417 resultados para Amapá amargo


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Leporinus friderici Bloch, 1794 é um Anostomidae com ampla distribuição nas bacias dos rios Amazonas, Paraná e Araguaia-Tocantins. Tem hábito alimentar onívoro, alimentando-se de insetos, material vegetal, detritos, frutos, sementes, camarão e pequenos peixes, bem como hábitos diurnos e sedentárias. No sistema Rio Amazonas, esse peixe se reproduz no período de abril a outubro, e tem desova total. Este estudo comparou a estrutura das comunidades de parasitos metazoários em duas populações de Leporinus friderici de diferentes bacias do sistema do Rio Amazonas, no Brasil. Em julho de 2012, 47 espécimes de L. friderici (22.1 ± 3.8 cm e 171.1 ± 86.3 g) foram coletados na bacia do Rio Jari, município de Vitória do Jari, Estado do Amapá (Brasil), e de julho a dezembro de 2012, 50 espécimes de L. friderici (15.1 ± 3.6 cm e 57.4 ± 42.8 g) foram coletadas na bacia Igarapé Fortaleza, próximo à cidade de Macapá, estado do Amapá (Brasil), para análise parasitológica. Métodos usuais de coleta, fixação, conservação e identificação dos parasitos foram usados neste estudo. Os termos ecológicos usados foram os recomendados na literatura. O índice de diversidade de Shannon (H) e uniformidade (E), riqueza de espécies e frequência de dominância (FD%) foram calculados para avaliar a comunidade componente de parasitos. O índice de dispersão e índice de discrepância foram calculados, para detectar o padrão de distribuição das infracomunidades de parasitos para espécies com prevalência >10%. As duas populações de L. friderici estavam parasitadas por Jainus leporini, Urocleidoides paradoxus, Urocleidoides sp., Tereancistrum parvus, Tereancistrum sp., Clinostomum marginatum, Procamallanus (Spirocamallanus) inopinatus, Contracaecum sp., Octospiniferoides incognita e Ergasilus sp. Houve diferença na riqueza de espécies de parasitos, índice de Shannon e equitabilidade entre ambas as populações de L. friderici, pois a comunidade de parasitos mostrou similaridade de apenas 33%. Somente os monogenoideas, C. marginatum e P. (S.) inopinatus foram as espécies de parasitos compartilhadas por ambas as populações de L. friderici examinados. Os parasitos apresentaram padrão dispersão agregada, exceto Contracaecum sp., que mostrou padrão de dispersão randômica. Diferenças no tamanho dos hospedeiros foi um dos fatores que contribuiram para as diferenças nos níveis de parasitos encontradas entre as populações estudadas. O hábito alimentar contribui para ocorrência de endoparasitos em L. friderici, hospedeiro intermediário para tais esses parasitos como ciclo de vida complexo. Este é primeiro registro de O. incognita, C. marginatum e Ergasilus para L. friderici.

