauari) e na subrea 2 (baa do Guajar) nas mars de sizgia e quadratura, em arrastos horizontais na sub-superfcie da coluna dgua com rede de plncton cnico-cilndrica e malha de 300m. As amostras foram acondicionadas em recipientes contendo formalina a 4%. Os fatores hidrolgicos foram obtidos in situ pelo Grupo de Oceanografia Qumica do Museu Paraense Emilio Goeldi. As amostras foram triadas e identificadas por meio de caractersticas morfolgicas, morfomtricas e mersticas, baseando-se na tcnica de sequncia regressiva de desenvolvimento e em bibliografias especializadas. As principais estruturas e caractersticas das fases iniciais dos peixes foram descritas e ilustradas, facilitando assim futuros estudos ictioplanctnicos para regio. A temperatura superficial da gua, potencial hidrogeninico e oxignio dissolvido no apresentaram diferenas significativas nas reas estudadas. Os valores de salinidade no apresentaram diferena significativa entre as estaes de coleta e mars, registrando apenas variao horizontal com aumento gradativo em direo foz com valores mximos (12) e mnimos (0) para as subrea 1 e subrea 2, respectivamente. As maiores densidades de ovos foram registradas na subrea 1, em relao subrea 2, com as maiores densidades para o perodo diurno (163,29 ovos/100m) na subrea 1 e noturno (19,70 ovos/100m) na subrea 2. As larvas foram distribudas em 22 taxa representados por 13 famlias e 21 espcies, sendo os taxa dominantes: P. flavipinnis (46,29%), R. amazonica (19,75%), Engraulidae (10,70%), P. squamosissimus (7,55%), A. lineatus (5,19%), O. saurus (3,30%) e Gobiosoma sp. (2,15%), com elevada participao relativa dos Clupeiformes (76,75%). Quanto aos estgios de desenvolvimento, foi observada maior abundncia de larvas em pr-flexo nas subreas 1 e 2, sendo o estgio larval vitelino e ps-flexo os menos representativos. O perodo noturno apresentou as maiores densidade de larvas e nmero de taxa, evidenciando uma possvel migrao nictemeral do ictioplncton. Apenas M. furnieri apresentou abundncia significativamente maior nas amostras diurnas. A grande maioria dos taxa no apresentaram diferenas significativas entre as abundncias diurnas e noturnas. Logo, a densidade de larvas e o nmero de taxa diferem entre o perodo diurno e noturno e entre mar. Portanto, as caractersticas morfolgicas descritas no presente trabalho permitem uma adequada identificao das larvas, ampliando o conhecimento biolgico das espcies estuarinas do litoral paraense, uma vez que as informaes sobre larvas de peixes ainda so escassas, fazendo-se necessria uma intensificao nas pesquisas. Alm disso, a compreenso da ecologia dos organismos, sobre tudo daqueles que apresentam seu ciclo de vida associado aos estuários, e as variaes no transporte das larvas entre os perodos do dia e da noite e entre as mars so questes fundamentais para aprimorar o manejo e a conservao destes recursos renovveis.
Resumo:
A hidrodinmica, morfologia e sedimentologia do estuário do Taperau foram investigadas. Este um entre vrios estuários do litoral amaznico que integram a maior extenso contnua de manguezais do mundo, apresentando uma descarga de gua doce muito reduzida, atpica para a regio. Os resultados revelam grandes bancos arenosos que ocupam em grande parte a poro central do estuário. Areias muito finas e bem selecionadas de origem marinha prevalecem. Fases de enchente mais curtas, com velocidades de corrente substancialmente mais altas, so observadas na poro superior do estuário, como esperado para um estuário raso e dominado por frico. Por outro lado, uma vazante mais intensa poderia ocorrer como resultado de grandes reas de manguezais associadas e intenso preenchimento estuarino, sendo que ambas as condies so observadas no Taperau. Neste caso, a prevalncia da enchente parece estar associada ausncia de uma descarga fluvial efetiva. Alm disso, alguns canais de mar conectam o Taperau com seu vizinho estuário do Caet, o que contribuiria para o domnio de enchente. Como um todo, os resultados demonstram uma complexa interao de aspectos de configurao (frico, drenagem fluvial, conexes com estuários vizinhos, preenchimento e grandes reas intermareais) na determinao dos padres hidrodinmicos, contribuindo para o entendimento dos estuários da regio amaznica.
