999 resultados para Cuidado relacional
Resumo:
Este trabalho foi realizado com base, principalmente, nas contribuições de autores psicanalíticos que, na abordagem do processo de formação da personalidade, enfatizam as primeiras relações que o indivíduo estabelece no seu ambiente imediato, especialmente, com a 'pessoa maternal'. Por outro lado, enfoques que podem ser considerados complementares, são também utilizados, na medida em que auxiliam a compreensão dos complexos fatores envolvidos na formação das fronteiras individuais. São, desse modo, focalizados, em duas etapas fundamentais (e principais), os processos que, no desenvolvimento normal, levam, a partir de um estado geral de indiferenciação, à distinção entre 'EU' e o 'OUTRO' e a um resultante sentimento de identidade pessoal. São, também, abordados os desenvolvimentos não satisfatórios e suas prováveis implicações nos distúrbios psicopatológicos posteriores. A importância da 'pessoa maternal' é destacada por sua ativa participação no progresso da criança 'rumo à independência'. Além de suprir 'suficientemente bem' as suas necessidades, ela deve, amorosamente, permitir à criança vivenciar a si mesma como um ser 'real', para que ela possa alcançar o sentimento do 'EU'. Os limites do indivíduo podem ser, finalmente, visualizados, não apenas em termos de uma dimensão espacial (limites físicos) e de uma dimensão temporal (continuidade de ser), mas, sobretudo, em termos de 'uma dimensão relacional. É neste campo que o indivíduo pode realizar urna diferenciação genuína, ou tornar-se um reflexo das diferenciações de outros.
Resumo:
Este estudo tem por objetivo conhecer os saberes e as práticas de cuidado à saúde da criança de zero a seis meses de vida desenvolvidos por mães em um município do interior do Estado do Rio Grande do Sul. Trata-se de uma investigação qualitativa com abordagem participativa, com dez mães como informantes. Para a coleta das informações, foram realizados quatro encontros intitulados “processo reflexivo-educativo”, fundamentado na estratégia teórico-metodológica dos Círculos de Cultura, proposta por Paulo Freire. Para a análise das informações, adotou-se a análise de conteúdo proposta por Bardin (1977), na qual emergiram duas categorias, denominadas: Cuidado à criança na perspectiva das mães; O olhar das mães sobre a equipe de saúde. Destas categorias originaram-se cinco subcategorias. O estudo revelou a existência de uma dissonância entre o saber e o fazer das mães frente aos cuidados com o filho e apontou para a necessidade de uma maior aproximação entre os profissionais de saúde e a família com vistas à troca de informações e à aliança de saberes no cuidado da saúde da criança. Os resultados mostraram que o Círculo de Cultura é um instrumento potencializador para desenvolver ações de Educação em Saúde junto à população, pois permite a participação de todos os atores envolvidos no processo de cuidado da criança; e, dessa forma, favorece a troca, a negociação e a aliança de saberes.
Resumo:
Mudança de comportamento: eis um fenômeno que suscita dúvidas, polêmicas e toda sorte de questionamentos. Por que ele se dá, por que não se dá, como fazer para que ocorra, como compreendê-la quando se dá de forma autônoma - essas são perguntas presentes na prática de muitos profissionais e no dia a dia mesmo das pessoas. Algumas destas perguntas fazem parte deste estudo, que tem como objetivo examinar o processo de mudança de comportamento diante de uma situação problemática. Para isso,tomaremos como base teórica os pressupostos oferecidos pela epistemologia ecossistêmica de Bateson, visto que esta se apresenta como uma perspectiva fértil para a compreensão dos fenômenos ao encará-los sob um ponto de vista relacional. A dinâmica da mudança será investigada a partir de experiências de membros de grupos AA relatadas em entrevistas. A razão pela qual escolhemos falar do tema a que nos propomos através da situação específica do alcoolismo e daqueles que passam a frequentar o AA deve ser clarificada. Sendo a síndrome de dependência do álcool uma condição que traz problemas de grande gravidade àqueles que a apresentam, e sendo o AA uma forma de tratamento que tem se mostrado muito eficaz, ambos merecem ser investigados, pois podem trazer luz à compreensão do processo de mudança. E é a isto que nos propomos neste estudo. Mais que apresentar conclusões fechadas, desejamos abrir caminhos a questionamentos sobre a mudança, sobre o alcoolismo e a prática do AA, a qual parece oferecer uma sistemática para aquilo que a visão teórica ecossistêmica apresenta.