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Em populações de peixes habitando um mesmo ambiente (simpatria) e que são ecologicamente similares e geneticamente relacionadas, aumenta a possibilidade dessas populações de hospedeiros apresentar uma similar estrutura e composição das comunidades de parasitos. Porém, as comunidades de parasitos são sistemas ecológicos altamente complexos e dinâmicos, resultantes da interação de diversos fatores bióticos e abióticos. No sistema do Rio Amazonas, Callichthys callichthys Linnaeus, 1758 e Megalechis thoracata Valenciennes 1840 (Callichthyidae) são onívoras, com dieta composta de vegetais, algas, insetos e detritos. Este estudo comparou a estrutura e composição das comunidades de parasitos dessas duas espécies de Callichthyidae coletados na bacia Igarapé Fortaleza, um tributário do Rio Amazonas, na região de Macapá, estado do Amapá. Dos 38 espécimes de C. callichthys (17,3 ± 1,3 cm e 94,2 ± 22,3 g) e 38 espécimes de M. thoracata (15,3 ± 1,1 cm e 68,5 ± 16,8 g), 44,7% e 36,8%, respectivamente, estavam infectados por uma ou mais espécies de parasitos, e um total de 447 parasitos foram coletados em ambos os hospedeiros. A similaridade entre as comunidades de parasitos das duas espécies de hospedeiros foi elevada (61%), uma vez que compartilharam Genarchella genarchella, larvas de Eustrogylides sp., Rhabdochona sp. e plerocercoides de Proteocephalidae e níveis de infecção similares. Porém, Posthodiplostomum sp. infectou somente C. callichthys, enquanto Gorytocephalus spectabilis infectou somente M. thoracata. Metacercária de Posthodiplostomum sp. foi o parasito dominante para C. callichthys e G. genarchella, para M. thoracata. A maioria das infracomunidades de parasitos apresentou padrão de dispersão agregada. A comunidade de parasitos mostrou predominância de endoparasitos e similar riqueza de espécies, índice de Shannon e equitabilidade entre C. callichthys e M. thoracata. A condição corporal de ambos os hospedeiros não foi influenciada pelo baixo parasitismo. Os resultados indicam C. callichthys e M. thoracata como hospedeiros intermediários ou paratênico dos endohelmintos encontrados. A variação na comunidade parasitária, entre hospedeiros simpátricos, provavelmente ocorreu pela distribuição destes no ambiente, estrutura genética e imunológica, bem como a composição de espécies de parasitos nas comunidades.

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A avaliação de acessos locais representa uma etapa importante do programa de melhoramento da mandioca, com vistas à identificação e recomendação de materiais superiores. Serve também para quantificar a diversidade genética entre progenitores visando futuros cruzamentos, sendo a análise multivariada um instrumento bastante utilizado pelos melhoristas para estimar a diversidade genética. O objetivo deste trabalho foi identificar acessos de mandioca produtivos e divergentes que possam ser utilizados em programa de melhoramento envolvendo cruzamentos. Doze caracteres morfo-agronômicos foram utilizados para a obtenção do calculo da divergência genética por meio da analise de agrupamento em que a medida de dissimilaridade utilizada foi a distancia euclidiana media padronizada e o método de agrupamento de otimização de Tocher, envolvendo 45 acessos de mandioca, coletados no Estado do Amapá e avaliados em dois anos. Constatou-se que os acessos foram mais contrastantes tendo como referencia os caracteres altura da planta e ramificação com 94,67% da variação. Contudo, a produção de raiz, apesar de ser muito importante, apresentou baixa contribuição para a divergência. As distancias euclidianas medias padronizadas classificaram os acessos em oito grupos distintos, confirmando a presença de divergência genética entre os acessos e perspectivas promissoras na obtenção de ganho por meio da seleção de progênies provenientes de cruzamentos envolvendo o acesso Feifim 2, que apresentou a segunda maior produtividade de raiz e maior divergência genética entre os acessos analisados.

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Abstract This study presents registers of Helicoverpa armigera (Hübner) occurrence to assess its spatial and temporal distribution in Brazil. We used data from collections, especially from the Southern Region, systematic collections in Rio Grande do Sul, occasional collections of caterpillars and adults in different regions of Brazil, as well as literature registers. We conclude that the introduction of H. armigera in Brazil probably occurred before October 2008. We also register that in August 2012 H. armigera was already present from the extreme southern part (Rio Grande do Sul) to the extreme northern part (Amapá) of Brazil.