Resumo:
Os ecossistemas aquticos de gua doce constituem sistemas complexos que esto sendo expostos a uma variedade de perturbaes. Na regio Amaznica, o uso dos recursos e ocupao da terra tem alterado a estrutura fsica do hbitat desses ambientes, especialmente os de pequeno porte (conhecidos como igaraps), influenciando a estrutura e composio de suas comunidades. Vrios estudos e programas de avaliao tm sido desenvolvidos a fim de verificar como essas alteraes afetam as comunidades biticas, atravs de caractersticas do hbitat que se mostram mais sensveis s perturbaes. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi mensurar e descrever atributos do hbitat de igaraps afogados e verificar como as assembleias de peixes respondem aos diferentes nveis de integridade fsica apresentados por esses igaraps. Para isso, testamos a hiptese de que ambientes estruturalmente mais ntegros suportam uma ictiofauna mais diversa do que ambientes impactados, em virtude destes apresentarem uma diminuio na complexidade ambiental. O estudo foi realizado em 34 igaraps, sendo 17 situados dentro do territrio da Floresta Nacional de Caxiuan, e 17 em seu entorno, localizados prximos aos centros urbanos dos municpios de Portel e Melgao (PA). O processo de urbanizao encontra-se em expanso na regio, alcanando reas de florestas e corpos hdricos que ainda permanecem preservados. Tambm h uma intensa atividade extrativista madeireira, pois a rea est inserida no principal plo madeireiro da zona do estuário no estado do Par. O hbitat fsico dos igaraps foi avaliado seguindo um protocolo padronizado de avaliao. Para a coleta dos peixes foram utilizadas redes de mo em um trecho de 150 metros por igarap durante seis horas (divididas entre os segmentos e entre os coletores). Apesar de detectarmos um conjunto de mtricas que responderam ao gradiente de alterao local, estas no se mostraram suficientes na reduo ou aumento do nmero de espcies ao longo dos nveis de preservao, mantendo praticamente constante a riqueza e abundncia para os trs grupos (alterado, intermedirio e ntegro). Porm, a diferena foi significativa para a composio, com onze espcies exclusivas de ambientes alterados e oito exclusivas de ambientes ntegros. A degradao do ambiente fsico, mesmo que em escalas menores favorece a ocorrncia e maior abundncia de espcies tolerantes e com grande plasticidade fenotpica, alm do aumento populacional de espcies oportunistas. Diferentes efeitos podem ser exercidos sobre os grupos de espcies que compem uma comunidade, pois elas apresentam diferentes atributos biolgicos e ecolgicos que incluem tambm suas respostas para as mesmas variveis ecolgicas. Portanto, a possvel desconstruo da comunidade em grupos de espcies (sejam taxonmicos, funcionais, etc) pode mostrar respostas diferenciadas frente s alteraes do hbitat, sendo uma estratgia promissora para associar caractersticas ambientais aos padres de riqueza apresentado por essas comunidades. A avaliao da integridade bitica tambm uma alternativa para identificar efeitos da alterao do hbitat sobre as espcies, principalmente considerando a peculiaridade da regio e a falta de informaes acerca da ictiofauna local.
Resumo:
O presente estudo analisou o ciclo reprodutivo e estabeleceu a relao dos fatores abiticos com os estdios de desenvolvimento gonadal de Crassostrea gasar criadas no estuário amaznico. Foram coletados mensalmente cerca de 20 ostras no perodo de agosto de 2009 a dezembro de 2010. Os meses de coleta foram agrupados em quatro perodos sazonais (seco, transicional seco/chuvoso, chuvoso e transicional chuvoso/seco). No local da coleta foram mensurados in situ salinidade, pH, temperatura e oxignio dissolvido. A gnada foi dissecada e submetida ao procedimento histolgico. Um total de 351 animais foram coletados, sendo 190 fmeas, 161 machos e 2 hermafroditas. Histologicamente machos e fmeas foram classificados em quatro estdios gonadais: I- imaturo, II - em maturao, III - maturo e IV - desovado (fmeas) e espermiado (machos). Dentre os fatores abiticos analisados apenas a salinidade e a precipitao pluviomtrica apresentaram diferenas estatisticamente significantes durante o estudo. Houve correlao entre esses dois fatores e a maturao gonadal, sugerindo que esses fatores estejam influenciando na reproduo, visto que foram encontrados predominncia de indivduos maturos (III) no perodo chuvoso e transicional chuvoso/seco (baixa salinidade e alta precipitao pluviomtrica). Nos perodos seco e transicional seco/chuvoso (alta salinidade e baixa precipitao) foram encontrados indivduos nos estgios imaturo (I), em maturao (II) e desovado/espermiado (IV). Por conseguinte, para o cultivo indicado que a coleta de sementes seja feita nos perodos seco e transicional seco/chuvoso.