Resumo:
Este trabalho tem por objetivo fazer uma reflexão epistemológica das bases filosóficas da Gestalt-terapia, procurando relacioná-las com suas técnicas e procedimentos terapêuticos. A Gestalt-terapia é apresentada a partir de sua origem, incluindo-se uma biografia de Fritz Perls, onde fica evidenciada a influência de outras abordagens no seu pensamento. Os pressupostos filosóficos são enfocados procurando relacionar alguns conceitos centrais da fenomenologia e do existencialismo com a Gestalt-terapia. Inseriu-se uma breve apresentação dos pressupostos te6ricos básicos, a fim de colaborar para uma melhor compreensão da abordagem como um todo. A atitude terapêutica é investigada tomando-se por base a visão de homem exposta nos fundamentos filosóficos. Finalizou-se com algumas considerações críticas à Gestalt-terapia. Esta análise conduz às seguintes conclusões quanto à linha terapêutica enfocada: Filosoficamente, baseia-se numa visão existencialista de homem, que valoriza a vivência, a subjetividade e a singularidade, deixando emergir a dor, a angústia e o sofrimento. Afirma que não há natureza humana. O homem é um ser inter-relacional, que confirma sua existência na relação com o outro e a sua essência última é o mistério. O ser humano só se revela em liberdade; um ser responsivel por suas escolhas. - A atitude terapêutica adotada fenomenológica existencial. Os fenômenos da situação terapêutica são vistos isentos de qualquer a priori. O terapeuta acompanha o fluxo de consciência do cliente, buscando compreender o que lhe está sendo desvelado e captar seu sentido.
Resumo:
Este estudo versa sobre contrato psicológico e comprometimento organizacional, no contexto das agências reguladoras, autarquias da administração pública brasileira. Os contratos psicológicos são as expectativas e crenças dos indivíduos a respeito das obrigações recíprocas entre eles e suas organizações. O contrato psicológico é criado de forma espontânea e não faz parte do acordo formal entre empregado e empregador. O comprometimento organizacional refere-se à forma como cada pessoa percebe a motivação de seu vínculo com a organização, que pode ser de cunho afetivo, que reflete um desejo, instrumental, que reflete uma necessidade ou normativo, que reflete uma obrigação. A pesquisa realizada objetivou identificar se existe alguma relação e qual seria esta relação, entre os quatros tipos de contrato psicológico: relacional, equilibrado, transacional e transitório, com os três tipos de comprometimento organizacional, dos servidores públicos de agências reguladoras, que têm direito à estabilidade funcional, o que significa direito de manter o emprego permanentemente. O resultado da pesquisa demonstrou as relações existentes entre as variações de contrato psicológico e comprometimento organizacional dos servidores, apontando para a predominância do contrato transitório e do comprometimento instrumental.
Resumo:
A partir de uma revisão crítica dos estudos sobre comunicação mediada, focada principalmente nas teorias que buscam definir o difuso conceito de “interatividade”, sugere-se que tal termo seja evitado, por sua imprecisão e viés tecnicista. Para o estudo da interação mediada por computador, defende-se uma abordagem sistêmico-relacional, em seus desdobramentos para o estudo da comunicação interpessoal e da biologia do conhecimento. Tal referencial fundamenta, inicialmente, a crítica aos modelos teóricos que buscam equiparar máquinas e seres vivos. A partir disso, uma tipologia para o estudo da interação mediada por computador é proposta. Os dois tipos sugeridos de interação (aqui definida como “ação entre”) – interação mútua e interação reativa – são amplamente discutidos e diferenciados. Enquanto a interação mútua caracteriza-se por ações interdependentes e pelo desenvolvimento ativo de um relacionamento que tem impacto recursivo em seus interagentes, a interação reativa é marcada por um automatismo estímulo-resposta. Finalmente, ao valorizar o diálogo cooperativo na rede e o estabelecimento de uma educação problematizadora, esta tese propõe um roteiro de avaliação de ambientes de educação a distância, quanto às interações estabelecidas.