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Dentre os Kinetoplastida, Trypanosoma é o gênero com maior ocorrência, infectando populações de peixes marinhos e de água doce em todo o mundo. Apresenta elevados níveis de prevalência, ocasiona impactos na saúde dos peixes e consequente perdas econômicas, principalmente para populações de peixes em situação de estresse. Este estudo investigou a infecção por Trypanosoma spp. e sanguessugas em Hypostomus spp. e parâmetros sanguíneos desse hospedeiro do sistema de tributários do Rio Tapajós, no Estado do Pará, Amazônia Oriental, Brasil. De 47 hospedeiros examinados, 89,4% estavam parasitados por Trypanosoma spp., e 55,4% tinham também sanguessugas na região da boca. A intensidade de Trypanosoma spp. aumentou com o tamanho dos hospedeiros, mas as condições corporais não foram influenciadas pelo parasitismo. O número de eritrócitos, hematócrito, hemoglobina, VCM, HCM, CHCM, número de leucócitos e trombócitos totais apresentaram variações e correlação negativa com a intensidade de Trypanosoma spp. no sangue dos hospedeiros. Os resultados sugerem que sanguessugas foram os vetores de Trypanosoma spp. in Hypostomus spp.

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The aim of this study was to investigate monogenean fauna in gills of Geophagus camopiensis, Pterophyllum scalare, Satanoperca jurupari,and Satanoperca acuticeps in a tributary from the Amazon River system in Brazil. A total of 2,148 monogenean specimens were collected from140 fish examined from March 2012 to March 2013, and 84.3% of these fish were parasitized by 1 or more species. Such monogeneans were:Sciadicleithrum geophagi, Sciadicleithrum juruparii, Gussevia spiralocirra and Gyrodactylus sp. However, only G. camopiensis was parasitizedby more than 1 species of monogenean, while S. jurupari and S. acuticeps were parasitized by the same species. Prevalence, mean intensity andmean abundance varied among host species and the highest levels of infection were by G. spiralocirra followed by S. geophagi, both parasiteswith aggregated dispersion. Abundance of monogeneans was not influenced by the size of the host. In G. camopiensis, the infection levels byS. geophagi did not vary during the rainy or drainage seasons. This is the first study on monogenean infections for G. camopiensis and S. acuticeps.

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Field infestation and spatial distribution of introduced Bactrocera carambolae Drew and Hancock and native species of Anastrepha in common guavas [Psidium guajava (L.)] were investigated in the eastern Amazon. Fruit sampling was carried out in the municipalities of Calc¸oene and Oiapoque in the state of Amapa, Brazil. The frequency distribution of larvae in fruit was fitted to the negative binomial distribution. Anastrepha striata was more abundant in both sampled areas in comparison to Anastrepha fraterculus (Wiedemann) and B. carambolae. The frequency distribution analysis of adults revealed an aggregated pattern for B. carambolae as well as for A. fraterculus and Anastrepha striata Schiner, described by the negative binomial distribution. Although the populations of Anastrepha spp. may have suffered some impact due to the presence of B. carambolae, the results are still not robust enough to indicate effective reduction in the abundance of Anastrepha spp. caused by B. carambolae in a general sense. The high degree of aggregation observed for both species suggests interspecific co-occurrence with the simultaneous presence of both species in the analysed fruit. Moreover, a significant fraction of uninfested guavas also indicated absence of competitive displacement.

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O Abiu [Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk.] é uma espécie arbórea frutífera com o consumo difundido principalmente nos estados do Acre, Amapá e Pará. O objetivo foi avaliar aspectos biométricos de frutos e sementes e a influência do sombreamento na emergência de plântulas de abiu. Foram coletados 50 frutos, em Santa Bárbara (PA) e, foram realizadas mensurações do comprimento, diâmetro, massa, e contagem do número de sementes por fruto. Posteriormente, foram separadas 100 sementes e mediu-se o comprimento, largura e a espessura. Para estudar a influência do nível de sombreamento na emergência foram utilizados quatro tratamentos: pleno sol, 30, 50 e 70%, constando de quatro repetições de 25 sementes por tratamento. Foram avaliados a porcentagem e o tempo médio de emergência. Os aspectos biométricos de frutos e sementes foram submetidos à análise descritiva e a porcentagem de emergência e tempo médio submetidas à análise de variância. Os frutos apresentaram tamanho médio igual a 58,99 e 51,66 mm para comprimento e diâmetro, respectivamente. As sementes apresentaram tamanho médio igual a 36,01; 16,06; 13,61 mm para comprimento, largura e espessura, respectivamente. Para a porcentagem de emergência de plântulas não houve diferença estatística entre os tratamentos, entretanto para o tempo médio os níveis de sombreamento foram menores diferindo estatisticamente em relação ao pleno sol.

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Esta pesquisa teve por objetivo realizar a caracterização morfológica de frutos de acessos de cupuaçuzeiro procedentes da coleção Belém com vistas a conhecer sua variabilidade e identificar materiais para aproveitamento no programa de melhoramento genético do cupuaçuzeiro. O experimento da coleção Belém foi instalado na base física da Embrapa Amazônia Oriental. Os materiais são compostos de 31 clones, cujos acessos foram coletados no Amazonas, Pará e Amapá. Foi utilizado o delineamento experimental em blocos inteiramente casualizados, com 10 repetições e analisados cinco frutos por planta em cada safra utilizando os dados fenotípicos dos anos agrícolas de 1997 à 2015. O perfil dos acessos demonstrou baixa variabilidade dentro dessa população para grande parte dos descritores estudados quando classificados nas categorias propostas para cada descritor analisado. Foi possível obter o perfil de cada clone para os descritores empregados. Os componentes centesimais quando associados à produção de frutos permitirão identificar clones promissores para o programa de melhoramento e recursos genéticos do cupuaçuzeiro.

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O açaí (Euterpe oleracea Mart.) é uma fruta nativa da floresta amazônica tendo seu consumo mundial impulsionado devido à presença de antocianinas e sua capacidade antioxidante (1,2). O mercado consumidor interno regional amazônico, bastante tradicional e peculiar, tem preferência pelo produto processado sem qualquer tratamento térmico e para consumo imediato (3). No Brasil, este tipo de bebida tem sido relacionado a casos crescentes de doença de Chagas (4), devido à contaminação dos frutos pelo protozoário Trypanosoma cruzi (5), agente causal da doença, podendo ser inativado pelo tratamento térmico por branqueamento dos frutos a 80 °C por 10s. Entretanto, o fruto de açaí também apresenta elevada carga microbiana patogênica que quando não tratada adequadamente é repassada para o produto final (6). Outra importante fonte de contaminação microbiológica da bebida é a água utilizada durante todas as operações de processamento, pois mais de 50% dos municípios localizados na região amazônica brasileira não realizam a cloração simples da água (7). Um aspecto importante a ser considerado é que o tipo de processamento, mesmo melhorando a qualidade microbiológica, não pode interferir no perfil qualitativo sensorial do produto e influenciar na aceitabilidade pelo consumidor tradicional de açaí batido. Neste sentido, este trabalho propôs estudar o impacto sensorial de alternativas térmicas eficazes como tratamentos de sanitização de frutos de açaí, que fossem factíveis de implementação para o processador artesanal, e que seu produto fosse aceitável para o consumidor tradicional.

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Este trabalho teve por objetivo identificar as espécies de moscas frugívoras (Tephritidae e Lonchaeidae), seus hospedeiros e parasitoides na Ilha de Santana, Estado do Amapá, Amazônia brasileira. Adicionalmente, objetivou estudar a exploração hospedeira por Bactrocera carambolae Drew & Hancock. Foram realizadas coletas de frutos de diversas espécies vegetais, a cada 30 dias, no período de janeiro a julho de 2015. Foram coletadas 149 amostras de frutos (3.142 frutos, 76,3 Kg), pertencentes a 20 espécies vegetais (9 nativas e 11 introduzidas) de 13 famílias botânicas. Houve infestação por moscas frugívoras em 86 amostras (11 espécies de 8 famílias botânicas). Foram obtidos espécimes de cinco espécies de Tephritidae, quatro de Lonchaeidae e três de parasitoides Braconidae. As espécies de moscas frugívoras mais importantes na Ilha de Santana são: B. carambolae, devido sua expressão quarentenária; e Anastrepha obliqua (Macquart) e Anastrepha striata Schiner, pelo fato de infestarem espécies vegetais de importância socioeconômica local. Os hospedeiros Averrhoa carambola (Oxalidaceae), Eugenia uniflora (Myrtaceae), Malpighia emarginata (Malpighiaceae) e Psidium guajava (Myrtaceae) são responsáveis pela manutenção da população de B. carambolae.