Resumo:
O presente trabalho tem como objetivo desenvolver o tema da Responsabilidade Social Empresarial bem como o uso das Parcerias Sociais como prática de atuação social das organizações, visando formular um modelo relacional entre as duas questões. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica da evolução do conceito de RSE da segunda metade do século XX até os dias de hoje, uma revisão dos principais conceitos e modelos de RSE utilizados na literatura acadêmica. Foi realizada também uma revisão da literatura em torno das Parcerias Sociais e de suas principais tipologias. O Modelo Relacional proposto visa relacionar quais são os principais tipos de RSE que uma empresa pode adotar e quais os tipos de parceria que melhor se relacionariam para os determinados tipos de RSE. Para testar o modelo, um estudo de caso com a empresa Nestlé no Brasil foi conduzido. Como conclusão, o que se pode observar a partir do estudo de caso é que nem sempre as organizações visualizam as oportunidades existentes na realização de parcerias sociais, e que elas nem sempre se utilizam dos tipos de parcerias sociais que melhor se relacionam com a estratégia de RSE adotada.
Resumo:
A participação do paciente no cuidado é uma importante ferramenta para melhoria dos processos em uma organização hospitalar, pois aumenta a segurança do paciente. Este estudo teve como objetivo analisar se o paciente participa de seu cuidado. Esta análise foi feita por meio de entrevistas estruturadas com 243 pacientes internados em quatro hospitais com certificado de qualidade da Grande São Paulo e com a aplicação de questionário com perguntas abertas a três gestores destas organizações. Os resultados demonstram que os pacientes tem alta participação no cuidado, porém 17,3% dos pacientes referem que participaram do cuidado menos do que queriam e 43,6% não sabiam o nome do médico responsável pelo seu tratamento. Os gestores hospitalares reconhecem que a participação do paciente é importante, mas não há ações proativas efetivas nestas organizações hospitalares para identificar as necessidades dos pacientes.
Resumo:
Esta Tese se propôs descrever o Cotidiano de um galpão de separação de resíduos sólidos urbanos, apresentando as ações e as relações entre os sujeitos, compreendidas como atitudes de Cuidado. A investigação foi desenvolvida em uma perspectiva qualitativa, descrevendo como o grupo investigado estabelece em seu interior relações sociais, relações de trabalho e relações de gênero. A descrição do Cotidiano do Galpão Rubem Berta mostrou como este grupo se organiza, mostrou como se manifestam as atitudes de Cuidado entre as mulheres e de que modo esta dimensão pode ser percebida na atividade que realizam. Como resultado, foi possível afirmar que a Educação Popular é uma interface do universo do Galpão, um espaço mediador de aprendizagens e de construção de saberes, sistematizados a partir da convivência e visibilizados nas relações e nas ações das mulheres recicladoras. Para fundamentar teoricamente esta Tese, recorri às contribuições de Michel Maffesoli, Georg Simmel, Martin Heidegger, Carlos Rodrigues Brandão, dentre outros autores, que favoreceram a compreensão desse grupo desde uma perspectiva que valoriza a efervescência e a vitalidade nas relações sociais. Trata-se, portanto, de uma abordagem teórica que se aproxima e se reconcilia com a vida, tendo-a como uma obra de arte em criação permanente.
Resumo:
Com base em etnografias desenvolvidas com pacientes psiquiátricos e com oficiais do exército, este artigo discute representações sociais sobre família, a partir de um enfoque epistemológico. Neste contexto, as discussões sobre métodos e técnicas de pesquisa etnográfica e sobre papeis sociais assumidos por mulheres nas relações familiares, ganham destaque.