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O Acordo do Clima é um marco nas negociações internacionais deste século. É fato que o aquecimento global ameaça o bem-estar humano e a economia mundial, e o desafio de estabilizar a concentração de gases do efeito estufa (GEE) na atmosfera, limitando o aumento de temperatura a menos de 2 graus Celsius até 2100, é uma responsabilidade comum, mas as ações devem ter caráter diferenciado dependendo da contribuição histórica e capacidade de cada nação. Para isso será necessária uma mudança de paradigma em relação ao modelo de desenvolvimento vigente, sobretudo a transição da matriz energética baseada nos combustíveis fósseis, em direção a uma economia com predominância de fontes renováveis e de baixa emissão de carbono. O processo de negociação do acordo climático foi longo. Em 1992, o Brasil sediou a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, vinte anos depois da Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente (Estocolmo, 1972) que pela primeira vez chamou atenção da comunidade internacional sobre a necessidade de um pacto global para reverter as ameaças à saúde do planeta e das futuras gerações. A Eco-92 celebrou uma série de tratados relacionados à temática ambiental, dentre eles a Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima, que abriu caminho para o Protocolo de Quioto. Pela primeira vez, se propõe um calendário pelo qual países-membros tem a obrigação3 de reduzir a emissão de GEE em, pelo menos, 5% em relação aos níveis de 1990 no período entre 2008 e 2012. O Protocolo traz a opção dos países do Anexo I compensarem suas emissões através do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), considerando como medida de redução projetos implementados nos países em desenvolvimento (PED). Sua ratificação só ocorreu em 2005 com a entrada da Rússia, mas ainda sem a participação dos Estados Unidos e China, responsáveis pelas maiores fontes de emissões planetárias. O Brasil teve um papel de liderança nas negociações da Convenção do Clima, principalmente a partir de 2009, quando apresenta a UNFCCC a sua Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC, Lei no 12.187/2009) e posteriormente o Plano Nacional sobre Mudança do Clima (Decreto 7390/2010). Estes marcos regulatórios definiram a estratégia brasileira de redução voluntária de emissões de GEE (36,1 à 38,9% em relação às emissões projetadas até 2020) e os planos de ação setoriais para atingir tais metas. Apesar de todos os desafios sociais e econômicos, os resultados alcançados pelo Brasil no período de vigência do Protocolo de Quioto representam um dos maiores esforços de um único país até hoje, tendo reduzido suas emissões em mais de 41%, em 2012, com relação aos níveis de 2005. A região amazônica teve papel decisivo, com redução de 85% do desmatamento, enquanto todos os demais setores da economia tiveram aumento de emissões. No Acordo de Paris, o Brasil sinaliza um compromisso ainda mais audacioso de redução de emissões absolutas, e de zerar o desmatamento ilegal em 2030 (iNDC, 2015). Este artigo pretende fazer um retrospecto da construção da proposta do mecanismo de redução de emissões por desmatamento e degradação (REDD) no Brasil e na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, e discutir o papel das florestas tropicais no combate ao aquecimento global do ponto de vista da relevância da região amazônica para o alcance das metas brasileiras, e o contexto de discussão e implementação de REDD+ nos estados. Finalmente refletir sobre os desafios futuros da recém lançada Estratégia Nacional de REDD+ (ENREDD+) frente ao baixo retorno histórico recebido pelas populações amazônidas quando analisamos o seu legado na conservação deste imenso patrimônio da humanidade. E a visão traçada pelo Brasil na sua Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada (iNDCs), como parte do novo Acordo do Clima, onde o papel das florestas torna-se secundário em relação ao agronegócio.